Mano Menezes aproveitou apenas 30 jogadores nas 26 partidas da
temporada; seis pratas casa do elenco ainda não tiveram chances

Vinícius Dias

Da estreia contra o Tupi no Campeonato Mineiro ao duelo com o Sport, no último domingo, no Mineirão, apenas 30 jogadores tiveram oportunidades com o técnico Mano Menezes nas 26 partidas disputadas pelo Cruzeiro. Com isso, entre os 20 participantes da Série A, o clube celeste é o segundo - ao lado do Bahia - que menos rodou o elenco na temporada. Apenas o Corinthians variou as escalações menos vezes até o momento.


Em 29 apresentações, incluindo o clássico contra o Palmeiras, no último domingo, Fábio Carille acionou apenas 28 jogadores. Na contramão, tendo optado por time alternativo em boa parte do Campeonato Gaúcho, o Grêmio é quem mais utilizou atletas: 43. Ainda na capital mineira, o técnico Enderson Moreira deu chances a 31 jogadores no América, quatro a menos do que Oswaldo de Oliveira e Thiago Larghi no Atlético.

Raposa usou 30 atletas na temporada
(Créditos: Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C.)

No Cruzeiro, um dos efeitos da baixa rotatividade foi a redução do espaço da base. Entre os 30 aproveitados até o momento, apenas sete foram revelados pelo clube - dois deles, o volante Nonoca e o atacante Judivan, emprestados a Sport e América, respectivamente, já deixaram o elenco. O número é inferior ao de atletas com passagem pela Toca I relacionados para a decisão da Copa do Brasil de 2017, por exemplo: nove.

Na temporada passada, 16 dos 41 jogadores acionados por Mano Menezes eram pratas da casa: 39% do total, contra os atuais 23,3%. No momento, o time tem apenas um como titular: o volante Lucas Silva. Por outro lado, das dez revelações que seguem no elenco, seis ainda não tiveram oportunidades neste ano: os goleiros Lucas França e Victor Eudes, os zagueiros Arthur e Cacá, o lateral-direito Vitinho e o esquerdo Victor Luiz.

Utilizados na temporada - clubes da Série A:

Grêmio - 43 jogadores
Atlético/PR e Paraná - 41 jogadores
Flamengo - 40 jogadores
Ceará - 39 jogadores
Sport e Vitória - 38 jogadores
Chapecoense, Fluminense e São Paulo - 37 jogadores
Vasco - 36 jogadores
Atlético/MG - 35 jogadores
Internacional e Santos - 34 jogadores
América, Botafogo e Palmeiras - 31 jogadores
Bahia e Cruzeiro - 30 jogadores
Corinthians - 28 jogadores


Eleito com apoio de 97% dos filiados, Adriano Aro planeja capacitar
clubes, implantar estadual amador e sonha com o aplicativo da FMF

Vinícius Dias

Presidente da Federação Mineira de Futebol para o quadriênio 2018/2022, Adriano Aro será empossado antes da Copa do Mundo, que começa em 14 de junho. Em entrevista ao Blog Toque Di Letra, o sucessor de Castellar Neto traça planos para o futebol profissional, amador e para a administração da entidade. "Nossa gestão foi muito boa, mas sempre podemos melhorar", pontua o atual secretário-geral. Eleito no fim de outubro com apoio recorde - reuniu 119 dos 123 filiados -, o advogado também projeta a relação com o Cruzeiro, um dos raros não apoiadores da chapa.


"Tenho tentado, a cada dia mais, estar mais próximo do Cruzeiro. Tenho bom relacionamento com toda a diretoria, em especial com o presidente Wagner. Estive com ele após o Mineiro, mostrando a importância de Cruzeiro e federação caminharem sempre juntos. É um clube importantíssimo para a federação. O que estiver a meu alcance farei para estarmos sempre juntos, atendendo às demandas do Cruzeiro", destaca. Em abril, por sinal, o clube celeste e a FMF já estiveram alinhados na eleição da CBF, que terá Castellar Neto como vice-presidente no quadriênio 2019/2022.

Advogado assumirá antes da Copa
(Créditos: Arquivo Pessoal/Adriano Aro)

Para o futebol profissional, no geral, o projeto de Aro tem a capacitação como mote. "O grande desafio é fazer com que os clubes se tornem ainda mais profissionais. Muitas vezes, eles são para fins de registro, mas não possuem uma estrutura, organização profissional. Nosso objetivo é capacitar ainda mais os nossos clubes, nossos filiados, oferecendo cursos, transmitindo know-how. Claro, sem perder de vista que a gente precisa tentar baratear o custo do campeonato e também evitar que os clubes devedores acabem gerando transtornos para os pontuais, saudáveis", detalha.

Metas na administração e amador

Mesmo assumindo após quatro superávits consecutivos sob o comando de Castellar Neto, acumulando mais de R$ 3,3 milhões, o novo presidente vê espaço para avanços administrativos. "Modernizar um pouco mais, deixar a federação cada vez mais acessível para os filiados, para as pessoas que acompanham o futebol mineiro, informação mais rápida. Quem sabe a gente não surge com um aplicativo da federação?", revela. "São evoluções pontuais, mas que farão a diferença no dia a dia dos clubes, principalmente, então acredito que todos vão sentir", acrescenta.

Castellar será vice de Aro na FMF
(Créditos: CBF TV/Reprodução)

No amador, os planos de Aro incluem a criação de um grande torneio. "Meu sonho é implantar uma copa estadual de futebol amador, incluindo todas as ligas, até as mais distantes. Logística e custos são desafios, mas, com bom planejamento, a gente consegue superar. A ideia é dar mais visibilidade aos atletas, incentivá-los. Creio no futebol amador como celeiro de talentos", diz. "Muitas vezes, os municípios não têm condições de ter um clube profissional, disputar grandes competições, então temos que possibilitar que os jovens atletas apareçam para o futebol nacional", completa.

Cruzeiro recusou investida europeia por Sassá

Vinícius Dias

Em alta, Sassá marcou quatro gols nos últimos quatro jogos pelo Cruzeiro. No que dependesse do Standard Liège, da Bélgica, no entanto, o atacante estaria longe da Toca da Raposa II. Conforme o Blog Toque Di Letra apurou, logo após a contratação de Fred, os belgas manifestaram interesse no camisa 99 por meio de emissários com bom trânsito junto à diretoria celeste. A Raposa, porém, não se mostrou disposta a negociá-lo.

Sassá tem quatro gols na Libertadores
(Créditos: Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C.)

O Standard Liège desejava contar com Sassá, por empréstimo, até o fim da temporada 2017/2018. O contrato teria opção de compra de parte dos direitos econômicos - o Cruzeiro detém 45% - por € 3,5 milhões, cerca de R$ 13,6 milhões na cotação de época. Caso o atacante disputasse pelo menos 15 partidas, o clube pagaria € 800 mil pela cessão, valor que seria deduzido automaticamente da cláusula de compra.

Alvo de Corinthians e Grêmio

Naquele momento, Sassá se recuperava de artroscopia no joelho direito, realizada no fim de outubro. Além disso, nos bastidores, o técnico Mano Menezes já havia sinalizado a intenção de manter o camisa 99 no elenco como alternativa ao recém-contratado Fred. A exemplo dos belgas, Corinthians e Grêmio - em meio à negociação que trouxe o lateral-direito Edilson à Raposa - fizeram consultas sobre a situação do atacante.

América tem só 22% contra clubes da Série A

Vinícius Dias

De volta à Série A, o América tem números pouco animadores em confrontos contra adversários da elite neste primeiro semestre. Prestes a entrar em campo pela 5ª rodada do Campeonato Brasileiro, nesta segunda-feira, diante do Ceará, no Castelão, o time comandado por Enderson Moreira soma duas vitórias e sete derrotas - 22,2% de aproveitamento - em nove duelos com equipes que disputam a primeira divisão nacional.

Na quarta, Coelho perdeu para o Verdão
(Créditos: Mourão Panda/América)

Os resultados positivos foram alcançados diante de Sport - o triunfo por 3 a 0 representou a segunda melhor estreia do clube na história da Série A - e Vitória. Por outro lado, o alviverde já foi derrotado uma vez por Cruzeiro, Flamengo, Vasco e Palmeiras, algoz na última quarta-feira, em partida válida pelas oitavas de final da Copa do Brasil, e três pelo Atlético, responsável por eliminar o Coelho do Campeonato Mineiro.

Retrospecto positivo ante Ceará

Se os números deste início de temporada mostram dificuldades contra os principais adversários, o retrospecto contra o Ceará no Campeonato Brasileiro é favorável ao América. Em oito confrontos, foram quatro vitórias alviverdes, um empate e três alvinegras, com 54,2% de aproveitamento. Em 2017, as equipes se encontraram três vezes, entre Série B e Copa da Primeira Liga, com um triunfo mineiro e dois empates.