O maluquinho que dá cara de Galo ao Atlético

Alisson Millo*

Não faz muito tempo, este que vos escreve publicou neste espaço um texto exaltando o lateral-esquerdo Fábio Santos. Novamente, nosso camisa 6 foi importante na vitória sobre o Atlético-GO, mas o foco desta humilde crônica é outro, com um personagem diferente. Diferente para não dizer único. Ou, apelido que ele mesmo assumiu, maluquinho.


Muito já foi dito a respeito de Luan. Que ele é incansável, não para, mesmo que seu corpo em alguns momentos pareça não aguentar. Apesar da qualidade técnica superior a de alguns nomes cativos no time titular, a característica principal do meia-atacante é a raça. Poderíamos falar do entrosamento dele com Marcos Rocha pelo lado direito, do gol inusitado que ele marcou na última quinta-feira, mas não. Raça! Quando o assunto é Luan, não tem como não falar de outra coisa.

Maluquinho foi herói alvinegro em 2014
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Um dos ditados de arquibancada do Galo é o de que um jogador que entrega a alma ao clube costuma valer mais do que um excelente, mas apático. Aí aparece um cara vindo da Ponte Preta, desconhecido em um time de medalhões, e se torna referência. De aposta a uma boa opção de banco e, pouco depois, indispensável. Decisivo contra o Tijuana em 2013, herói contra o Flamengo em 2014. Hoje, a importância do menino maluquinho vai além dos gols chorados no finalzinho. Ele é a solução para a maior carência que o elenco mostrou neste ano: a falta de espírito de Atlético.

Um atleticano dentro de campo

Lutar, lutar, lutar, com toda nossa raça para vencer. Essa frase deixou de ser um verso do hino e virou mantra na cabeça de Luan desde que ele chegou. Um jogador comum talvez já tivesse desistido da carreira com o histórico de lesões do camisa 27. Confesso até que achei que talvez ele não voltaria a atuar em alto nível. Mas esqueci que ele é a personificação do 'Galo Doido', e não seria um mero joelho ou coxa que o faria desistir. Pelo contrário, o esforço de Luan, com ou sem dores, é comovente.

Luan e Léo Silva: a história lado a lado
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Esforço esse que rende ovação atrás de ovação da massa. Grandes ídolos têm crédito aos montes com a torcida. Não importa quantos gols defensáveis Victor sofra, ele sempre será santo. Não importa quantas vezes Léo Silva falhe, ele sempre será o maior zagueiro da história do Atlético. Com Luan, não importa quanto tempo passe, quantas vezes ele vá para o DM, ele sempre será um ícone do Atlético. 13 é Galo, mas hoje o Galo é 27. O cara que carrega a alma de Galo nas costas é 27.

O cara que contagia a torcida, mostra vergonha na cara e vontade de vencer de sobra também é ele: Luan. Alguns jogadores têm uma aura especial, uma identificação quase sobrenatural com um clube ou outro. Quiseram os deuses do futebol que, no caso do 'Menino maluquinho', essa ligação fosse com o Atlético. Somos eternamente gratos por isso. Do mesmo jeito que o nome de Luan estará eternamente na história do clube. Uma vez até morrer.

*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
Goleiro titular e atual capitão da seção Fala, Atleticano!

4 comentários:

  1. Lindo texto sobre o nosso Menino Maluquinho

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  2. Se ao menos uns três jogadores do Galo tivesse esse espírito guerreiro do Luan, difícil seria o Galo ser derrotado, é uma pena que a maioria só pensa no salário.

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  3. Bando de jogadores sem alma pra jogar pelo CAM... Precisam aprender com Luan.
    Cara simples, humilde que entra em campo e se entrega à camisa que veste. Pra nossa sorte, a camisa é a do CAM.

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  4. Sensacional o texto parabéns! ⚫️⚪️��

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