Pré-candidatos, Zezé
Perrella e César Masci apoiaram atual diretoria
em 2014; vice planeja
candidatura, enquanto Gilvan foca no estatuto
Vinícius Dias
Em
outubro de 2014, seis semanas antes de o Cruzeiro conquistar o tetra
brasileiro, Gilvan de Pinho Tavares foi reeleito presidente por aclamação - o
que não ocorria no clube desde o pleito de 1999, vencido por Zezé Perrella.
Neste ano, apesar do bom início em campo, a união nos bastidores em prol de um
candidato único é improvável. As eleições ainda não têm data marcada, mas a
expectativa é de disputa acirrada, culminando no fim de alianças políticas tecidas
nos últimos anos.
A
proposta de modificação do estatuto, por exemplo, coloca o atual
mandatário e seu principal apoiador no pleito de 2011, Zezé Perrella, em lados
opostos. Enquanto Gilvan de Pinho Tavares lidera as articulações visando à
diminuição dos requisitos para disputa já neste ano, o senador é contrário. Com
a experiência de quatro mandatos à frente do clube, Zezé se lançou
pré-candidato no fim de fevereiro. A possibilidade já havia sido aberta em 2014,
em entrevista ao Blog Toque Di Letra.
Perrella pretende voltar à presidência (Créditos: Zezé Perrella/Facebook/Divulgação) |
As próximas
eleições devem marcar, mesmo indiretamente, o primeiro embate entre os
ex-companheiros de diretoria. Internamente, no entanto, já havia sinais de
distanciamento há algum tempo. Um deles foi a troca, entre o primeiro e o segundo
mandato de Gilvan, de José Maria Fialho por José Francisco Lemos na primeira
vice-presidência. Na última semana, outro aliado de Perrella deixou o cargo:
Sérgio Rodrigues, ex-superintendente de futebol profissional. Em nota, o
Cruzeiro apontou "motivos particulares".
Gilvan e Masci: lado a lado recentemente (Créditos: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro) |
Embora
descarte o rótulo de oposição e tenha antecipado há dois meses o apoio à proposta de mudança no estatuto do clube celeste, César Masci também se lançou
pré-candidato. A volta à cena política do ítalo-brasileiro, presidente da
Raposa de 1991 a 1994 e apoiador da chapa de situação no pleito do fim de 2014,
acontece em meio a um cenário de insatisfação de representantes da bancada
italiana do Conselho com o que tratam como "enfraquecimento dos
laços" por parte da atual gestão.
Márcio Rodrigues comanda a base azul (Créditos: Site Oficial do Cruzeiro/Divulgação) |
Ainda que de forma mais discreta, outro
que já articula sua candidatura é o atual segundo vice-presidente Márcio
Rodrigues, responsável pelas categorias de base. Curiosamente, em sua primeira
tentativa, o dirigente foi derrotado nas eleições de 2008 por Zezé Perrella,
cuja chapa tinha Gilvan de Pinho Tavares como primeiro vice. Neste ano, além do
senador e de Masci, a lista de possíveis adversários inclui o atual
vice-presidente de futebol Bruno Vicintin, seu braço direito na Toca I entre
2013 e 2015.
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