Campeão como técnico e
jogador, Procópio Cardozo relembrou
capítulos marcantes de
sua história no aniversariante Mineirão
Vinícius Dias
Zagueiro multicampeão entre as décadas de 1950 e 1970, Procópio Cardozo também fez sucesso como
técnico depois de pendurar as chuteiras. Separadas no tempo, essas duas
trajetórias se unem, nas memórias, por um ponto: o Mineirão. Afinal, foi no
Gigante da Pampulha que Cardozo escreveu alguns dos principais capítulos de sua
vitoriosa história. A convite do Blog
Toque Di Letra, o mineiro de Salinas, no Norte do estado, detalhou três
momentos marcantes no agora cinquentenário estádio.
Procópio é homenageado pelo Atlético (Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG) |
O
primeiro deles remonta a 06 de agosto de 1966. O defensor vestia a camisa do
Atlético, que, naquela ocasião, enfrentava o Democrata de Sete Lagoas. "O
jogo estava 0 a 0. Se empatássemos, perderíamos o primeiro lugar para o
Cruzeiro", diz. A poucos minutos do fim, Procópio mudou os rumos da
partida. "O lateral cruzou. De fora da área, eu peguei um sem-pulo de pé
esquerdo. A bola entrou no ângulo... e um atleticano, emocionado nas
arquibancadas, morreu. Chato, né?", completa.
Protagonista do 7 a 1
Aquele
foi um de seus últimos jogos pelo clube alvinegro. Um mês depois, Cardozo voltou
ao rival Cruzeiro, onde foi seis vezes campeão mineiro e ainda conquistou a
Taça Brasil de 1966, em decisão diante do Santos, de Pelé. O embate marcante,
no entanto, envolveu um adversário bem mais modesto: o Araxá Esporte Clube, em
04 de novembro de 1967. "Fiz três gols na vitória por 7 a 1", conta o primeiro zagueiro a alcançar tal feito no Gigante da Pampulha.
Zagueiro com a taça do Mineiro de 1967 (Créditos: Site Oficial do Cruzeiro/Arquivo) |
Único
técnico a festejar três mineiros consecutivos pelo Atlético, Procópio voltou a
viver momentos especiais na campanha do bi, em 1979. "(Em 12 de setembro), o Mineirão estava lotado. Precisávamos vencer o Guarani, de Divinópolis, para
ficar com o título. E o jogo estava 1 a 0 para eles até os 31 minutos do segundo
tempo", afirma. O técnico recorreu a Heleno para mudar o panorama do jogo.
"Por favor, acerte o passe". Foi o único pedido que fez ao
meio-campista alvinegro.
Desmaio do campeão
Naquela
partida, a equipe não contava com Reinaldo, principal artilheiro da história do
Mineirão, que estava lesionado. Mas Heleno resolveu. Primeiro, ele encontrou
Paulo Isidoro livre para empatar o jogo. Cinco minutos mais tarde, tabelou com
Toninho Cerezo, que voltou a servir Isidoro. Virada do Atlético. "Eu
desmaiei no túnel", recorda Cardozo, que ainda viu Adriano marcar o
terceiro gol logo após entrar em campo.
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