11 torcedores em campo e o Cruzeiro ideal

Douglas Zimmer*

Salve, China Azul!

Eu vou parar de acompanhar o Cruzeiro. Sim. Pelo menos até 17 de janeiro de 2018, tirarei férias. Assim que o árbitro apitar o fim do jogo contra o Botafogo, neste domingo, vou tentar não me envolver com o clube, em especial com especulações. Farei diferente no ano que vem. Não vou criticar contratações e tampouco esperar por nomes específicos. Sei que aqui é Cruzeiro, mas não consegui não pensar no que teria acontecido se tivesse sido nosso staff de futebol a contratar, com todo o respeito, Cortez, Jael, Léo Moura, entre outros, para a disputa de Libertadores. Seria uma corneta desenfreada. Inclusive de minha parte, acredito.


Entretanto, malgrado o time gaúcho tenha nos superado no número de conquistas do maior torneio sul-americano, podemos e devemos tirar algumas lições para aplicar em nossa realidade. Não vejo o grupo do Cruzeiro tão bom que não precise de reforços, porém também não o acho tão ruim a ponto de precisar de uma caravela cheia de jogadores vindos sabe-se lá de onde. É preciso planejamento. Saber onde estão nossas limitações, pontos fracos e, com planejamento, contorná-los.O Grêmio fez isso brilhantemente. Deu tempo ao tempo e, com um trabalho relativamente longo para os padrões brasileiros, chega agora ao ápice sem ter feito loucuras.

Thiago Neves: símbolo do penta celeste
(Créditos: Marcello Zambrana/Light Press/Cruzeiro)

Não quero aqui defender que contratemos apenas apostas, atletas relegados, questionados ou que passam por má fase por aí. Contudo não creio que o caminho seja acreditar que a solução para enfrentar o ano que nos espera esteja nas individualidades, em nomes que podem chegar e não dar o retorno esperado apesar do alto investimento. Chegou a hora de o Cruzeiro voltar a formar um grupo que saiba o peso da camisa que veste, que lute até o fim para honrar as tradições do clube e não abra mão de disputar nenhum centímetro de gramado enquanto houver chances. O elenco está no caminho certo: vejo um espírito de união incomum.

Empréstimo sem direitos fixados

Em suma, amigo leitor, além de bons jogadores, gostaria que o Cruzeiro entrasse em campo com '11 torcedores'. Homens que levem a campo toda a energia, vibração e responsabilidade que um de nós teria. Foi isso que senti na quarta-feira quando vi a entrega tática, técnica e física dos gremistas. Talvez seja isso que precise ainda ser trabalhado para que no ano que vem tenhamos ainda mais sucesso. Sou muito grato pelo penta da Copa do Brasil. Foi fantástico. Inesquecível. É essa pegada que não se pode perder. Seja quem for que vestir a camisa celeste, apoiarei e cobrarei proporcionalmente ao desempenho, não ao nome estampado nas costas.

Fábio: número 1 da história do Cruzeiro
(Créditos: Cristiane Mattos/Light Press/Cruzeiro)

Quero muito que os personagens que guardaremos na memória sejam lembrados pelo que construíram, constroem e construirão aqui no Cruzeiro Esporte Clube, independentemente da fama além de nossas fronteiras. Conhece-te a ti mesmo, meu Cruzeiro querido. Enquanto isso, em frente, pois domingo temos nosso último encontro neste ano.

Força, Cruzeiro!

*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção Fala, Cruzeirense!

5 comentários:

  1. Parabéns Douglas,uma opinião legítima de um verdadeiro Cruzeirense! Assim devemos ser, apaixonados pelo clube, mas não desvairados e insanos como de certos clubes!

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  2. Não vejo o Grêmio "tão exemplo" assim. Ok, levou o título, porém, é preciso contextualizar a coisa pois a conquista veio por uma série de circunstâncias. Primeiro que o time "melhorzinho" que o Grêmio pegou foi o Botafogo, seguido de Barcelona de Guayaquil
    (e perdeu o jogo de volta em POA) e a final foi contra o Lanús - um "time de bairro" do nível 6alinho mineiro, mesmíssimo patamar. Ou seja, na reta final jogou contra "dois ninguém's".

    Na hora que bateu de frente com Cruzeiro, Palmeiras e Corinthians a história foi bem outra. Portanto acho que eles podem comemorar muito mesmo, principalmente o Renato Gaúcho que já derrubou Vasco e Fluminense p segunda divisão e perdeu de forma espetacular a Libertadores/2008 p LDU. Outra teta igual a deste ano só jogando na Mega-Sena.

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  3. Infelizmente tivemos um exemplo triste de menosprezo quando disputamos aquele campeonato mundial em vez de perdermos com os homens que ganhara à libertadores, trouxeram, o tal pantera cor de rosa, Bebeto e nem me lembro se teve mais, Trazer reforço agora para o Cruzeiro tudo bem se necessário, agora trazer jogadores piores do que os que temos é outra cacetada que vamos levar ao mesmo tempo que seríamos injustos com os que brigaram até agora. Um abraço. Douglas.

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  4. Caro Douglas Zimmer, será melhor coisa que você irá fazer. Vai chegando o final do ano, a gente fica de "saco cheio" de futebol. Além do mais o futebol de hoje está muito"comercial". Poucas pessoas ganham muito dinheiro e os torcedores ficam "racando" os cabelos de raiva com o seu respectivo time. Isso tem que acabar. Futebol é só um laser e as pessoas ficam muito envolvidas emocionalmente com este esporte. Tirar férias do futebol é ótimo. Na verdade, ficar sem o futebol é muito melhor a gente tem mais tranquilidade. A vida é melhor.

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  5. Com esse papo de onze torcedores vão eternizando Léo e Henrique de titulares. E os dois são limitados tecnicamente.

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