Atleta
do Coelho, que estreia domingo no Campeonato Mineiro
feminino,
exalta iniciativa do clube: 'que seja exemplo', afirma
Vinícius Dias
No
domingo, às 15h, o time feminino do América estreia no Campeonato Mineiro,
contra o Real EC, na cidade de Caeté. "O América resgata a sua tradição de
ser um clube social e abre as portas para o futebol feminino. Vamos disputar os
campeonatos Mineiro e Brasileiro para conquistá-los", disse o presidente
do Coelho, Alencar da Silveira Júnior, na última quarta-feira, durante a
apresentação do elenco.
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Os
sonhos das atletas, que se dividem entre a rotina de treinamentos e trabalhos
com carteira assinada ou estudos, vão além das conquistas nos gramados. Incluem
desejos como o da meio-campista Aline Guedes: "diga não ao preconceito e
sim ao apoio ao futebol feminino". A profissional de Educação Física, de
25 anos, é um dos destaques do elenco do América, formado por 29 atletas, com
idades entre 15 e 31 anos.
Guedes, à direita, em treino do Coelho (Créditos: América FC/Divulgação) |
Em
entrevista ao Blog Toque Di Letra,
Guedes, que, em junho, vestiu a camisa 10 da seleção brasileira de futsal e se
sagrou artilheira do torneio Sul-Americano, disputado na Colômbia, falou sobre
o cenário do futebol feminino no país, destacou o planejamento do Coelho e os
planos para a carreira profissional.
Bate-papo:
A seleção feminina é tricampeã
pan-americana e, em 2004 e 2008, conquistou a prata nas Olimpíadas. Em termos
de clubes, porém, a estrutura no Brasil continua muito aquém da oferecida ao
futebol masculino. O futebol feminino, na sua avaliação, ainda é vítima de
preconceito no país?
Com
certeza, ainda há preconceito em relação ao futebol feminino. Dizem que
(futebol) é um esporte para homens e, principalmente, que não há retorno
financeiro. Contudo, hoje em dia, esse preconceito diminuiu e a tendência é de
não existir mais essa discriminação, pois nós, mulheres, temos mostrado que
entendemos, e muito, do assunto. Com isso, as pessoas estão aceitando mais
facilmente.
Não é
à toa que nossas meninas da seleção brasileira vêm nos mostrando isso. Neste
ano, a seleção se tornou permanente, as meninas treinam e vivem de futebol.
Logo, o retorno de títulos é imediato. Como vimos, ouro nos Jogos
Pan-Americanos... Diga não ao preconceito e sim ao apoio ao futebol feminino.
Das 12 equipes que disputaram o
Campeonato Mineiro em 2015, o América é a única que também participará da
competição feminina. Como você avalia esse projeto? Qual é a expectativa em
termos de resultados na temporada?
A
expectativa não poderia ser melhor, pois todos nós, envolvidos, estamos
empolgados com esse novo projeto que o América abraçou com todas as forças.
Fomos muito bem recebidas e, principalmente, (o América está) apostando e
acreditando em nosso potencial, nos apoiando de tal forma, muito bem. O projeto
está apenas começando, mas já estamos mirando voos mais altos, dando um passo
de cada vez.
Primeiramente,
jogaremos o Campeonato Mineiro de futebol feminino de 2015 em busca do título,
que dá vaga para a Copa do Brasil de 2016. Logo após, disputaremos o Campeonato
Brasileiro de futebol feminino, no qual almejamos fazer uma boa caminhada e
também ser campeãs. Que outros clubes possam seguir o nosso caminho e,
principalmente, nos tomar como exemplo para apoiar e incentivar o futebol
feminino.
Em junho passado, você defendeu a
seleção brasileira de futsal no Sul-Americano feminino e, com nove gols, foi
artilheira do torneio. Como será a 'transição' das quadras para os gramados?
Quais são seus planos mais imediatos?
Representei
a seleção brasileira de futebol de salão no Sul-Americano, em Santiago de Cali,
na Colômbia. Fui feliz em ter ajudado minha equipe da melhor forma que pude.
Fui a artilheira da competição, com nove gols, e ficamos em quinto lugar,
garantindo a classificação para o Mundial, que acontecerá no Marrocos, em 2017.
Sempre
competi em ambos, então a transição do futsal para o campo não terá
anormalidade. Primeiramente, estou trabalhando para ser titular da equipe,
almejando ser campeã do Campeonato Mineiro, marcando gols e servindo às minhas
companheiras, afinal, é minha função. Logo após, ser campeã brasileira e, sem
dúvidas, tenho o sonho de vestir a amarelinha e representar a seleção brasileira
de futebol de campo.
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