Hexa, Cruzeiro receberá R$ 10,8 mi da Caixa

Vinícius Dias

Além da cota de R$ 50 milhões na decisão - entre as oitavas e as semifinais, o clube já havia arrecadado R$ 11,9 milhões -, o hexacampeonato da Copa do Brasil valeu ao Cruzeiro um salto no ranking de patrocínios da Caixa em 2018. Pelo título conquistado sobre o Corinthians, há duas semanas, na Arena Corinthians, a Raposa receberá bônus de R$ 800 mil. Com isso, totaliza R$ 10,8 milhões, superando o arquirrival Atlético.

Lucas Silva comemora título em SP
(Créditos: Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C.)

O contrato com o banco, renovado em abril, inclui bônus por conquistas. Conforme o Blog Toque Di Letra apurou, o formato, estendido aos demais clubes patrocinados, prevê R$ 2,5 milhões pelo Mundial, R$ 2 milhões pela Libertadores, R$ 1,5 milhão pelo Campeonato Brasileiro, R$ 800 mil pela Copa do Brasil e R$ 800 mil pela Copa Sul-Americana. Os valores foram reajustados neste ano. Em 2017, o penta rendeu R$ 500 mil.

Galo e Coelho não terão bônus

A logomarca da Caixa estampa as camisas de 11 dos 20 clubes da elite nacional. A parceria com Atlético e Cruzeiro teve início em 2016 - neste ano, o acordo garantiu R$ 10 milhões fixos a cada, R$ 1 milhão a menos do que na última temporada. No caso do América, a relação começou em 2017 - o Coelho teve direito a uma cota de R$ 4 milhões em 2018. O Flamengo lidera o ranking de patrocinados, com R$ 25 milhões fixos.

Gol pelo Cruzeiro: Fred bate recorde no Mineirão

Vinícius Dias

De volta ao Mineirão após 216 dias, Fred bateu um recorde ao abrir o placar da vitória do Cruzeiro sobre o Paraná, nesse sábado, por 3 a 1. O jogador se tornou o primeiro a balançar as redes do Gigante da Pampulha com quatro camisas diferentes desde a reinauguração, em 2013. Fred estava empatado com Lucca, que fez gols por Cruzeiro, Criciúma e Corinthians, e Diego Souza, que marcou por Cruzeiro, Fluminense e São Paulo.

Fred marcou gol após nove meses
(Créditos: Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C.)

O primeiro tento do teofilotonense no novo Mineirão foi assinalado com a camisa da seleção brasileira, em junho de 2013, no triunfo por 2 a 1 diante do Uruguai, nas semifinais da Copa das Confederações. O segundo, pelo Fluminense, veio quase 18 meses depois: em dezembro de 2014, na derrota por 2 a 1 para o Cruzeiro, que comemorava o tetra brasileiro. Pelo Atlético, foram seis entre junho de 2016 e fevereiro de 2017.

Números pelo Cruzeiro no estádio

Fred tem 37 gols em 44 jogos pela Raposa no Gigante da Pampulha desde a estreia, em 05 de agosto de 2004, quando fechou o placar da vitória por 2 a 0 sobre o Internacional. Naquele ano, o camisa 9 somou 12 tentos em 15 atuações. Em 2005, foi artilheiro do estadual e da Copa do Brasil, balançando as redes 24 vezes em 23 partidas. Neste retorno, deixou sua marca pela primeira no sexto duelo em que participou no estádio.

Bolsonaro ignora esporte, 'âncora' de Haddad

Vinícius Dias

Encerrando uma das mais acirradas disputas da história recente, o Brasil conhecerá seu próximo presidente neste domingo, dia 28 de outubro. Enquanto Jair Bolsonaro (PSL) é apoiado por nomes como os pentacampeões Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho, a candidatura de Fernando Haddad (PT) viu organizadas de clubes rivais se unirem no Manifesto das Torcidas pelo Brasil. Mas, afinal, quais serão os rumos do esporte?


Quando o assunto são os projetos de governo, no entanto, apenas o petista apresenta propostas para o setor no país que, entre 2014 e 2016, sediou os dois maiores eventos do planeta: a Copa do Mundo e as Olimpíadas. O levantamento feito pelo Blog Toque Di Letra considerou exclusivamente os documentos disponíveis no Sistema DivulgaCandContas, do Tribunal Superior Eleitoral - TSE, para o segundo turno.

Universidade do Esporte nos planos

Fernando Haddad define o esporte como "potente âncora econômica" e dedica um capítulo a ideias para o setor, que também aparece associado a direitos das juventudes, segurança pública, cultura e educação. Entre as propostas estão a criação do Sistema Único do Esporte - definindo o papel de União, estados e municípios, a exemplo do SUS - e da Universidade do Esporte, aliando ensino, pesquisa e extensão.

Bolsonaro e Haddad disputam 2ºturno
(Créditos: Facebook/Reprodução)

O ex-ministro, que exalta o legado das gestões do PT, também pretende relançar o Plano Brasil Medalhas e ampliar os investimentos na Rede Nacional de Treinamento. Para o futebol, propõe a implantação do Programa de Modernização da Gestão do Futebol, por meio do BNDES, além de apoio à construção de calendário unificado, garantindo atividade anual para todas as séries e campeonatos, e à estruturação do futebol feminino.

Educação física no Saúde da Família

No plano de governo de Jair Bolsonaro, líder das pesquisas de intenção de voto, não há capítulo específico nem sequer uso do termo esporte ao longo das 81 páginas. Em uma referência indireta, na seção de saúde, o deputado federal propõe "a inclusão dos profissionais de educação física no programa de Saúde da Família, com o objetivo de ativar as academias ao ar livre como meio de combater o sedentarismo e a obesidade".

A volta de Levir: o 'burro' precisará de sorte

Alisson Millo*

Caiu o 'estagiário' no Atlético. Sem cacife para deixar os medalhões de lado, na reserva, Thiago Larghi foi vítima das próprias convicções e incoerências. Para o lugar dele retornou o ídolo, aquele que nem deveria ter saído, o burro com sorte. Sai o aprendiz, entra o cascudo Levir Culpi. O cara com a experiência necessária para apagar o princípio de incêndio antes que ele se alastre e transforme em cinzas o planejamento da temporada inteira, que, convenhamos, já não foi nada excepcional.


Na primeira partida sob o comando de Levir Culpi, faltaram a tradicional burrice e, principalmente, a tradicional sorte. Fabio Santos perdeu pênalti, Luan se tornou o melhor camisa 10 do Fluminense e os três pontos bateram, literalmente, na trave. O resultado disso: várias críticas a Luan, que até sábado era ídolo, inquestionável e intocável. "Quem dera o Atlético tivesse outros Luan's no elenco", diziam alguns.

Técnico reestreou no Galo com revés
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Sem defender o jogador - não sou pago para tal nem sou tão fã assim dele. Mas o caso é semelhante ao do goleiro Victor há algum tempo, quando caiu em desgraça por supostamente estar usando o crédito de 'santo' enquanto se transformava em um goleiro comum. Quando a fase é boa, medianos se tornam gênios. Quando a fase é ruim, gênios se tornam imprestáveis. Luan não é gênio, nunca foi. Mas sempre demonstrou uma entrega bem maior do que muitos craques em potencial no Atlético.

Erro de Luan, gol do Fluminense

Claro, o próprio não se ajuda muito. Ao longo deste ano, foram várias entrevistas desnecessárias, que soaram quase como um esforço para se queimar. Mal sabia ele que só precisava errar um passe e ficar ajoelhado enquanto vê o time tomar o gol. Mas, particularmente, não acredito que essa seja a intenção dele. Talvez o status de ídolo tenha tirado o foco, subido à cabeça, e é nessas horas que um treinador cascudo entra em ação: consertar a cabeça de um bom jogador que vem em má fase.

Luan falhou no lance do gol tricolor
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Por falar em Levir, há algum tempo Rafael Carioca era a base e o coração do meio-campo do treinador. A crítica sobre ele era que ele não dava carrinho. Agora recai sobre Luan o estigma de 'ele só dá carrinho'. Talvez um Luan Carioca fosse o maior jogador de todos os tempos do Atlético. Mas, falando sério, uma birrinha infantil fez com que Rafael Carioca fosse embora e o Atlético ficasse sem um de seus melhores meio-campistas. Não é o caso de fazer o mesmo com Luan. Críticas são bem-vindas e necessárias, mas não a ponto de querer afastar um nome sabidamente importante.

Ainda bem que nosso novo comandante tem muita sorte. O antigo era cheio de certezas, vingou, mas acabou sucumbindo diante delas. Para dar um rumo novo para o Atlético, Levir vai precisar de muito trabalho. E muita sorte também. Para lidar com um elenco limitado, com uma direção sem habilidade e com uma torcida muito exaltada.

*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
@amillo01 no Twitter, capitão da seção Fala, Atleticano!

O novo 6x1: maior de Minas e da Copa do Brasil

Douglas Zimmer*

Salve, China Azul!

Salve! Seis vezes salve. Confesso que a ficha ainda não caiu completamente. Conforme o Cruzeiro ia avançando as fases, eu sempre ia alimentando mais um pouquinho a esperança de ser campeão mais uma vez. Cada minuto de bola rolando nessa Copa do Brasil foi se transformando em um minuto de sonho que eu ia agregando às minhas noites, às vezes mal dormidas. Até os acréscimos do jogo de quarta-feira eu ainda estava perplexo, quase que atônito diante da iminência de levantar pela sexta vez, a segunda seguida, essa taça que tanto tem a cara do maior de Minas. Agora, isoladamente, o Cruzeiro é o maior campeão da Copa do Brasil e, de quebra, o time brasileiro com mais títulos nacionais no século XXI.


E se a Copa do Brasil tem o jeito do Cruzeiro, a recíproca é verdadeira. O Cruzeiro deste ano parece que foi forjado milimetricamente para essa conquista. Como quase tudo nessa vida, o resultado não é fruto de apenas uma variável. Muitos são os responsáveis pelo título, cada um com seu grau de importância em tempos e situações distintas. Como corneteiro assumindo que sou, não posso deixar de reconhecer o trabalho de cada um. A direção, por exemplo, que não raramente é alvo de críticas por minha parte quando da montagem dos elencos e do planejamento para as temporadas, acertou na medida certa em pontos cruciais. A manutenção de praticamente toda a equipe que havia sido penta no ano passado e de seu comandante, bem como a chegada de reforços pontuais como Edilson, Egídio e Barcos, especialmente, foi de suma importância. Ponto para essa nova gestão, que começa seu trabalho muito bem - pelo menos em termos de resultados.

Por falar em comandante, é preciso tirar o chapéu para Mano Menezes. Soube levar o elenco quase que ao limite em todas as fases do torneio, dando uma identidade única à equipe, unindo seu estilo defensivo a um aproveitamento muito bom das chances dadas pelos adversários. O time estava em sintonia perfeita com os pensamentos do treinador, muito obediente taticamente e surpreendentemente efetivo, em especial nas partidas fora de Belo Horizonte. A Raposa venceu todos os seus adversários longe de Minas Gerais e, apesar de alguns sustos desnecessários, segurou a barra em casa e foi eliminando-os um a um. Por fim, quando precisou dar início a um confronto como mandante, justamente na grande decisão, Mano foi mais uma vez perfeito em seu esquema e montou uma estratégia que nos permitiu um domínio quase que absoluto dos 180 minutos de batalha.

Seis vezes Cruzeiro: torcida festejou em SP
(Créditos: Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C.)

O grupo de jogadores esteve, como diriam os mais antigos, mais frio que o outro lado do travesseiro. Não consigo me recordar de nenhum momento em que os jogadores tenham aparentado nervosismo além do natural e falta de concentração. Seria injusto de minha parte escolher um ou dois nomes para realçar, mas é inevitável lembrar algumas situações. Fábio foi novamente fantástico. Os três pênaltis defendidos contra o Santos já seriam motivo suficiente para dar a ele boa parte dos créditos. Mas ele foi além. Leo e Dedé se mostraram muito sólidos. Uma dupla que está cada vez mais afinada e evolui constantemente. Egídio e Edilson, ainda que não jogando seu melhor futebol, deram a tranquilidade que faltava à defesa. Barcos foi fantástico nos jogos contra o Palmeiras. Queimou minha língua, inclusive. Arrascaeta saiu do Japão para encerrar o último ato da conquista em Itaquera. Enfim, é injusto de minha parte falar só de alguns nomes, mas saibam que todos estão de parabéns e fizeram um trabalho incrível. Todos. Sem exceção.

A torcida, nossa apaixonada torcida, deu seu já tradicional show dentro e fora de campo. Apoio e festa tanto em casa como em terreno adversário. A esperança de se tornar o maior campeão da Copa do Brasil estampada em cada rosto, resumida em cada gesto de fé, em cada grito de gol, transformada em realidade na explosão do apito final e da festa que tomou conta de Belo Horizonte e de Minas Gerais toda. Onde houver um cruzeirense nesse mundão, haverá um incurável sonhador, um inesgotável guerreiro, um inabalável torcedor. Durante esta conquista não foi diferente. Essa taça é para cada um dos milhões de cruzeirenses espalhados pelo planeta. Eu, ainda que more longe do centro desse universo tão maravilhoso, me sinto muito honrado, agradecido e feliz por fazer parte de mais essa página.

Força, Cruzeiro!

*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção Fala, Cruzeirense!

Cruzeiro: pela sexta página heroica e imortal

Douglas Zimmer*

Salve, China Azul!

Meus amigos, estamos há um passo de levantar pela sexta vez a Copa do Brasil. Encontramo-nos literalmente a 90 minutos de segurar a taça com as duas mãos e podermos dizer: é nossa. É nossa não só porque, caso aconteça, seremos os campeões de 2018, mas também porque somos, sem sombra de dúvidas, o clube que mais se identifica com essa competição que sabe ser emocionante como poucas. A Copa já está em casa, tendo em vista que somos os atuais campeões. Temos a nobre e muito difícil tarefa de manter o caneco por mais um ano na Toca da Raposa.


Como o Cruzeiro e o cruzeirense amam essa competição! E não é só por agora estarmos em vias de disputar mais uma decisão. O torcedor celeste vive e transpira a Copa do Brasil sempre que as cores de nosso amado clube estão envolvidas na disputa. Todo cruzeirense apaixonado tem pelo menos uma boa história para contar sobre as memórias do torneio. Talvez alguns se lembrem, com sabor amargo nas palavras, dos insucessos, das conquistas que bateram na trave e das eliminações doloridas. Tudo isso faz parte da vida e não teria como ser diferente na trajetória de um clube.

Cruzeiro mira o hexa da Copa do Brasil
(Créditos: Cristiane Mattos/Light Press/Cruzeiro)

Tenho certeza, no entanto, de que os olhos do torcedor brilharão para falar sobre as nossas conquistas. Os mais vividos contarão sobre como Roberto Gaúcho foi buscar uma bola quase perdida na linha de fundo para, depois, mandar um cruzamento na cabeça de Cleison, que desempatou uma final encardida contra o Grêmio, em 1993, arrancando o grito de campeão da torcida que lotava o Mineirão e acompanhava o jogo nos quatro cantos do Brasil, acabando com 27 anos de jejum de títulos nacionais. Um fato memorável depois da terrível década de 1980.

Do Parque Antártica ao Mineirão

Com o primeiro título, o cruzeirense tomou gosto pela Copa e passou a desejá-la cada vez mais. Com o passar dos anos, vieram novas conquistas. Em 1996, veio o primeiro e único título comemorado fora de casa. Derrotamos o poderoso Palmeiras na grande final, com direito a virada no Parque Antártica depois de um empate no primeiro jogo. Em 2000, foi a vez de conquistarmos o nosso título mais sofrido. Pelo menos em termos de final. É praticamente impossível que algum dos amigos leitores ou dos demais milhões de felizardos em torcer pelo Maior de Minas não se lembre do gol de falta de Giovanni já no apagar das luzes, virando a partida contra o São Paulo, em Belo Horizonte, e garantindo o tricampeonato.

Raposa comemorou bi em São Paulo
(Créditos: Site Oficial do Cruzeiro/Arquivo)

Três anos depois, um dos maiores times que o futebol brasileiro já produziu deixou a vitória no primeiro jogo escapar aos 48' do segundo tempo, no Maracanã, mas não tomou conhecimento do Flamengo no confronto de volta. Em uma das partidas mais emblemáticas dos comandados de Vanderlei Luxemburgo, com três gols de cabeça ainda no primeiro tempo, o Cruzeiro não tomou conhecimento do adversário e os mais de 80 mil presentes no Gigante de Pampulha comemoraram nosso quarto troféu.

Do fim do jejum à luta pelo hexa

Passaram-se longos 14 anos. Nesse intervalo, tivemos grandes times. Vivemos o sonho em 2013 e 2014. Brigamos no topo em quase tudo o que disputamos. Mas a nossa tão íntima amiga se mostrava distante e insistia em não voltar aos nossos braços. No ano passado, contrariando quase todos os prognósticos, superamos excelentes equipes durante a campanha e, na decisão, vencemos o drama das penalidades máximas depois de dois empates com a bola rolando e conquistamos nosso penta diante do Flamengo. Agora, outra vez estamos na grande final, com uma pequena, mas importantíssima vantagem conquistada na semana passada.

Na ida, Cruzeiro fez a festa em casa
(Créditos: Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C.)

Tudo o que narrei até aqui, amigos, é história! Se, pela idade, tenho poucas memórias das primeiras conquistas, as mais recentes estão absolutamente vivas nas recordações e, em dias como hoje, vêm à tona a cada momento, me tiram o sono e me fazem ansiar quase que desesperadamente pelo novo título. Evidentemente, não será apenas mais um jogo. Um dia, se tudo der certo, a quarta-feira também será parte dessa pesquisa e estará junto com as demais vitórias. Por ora, guerreiros, é a história sendo escrita. É o futebol vivo, o Cruzeiro em toda a sua essência, corpo e alma em campo em busca de mais uma página heroica, imortal e inesquecível.

Força, Cruzeiro!
Nossos corações estarão todos em Itaquera, lutando com você.

*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção Fala, Cruzeirense!

Clássicos: Adilson tem 81% diante do Atlético

Vinícius Dias

Depois de 3.157 dias, Adilson Batista voltará à área técnica em um clássico mineiro. Neste domingo, o paranaense comandará o América diante do Atlético, na Arena Independência. E, no que depender do retrospecto diante do Galo, os torcedores alviverdes já têm motivos para comemorar. Nos 12 confrontos entre 2008 e 2010, sempre dirigindo o Cruzeiro, o treinador registrou 80,55% de aproveitamento.

Técnico perdeu apenas um de 12 jogos
(Créditos: Mourão Panda/América)

Sob o comando de Adilson Batista, o time celeste teve nove vitórias, dois empates e apenas uma derrota contra o Atlético. O retrospecto inclui a conquista dos estaduais de 2008 e 2009 - em ambos, a Raposa venceu o jogo de ida por 5 a 0, no Mineirão - e do Torneio de Verão, disputado no Uruguai. O único revés aconteceu às vésperas da final da Libertadores de 2009, com o Cruzeiro escalando reservas no Brasileirão.

Clássicos de Adilson Batista em Minas Gerais:

2008 - Atlético 0x0 Cruzeiro - Campeonato Mineiro
2008 - Atlético 0x5 Cruzeiro - Campeonato Mineiro
2008 - Cruzeiro 1x0 Atlético - Campeonato Mineiro
2008 - Cruzeiro 2x1 Atlético - Campeonato Brasileiro
2008 - Atlético 0x2 Cruzeiro - Campeonato Brasileiro
2009 - Cruzeiro 4x2 Atlético - Torneio de Verão/Uruguai
2009 - Cruzeiro 2x1 Atlético - Campeonato Mineiro
2009 - Cruzeiro 5x0 Atlético - Campeonato Mineiro
2009 - Atlético 1x1 Cruzeiro - Campeonato Mineiro
2009 - Cruzeiro 0x3 Atlético - Campeonato Brasileiro
2009 - Atlético 0x1 Cruzeiro - Campeonato Brasileiro
2010 - Atlético 1x3 Cruzeiro - Campeonato Mineiro

Cruzeiro de TN30 convence, mas só vence

Vinícius Dias

Finalização de perna esquerda, cabeceando para fora no rebote de Cássio aos 18 minutos. Chute de direita, de fora da área, acertando a trave do Corinthians aos 34'. Gol de cabeça já nos acréscimos, completando cruzamento de Egídio - desfalque para a volta, mas mais uma vez muito bem na ida. Um resumo da noite perfeita de Thiago Neves, o dono do jogo no Mineirão. Placar mínimo com atuação máxima do Cruzeiro de Mano Menezes, negando espaços, produzindo muito e voltando a vencer em casa.


De volta a campo seis dias depois da eliminação na Libertadores diante do Boca Juniors, a Raposa começou buscando o ataque - quase sempre pela esquerda, embora a presença de Fagner transformasse o lado direito em ponto forte da defesa alvinegra - e pressionando, mas pecando na falta de velocidade. Acuado e sem que a transição funcionasse, o Corinthians se limitava a defender. Aos 39', antes de Thiago Neves explodir o Mineirão, Cássio ainda fez defesa milagrosa na cabeçada de Henrique.

Camisa 30 decidiu o duelo de ida
(Créditos: Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C.)

Na etapa final, o Cruzeiro voltou a levar perigo e a desperdiçar chances de ampliar o placar. Aos 17 minutos, Robinho cruzou, Barcos cabeceou e a bola morreu perto do gol de Cássio. Aos 29', foi a vez de Thiago Neves cruzar, Dedé ganhar pelo alto e quase marcar. À medida que o tempo passava, o time de Mano Menezes corria cada vez menos riscos, mas ainda assim ameaçava, enquanto os comandados de Jair Ventura ampliavam a posse, trocavam passes, mas não incomodavam o espectador Fábio.

Cruzeiro convenceu, mas só venceu na noite de Thiago Neves.
Favoritismo ampliado na decisão que já poderia ter terminado.

No Atlético, a derrota é em primeiro turno

Alisson Millo*

Nas eleições do Atlético, a derrota é em primeiro turno. As propostas até parecem boas: contratar jogadores jovens, construir o futuro e desenvolver a partir daí. Nessa linha, milhões foram gastos com um monte de apostas que, na hora do vamos ver, não vemos nada. Mais do que isso, tiram espaço de talentos da base que ficam em segundo plano perante os investimentos feitos pelo nosso grande diretor de futebol.


Há pouco tempo, neste espaço, exaltei o fato de Bruninho e Hulk terminarem uma partida em campo. Depois disso, nenhum deles jogou mais. Tomás Andrade, David Terans, Leandrinho e Edinho ocupam o espaço que deveria ser de Bruno Roberto, sequer relacionado. Contra a Chapecoense, Gabriel - aquele mesmo - foi um destaque positivo em meio a tantos negativos. Embora irregular, Gabriel é infinitamente superior a Juninho. Outra opção para a zaga é Martin Rea, mas ninguém o conhece e, ao que parece, ele não terá chances tão cedo para justificar sua contratação. E segue ocupando a vaga dos jovens defensores que poderiam ser promovidos.

Atlético, de Denilson, segue em 6º
(Créditos: Pedro Souza/Atlético-MG)

No sábado, Denilson foi titular. Ele tem contrato até junho de 2023. Chegou neste ano com quatro temporadas como profissional e raros gols. Alerrandro, uma das maiores promessas recentes da base, perdeu espaço para ele. Marquinhos e Marco Túlio foram embora sem ter nenhum espaço. E quanto espaço jogadores ruins estão tendo aí hoje? Construir o futuro não passa apenas por trazer jovens unicamente pela idade. É necessário talento. Talvez a inexperiência dos dirigentes, incluindo o presidente, à frente de clubes de futebol explique a série de erros banais.

Outro que tem o problema da pouca idade e da pouca experiência é Thiago Larghi. O eterno interino, o estagiário, o aprendiz, o analista de desempenho que pouco altera o time o mesmo diante do desempenho irregular. Há aproximadamente 15 mil rodadas o Atlético está na sexta posição. Sempre longe do quinto, sempre longe do sétimo e sempre com a ilusão que alguns tentam difundir de que o Galo ainda briga pelo título. Pelo menos os 45 pontos chegaram. Se neste ano não pudemos comemorar muito, pelo menos alcançamos cedo essa marca simbólica. Chega logo, 2019!

*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
@amillo01 no Twitter, capitão da seção Fala, Atleticano!

'Bancada da bola': Série A em baixa nas urnas

Vinícius Dias

Prestes a perder representantes como o deputado federal Andres Sanchez (PT), presidente do Corinthians, e o senador Zezé Perrella (MDB), presidente do Conselho Deliberativo do Cruzeiro, que não tentaram a reeleição, a 'bancada da bola' no Congresso Nacional contará com apenas um dirigente de clube da Série A a partir de janeiro de 2019.


Entre os seis nomes que se candidataram - todos à Câmara dos Deputados -, o único eleito foi Paulo Ganime (Novo), vice-presidente de gestão estratégica do Vasco. Ainda no Rio de Janeiro, o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello (Rede), e o diretor de patrimônio cruzmaltino, Marcelo Borges (PSD), não conseguiram uma vaga.

Flamengo e Cruzeiro: dirigentes derrotados
(Créditos: Gilvan de Souza/Flamengo.com.br/Divulgação)

Em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, o diretor social do Palmeiras, Guilherme Ribeiro (PRB), não se elegeu para a Câmara dos Deputados. Mesmo desfecho, em Minas Gerais, das candidaturas do segundo vice-presidente do Cruzeiro, Ronaldo Granata (Podemos), e de Anderson Racilan (PV), membro do Conselho de Administração do América.

Votação dos dirigentes candidatos:

Paulo Ganime (Vasco) - 52.983 votos
Eduardo Bandeira de Mello (Flamengo) - 38.500 votos
Guilherme Ribeiro (Palmeiras) - 24.380 votos
Anderson Racilan (América) - 9.757 votos
Ronaldo Granata (Cruzeiro) - 9.907 votos
Marcelo Borges (Vasco) - 1.236 votos

Com Dedé e a China Azul: Cruzeiro rumo à virada

Douglas Zimmer*

Salve, China Azul!

É hora de sair da rotina. A temporada vai chegando à reta final e o Cruzeiro terá de enfrentar situações que não têm feito parte da realidade celeste em 2018. Diante do Corinthians, decidiremos a final da Copa do Brasil fora de casa depois de ter passado por todas as fases desta edição com o jogo de volta sendo realizado em Belo Horizonte. Contra o Boca Juniors, nesta quinta-feira, entraremos em campo trazendo uma desvantagem do primeiro jogo do confronto. Esse cenário só ocorreu até agora na final do Campeonato Mineiro, quando conseguimos reverter uma desvantagem de dois gols de diferença trazida da casa do adversário.


O que eu sei é que, se o Cruzeiro tinha algum favoritismo no confronto das quartas de final da maior competição sul-americana, ele foi diluído com o mau resultado em terras argentinas. Todos sabem o contexto em que o placar foi construído e, por isso, não vale a pena ficarmos aqui remoendo. Teremos a chance de buscar em campo uma vitória épica. Diria eu que o favoritismo agora está equiparado. Os argentinos trarão na bagagem o placar que os favorece, a enorme tradição que os cerca e a torcida dos demais clubes brasileiros. O Cruzeiro, por sua vez, não está sozinho nessa, uma vez que conta com sua enorme e apaixonada torcida, que, sem dúvida, acredita que é sim possível arrancar a vaga das mãos xeneizes.

Dedé: em campo para fazer história
(Créditos: Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C.)

O 'não', meus amigos, nós já temos. Não existe nada que possamos fazer para mudar o que já passou, o jogo que já foi jogado. Agora, a partida que está por vir, essa sim, deve ser encarada como última oportunidade de mudar nossa sorte na competição. Não adianta olhar para trás, pensar que não merecíamos tamanho golpe em La Bombonera, que tínhamos time para trazer uma situação menos complicada para casa. Se tínhamos time para sair de lá mais tranquilos, com toda a certeza temos time para virar o jogo diante do Mineirão lotado. Encaremos essa batalha com a seriedade e o respeito que ela merece. De fato, não enfrentaremos qualquer clube. Mas eles também sabem que não podem vir a Belo Horizonte a passeio.

Melhor time e decisão em casa

Enfrentaremos nosso Nêmesis, meus amigos. Quando se pensa em futebol sul-americano, em Libertadores, é inevitável que uma das primeiras coisas que vem a nossa cabeça seja o Club Atlético Boca Juniors. Apesar de muita gente falar que quer ou que faz questão de ter um adversário como esse pelo caminho, no fundo, lá no fundinho, muitos gostariam de poder evitá-lo. Nós não temos escolha. Nesta quinta-feira, as equipes estarão perfiladas e prontas para o combate no Mineirão. O Cruzeiro, diante de sua inflamada nação, precisando vencer e buscando o triunfo do primeiro ao último minuto. A torcida, defendendo as cores do nosso pavilhão, apoiando quem estiver em campo em busca do improvável, mas não impossível.

Arbitragem prejudicou Raposa na ida
(Créditos: Bruno Haddad/Cruzeiro E.C.)

Não existe impossível nem jogo jogado antes de a bola rolar no futebol. O Cruzeiro tem conquistas históricas, viradas memoráveis, gol no apagar das luzes, vitórias contrariando todas as expectativas. Que seja mais uma página heroica e imortal de nossa história. Antes do jogo de ida, éramos favoritos pela campanha, pelo time e pelo fato de decidirmos em casa. Que se dane a campanha, mas continuamos com o melhor time e podendo jogar a vida em casa. O 'não' nós já temos. Vamos em busca do 'sim'.

Força, Cruzeiro!

*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção Fala, Cruzeirense!