Do êxtase ao revés: lições da estreia do Cruzeiro

Douglas Zimmer*
Publicada em 30/04/2019, às 10h30

Salve, China Azul!

Em certos momentos na vida precisamos deixar de lado o deslumbramento com metas que ainda estão distantes de serem alcançadas, voltando nossa atenção para o que está a nossa volta e em nós mesmos. O Cruzeiro vem fazendo um início de temporada excelente. Em termos de números e resultados, a Raposa é uma das equipes mais promissoras deste ano que, ainda que estejamos praticamente em maio, apenas começou. E digo mais: além de resultados, o maior de Minas tem um dos elencos mais fortes e, o que é tão importante quanto, homogêneos do país.


Acontece que no sábado, no Rio de Janeiro, conhecemos nossa primeira derrota e, de quebra, as primeiras desconfianças começaram a sondar de maneira mais séria a Toca II. Essas desconfianças, as cornetas exageradas, a indignação com a derrota, todas as reações negativas que a torcida celeste teve com o primeiro revés são absolutamente naturais, visto que os objetivos de todos são muito, mas muito, mais do que ganhar jogos somente com sorte ou sem saber como. No sábado, infelizmente, erramos quando não podíamos, onde não podíamos e contra quem não podíamos.

Raposa saiu do Maracanã derrotada
(Créditos: Bruno Haddad/Cruzeiro E.C.)

Enfrentamos uma das equipes mais bem montadas e um dos elencos mais robustos entre aqueles que teremos que encarar ao longo desta temporada, em seus domínios, diante de seu torcedor, impaciente e que cobrava uma resposta após o tropeço que colocou em risco a sequência na Libertadores. Tudo isso não pode servir como desculpa para a derrota. Claro que não. Um time maduro e cascudo como o nosso sabe que vai precisar passar por cima de empecilhos muito maiores que os de sábado para alcançar suas metas. Mas, como falei anteriormente, às vezes é preciso deixar os sonhos de lado por um momento para focar no agora.

No azul a partir desta quarta-feira

E agora? O agora do Cruzeiro exige concentração e erro mínimo, zero se possível. Contra os cariocas começamos muito bem, segurando a pressão e cozinhando o jogo na temperatura que nos era favorável. Quando conseguimos inaugurar o placar no Maracanã - talvez a tarefa mais difícil daquela noite -, faltou foco para prolongar e, quiçá, aumentar a vantagem. Sofrendo o gol de empate quase imediatamente após o reinicio de jogo, o time entrou em estado de torpor. O adversário impôs seu ritmo e, mais uma vez se aproveitando de falhas técnicas e de concentração, fez o necessário para sair de campo com os três pontos.

Pedro Rocha marcou o gol estrelado
(Créditos: Bruno Haddad/Cruzeiro E.C.)

São três pontos na conta deles que, haja o que houver, não poderão ser mais recuperados pela Raposa. A única alternativa que resta é absorver o amargo gosto da derrota - fato ao qual o cruzeirense definitivamente não está acostumado - e corrigir os problemas para que os pontos passem a cair na conta celeste já a partir desta quarta-feira e que aí passem a se multiplicar. Temos um longo e próspero ano pela frente e não podemos nos abalar com a primeira batalha perdida. Procurar nos precaver e nos fortalecer, sim, sempre. Vida que segue. Luta que continua.

Força, Cruzeiro!

*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção Fala, Cruzeirense!

3 comentários:

  1. Quando o Cruzeiro começou a perder as divididas de bola, falei aos meus amigos, o Cruzeiro hoje irá perder para o Flamengo e não deu outra. Não dá para entender o Dodô com aquela "saúde toda" não ganhar divididas, é um caso a ser pensado.

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  2. Nada de cornetagem. As vitórias e invencibilidade mascaram a realidade. Acho muito interessante o ataque do Cruzeiro não frequentar a área adversária. O meio campo não se aproximar do ataque, permitindo que o adversário recupere a maioria das bolas, especialmente a chamada 2ª bola. Não se impõe, não manda no jogo.

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  3. Caros, até então todos os adversários são de segunda, inclusive o nosso maior rival, portanto, a derrota para os cariocas pode ser considerada normal. Isto posto, acredito que o maior problema do Cruzeiro está na figura do Sr. Mano Menezes, treinador que escala Murilo, não merece meu respeito, esse rapaz pode ser cortador de cana, motorista de aplicativo, etc....mas jogador de futebol, ha, isso ele não é. Vão dizer que o Mano é Campeão pelo Cruzeiro, digo da mesma forma, Marcelo Oliveira foi Bi-Campeão e é pavoroso. Ele não deu o BI para o Cruzeiro, o Cruzeiro deu o Bi a ele. Pensem nisso e reflitam. Mano está muito confotável na condução do time.

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