Douglas Zimmer*
Salve,
China Azul!
O
Cruzeiro falhou miseravelmente em todas as chances que teve de ser protagonista
nesta temporada. Não conseguiu avançar à segunda fase da Primeira Liga; não
conseguiu passar das semifinais de estadual e Copa do Brasil; e penou até agora
no Campeonato Brasileiro, não aparecendo na primeira metade da tabela em
nenhuma rodada. Mas quis o destino - ou chamem como melhor lhes parecer - que,
quase no apagar das luzes do teatro, a Raposa possa, uma vez que não se saiu
bem como personagem principal, assumir o papel de coadjuvante de uma tragédia.
Que
fique claro, de antemão, que sou totalmente contra o comodismo de achar que o
fato de não ser rebaixado deva ser festejado e, também, que não é do meu feitio
comemorar a derrocada dos outros. O Cruzeiro é bem maior do que isso e nós,
torcedores, devemos pensar assim. Porém, o ano está no fim e o que nos resta é
fechar essa participação da melhor forma possível, sabendo que precisamos
melhorar muito, mas muito mesmo, se pretendemos almejar posições de destaque, e
não somente alguns poucos momentos de destaque.
Rafael Sóbis: de ídolo a algoz colorado? (Créditos: Pedro Vilela/Light Press/Cruzeiro) |
Nesta
cena, o Cruzeiro pode assumir a condição de algoz do Internacional, caso o
derrote neste domingo, no Beira-Rio. Essa situação, é claro, reflete outras
tantas que levaram o clube gaúcho à nada agradável posição. No entanto, será a
última chance de o time buscar diante de sua torcida um fôlego que parece não
existir. Caso o pior - para eles - aconteça, a camisa azul será lembrada como
veste do coveiro que jogou a última pá de cal na cova em que será sepultado um
dos seus estandartes: a insígnia de ser um dos poucos jamais rebaixados.
Jogar pela própria história
Sou
da modesta e, talvez polêmica, opinião de que chegará o dia em que todos os
clubes, sem exceção, terão o orgulho ferido com a dor da queda. Espero estar
errado. Se antes de começar o Campeonato Brasileiro há 12 candidatos ao título,
ao longo da disputa é formada quase outra dúzia de ameaçados. Só neste ano,
além do Inter, São Paulo e Cruzeiro correram riscos. Ou seja, dos cinco jamais
rebaixados - Flamengo e Santos fecham a lista -, três conviveram ou convivem
com a ameaça.
No 1º turno, vitória do Cruzeiro: 4 a 2 (Créditos: Pedro Vilela/Light Press/Cruzeiro) |
Então,
sem que haja algo pessoal - apesar de 1975 seguir entalado na garganta dos
cruzeirenses - contra o colorado ou qualquer outro clube, espero que, estando
ao alcance, o Cruzeiro faça seu melhor e não meça esforços para minguar esse
rol de clubes que continuam sem conhecer a divisão inferior e reafirmar a
própria história.
Já é hora de planejar 2017
Mas
vale lembrar: ficar ano após ano disputando o torneio apenas com a preocupação
de não ser rebaixado é inadmissível. Sei que não passa pela cabeça do amigo
leitor se acostumar com essa situação e que a diretoria também não se satisfaz
com esse prêmio de consolação. Portanto, foco em 2017, mas não sem antes
terminar da melhor maneira possível esse nosso confuso 2016.
*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde
junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção
Fala, Cruzeirense!
O TIME DO CRUZEIRO É ABAIXO DA CRÍTICA , ASSIM COMO A SUA DIRETORIA .
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