Tiago de Melo
Coube ao Cruzeiro enfrentar o River Plate nas quartas de final da
Copa Libertadores, em uma repetição da decisão de 1976, um dos momentos mais
importantes da história do clube celeste. Há chance de que o final deste confronto
seja feliz para a Raposa, assim como aquele?
LEIA MAIS: A história pelas mãos de Fábio
A resposta é sim. Não que seja um adversário fraco. O River Plate
atual é um time forte, e não se classificou somente no tapetão. Após um jogo e
meio contra o Boca, estava em vantagem, apesar de enfrentar o time de melhor
campanha na fase de grupos. No torneio local, a equipe dividia a liderança com
o maior rival até ser derrotado no superclássico, com dois gols nos minutos
finais da partida.
Sánchez: herói diante do Boca Juniors (Créditos: Diego Haliasz/Prensa River/Divulgação) |
A questão é que o River, assim como o Cruzeiro, teve um grande ano
de 2014, mas ainda procura se reinventar. Diferente do time mineiro, o 'Milo'
manteve a equipe que conquistou o Final no primeiro semestre e a Copa
Sul-Americana no segundo, perdendo o Transición apenas por priorizar o torneio
continental. Ainda se reforçou com nomes como 'Pity' Martinez, revelação do
Huracán.
De 4-3-1-2 para 4-4-2
O problema é que, apesar de manter o elenco, o sistema de jogo que
deu certo em 2014 tem falhado em 2015. O jogo fluído, com muito toque de bola,
centralizado no armador Pisculichi, simplesmente parou de funcionar. Uma
demonstração clara disso é o fato de o técnico Marcelo Gallardo ter abandonado
o 4-3-1-2 e adotado o 4-4-2 nas últimas partidas, optando por uma formação sem
enganche.
Monumental: caldeirão é trunfo do River (Créditos: Diego Haliasz/Prensa River/Divulgação) |
O goleiro do time é Barovero, nada de especial, mas bastante
seguro. O mesmo se pode dizer da linha de defensores, que tem Mercado, Maidana,
Funes Mori e Vangioni. O último, em especial, costuma avançar ao ataque para se
associar ao meia-esquerda Rojas nas jogadas ofensivas, e é um ponto que merece
a atenção do rival.
Aposta no 'quarteto'
A principal mudança tática verificada nas últimas partidas se deu
na meia-cancha, com a saída do enganche Pisculichi. Com isso, 'Muñeco' Gallardo
adotou uma linha de quatro, com dois volantes centrais muito fortes na
marcação, o experiente Ponzio e o jovem Kranevitter, que é tratado por muitos
como sucessor de Mascherano na seleção. Pelas pontas, o ótimo uruguaio Sánchez pela
direita e o insinuante Rojas pela esquerda. Ambos eficientes na marcação e no
avanço ofensivo.
Ídolo histórico, Gallardo comanda o time (Créditos: Diego Haliasz/Prensa River/Divulgação) |
No ataque, normalmente os titulares são o colombiano Téo
Gutierrez, de alta qualidade técnica, mas muito oscilante, e o matador uruguaio
Rodrigo Mora. Não é exatamente uma dupla brilhante, mas bastante eficiente. No
setor ofensivo, ainda há duas peças utilizadas com frequência: o veterano
Cavenaghi, que é um dos grandes ídolos da torcida milionária, e a jovem
revelação 'Pity' Martinez.
Chave para o sucesso
O River versão 2015 está longe de ser exuberante. Passou na bacia
das almas na fase de grupos. Deve fazer um duelo de muita marcação com o
Cruzeiro em casa, com o meio-campo avançado para tentar tomar a bola perto do
gol rival, como fez, com êxito, diante do Boca. Conseguindo a vitória em casa,
a estratégia certamente será marcar forte no Mineirão e especular no
contra-ataque. Se conseguir escapar da marcação adiantada do rival em Buenos
Aires, o Cruzeiro terá boa chance de decidir em casa sem precisar buscar
desesperadamente a vitória, tirando o River de sua zona de conforto.
Essa é a chave para o sucesso da Raposa no confronto.
Consistente a análise do time do River. Este é um time de muita tradição, e certamente vai exigir muito do Cruzeiro, que neste ano de 2015 ainda não conseguiu atingir o nível do futebol que vinha praticando nos dois últimos anos.
ResponderExcluir