Em busca da América

Tiago de Melo

Nos próximos dias começará a participação dos nossos clubes na edição 2013 da Copa Sul-Americana. Um torneio em relação ao qual os brasileiros não sabem muito bem o que esperar. Se a Libertadores, valorizadíssima e repleta de clubes tradicionais, não é bem compreendida no Brasil, o que dirá a chamada "Sula", cheia de clubes desconhecidos por aqui?

Ao menos neste caso o Brasil não está sozinho. Trata-se de um torneio que ainda não "pegou". As federações utilizam critérios frequentemente tortuosos para definir seus representantes, e a própria Conmebol não ajuda, ao permitir a participação de clubes que disputaram a Libertadores, descaracterizando a competição.

Tricolor festejou o título em 2012
(Créditos: Luiz Pires/Vipcomm)

Na atual edição em particular, o Brasil entra enfraquecido. À exceção do São Paulo, só teremos equipes que não se qualificaram nem para a Libertadores, nem para as fases agudas da Copa do Brasil. Por seu lado, a Argentina manda equipes fortes, que disputam o título da liga local, de modo que o país se posiciona como favorito a ter o campeão do torneio.

Brasil x Argentina...

Há outra peculiaridade. Ansiosa por ver uma decisão entre brazucas e argentos, a Conmebol colocou todos os argentinos na mesma chave, o que equivale a dizer que uma decisão entre dois argentinos é impossível. O mesmo vale para o Brasil: exceto Ponte Preta e Criciúma, todos estão do mesmo lado do chaveamento.

Um semifinalista sairá do confronto entre os vencedores de São Paulo x Emelec ou Universidad Catolica e Portuguesa ou Bahia x Guarani/PAR ou Nacional/COL. É uma chave dura para os brasileiros. O Guaraní perdeu as três partidas que disputou na liga paraguaia, mas Nacional, Catolica e Emelec são líderes nos torneios de seus países, se pefilando como adversários complicados.

Coxa, de Alex, tenta título inédito
(Créditos: Coritiba F.C./Divulgação)

O segundo semifinalista (que enfrenta o primeiro) sairá dos confrontos: Sport ou Náutico x Mineiros ou Libertad e Vitória ou Coritiba x River Plate (URU) ou Itagui. É uma chave favorável aos brasileiros. O rival mais difícil é o Libertad, forte equipe que lidera o paraguaio. Itagui também merece cuidados.

A terceira chave é duríssima, contendo quatro argentinos candidatos ao título: River Plate, San Lorenzo, Racing e Lanús. Nacional/PAR e Universidad de Chile também sonham com a vaga, tornando o grupo ainda mais forte. Independiente del Valle e LDU de Loja deverão ser figurantes na disputa.

Embate imprevisível

Quem sobreviver a uma disputa tão dura enfrentará nas semis um adversário que virá da chave mais imprevisível. Ali estão os organizados Belgrano e Vélez, da Argentina, além dos brasileiros Ponte Preta e Criciúma, que fazem duelo de difícil prognóstico. Do Chile virão o tradicionalíssimo (mas em péssima fase) Colo-Colo e o Cobreloa, que já eliminou o Peñarol, campeão uruguaio. Completam a chave o Pasto e La Equidad, incógnitas que ocupam o meio da tabela do campeonato da Colômbia.

Argentinos favoritos

Num contexto em que a Europa tem poder para levar para suas ligas os melhores jogadores do mundo, um importante trunfo sul-americano é o equilíbrio e a imprevisibilidade. É o que devemos ver na edição 2013 da Sul-Americana. Por mandar suas melhores equipes, a Argentina é a mais forte candidata a levar o troféu. Mas a disputa está aberta.

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