Contra o Covid, pelo Galo: é hora de sair da fila!

Alisson Millo*
Publicada em 01/07/2020, às 13h45

Aos poucos, o Brasil vai fingindo que tudo está de volta à normalidade. O futebol é só mais um sintoma do descaso com a situação atual. Em vez de aproveitar essa pausa rara, ainda que forçada, para pensar alternativas para tornar o futebol melhor, a pressão é para que os jogos simplesmente retornem para que tenhamos a conclusão dos estaduais. No Rio, um dos grandes epicentros do Covid-19, o Carioca voltou. Aqui em Minas já têm sido estudadas medidas para uma maratona de jogos rumo à final.

Em vez de adequar o calendário ao europeu para amenizar o desmanche nos clubes bem no meio da temporada, vamos forçar a normalidade. Em vez de unir forças para salvar vidas, vamos entrar em embates políticos sobre locais de jogos e direitos de transmissão. No cabo de guerra da cartolagem, a corda arrebenta para o lado do torcedor. Eu, particularmente, sinto muita saudade de acompanhar os jogos do Galo toda semana. Tenho saudades de ir ao Independência, ao Mineirão. Eu, como a maioria dos atleticanos, estou empolgado com as perspectivas desse elenco reforçado e comandado por um treinador à altura do clube, mas isso não quer dizer que eu queira jogos com a curva crescente de contaminação e morte.

Perto dessa situação toda, parece até abstrato falar de futebol, mas vamos lá. O Galo, hoje, tem um mecenas financiando os pedidos de Sampaoli e as negociações extravagantes de Alexandre Mattos. Independentemente dos nomes trazidos e dispensados, a melhor contratação do Atlético é a parceria com Rubens Menin. Dono de fortuna que eu nem consigo imaginar quanto dinheiro representa, ele está injetando grana para fazer um time capaz de lutar por títulos e ter destaque no cenário nacional e internacional.

Sampaoli: símbolo da esperança alvinegra
(Créditos: Bruno Cantini/Agência Galo/Atlético)

Chegaram diversos nomes, para quase todas as posições. Outros estão sendo especulados. Vários já se foram, alguns pareciam que iriam, mas talvez renovem. Isso capacita o elenco, que será muito exigido, tanto pelo rodízio proposto pelo treinador quanto pelo calendário encavalado que se negam a repensar. Projetar um 11 inicial hoje é impossível, mas, pela primeira vez em muito tempo, as dúvidas sobre quem será titular passam por quem é melhor, não por quem é o menos pior. Bons ventos sopram na direção do clube, e que eles não sejam escassos como em um passado muito recente.

Mesmo não estando na liderança, somos os favoritos a conquistar o Mineiro. Pelo investimento e pelas contratações, somos um dos candidatos ao título brasileiro. Um grande time não é montado de um dia para o outro, mas estamos perto de sair da fila, incômoda em tempos de coronavírus e em termos de Brasileirão. Que o Brasil não se acabe antes disso e que todos tenhamos saúde para presenciar as conquistas que estão por vir.

Use máscara, evite aglomerações e vista a camisa com orgulho!

*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
@amillo01 no Twitter, capitão da seção Fala, Atleticano!

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