O tempo que o Cruzeiro não tem...

Vinícius Dias

"Nós estamos formando um novo time, todos sabem", foram algumas das primeiras palavras de Marcelo Oliveira após o empate com o Huracán, por 0 a 0, ontem, no Mineirão. O discurso do treinador celeste poderia apontar a falta de sorte do camisa 9 Leandro Damião, que carimbou a trave de Giordano, a cera dos argentinos ou o gol legal anulado ainda no primeiro tempo. Mas a verdade é que, na noite em que perdeu dois pontos - e somou um -, o Cruzeiro parou na falta de entrosamento.

Willians foi um dos destaques do jogo
(Créditos: Gualter Naves/Light Press)

No habitual 4-2-3-1, o time da casa tentava propor o jogo diante de um adversário disposto a especular. Teve a posse de bola, com picos de quase 80%, mas encontrou dificuldade para torná-la efetiva contra o 4-4-1-1 de Nestor Apuzzo. Associada à rápida recomposição do Huracán, a distância entre as duas linhas do meio-campo celeste, o setor mais alterado neste início de ano, representava a perda de velocidade. Com Arrascaeta pouco inspirado, o jogo da Raposa passava por Mayke e Willians, que acertou 66 dos 71 passes.

Supremacia em números

Foram 20 finalizações, contra seis de um Huracán tecnicamente fraco, mas bem posicionado. Em seus melhores momentos, o Cruzeiro teve Leandro Damião participativo, buscando a bola no meio-campo, mas falhando na hora de transformar os poucos espaços dados pelos argentinos em gol. Mais uma vez, Marquinhos foi bem, embora menos agudo do que pede o esquema. Na segunda etapa, as entradas de Judivan e Alisson deram mais volume. O placar, no entanto, seguiu inalterado.

O Cruzeiro parou, novamente, na falta de entrosamento.
Um reforço que vem com o tempo. Que o clube não tem.

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