Após sucesso inicial, grupo trabalha nos bastidores para viabilizar
próxima edição, sonhando com mais datas e revisão dos estaduais

Vinícius Dias

Após reunir mais de 60 mil torcedores nas arquibancadas na rodada de abertura e receber sinal verde da CBF - embora, oficialmente, a entidade considere o torneio desta temporada como amistoso -, a Primeira Liga já trabalha nos bastidores para viabilizar a realização da próxima edição, em 2017. Os debates, que a princípio têm como protagonistas os 15 clubes filiados à Liga, as federações estaduais e a confederação, também devem envolver as emissoras de TV na sequência.


O planejamento, que começou a ser traçado em uma reunião realizada há cerca de duas semanas, em Belo Horizonte, tem no aumento do total de datas da competição um de seus pontos-chave. A avaliação interna é de que um torneio mais longo seria, por consequência, mais atraente na ótica comercial. Com o discurso de "evitar surpresas", os dirigentes da Primeira Liga planejam apresentar uma proposta inicial à CBF e às federações dos estados envolvidos ainda neste trimestre.

Formato dos estaduais pode ser revisto
(Créditos: Marcelo de Negreiros/FCF/Divulgação)

O contexto aponta para a revisão da fórmula dos estaduais. "Existe entre os grandes clubes a vontade de reduzir um pouco as datas ou adotar um sistema em que eles entrem em outra etapa", destaca ao Blog Toque Di Letra Delfim Peixoto, presidente da Federação Catarinense, cujo estadual tem 20 datas atualmente. Com 15 datas, o Mineiro é o torneio mais curto do eixo Sul-Minas-Rio. Carioca e Gauchão ocupam 18 datas, contra 17 do estadual paranaense.

Negociações com a TV

Em meio a essa adequação, clubes e federações vão negociar os futuros contratos de TV dos estaduais - os atuais terminam neste ano. O cenário em aberto, sinônimo de expectativa para a Liga, traz incerteza aos clubes do interior. "Vamos ver o que vai acontecer. Mas que preocupa (possível desvalorização), preocupa", afirma o gerente de futebol da Caldense, Alex Joaquim. Em outubro, em reunião na sede da FMF, a Veterana chegou a votar contra a realização do regional.

Caldense votou contra a Primeira Liga
(Créditos: Site Oficial da FMF/Divulgação)

A ideia da Liga, porém, é evitar conflitos. "O caminho da direção, decidido pela maioria, é de não querer guerra", disse à Gazeta do Povo o presidente do Conselho Deliberativo do Atlético/PR, Mário Petraglia, citando a decisão de não acionar a CBF por prejuízo comercial. Quanto à opositora Ferj, a aposta é semelhante. "Ela sempre falou em 2017, então vai ficar em uma situação meio difícil se continuar nessa posição (contrária). Mas acho que vamos acertar", afirma Delfim Peixoto ao Blog.

Novos participantes

A busca por mais datas para o próximo ano tem como objetivo principal acomodar os 15 membros - Chapecoense, Joinville e Paraná ficaram fora desta edição. Ainda assim, várias equipes seguem atentas à situação. "Os clubes da Série B me procuraram (no ano passado) perguntando se havia alguma chance de eles participarem", exemplifica Marcus Salum, um dos representantes do América/MG na Primeira Liga e líder das negociações da Série B com a TV em 2015.

Torneio reúne dez dos 20 clubes da elite
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

A entidade planeja acertar os detalhes organizacionais rapidamente para, logo a seguir, se concentrar nos aspectos comerciais. Embora o discurso nos bastidores seja de que o fato de o torneio sair do papel neste ano representa uma grande vitória, é consenso de que as receitas, por ora, estão aquém do potencial. O discurso que será apresentado a potenciais parceiros para 2017 será o de "principal torneio do primeiro semestre". A Liga, hoje, reúne dez dos 20 clubes da elite.

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