Em espanhol, o recado aos brasileiros

Vinícius Dias

No Morumbi, São Paulo e Atlético farão o grande jogo da próxima quarta-feira. Distintos em campo, os remanescentes brasileiros na Libertadores e rivais por vaga na semifinal têm na área técnica a grande semelhança: são os dois clubes da elite dirigidos por estrangeiros. O uruguaio Aguirre foi semifinalista com o Inter em 2015 - melhor campanha recente de time do país em torneio continental. Em busca do tri, Bauza tenta engrossar o rol de argentinos bem sucedidos fora do país.


A lista tem Simeone, finalista da Liga dos Campeões pela segunda vez em três anos com o Atlético de Madrid; Pochettino, a um ponto de garantir a melhor participação do Tottenham no inglês desde 1989/1990; e Eduardo Berizzo, comandante do Celta de Vigo, sensação espanhola. Voltando no tempo, destaque ainda para a inédita conquista chilena na Copa América, com Jorge Sampaoli, e para a histórica campanha colombiana na Copa de 2014, sob a batuta de José Pékerman.

Atlético volta às quartas após três anos
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Também na Europa, o chileno Pellegrini conduziu o Manchester City a uma inédita semifinal de Liga dos Campeões - feito semelhante ao alcançado à frente do Villareal na temporada 2005/2006. De novo, destaque negativo para a ausência de brasileiros entre os técnicos em alta no Velho Mundo. Idioma? Maior poderio financeiro e/ou resistência do mercado nacional? O histórico frágil de nomes como Luxemburgo e Felipão aponta um caminho alternativo: a perda de espaço na elite mundial.

Perda do porto seguro

Em casa, o habitual porto seguro da Série A vem abrindo o leque. O São Paulo investiu em dois treinadores estrangeiros de forma consecutiva e o uruguaio Aguirre emplacou dois trabalhos em dez meses, por exemplo. O mercado ainda oferece o futebol vistoso de Marcelo Bielsa e Sampaoli, a ofensividade do jovem Cocca e a eficiência defensiva de Gerardo Pelusso. Basta saber aonde se quer chegar e, mais do que ter condições, não ter receio em fugir do óbvio.

No futebol, não há um único caminho nem fracasso definitivo.
Mas o sucesso de Aguirre, Simeone, Bauza e outros é recado.

2 comentários:

  1. Os técnicos brasileiros pararam no tempo.

    ResponderExcluir
  2. Sou atleticano e nao vejo graça nenhuma no estilo de jogo do Aguirre....qualquer tecnico brasileiro com o elenco que o galo possui estaria jogando e dando show. Futebol feio e pragmatico desse aguirre.

    ResponderExcluir