A derrota do futebol arte

Vinícius Dias

Foram quatro temporadas de um baita trabalho, 13 títulos conquistados e apenas 21 derrotas. Josep Guardiola marcou época à frente do Barcelona. Fez ressurgir o jogo coletivo, as trocas de passes. Deu brilho ao esporte. Não se ateve ao futebol de resultados nem a - simplesmente - impedir que os adversários jogassem.

O ex-camisa 4 mostrou que o futebol bonito também pode ser competitivo, e que é possível aproveitar a 'base' em quantidade (em algumas partidas, nove jogadores formados nas canteras blaugranas atuaram juntos) e boa qualidade. Antes coadjuvante, o argentino Messi se transformou em gênio, eleito três vezes o melhor do planeta.

Além dele, Xavi, Iniesta, Sanchez, Mascherano, Busquets, todos em plena forma. O legado é enorme. Porém, em fim de contrato e eliminado da Liga dos Campeões, Pep, gênio da posse de bola, anunciou sua saída do clube ao término da temporada.

Talvez não represente o fim do ciclo. Mas é fato:
Pelo menos por ora, o futebol arte foi derrotado.

Reta decisiva na Europa

Vinícius Dias

Bayern de Munique e Real Madrid se enfrentam hoje, pelas semifinais da Liga dos Campeões, na Allianz Arena. As equipes estão em boa fase, e o confronto promete muito equilíbrio. Os madrilenhos têm mais qualidade e, portanto, são favoritos. Entretanto, não será surpresa se os germânicos avançarem à final.

Chelsea: rumo ao impossível

Amanhã, Chelsea e Barcelona iniciam, no Stamford Bridge, o embate pela outra vaga na final. Com Lionel Messi em uma de suas temporadas mais prolíficas, os blaugranas não devem enfrentar grandes dificuldades para vencer os ingleses. Qualquer resultado adverso será surpresa, apesar da notável evolução dos azuis nas últimas partidas.
PVC: jornalista, sim, com orgulho

De jovem tímido a profissional-modelo, Paulo Vinícius Coelho
exalta trajetória no jornalismo e descarta se tornar treinador

Vinícius Dias

Jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP), o paulistano Paulo Vinícius de Mello Coelho, mais conhecido como PVC, é um dos principais expoentes da mídia esportiva do país. Ao longo da carreira, iniciada aos dezoito anos, cobriu quatro Copas do Mundo e publicou seis livros.

Classe e talento a serviço da ESPN
(Créditos: ESPN Brasil/Reprodução)

Foi repórter da Revista Placar, editor-executivo do Jornal Lance! e colunista da Folha de S. Paulo. Hoje, além de colunista de O Estado de S. Paulo, é comentarista dos canais ESPN e da Rádio Estadão/ESPN.

Quando você optou pela carreira de jornalista? Algum familiar ou profissional de sucesso lhe influenciou no gosto pela comunicação esportiva? 

Não tenho família e meu pai dizia que eu teria dificuldades, porque era tímido e não ganharia muito dinheiro. Queria ser jornalista esportivo com 14 anos. Adiei até os 16, quase 17, ano do vestibular, por causa disso.

Como - e quando - surgiu o apelido PVC?

Quem deu foi o jornalista Chico Silva, quando eu já estava no Lance, em 1997. Sempre fui Paulo Vinicius Coelho. O Chico juntou as iniciais e passou a me chamar de PVC. Eu já tinha até coberto Copa do Mundo, em 1994, quando o apelido apareceu. Um dia, o Juca Kfouri ligou para a redação do Lance, à minha procura. Alguém gritou: PVC, quando eu atendi, o Juca disse: PVC... Como eu nunca pensei nisso antes?

Você já participou das coberturas de diversos eventos esportivos, inclusive internacionais - como as duas últimas Copas do Mundo. Qual você considera ter sido o momento mais marcante?

A primeira Copa, 1994. Cobri quatro, 1994, 1998, 2006 e 2010. 2006 e 2010 são especiais também, porque eu trabalhei como comentarista em todos os jogos do Brasil e na final.

Reconhecido analista de dados técnicos e táticos, você já recebeu convites para dirigir clubes de futebol profissional? Tem interesse? Por quê?

Eu sou jornalista. Não quero fazer outra coisa e nem posso, porque minha profissão é o que me permite criar meus filhos. Recebi sondagem do Flamengo para ser uma espécie de analista de mercado. E no Cruzeiro, certa vez, falou-se que o Zezé (Perrella) cogitava que eu começasse como assistente. Nunca houve convite e eu não aceitaria.

Como você se posiciona no que se refere à atuação (em algumas ocasiões, violenta) das torcidas organizadas no país? É favorável à extinção?

Eu sou a favor de se acabar com a violência. Se for preciso acabar com as uniformizadas, está valendo. Mas acho que essa medida não leva a nada. O que acabará com a violência será prender os assassinos. Eu apoio todas as medidas, fim da bebida no estádio, fim das uniformizadas. Mas só apoio se isso vier acompanhado da medida fundamental: prender o assassino.

Indicado ao Prêmio de Melhor do Mundo em 2011 e cobiçado por grandes clubes europeus, Neymar acertou - há seis meses - sua renovação contratual com o Santos. Para você, é possível que o atacante alce voos mais altos, mesmo permanecendo no Brasil?

É possível! Mas o dilema é claro. Ele ficar melhora o futebol doméstico. Ele ir embora, jogar na Europa – mas jogar mesmo – dá mais certeza de estar no nível necessário para ganhar a Copa de 2014. O futebol brasileiro está numa encruzilhada, nesse sentido. Se ficar o bicho pega, se correr o bicho come. O jeito é ele ficar e agendar amistosos muito fortes para a seleção, para que ele enfrente os zagueiros mais fortes do mundo.

Há algum tempo, o nível da arbitragem nacional tem sido bastante questionado. Você acredita em benefício a determinadas equipes? Vislumbra no uso de tecnologias eletrônicas e/ou profissionalização dos árbitros, medidas eficazes na resolução deste quadro?

Eu sou a favor do olho eletrônico, especialmente no caso da linha do gol. Mas não acho que resolva tudo. Exemplos: o gol/não gol de Robinho contra o Catania e o pênalti de Nesta em Busquets em Milan x Barcelona.

Um dos principais eventos esportivos dos próximos anos, a Copa do Mundo de 2014 será sediada no país. O que você pensa a respeito? Vê como oportunidade de desenvolvimento, ou chance de mascarar os problemas existentes? 

O Brasil tem corrupção até para construir escola. A Copa é uma oportunidade até para prender corruptos. Claro que não é bom a corrupção andar solta, deixar de construir hospitais, mas no fundo a gente sabe que não se construiria mais hospitais mesmo sem Copa aqui. Eu era contra a Copa até ela vir. Hoje, ela é oportunidade de emprego para muita gente. E o mês da Copa vai ser uma festa no país.

Bate-pronto:

• Guardiola ou Mourinho?

Guardiola - mas ele é parte de uma engrenagem. Mourinho é só ele.

• Messi ou Cristiano Ronaldo? 

Messi.

Novidades na Toca

Vinícius Dias

Primeiro reforço para a disputa do Brasileirão, Alex Silva se apresentou ao Cruzeiro na última semana. Irmão do zagueiro Luisão, campeão da Tríplice Coroa em 2003, ele assinou contrato, por empréstimo, até dezembro.

Para acertar com o Cruzeiro, o defensor abriu mão de parte do salário que recebia no Flamengo - cerca de 280 mil mensais. Sua contratação, sonho antigo da diretoria celeste, teve a aprovação de 90% dos torcedores do clube azul.

Jovem promessa

Após deixar o clube da Toca, o lateral-direito Gil Bahia já se apresentou ao Bahia, onde deseja reencontrar o bom futebol. Seu sucesso na nova casa pode render frutos à Raposa. Em entrevista ao blog Mural dos Boleiros, a jovem promessa afirmou que o ex-time será "beneficiado" em negociações futuras.

Conexão França       

Titular da defesa celeste, o zagueiro Léo está na pauta de contratações do Lyon, da França. Avaliado em cerca de € 3 milhões, o defensor é apontado como substituto do ex-cruzeirense Cris, que deve deixar o clube ao fim da temporada.

Segundo informações da imprensa francesa, o ex-zagueiro Cláudio Caçapa, que defendeu ambas as equipes, está intermediando o negócio, que pode ser concretizado ainda neste mês.

De saída

Pouco aproveitado nesta temporada, o centroavante Bobô, maior artilheiro estrangeiro da história do Besiktas, do futebol turco, pode deixar a Toca. Formado nas categorias de base do Corinthians, ele atuou apenas dez vezes com a camisa azul, e já negocia sua transferência, por empréstimo, para o Sport Recife.

Clássico, liderança e tabus

Vinícius Dias

No domingo de Páscoa, Cruzeiro e Atlético se enfrentam pela primeira vez nesta temporada. O duelo promete ser eletrizante. A Raposa conta com o artilheiro da competição e tem a melhor defesa, enquanto o Galo ostenta o melhor ataque e 100% de aproveitamento. 

Se houver vencedor, ele terminará a rodada (e, provavelmente, a primeira fase) no topo da tabela de classificação. Mas, para conquistar o título, precisará superar um entrave histórico.

Desde a adoção do sistema atual, em 2004, o líder da fase de classificação foi campeão somente duas vezes (Cruzeiro, em 2008 e 2011). Porém, em ambas, não havia vencido o clássico.

A história ainda registra outras coincidências. As duas últimas conquistas alvinegras, por exemplo, ocorreram em anos de liderança celeste (2007 e 2010). Entretanto, quando liderou (2004 e 2009), o Galo viu o arquirrival comemorar o título.

É hora de reescrever a história?