Manifesto do cruzeirense

Salve, China Azul!

É praticamente impossível manter-se alheio aos acontecimentos que se espalharam por todo o país nos últimos dias. Muitos outros assuntos, que antes eram destaque, hoje estão em segundo plano, dada a repercussão que os protestos contra o aumento das tarifas de transporte público estão tendo, com razão. Longe de querer comparar as duas coisas, resolvi pensar em algumas reivindicações que o torcedor cruzeirense poderia fazer ao clube.

Claro que o clima entre torcida e time é, até certo ponto, de confiança e tranquilidade. Nesta temporada não tivemos muitas atuações abaixo da média e, por se tratar de um grupo praticamente novo, os resultados mais concretos podem demorar a aparecer. Mesmo assim, torcedor que é torcedor sempre quer mais:

Departamento Médico de qualidade! – Essa é uma briga antiga no Cruzeiro. Não que eu duvide da capacidade dos profissionais do DM celeste, mas já é mais do que normal o time sofrer com lesões que, muitas vezes, se estendem por meses. Acidentes de trabalho são difíceis de prever e, no calor do jogo, difíceis de evitar. Perder jogador por pancada é algo que ninguém pode prevenir, porém, no Cruzeiro, se tornou comum termos jogadores sofrendo com problemas musculares que mais parecem falta de preparo.

Fale com a gente, diretoria! – Não sei vocês, mas eu sinto muita falta de um canal de comunicação oficial do clube para com a torcida. Depois que a conta do Twitter foi hackeada e desativada, ficamos órfãos de informações diárias vindas do próprio clube e, muitas vezes, a galera vai na onda de terceiros. O site oficial melhorou muito, mas ainda falta algo que permita um contato mais direto e mais informal com os torcedores.

Menos é mais! – Aqui eu vou ter que dar um crédito para o Alexandre Mattos e para o Dr. Gilvan. Para esta temporada as contratações foram muito mais cirúrgicas e bem feitas. Mas, conhecendo o Cruzeiro, uma recaída pode acontecer a qualquer hora. A torcida não quer mais aqueles balaios de "reforços" de qualidade duvidosa e que, em muitas situações, sequer jogam pelo clube. Contratar menos e melhor é a solução. Não precisa ter grife, mas precisa ter qualidade.

Uma casa para chamar de nossa! – Um estádio. Apesar de toda a mística e toda a história ligando Cruzeiro e Mineirão, um estádio próprio, projetado para atender a torcida celeste e onde fossem anexados um museu, um memorial, a calçada da fama. Seria um passo enorme, gigante, para o clube. Sei que é um sonho distante, mas se nunca for planejado, nunca vai sair do papel.

Base não é escolinha! – Em todas as categorias e torneios que disputa, o Cruzeiro chega como favorito. As categorias de base da Raposa já ganharam de tudo e mais um pouco, mas custam a revelar um jogador que, de fato, vingue no profissional. A média de jogadores que são aproveitados no time principal e/ou são negociados ao atingir a maioridade futebolística é baixa se comparada ao investimento e à tradição que temos com os jovens. Talvez seja preciso rever essa transição.

E aí? Tem mais alguma reivindicação a fazer? Aproveite porque a hora é agora. Na verdade, sempre é hora. Mas o país clama por mudanças, e a torcida do Cruzeiro também pode protestar pelas suas.

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