Vamos, Cruzeiro! Que, enfim, comece 2019!

Douglas Zimmer*

Salve, China Azul!

Seria dramático demais afirmar que o começo de temporada do Cruzeiro me preocupa. O time está invicto e sofreu poucos sustos durante os jogos até aqui. Mas o que não é drama nem hipérbole de minha parte é que eu tenho a impressão de que a temporada do Cruzeiro sequer começou. Chegamos ao terceiro mês do ano e muito pouco foi apresentado à torcida nas partidas morosamente disputadas. Um ritmo estranhamente lento, uma rotação abaixo do normal para o investimento do clube. A precaução com a parte física pode sim ser um argumento para tamanha cautela, mas, ainda assim, vários são os jogadores que já vêm nos desfalcando por lesão.


Se analisarmos bem a fundo, uma das poucas coisas que tem movimentado o noticiário celeste são as alterações que Mano Menezes vem fazendo na equipe para poupar ou descansar jogadores que se lesionaram ou estão em vias disso. Noves fora a questão física, compreensível pela época do ano, o time tem se arrastado em campo quando o assunto é criação e criatividade. Raros foram os momentos em que a Raposa conseguiu sair do óbvio e criar algo que colocasse o gol adversário em situação de risco.

Raposa não convenceu no Mineiro
(Créditos: Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C.)

Apesar de ter gostado das atuações dos dois principais reforços para a temporada, leia-se Rodriguinho e Marquinhos Gabriel, tenho a impressão de que os setores da equipe estão demasiadamente distantes uns dos outros. Não há movimentação capaz de bloquear a retranca, por exemplo, da URT. Tudo bem que os times do interior jogam suas próprias finais de Copa do Mundo quando enfrentam os gigantes da capitale que os gramados por onde nos apresentamos não são dos melhores, mas isso não pode servir de desculpa para que um elenco como o do Cruzeiro não consiga produzir soluções para sair vitorioso desses confrontos.

Ritmo de treino ou preocupação?

Teremos batalhas muitíssimo mais complicadas no decorrer do ano e é bom que ou eu esteja desnecessariamente receoso ou que esses jogos de dar calos nos glóbulos oculares tenham servido como testes e que os resultados deles sejam a base para a melhora que todos esperamos, especialmente na qualidade do espetáculo. Como disse anteriormente, os resultados até agora não me preocupam tanto. Mas a falta de entusiasmo e de objetividade, sim, me deixam com uma pulga atrás da orelha. Semana que vem, inclusive, reiniciaremos a busca pelo tri da América. Então, mais do que nunca, é hora de mostrar que estamos no caminho certo.

Agora, Cruzeiro mira tri da América
(Créditos: Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C.)

Graças ao bom trabalho que todos os envolvidos com o futebol celeste vêm desenvolvendo nos últimos anos, novamente temos a oportunidade de começar o ano com mais tempo para trabalhar nos treinamentos do que a maior parte das equipes brasileiras. Vamos começar a Libertadores na fase de grupos e iremos pular boa parte dos desgastantes mata-matas da Copa do Brasil, que já se mostraram perigosíssimos para os grandes clubes. Tempo é artigo de luxo cada vez mais em falta no calendário nacional. Confesso que não vejo a hora de avaliar na prática o resultado desse tempo extra que o Cruzeiro teve para se preparar. E que comece 2019.

Força, Cruzeiro!

*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção Fala, Cruzeirense!

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