Vinícius Dias
Os
pontepretanos fecharam a noite questionando a atuação de Emerson Sobral. O
Atlético, reclamando de Marcelo de Lima Henrique. Mais tarde, já na madrugada,
os palmeirenses se voltaram contra Leandro Vuaden, e os tricolores do Rio
contra Sandro Meira Ricci. Os quatro árbitros erraram. E não há quem tire do
prejudicado o direito de reclamar. Como não há, em meio à calorosa discussão,
quem avance além de acusações baseadas em simples suposições.
LEIA MAIS: A força (negativa) do apito
Durante
o Campeonato Brasileiro, um erro - nesse caso, uma sequência, diga-se - a favor
de paulistas ou cariocas é tido como motivo para se pôr em xeque os interesses
envolvidos e se associar a sigla da entidade que comanda - sem êxito - o
futebol brasileiro ao nome do beneficiado. Outro erro de arbitragem, seis meses
depois, no estadual, passa quase batido quando o prejudicado é um clube do
interior, que, dali a cinco jogos, vai encerrar seu calendário.
No
Brasil, buscamos culpados, e não soluções.
Em
2005, a anulação de 11 jogos apitados por Edilson Pereira de Carvalho no
Brasileiro, sob a suspeita de manipulação de resultados, soava como caminho.
Mas não pôs fim ao debate. Na 40ª rodada, Márcio Rezende de Freitas deixou de
assinalar pênalti claro de Fábio Costa em Tinga e ainda expulsou o atleta
colorado. Após 14 dias, o Corinthians foi campeão com três pontos de vantagem
sobre o Internacional. E os erros de arbitragem seguiram na pauta.
Arbitragem em xeque no Brasileirão (Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG) |
Cinco
anos depois, Sandro Meira Ricci assinalou pênalti do celeste Gil em Ronaldo. O
Corinthians venceu por 1 a 0, superou a Raposa e assumiu a ponta. No senso
comum, dizia-se que o título seria conquistado no apito, deixando uma
interrogação. Na prática, a equipe paulista tropeçou duas vezes - empates
contra Vitória e Goiás - nas três últimas rodadas e viu o Fluminense comemorar,
com o Cruzeiro a seguir.
Pouco
se fala em tecnologias, profissionalização e soluções.
O
grito do derrotado hoje é o silêncio do vitorioso amanhã.
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