Com acordo desta semana, equipes já incluíram 16 atletas em
trocas desde 2007; a maioria comemorou títulos em nova casa

Vinícius Dias*

Clubes homônimos entre as décadas de 1920 e 1940, que marcou o fim da era de Palestras, Cruzeiro e Palmeiras têm mantido ao longo dos anos um intercâmbio que transcende a raiz italiana. Os laços abriram, inclusive, um caminho pouco comum no mercado nacional: o das trocas. Desde 2007, o alviverde paulistano e a Raposa já realizaram cinco negócios, incluindo 16 jogadores. A julgar pelo histórico, Fabiano, Fabrício, Lucas e Robinho, os personagens do mais recente acordo, têm vários motivos para sorrir na chegada aos novos clubes.


Levantamento feito pelo Blog Toque Di Letra apontou que dez dos 12 atletas envolvidos nas trocas anteriores alcançaram pelo menos um título com a nova camisa. As exceções foram o lateral-direito Vitor e o atacante Wellington Paulista, negociados em 2011. A aura positiva começou com a transação fechada em 2007: o lateral-esquerdo Leandro e o volante Martinez foram campeões do Paulista de 2008 pelo Palmeiras, mesmo ano em que o meia Marcinho conquistou o Mineiro pelo Cruzeiro.

Robinho e Lucas: do Verdão para a Toca
(Créditos: Site Oficial do Cruzeiro/Divulgação)

Um novo negócio, envolvendo dois zagueiros, ocorreu em 2010: Leandro Amaro conquistou a Copa do Brasil de 2012 pelo Verdão, enquanto Léo é bicampeão estadual e brasileiro pela Raposa. O ano mais movimentado foi 2013, com duas trocas e cinco atletas ao todo. Chegaram a BH o volante Souza e o atacante Luan, campeões brasileiros em 2013 e do Mineiro em 2014. O Palmeiras ficou com o lateral-esquerdo Marcelo Oliveira, o volante Charles e o meia-atacante Ananias, personagens da conquista da Série B alviverde naquela temporada.

Intercâmbio desde 1921

O intercâmbio entre os clubes tem traços históricos. De 1914, o Palestra Itália paulistano colaborou com o homônimo da capital mineira, que é sete anos mais novo, também à época de sua fundação. "O de São Paulo emprestava alguns jogadores ao mineiro em alguns jogos comemorativos ou importantes", aponta o historiador ítalo-brasileiro Anísio Ciscotto Filho, conselheiro nato do Cruzeiro.

*Atualizada às 12h10


Em Patos de Minas, clube discute alternativas para sequência
do ano; Ademir Fonseca e Follmann foram os primeiros a sair

Vinícius Dias

Graças à campanha histórica que culminou no título de campeã do interior mineiro, a URT assegurou o direito de disputar a Série D do Campeonato Brasileiro. Depois da queda diante do Atlético na semifinal do estadual, a diretoria do Trovão Azul tem como foco a viabilização financeira da inédita participação no torneio nacional. Várias reuniões internas e com possíveis investidores devem acontecer em Patos de Minas nos próximos dias. Nos bastidores, o clima é de otimismo.


"Alguns dos patrocinadores nossos querem participar. Nós vamos reunir também a diretoria. A maioria é a favor de disputar", destaca o presidente Roberto Túlio Miranda ao Blog Toque Di Letra, revelando que já houve, inclusive, conversas preliminares sobre a remontagem do elenco. Uma das alternativas discutidas pela URT é a antecipação do planejamento para a temporada seguinte, firmando contratos mais longos, especialmente com jovens jogadores.

Equipe pretende manter Mauro Viana
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Além da comissão técnica e do goleiro Follmann, que já anunciaram suas saídas, a equipe terá pelo menos mais duas baixas para a sequência: o zagueiro Robinho, que negocia com o Mogi Mirim, e o meia Carlos Magno, prestes a acertar com o Tombense. Por outro lado, a intenção é manter nomes como o lateral-direito Alex e o zagueiro Mauro Viana, que passará por cirurgia no nariz nos próximos dias.

Premiação de R$ 120 mil

Na última terça-feira, três dias após a eliminação diante do Atlético, na Arena Independência, a diretoria do clube reuniu os jogadores e quitou a premiação referente à classificação para a fase final do Mineiro. Conforme apurou a reportagem, uma quantia de R$ 120 mil foi rateada pelo elenco semifinalista.

Elenco recebeu premiação na terça
(Créditos: Site Oficial da FMF/Divulgação)

A URT deverá integrar o grupo A12 do Campeonato Brasileiro da Série D, que ainda terá representantes de Espírito Santo (Desportiva ou Espírito Santo F.C.), Goiás (a princípio, Anápolis) e Rio de Janeiro (possivelmente, Volta Redonda). A estreia está prevista para o dia 12 de junho, no Zama Maciel, em Patos de Minas.


Parceria com a marca inglesa vai significar ampliação do leque
de produtos oficiais disponibilizados aos torcedores da Raposa

Vinícius Dias

Confirmado pelo Cruzeiro na última segunda-feira, o acordo com a Umbro terá como primeiro ato o lançamento da coleção de 2016, previsto para a segunda semana de maio. Apresentada pela diretoria celeste como "maior contrato da história do clube", a parceria com a marca inglesa também vai significar, nos próximos meses, a ampliação do leque de produtos oficiais disponibilizados aos cruzeirenses.


Já na primeira remessa de artigos, que chegará às lojas da rede oficial do clube entre os dias 10 e 13 de maio, conforme o Blog Toque Di Letra antecipou, haverá novidade. Além das camisas de jogo - padrão game - e da linha feminina, a Umbro vai confeccionar a linha torcedor - padrão fan. Com tecnologia alternativa à fit, empregada nos uniformes dos atletas, os modelos de torcedor terão preços mais acessíveis.

Umbro substitui a Penalty no Cruzeiro
(Créditos: Umbro/Cruzeiro/Divulgação)

O planejamento traçado pelo departamento de marketing do Cruzeiro em conjunto com a nova fornecedora contempla ainda o lançamento de uma camisa estilo retrô por temporada. Pelo cronograma, os trabalhos nessa linha, bastante explorada anteriormente durante parceria com a Rebook, serão intensificados pós-Olimpíadas. No segundo semestre, também está prevista a apresentação da nova camisa três.

Prováveis preços da linha

No momento, as partes finalizam os detalhes do lançamento dos modelos um e dois, de goleiros e de treinos, no próximo mês. "É uma coleção com desenho arrojado", comenta Róbson Pires, diretor comercial do Cruzeiro, mantendo o mistério. Segundo apurou a reportagem, as camisas de jogo devem chegar ao varejo na faixa dos R$ 300, enquanto a linha torcedor custaria R$ 250 e a feminina R$ 200.

Contra o vento ou pela tempestade?

Alisson Millo*

Desde sempre ouço dos torcedores, que para o Atlético, o Campeonato Mineiro é obrigação. O primeiro passo foi dado com a vaga na final - ainda com vantagem de dois empates ou uma vitória e uma derrota por mesma diferença de gols. Ponto para Diego Aguirre, que, mesmo muito criticado, alcançou a classificação e ainda rodou bastante o elenco. Na Libertadores, nada a questionar também, já que o time foi o quarto colocado geral, líder do grupo e apontado como um dos favoritos.


Não há, aparentemente, nada de errado. O cenário tinha tudo para estar perfeito, mas não. O que falta para o atleticano, enfim, apoiá-lo? Por que tantas críticas e tantas vaias? Citado como um dos melhores elencos - se não o melhor - do Brasil e único a avançar nas competições continental e estadual, o Atlético ainda tem convivido com a desconfiança de parte da torcida, que rotula o técnico uruguaio e pede sua cabeça ao fim de quase todos os jogos.

Pratto: gol e vaga na final do Mineiro
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Sinceramente, é difícil compreender. Apesar das muitas lesões, o Galo se manteve forte nesses quatro meses de trabalho. Carlos, Dátolo e Patric ficaram fora e, ainda assim, a equipe caminhou bem. Victor se recuperou antes do previsto e voltou a dar segurança no gol. Tiago, Carlos César, Gabriel, Lucas Cândido e Eduardo ganharam espaço. Uilson e Capixaba estrearam - o atacante provou que pode ser de grande valor em futuro próximo. Goleadas ocorreram, pontos foram somados, jogadores tiveram chances. Mas há quem veja apenas erros.

De Drummond a Aguirre

O principal alvo da ira é o técnico, que não fez nada aquém do esperado. Aguirre mexeu mal em um ou outro jogo, é verdade, mas deu ao Atlético jogadas ensaiadas que há muito não se via, promoveu garotos da base, pedido repetido ano a ano durante o Mineiro. O que falta, eu de verdade não sei. Mas certamente tem sobrado mimimi. Por que o atleticano que - nas palavras de Roberto Drummond - sempre torceu contra o vento tem, agora, criado tempestade em copo d'água?

*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
Goleiro titular e atual capitão da seção Fala, Atleticano!


Receita líquida cresceu quase 70%, mas não evitou déficit em
2015; valores de premiações e bilheteria caíram pela metade

Vinícius Dias

Durante reunião nessa segunda-feira, o Conselho Deliberativo do Cruzeiro aprovou o balanço financeiro referente à temporada passada. A prestação de contas apresentou uma receita líquida de R$ 343 milhões no exercício, cenário antecipado na última semana pelo Blog Toque Di Letra. O clube, ainda assim, fechou o ano com déficit de cerca de R$ 25,7 milhões - valor 33% menor do que o apurado em 2014.


De acordo com as demonstrações, as receitas derivadas de premiações e bilheteria apresentaram queda de quase 50% em comparação com o ano anterior, fechando em R$ 43 milhões. Por outro lado, a arrecadação com direitos econômicos e cessões temporárias cresceu 360% e, impulsionada pelas vendas de jogadores como Éverton Ribeiro, Ricardo Goulart e Lucas Silva, atingiu R$ 142,1 milhões.

(Créditos: Anísio Ciscotto/Arquivo Pessoal)

Em relação a 2014, os custos diretos com atividade esportiva profissional aumentaram quase 60%, totalizando R$ 306,3 milhões. Destaque para os itens gastos com pessoal - saltaram de R$ 114,5 milhões para R$ 151,9 milhões - e gastos com futebol - de R$ 33,4 milhões para a faixa dos R$ 93,8 milhões em 2015.

Arrecadação com patrocínios

Embora a Raposa tenha ficado oito meses sem um patrocinador master, chama a atenção no balanço aprovado ontem à noite o fato de o clube ter faturado R$ 21,2 milhões com patrocínios e royalties. Em 2014, mesmo após exibir a logomarca do Banco BMG no espaço mais nobre da camisa pelos 12 meses, por exemplo, a receita no item foi de R$ 21,7 milhões - montante apenas 2% superior.


Dirigente confirmou contato, destacando tom informal; técnico
carioca, porém, não deverá assumir novo clube antes de agosto

Vinícius Dias

Citado entre os possíveis substitutos de Deivid no comando do Cruzeiro, Abel Braga teve um contato preliminar com o segundo vice-presidente do clube, Márcio Rodrigues, na última terça-feira. Conforme o Blog Toque Di Letra apurou, o técnico, que está desempregado desde o fim do ano passado, jantava no Rio de Janeiro com um membro da bancada mineira na Câmara dos Deputados quando recebeu a ligação.

Vinda de Abel é dada como improvável
(Créditos: Alexandre Lops/Internacional)

Embora tenha evitado detalhar o conteúdo, Márcio Rodrigues confirmou a conversa à reportagem na manhã desta segunda-feira. "Ele (Abel Braga) estava com um amigo nosso e a gente falou com ele. Só isso. Foi coisa simples, nada oficial", minimizou, destacando na sequência que a decisão sobre a contratação do novo comandante caberá ao presidente Gilvan de Pinho Tavares.

Vínculo de Abel é empecilho

Apesar da sondagem realizada antes mesmo da confirmação da queda de Deivid, a vinda de Abel Braga é tratada como improvável nos bastidores celestes. O técnico carioca, de 63 anos, tem vínculo contratual com seu último clube, o Al-Jazira, dos Emirados Árabes, até julho. Com isso, não deve iniciar um trabalho antes de agosto.


Apresentado por Orlando Augusto, Meio de Campo analisará
semifinais do Mineiro, além de Copa do Brasil e Libertadores

Da Redação

O jornalista Vinícius Dias, editor-chefe do Blog Toque Di Letra, será um dos convidados do programa Meio de Campo, domingo, na Rede Minas. O apresentador Orlando Augusto também vai receber Guilherme Guimarães, Paulo Galvão, do Jornal Estado de Minas, e Marcos Guiotti, da Rádio Globo Minas. A atração vai ao ar às 21h.

Orlando Augusto comanda o programa
(Créditos: Meio de Campo/Divulgação)

Estarão em pauta os confrontos decisivos das semifinais do Campeonato Mineiro entre Atlético x URT, no sábado, e Cruzeiro x América, domingo, além das participações das equipes do estado na Copa Libertadores e na Copa do Brasil deste ano.

Acompanhe o programa

O Meio de Campo vai ao ar neste domingo, a partir das 21h, e pode ser acompanhado por TV a cabo (em BH) e sinais analógico e digital. Também haverá transmissão, ao vivo, pela internet.


Primeiros passos aliam atuações por equipes rivais, decepção
como goleiro e futebol conciliado com dia a dia em escritório

Vinícius Dias

A morte de Maria Faustina, em 1948, simbolizou para Telê Silva um golpe mais duro do que aqueles que se acostumara a encarar diante de beques rivais. Logo aos 17 anos, o promissor meia-direita teria de se despedir da tia responsável por criá-lo e de sua terra natal. Quase 70 anos após esse episódio e uma década depois da despedida do próprio Telê - consagrado com o sobrenome Santana -, a saudade se mistura à curiosidade. O Blog Toque Di Letra recapitula os primeiros passos do 'Fio de Esperança' nos gramados. Antes da fama e ao olhar da Itabirito dos anos 1940, recém-elevada à condição de cidade.


A narrativa inicia debaixo das traves - acredita-se, em 1942. Influenciado pelo pai Zico Lopes, ex-goleiro do América, Telê decidiu tentar a sorte na posição. Por volta dos 10, 11 anos, lá estava ele em ação pelo Itabirense Football Club. "Mas após sofrer 13 gols em um jogo, ele nunca mais quis ser goleiro", comenta o herdeiro Renê Santana. A passagem sem sucesso pelo gol reforçou a ideia de se aventurar na linha. "As peladas, que antes aconteciam na rua, ele passou a jogar no Itabirense". Foi essa a rotina do meia-direita pelos menos até os 12 anos.

Telê ao lado de companheiros de equipe
(Créditos: Arquivo Pessoal/Renê Santana)

A seguir, sob os cuidados dos tios Maria e Eurico, Telê teve sua primeira experiência profissional, em uma cooperativa da Usina Queiroz Júnior, no bairro Esperança. Simultaneamente, reforçava o time do Usina Esperança Futebol Clube - anos antes, o clube havia revelado o meia Paulo Florêncio, que disputou a Copa América de 1942. "Ele trabalhava e também jogava. Inclusive, no restante da carreira, Telê foi um dos poucos jogadores que tinham carteira assinada. Isso aconteceu por causa de Itabirito", assegura Renê Santana.

O bom filho a casa torna

A volta ao Itabirense aconteceu menos de dois anos depois, seguindo os mesmos moldes. Telê conciliava os treinos e jogos pela equipe do coração com a rotina de auxiliar de escritório. O estabelecimento, neste caso, era uma fábrica de calçados ligada a um diretor tricolor. A combinação consta em seu primeiro registro junto à Liga Amadorista local, datado de 1947. Talento precoce, ele ainda era menor no período e, por isso, coube ao tio Eurico Silva a assinatura.

Primeiro registro do atleta na Liga local
(Créditos: Arquivo/Itabirense Esporte Clube)

O rendimento do garoto chamou a atenção do União Sport Club, principal rival à época. Aproveitando um período sem jogos do Itabirense, o União firmou acordo para tê-lo em um duelo decisivo. No dia, o preterido foi o atacante Edmundo. "O técnico avisou a ele que colocaria Telê para jogar a pedido de uns dirigentes", conta Renê Santana, que soube do fato anos depois por meio do ex-companheiro do pai. "Ele joga um pouco e eu tiro. Você entra e joga seu jogo", disse o técnico. A promessa, porém, não foi cumprida. Telê, de 16 anos, foi o melhor em campo. Com isso, Edmundo permaneceu no banco.

Luto e adeus a Itabirito

Aquele foi um dos últimos capítulos na cidade. Com a perda da tia Maria, Telê se mudou aos 17 anos para São João del-Rei, onde moravam seus pais. Depois, aprovado em teste no Fluminense, foi para o Rio. Apesar da distância física, as chuteiras de couro fabricadas em Itabirito - preferência do meia-direita - e as amizades alimentavam os laços. "Restava a nós a alegria de ficar ao pé do rádio para ouvir as transmissões das partidas do Fluminense", diz o ex-vizinho Luiz Corradi Júnior, hoje com 86 anos, que deixava de lado a paixão pelo Botafogo para torcer por Telê. "Quando ele marcava um gol, a gente vibrava".

Estátua na região central de Itabirito
(Créditos: Vinícius Dias/Blog Toque Di Letra)

Há nove anos, uma estátua em tamanho real do ex-jogador e treinador é um dos principais pontos turísticos da cidade. A expectativa é de que, em breve, um memorial em homenagem ao ídolo itabiritense seja instalado na região central. "Para mim, representará uma grande conquista", confirma Renê, diretor-executivo do instituto que leva o nome do pai. "Terá todo o acervo, com imagens, objetos, camisas e textos", detalha.

Arrecadação celeste cresce 70%

Vinícius Dias

O Conselho Deliberativo do Cruzeiro se reunirá na próxima segunda-feira, dia 25 de abril, para analisar as contas do clube referentes ao exercício de 2015. Conforme o Blog Toque Di Letra apurou, a grande novidade será um crescimento de cerca de 70% na arrecadação quando comparada à do exercício anterior.

Conselho celeste se reunirá na segunda
(Créditos: Site Oficial do Cruzeiro/Reprodução)

Em 2014, o balanço apresentou receita líquida de R$ 203 milhões. No ano passado, atingiu a faixa de R$ 343 milhões. O montante foi impulsionado pelas negociações de jogadores como Éverton Ribeiro, Ricardo Goulart e Lucas Silva, vendido ao Real Madrid.


Licenciada pelo Atlético, obra será lançada em BH na próxima
terça-feira; 'estou muito ansioso e feliz', assegura Lobo Mauro

Vinícius Dias

Na próxima terça-feira, dia 26 de abril, os torcedores atleticanos terão a chance de relembrar a épica trajetória que culminou na conquista da Copa Libertadores de 2013. A Loja do Galo Savassi sediará, das 17h às 19h, o lançamento do DVD Quando se sonha tão grande, a realidade aprende. A produção, idealizada após a classificação diante do Tijuana, com direito a pênalti defendido pelo goleiro Victor já nos minutos finais, é assinada por Mauro Reis, mais conhecido como Lobo Mauro.


"Quando publiquei o vídeo de divulgação nas redes sociais, um camarada disse: 'isso é gravidez de elefanta. Ufa'. Eu hei de concordar. Esse tal de partiu, Riascos foi um parto. Trabalho com o curta desde 2013", afirma o cineasta ao Blog Toque Di Letra. Com bom humor, Lobo deu ao vídeo o título de odisseia, em referência aos obstáculos enfrentados no processo. "Estou muito ansioso e feliz com o lançamento", diz.


Ponto alto do DVD, o curta-metragem homônimo chega referendado por dois prêmios na 5ª edição do Cinefoot, além do Guirlande d'Honneur, na Itália, em 2014. Amparada por um financiamento coletivo e licenciada pelo Atlético, a obra ainda traz extras inéditos. "DVD de 15 minutos não vale. Produzi, então, quase um longa de extras. Megalomaníaco, não?", brinca. Como naquela madrugada do dia 25 de julho de 2013, o sentimento é de alma completamente lavada.

Loja do Galo Savassi
Rua Antônio de Albuquerque, 481, Loja 09
Telefone: (31) 3225-2261


Oficialmente, clube reafirma a parceria com a Penalty, mas
acordo com marca inglesa é dado como certo nos bastidores

Vinícius Dias

A linha de uniformes 2016 do Cruzeiro será lançada no próximo mês. A nova coleção vai marcar oficialmente o início da parceria entre o clube e a Umbro. A troca de fornecedor de material esportivo já é dada como certa nos bastidores, conforme o Blog Toque Di Letra apurou junto a quatro fontes - ligadas ao clube e ao mercado. A confirmação do acordo, porém, ainda não tem data prevista.


Conforme relataram as fontes, as prévias dos modelos que serão usados pelos atletas na sequência desta temporada foram aprovadas há cerca de um mês. Na fase atual, o clube discute com o novo fornecedor os últimos detalhes do lançamento oficial, que acontecerá antes da estreia celeste no Campeonato Brasileiro – em duelo com o Coritiba, previsto para 14 ou 15 de maio, no Couto Pereira. "A intenção é inovar", disse uma fonte ouvida nos últimos dias.

Camisas utilizadas pelo Cruzeiro hoje
(Créditos: Penalty/Cruzeiro/Divulgação)

O Cruzeiro confirma a intenção de fazer o lançamento para o Campeonato Brasileiro. Porém, nega o acordo com a Umbro. "O contrato hoje é com a Penalty, com a Cambucci. O lançamento será feito com o fabricante atual", afirmou o diretor comercial do clube, Róbson Pires, quando consultado na sexta-feira. O Blog tentou contato com Eduardo Dal Pogetto, gerente de Sports Marketing da Umbro, mas não teve sucesso.

Chegada às lojas oficiais

A reportagem apurou que, apesar de negativa oficial, a definição já vem pautando, inclusive, o planejamento de mercado. Lojas da rede oficial do clube, em cidades diferentes, já realizaram pedidos à nova fornecedora. A expectativa é de que a primeira remessa da nova linha seja disponibilizada entre os dias 10 e 13 de maio. Por outro lado, não há mais previsão de chegada de artigos da coleção atual.

Lojas já fazem pedidos da nova coleção
(Créditos: Site Oficial do Cruzeiro/Reprodução)

Um dos argumentos utilizados nos bastidores para justificar a demora no anúncio é o fato de o Cruzeiro ainda vestir e, principalmente, comercializar materiais assinados pela Penalty. A atual camisa um, por exemplo, foi uma das mais bem aceitas dos últimos anos, mas, curiosamente, já tem sido vendida com desconto.

Raposa à caça de equilíbrio

Douglas Zimmer*

Salve, China Azul!

Encerrada a primeira fase do Campeonato Mineiro, diversas dúvidas continuam pairando sobre a cabeça do torcedor cruzeirense. Afinal de contas, o que esperar desse Cruzeiro de Deivid? É possível apostar na manutenção da longa invencibilidade e no crescimento do time ou o nível dos adversários enfrentados até aqui mascarou possíveis deficiências?


Foram nove vitórias e apenas dois empates. A expressiva vitória contra o Atlético, no Independência, foi o resultado que mais chamou a atenção. A defesa foi o ponto forte do time, tanto que o ataque não precisou ser tão produtivo para consolidar a liderança. Enquanto as redes celestes foram vazadas seis vezes, o torcedor gritou gol em 18 ocasiões - sete tentos a menos que o melhor ataque. Para se ter uma ideia, os artilheiros celestes são Alisson e Rafael Silva, com modestos três gols cada. Muito aquém de qualquer disputa por artilharia.

Festa: líder com nove pontos de frente
(Créditos: Washington Alves/Light Press)

O copo meio cheio diz ao torcedor da Raposa que, apesar dos pesares, a equipe alcançou as semifinais do campeonato estadual de maneira invicta, como líder e, ainda por cima, com a maior vantagem de um primeiro para um segundo colocado desde que a atual forma de disputa foi adotada na competição - considera-se a temporada de 2005, quando passamos a ter 12 equipes no módulo I.

A caminho do Brasileirão

Em contrapartida, os confrontos vencidos na 'bacia das almas' e quase a fórceps deixaram o cruzeirense apreensivo algumas vezes. Há quem diga que a liderança com sobras que o Cruzeiro conquistou se deve ao que os outros times deixaram de mostrar. Mas fato é que a falta de parâmetros para julgar o que está por trás dessa 'supremacia' é, para muitos, motivo de cautela. Afinal, estamos na iminência de começar a encarar adversários mais qualificados nos torneios nacionais.

Deivid chega à reta final com confiança
(Créditos: Washington Alves/Light Press)

Na minha visão, qualquer análise, por mais fria que seja, continua sendo prematura. O Cruzeiro ainda tem muito a melhorar. Seja na parte técnica, seja na intensidade, seja na falta de destaques individuais, as carências precisam ser corrigidas. Mas é inegável que os resultados, pelo menos por enquanto, dão respaldo ao trabalho que vem sendo bancado pela direção do clube. Não acho que seja hora de fazer loucuras, mudanças drásticas, porém a verdade é que ainda há muito caminho pela frente até que seja encontrado o equilíbrio.

E você, caro leitor? O que você tem achado do Cruzeiro até aqui? Quais suas expectativas para a sequência do ano?

*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção Fala, Cruzeirense!


Tratado como baixa nos bastidores do Leão do Bonfim, jogador
irá aos EUA conhecer projeto, mas diz: 'aguardo algumas coisas'

Vinícius Dias

Um dos destaques da primeira fase deste Campeonato Mineiro, com seis gols e quatro assistências em nove jogos, Mancini deve dar sequência à carreira fora do estado natal. Nos bastidores do Villa Nova, clube com o qual tem contrato até maio, o meia-atacante, de 35 anos, já é tratado como baixa para a disputa da Série D do Campeonato Brasileiro. Por ora, a ida para o exterior é o caminho mais provável.

Mancini em ação no Campeonato Mineiro
(Créditos: Villa Nova A.C./Divulgação)

Mancini analisa uma oferta realizada por uma equipe dos Estados Unidos e planeja desembarcar no país nos próximos dias. "Vou dar uma ida lá para conhecer o projeto, conhecer o clube", disse ao Blog Toque Di Letra. A definição, contudo, não deve ser imediata. "É um destino que me agrada, mas eu ainda aguardo algumas coisas", ponderou, exemplificando depois. "Uma Série A, entendeu?".

Fora da Série A desde 2012

A última vez que o jogador atuou na elite nacional foi em 2012, com a camisa do Bahia. Nos últimos dois anos, no América, disputou a Série B. Com o quarto lugar, o Coelho conseguiu o acesso em 2015, mas Mancini não teve o contrato renovado.


Caldense emplaca quatro nomes no time ideal; nas semifinais
após 11 anos, URT tem três atletas e técnico Ademir Fonseca

Vinícius Dias

Com direito a campanha histórica da URT e a rebaixamento do tradicional Guarani, que estava desde 2011 no módulo I, chegou ao fim no domingo passado a primeira fase do Campeonato Mineiro. Na avaliação do comentarista Wilson Drumond, conhecido como Manula, essa foi a edição mais parelha dos últimos anos. "Foi muito disputada, visto que a diferença entre o quinto lugar e o 11º (rebaixado) foi de apenas dois pontos", diz. Especialista em futebol mineiro, ele também escalou, a convite do Blog Toque Di Letra, uma seleção de destaques do interior.


A Caldense é o time que teve mais indicados: o zagueiro Paulão, o lateral-esquerdo Rafael Estevam, o armador Ewerton Maradona e o centroavante Rafamar. Campeã do interior, a URT emplacou três atletas na seleção: o goleiro Follmann, o lateral-direito Alex e o volante Ramos. Sexto colocado, o Villa Nova também cedeu três: o zagueiro Rafael Morisco, o meia-atacante Mancini - artilheiro do interior, com seis gols - e o atacante Fábio Júnior. Bruno Moreno, volante do Tricordiano, completa a lista.

(Arte: Douglas Vogel Zimmer/Blog Toque Di Letra)

"Chama atenção a predileção por jogadores experientes e a escassez de novos talentos. Apenas um (Follmann) tem menos de 25 anos. A média é superior a 29 anos e a do quarteto ofensivo passa dos 33 anos", analisa Manula. O especialista cita o meia-atacante Mancini, único atleta a marcar gols contra os três da capital, como craque do interior. "Não houve uma grande revelação. Talvez mereça destaque o Paulo Otávio, jovem, de 21 anos, do Tombense. Lateral-esquerdo bem ofensivo, que fez gols e boas partidas contra Atlético e Cruzeiro", completa.

Ademir Fonseca no comando

A seleção do interior foi escalada no 4-4-2, esquema preferido do técnico Ademir Fonseca, escolhido para comandá-la. "Ele assumiu o time montado pelo Edson Porto, que foi demitido antes do campeonato, e deu sua cara, deixando os badalados Daniel Marques, ex-Atlético, e Rodrigo Possebon, ex-Manchester United, na reserva. A URT foi um time forte na marcação e veloz no ataque. Méritos totais", avalia.