Levir e o 'dilema' dos volantes

Ricardo Diniz

Desde que o esquema tático com apenas um volante funcionou na vitória por 3 a 2 diante do rival Cruzeiro, no Campeonato Brasileiro passado, o técnico Levir Culpi se mostrou adepto da nova formação. O 4-1-4-1 foi utilizado também nas partidas contra Corinthians e Flamengo na reta final Copa do Brasil, ainda que, nos embates decisivos, o treinador atleticano tenha optado pela dupla Leandro Donizete e Rafael Carioca, derrotando o Cruzeiro duas vezes no 4-2-3-1.


Foi justamente esse o esquema usado no início da temporada, com dois volantes fazendo a proteção da zaga. No decorrer da temporada, com a situação difícil na fase de grupos da Libertadores, Levir voltou a utilizar o 4-1-4-1, com Rafael Carioca recuado e uma linha de quatro jogadores na armação das jogadas. Por ironia do destino, ante o Inter, nas oitavas de final, o time foi eliminado usando dois volantes.

Donizete e Josué: opções para o setor
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Logo na sequência, contudo, o time preto e branco deixou escapar cinco pontos no Campeonato Brasileiro nos duelos com Cruzeiro e Santos, na Arena Independência, e boa parte da torcida sustenta que os resultados ruins se deveram ao fato de a defesa ter ficado exposta nos dois duelos. Ou seja, o Atlético pagou um preço muito alto por utilizar uma formação extremamente ofensiva.

Entre o ataque e o equilíbrio

Há quem defenda o comandante pelo fato de o time jogar para frente, em busca do gol e, justamente por isso, ter conquistado a Copa do Brasil do ano passado, o Mineiro desta temporada e ter o melhor ataque do atual Brasileirão. Outros criticam, alegando que a marcação fica comprometida sem a presença do 'cão de guarda' Leandro Donizete, já que Dátolo não tem como característica a marcação e, ao mesmo tempo, fica distante do centroavante Lucas Pratto.

Maicosuel: titular no 4-1-4-1 de ontem
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Resta saber se vale o risco de jogar bonito, de maneira ofensiva, e não conquistar o título; ou se é melhor voltar a utilizar um esquema com dois marcadores, o que significa maior equilíbrio entre defesa, meio-campo e ataque na busca pelo bicampeonato brasileiro. Neste domingo, na quinta vitória em nove rodadas, Levir começou com o 4-1-4-1 e terminou no 4-2-3-1, com Leandro Donizete em campo.

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