Com déficit de R$ 38 mi, Cruzeiro volta a ser vendedor; clube
deixou de faturar R$ 11 mi em período sem patrocínio master

Vinícius Dias

Em janeiro, o Cruzeiro negociou Egídio, Ricardo Goulart, Éverton Ribeiro, Lucas Silva e Nilton, movimentando mais de € 40 milhões. Desde então, a cúpula celeste tem vasculhado o mercado na busca por caras novas. Mas, no que depender do presidente Gilvan de Pinho Tavares, o meia-atacante Marinho foi o último reforço do ano. "As finanças do clube não estão para isso", revelou em entrevista à Rádio Itatiaia. Para traçar um panorama do quadro atual, o Blog Toque Di Letra consultou fontes ligadas ao clube e ao mercado nos últimos dias.


No dia 23 de novembro, o Cruzeiro derrotou o Goiás e confirmou o título brasileiro. 38 dias depois, se encerrou o vínculo com o Banco BMG, que pagava R$ 13,5 milhões por ano. Com a camisa valorizada, a expectativa era de receber R$ 20 milhões anuais pelo espaço nobre. Sete meses sem patrocínio significaram R$ 11,6 milhões a menos nos cofres, na média. O valor é quase 20% superior à folha salarial do clube, que inclui custeio de parte dos salários de atletas emprestados, casos de Riascos e Dagoberto no Vasco, e de Souza no Bahia.

Receita de bilheteria cresce em 2015
(Créditos: Juliana Flister/Vipcomm)

O cenário é inverso ao das bilheterias, uma das principais fontes de receita do clube na última temporada. Em 2015, a despeito da irregularidade nos gramados, a Raposa arrecadou mais durante as disputas do campeonato estadual e da Copa Libertadores. Em 2014, contabilizadas 13 partidas, o Cruzeiro teve renda bruta de R$ 12,44 milhões. Neste ano, embora tenha feito dois jogos a menos como mandante, somou R$ 12,62 milhões. Em média, a arrecadação por jogo foi 20% maior.

R$ 80 milhões em vendas

Um dos capítulos mais comentados desse período de transição foi o das transferências. No primeiro mês do ano, o grupo celeste perdeu cinco dos principais nomes. Egídio, Ricardo Goulart, Éverton Ribeiro, Lucas Silva e Nilton movimentaram quase R$ 130 milhões - mais de 60% do montante coube ao Cruzeiro. A negociação mais rentável foi a de Ricardo Goulart: o clube ficou com cerca de 65% dos € 15 milhões. "Alguns negócios foram feitos a prazo. Há parcelas a receber", pontuou fonte.

Venda de Goulart foi o principal negócio
(Créditos: Guangzhou Evergrande/Divulgação)

As receitas significaram a chance de quitar parte dos débitos em aberto - exercício de 2014 foi encerrado com déficit de R$ 38 milhões. Quase 35% do montante foi reinvestido no futebol. Conforme o Blog apurou, o clube gastou pouco mais de R$ 25 milhões para contratar oito dos 16 reforços. Joel e Fabiano foram adquiridos por investidores e repassados à Raposa - no caso de Arrascaeta, um parceiro custeou 50% do investimento. Seis atletas chegaram a custo zero: Fabrício, Paulo André, Seymour, Douglas Grolli, Henrique Dourado e Leandro Damião.

Venda de camisas oficiais

A comercialização de camisas representou uma das principais fontes de renda do Cruzeiro nos primeiros sete meses deste ano. "(Neste período, vendemos) quase o dobro em relação a todo o ano passado", afirmou o diretor de marketing, Marcone Barbosa, sem informar números. Segundo apuração da reportagem, na última temporada, ainda com logomarca do BMG, foram vendidas 220 mil camisas.

Venda de camisas impulsiona receitas
(Créditos: Washington Alves/Light Press)

Por sua vez, o programa Sócio do Futebol, fundamental para o sucesso recente, tem números abaixo da expectativa no momento. A meta para o ano, antes fixada em 90 mil, foi revista. "Abaixamos para 80 mil e, ainda assim, será difícil atingir. Por dois motivos: cenário econômico do país e o momento do time", avaliou Marcone Barbosa. Em 2014, por exemplo, a média foi de 1,67 mil adesões/mês. O número, neste ano, caiu para 610, afetando a previsão de receitas. Na temporada passada, a marca foi de cerca de R$ 50 milhões.

4 comentários:

  1. A mim me parece que a crise é administrativa. Falta gente especializada em posições críticas.

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  2. nao consegui ver falta de dinheiro !!!!!!

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  3. Gilvan só quer vender! Tem que vender sim mais contratar também, é só os torcedores parar de ir no estádio quero só ver o ele vai fazer!

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  4. O problema é de gestão. Deu pra ver que o responsável pelas campanhas de 2013 e 2014 foram o Mattos e o Marcelo Olveira. Com os 3 atuais dirigentes não temos uma equipe que empolga o torcedor.

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