Vinícius Dias
Roubada
de bola na intermediária defensiva, contra-ataque e finalização certeira de
Fernandinho aos 27 minutos. Aos 41', passe de Jailson para Luan enfileirar a
defesa do Lanús e ampliar. Primeiro tempo perfeito do Grêmio em La Fortaleza
para coroar o tricampeonato de um time, de fato, libertador. Com o DNA de
Renato Gaúcho, primeiro brasileiro a conquistar o principal título
sul-americano como jogador e treinador. Dez vitórias, dois empates, duas
derrotas, 25 gols marcados e nove sofridos.
Trabalho
excepcional, além de resultados e rótulos. Se no discurso Renato valoriza a
praia, em campo seu time é produto da preparação. Vitória por 1 a 0 na ida, com
56% de posse e dez finalizações contra duas, de acordo com o Footstats. 2 a 1 na volta, com 41% de
posse e 13 finalizações contra dez. Números e cenários distintos, que,
paradoxalmente, revelam a identidade do tricolor gaúcho: saber o que fazer em
campo. Encurtando espaços sem a bola, triangulando com ela e valorizando o
talento.
A América nas mãos de Renato Gaúcho (Créditos: Lucas Uebel/Flickr/Grêmio FBPA) |
Talento
de pratas da casa como Arthur e Luan, tão decisivos quanto o excelente Marcelo
Grohe e tão campeões como os contestados Edílson, Cortez, Cícero e Jael,
reafirmando que conjunto vale mais que grife. A tão sonhada revolução do
futebol brasileiro passa por estudo, novos conceitos, mas também por tirar o
máximo de um elenco sem estrelas, quebrar o jejum de 15 anos sem títulos
nacionais e reinventá-lo após a venda de Walace e as lesões do maestro Douglas
e do capitão Maicon.
O
merecido tricampeonato é exemplo dentro e fora de campo.
Antes
da batalha, Libertadores é bola: o que sobra ao Grêmio.