Anderson Olivieri*
Escrevo do avião, voltando para casa. E sob uma ansiedade absurda
de, depois de três dias, beijar meu anjinho, a Bia, e meu amor, a Erika.
Elas não foram a BH comigo viver um dos finais de semana mais
espetaculares da minha vida. Bia é ainda muito pequenina e, como pais de
primeira viagem que somos, ficamos receosos pela maratona que seria o final de
semana.
Agora, me resta chegar em casa e contar tudo a elas, tim-tim por
tim-tim. Já imagino a minha pequena, com aqueles olhinhos cor de Cruzeiro, me
fitando com o olhar apaixonante que só ela tem...
Vou conseguir não me emocionar? Vou conseguir desatar o nó da
garganta? É o que me pergunto neste momento.
Acho que não. Sou emotivo. E sou sobretudo quando me sinto alvo de
uma generosidade que não mereço.
Ah, e como foram generosos comigo neste final de semanal...
A começar pela sexta-feira. Alex foi ao lançamento de 2003: o ano
do Cruzeiro! O que fiz pra merecer tamanha atenção desse cara que é meu número
1 no futebol? Desse cara que em 2003 me permitiu trocar tantos abraços com meu
pai.
Eu não merecia esse gesto tão gigante e altruísta dele, da Daiane
(a simpática e atenciosa esposa do Alex) e do Cris...
E o Gottardo, o que dizer do Capita? Ele ficou receoso de ir ao
lançamento porque o livro era de um período diferente do da passagem dele no
Cruzeiro. Eu falei que não tinha nada a ver e que o queria lá como meu amigo.
Pois o cara foi. Quando cheguei lá, me recebeu com uma expressão
que jamais me esquecerei: "estou aqui, amigo".
Isso tudo sem falar nas tantas pessoas que foram prestigiar o
lançamento; dos amigos que tenho em BH e que apareceram; do esforço da editora
para fazer um evento bacana; dos vários colegas jornalistas que ajudaram na
divulgação...
Puxa, mais uma vez, eu não merecia tanto.
Anderson Olivieri ao lado dos ídolos Cris e Alex (Créditos: Herlandes Tinoco/Agência Número Um) |
Ainda preciso falar do sábado, o enfim chegado 27 de junho, dia
que deveria ficar marcado para sempre como "Dia dos Heróis
Cruzeirenses".
Foi o dia em que Dirceu Lopes, emocionado, deu um pontapé inicial
e saiu de campo aos mil beijos sobre as cincos estrelas;
Foi o dia em que Paulinho Maclaren levantou a galera com o gesto
que o eternizou na história do clube;
Foi o dia em que - alguém tinha dúvida de que isto aconteceria? -
vimos Marcelo Ramos guardar o dele;
Foi o dia em que Ari, Deivid e Alex tabelaram, fazendo os
cruzeirenses presentes viverem um déjà-vu azul.
Foi o dia em que Adilson deu voadora, não na placa, mas na bola,
exibindo sua sempre marcante raça;
Foi o dia em que Roberto Gaúcho avançou pela ponta direita e
cruzou na área - e não importa que não tenha resultado em gol, o lance foi o
gol;
Foi o dia em que cantamos "Boi, boi, boi, boi, Boiadeiro, vê
se faz um gol pra torcida do Cruzeiro";
Foi o dia em que Alex, o super-herói de 2003, mais uma vez fez da
bandeira do Cruzeiro uma capa que não o faz voar, mas o torna um imortal no
panteão dos gênios celestes.
Foi o dia... foi o dia... Foi o dia...
Tenho mil histórias para contar do dia que chorei e que sorri.
Mas agora o avião já sobrevoa Brasília. Peço então licença aos
amigos para parar por aqui.
Preciso rever meus amores, beijá-las, abraçá-las.
Chega de saudade de quem amo.
Já basta a saudade eterna que carregarei do final de semana
perfeito. Eu não merecia tanto.
*É jornalista, escritor e
cruzeirense, não necessariamente nessa ordem. Na última sexta-feira, lançou 2003: o ano do Cruzeiro, seu terceiro
livro, em Belo Horizonte
Feliz é aquele que em suas memórias carrega momentos felizes e em seu coração um sentimento tão grande que não dá para expressar o tamanho!
ResponderExcluirParabéns pelo livro e que venham muitos outros.