Na segunda temporada como profissional, volante sonha com
sucesso no Galo e visa seleção brasileira e carreira na Europa
Vinícius Dias
O belo gol marcado frente ao
Flamengo, na quarta partida como titular do Atlético, era o cartão de visitas
do volante Lucas Cândido com a camisa alvinegra. Coroado com o título da Taça
Libertadores, o ano de 2013 foi especial para o jogador, que, apesar de
improvisado na lateral-esquerda, terminou a temporada como titular. "Com a
ajuda dos companheiros de elenco e do técnico Cuca, eu consegui me adaptar
tranquilamente", diz a promessa atleticana.
|
Lucas: sucesso no Galo, por seleção (Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG) |
Para
este ano, seus planos tratam da evolução sob o comando de Paulo Autuori. Não
importa se no meio-campo ou na lateral, ele se diz pronto. "Minha
preferência é sempre estar entre os titulares do Atlético", pontua. Ciente
da pressão e da responsabilidade, ele projeta um 2014 de títulos e afirmação
para, depois, seguir em busca de seus dois maiores objetivos: "chegar à
seleção brasileira e um dia jogar em um grande clube europeu", revela o
camisa 14.
Você fez 17 jogos em 2013 e, ao fim
da temporada, emplacou uma sequência de nove partidas como titular. Qual é a
sua avaliação do ano de estreia nos profissionais? Qual você considera ter sido
sua principal dificuldade?
Foi
um ótimo ano, graças a Deus, por ter subido ao elenco profissional e ter tido a
chance de ser campeão da Libertadores e disputado o Mundial de Clubes como
titular. A minha maior dificuldade foi a
adaptação ao time profissional, mas com a ajuda dos companheiros de elenco e do
técnico Cuca eu consegui me adaptar tranquilamente.
A saída do Cuca, dando lugar ao Paulo
Autuori, traz para o clube uma nova filosofia de trabalho. Em que medida você
acredita que essa mudança possa beneficiar (ou atrapalhar) sua evolução como
profissional?
Acredito
que só tem a melhorar a minha evolução dentro do clube. O professor Autuori é
um grande treinador, com experiência dentro e fora do país, e muitos títulos
importantes no currículo. Tenho certeza de que ele vai passar sua experiência
para nós, atletas.
Na base, você chamou a atenção como
volante. Na seleção sub-20, você foi convocado como lateral-esquerdo, setor em
que concluiu a temporada passada. Qual é, de fato, a sua preferência? De alguma
forma, você pensa que a indefinição te prejudica? Ou a polivalência representa
uma vantagem?
Minha
preferência é sempre estar entre os titulares do Atlético. Eu fui criado como
volante, e gostaria de atuar mais nessa posição, mas, se o professor pedir, eu
atuo na lateral-esquerda sem problema nenhum. A indefinição não atrapalha, pois
treino todos os dias para estar pronto para qualquer hora e momento que
precisar. Ser polivalente ajuda muito, hoje, no futebol moderno. Saber jogar em
várias posições é muito bom, para sempre estar entre os titulares.
Neymar e Oscar são atletas que,
depois de 'brilharem' pela seleção sub-20, fazem sucesso na Europa e na seleção
principal. De algum modo, a carreira desses jogadores e, mesmo, do Bernard, seu
ex-companheiro, te influencia?
Com
certeza, sim. São grandes jogadores, que hoje brilham na seleção brasileira e
devem estar na Copa do Mundo neste ano. Eles tiveram a oportunidade de serem
campeões pelas divisões de base da seleção e, hoje, são titulares de suas
equipes na Europa. Se Deus quiser, vou me firmar com a camisa do Atlético,
ganhar títulos, chegar à seleção brasileira e um dia jogar em um grande clube
europeu.
Da equipe que encerrou o último ano
como titular, apenas você e Marcos Rocha foram criados nas categorias de base
do clube. Até que ponto isso traz um peso maior, e até que ponto já conhecer a
estrutura facilita o trabalho?
Nós,
que viemos da base do Atlético, sofremos uma pressão muito grande por parte dos
torcedores, pois fomos criados desde pequenos aqui no Galo. Ajuda muito
conhecer a estrutura do clube, os profissionais e estar bem adaptado ao
ambiente. Quanto à pressão da torcida, temos que aprender a conviver com ela.
Ainda aos 19 anos, você viveu emoções
muito distintas durante o Mundial. Primeiro, com a confirmação de que seria
titular, embora fora da posição de origem e, a seguir, com a eliminação prematura
frente ao Raja Casablanca. Qual a grande lição que pode ser tirada daquela
derrota?
Entramos
em todos os jogos para vencer e conquistar títulos, mas nem sempre é possível.
Mas, quando perdemos, temos que refletir no que erramos e consertar para as partidas
futuras. Nesse ano temos a chance de novo de conquistar a Libertadores e,
consequentemente, chegar ao Mundial de Clubes no final da temporada. Então
vamos trabalhar duro e consciente para evitar os erros do ano passado.