Adeus, (mestre) Cuca!

Alisson Millo

Logo após a derrota nas semifinais do Mundial, contra o Raja, a saída do treinador Cuca foi confirmada pelo presidente Kalil. Uns dizem que já vai tarde, outros lamentam. Fato é que a passagem do treinador rendeu dois títulos mineiros e uma Libertadores. Bom? Ou pouco? Cada um pensa de uma forma.

Preferências à parte, o ex-técnico do Galo deixa um misto de gratidão e rancor. Gratidão pelos dois títulos mineiros, pela excelente campanha no Brasileirão de 2012 e pela Libertadores. Rancor pelo quase rebaixamento em 2011, por não ter rebaixado o Cruzeiro, pelo 6x1, e pelo desempenho pífio no Mundial de Clubes.

Fé, alegria, títulos: a cara do Galo
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Cenas quase inexplicáveis na vida de um homem simples. Uma goleada acachapante ante o rival. Dois anos depois, resultados incríveis, no mais puro significado da palavra. Com um pênalti defendido aos 47' da etapa final, um gol aos 50', e um escorregão decisivo. O homem de fé, simples, cabeça dura e às vezes incoerente. Quase sempre chamado de azarado, mas calou muita gente.

Força ou fraqueza?

Fraco por uma sequência terrível no início, forte por ter dado a volta por cima. Fraco por ter sofrido o 6x1. Forte o suficiente para dar a volta por cima no ano seguinte, e conquistando o título. Fraco por ter perdido um campeonato quase ganho, mas forte demais para compensar, ganhar um titulo frente ao rival e uma Libertadores. Fraco pela campanha deplorável neste Mundial.

Cuca e Kalil: parceria deu sucesso
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Alguns atritos com alguns atletas. E o porquê do desprestígio de Júnior Cesar? Alguém um dia vai explicar. A discussão com o Marcos Rocha, em Marrakech, vai entender. Algumas opções bastante criticadas, como por Richarlyson ou Lucas Cândido improvisados na lateral-esquerda, Luan no meio-campo ou Rosinei na direita.

As apostas de Cuca

Outras apostas como Jô e Ronaldinho, que fizeram (e fazem) tão bem ao Galo. O lançamento da joia Bernard. Giovanni, que se mostrou um ótimo goleiro - pena concorrer com Victor. Acreditar no tão criticado Guilherme naquela decisão contra o Newell's, no Horto.

No Galo, Cuca deixa títulos e legado
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Enfim, o atleticano tem motivos de sobra para amar e odiar Cuca. Afinal, foram dois anos e meio aproximadamente à frente do comando. Cada um pensa de um modo. O negócio é que ele vai. Vai para a China, Cuca! Vai com Deus. Para quem ama, uma despedida formal. Para quem odeia, uma despedida irônica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário