Vinícius Dias
Uma
diretoria pouco convicta e um técnico com cada vez menos apoio. A equação da
queda do português Paulo Bento, 75 dias após o anúncio do acerto, pode ser
resumida pelas duas variáveis. Na quinta-feira passada, horas após a vitória na
Copa do Brasil, as palavras do vice-presidente de futebol Bruno Vicintin
sugeriam sequência. "O treinador está prestigiado, vem de
classificação", afirmou. Depois de quatro dias, uma derrota e uma reunião,
ponto final: roteiro de avaliação de resultados.
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É
verdade que Paulo Bento vinha perdendo apoio interna e externamente. Aquilo que
antes parecia inovador passou a ser tratado, no mínimo, com ressalvas. A linha
defensiva alta, sem o lastro dos três pontos, se tornou desenho da
instabilidade. Dia a dia, e com menos brasileiros por perto na comissão
técnica, o técnico ganhava voz, mas se aproximava de perder a vez. Também pelos
próprios erros, mas principalmente por se tornar um escudo cada vez mais frágil
para a diretoria.
Paulo Bento: 75 dias de Cruzeiro (Créditos: Pedro Vilela/Light Press) |
Diretoria
que retrata, de maneira fiel, uma administração capaz de realizar cinco trocas
- quatro motivadas por demissão - de técnico, propostas de jogo e treino em
apenas 13 meses. Capaz ainda de contratar um time no primeiro semestre - dos 11
reforços, apenas um chegará a agosto como titular absoluto -, investir em mais
seis jogadores recentemente e, antes mesmo de todos estarem à disposição, ter
certeza sobre o insucesso do trabalho de um técnico prestigiado dias antes.
Trocas
movidas por resultados e nomes no ritmo da pressão.
No
momento, uma rara convicção é a de que falta convicção.
"A linha defensiva alta, sem o lastro dos três pontos". Sabe qual o problema principal disto, no Cruzeiro? O goleiro que não sabe jogar como líbero, fato corriqueiro na Europa. Ou seja, o pobre portuga tomou uma(s) rasteira(s) do grande Fábio.
ResponderExcluirAcho que insistir com novatos e deixar os mais experientes no banco pesou contra ele, alem da omissão dele, dizendo que não se sentia cobrado, que a mala dele tava pronta e toda derrota a mesma ladainha.
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