Aos 31 anos, zagueiro que
estreou pelo Cruzeiro com título da Copa
do Brasil reforça o Leão
do Bonfim no Mineiro: 'Time tem encaixado'
Vinícius Dias
A faixa de campeão ou uma fralda? A opção pela faixa simbólica, que deu lugar à
oficial no fim da noite, segue viva na memória de Gladstone. "Isso virou
marca registrada, não tem jeito. Aonde vou, tenho que contar essa
história", comenta ao Blog Toque Di
Letra. A cena remonta ao dia 11 de junho de 2003. O zagueiro, à época com
18 anos, faria sua estreia como profissional no Cruzeiro. Na preleção, o
técnico Vanderlei Luxemburgo, que não teria o titular Edu Dracena nem o reserva
imediato Thiago, suspensos, decidiu testar o psicológico do substituto.
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"Foi
importante no momento que eu vivia, de incerteza, se seria jogador mesmo, se
conseguiria fazer aquele bom jogo. De certa forma, quebrou o nervosismo",
afirma. Quis o destino que, 14 anos depois, o Mineirão fosse palco de mais uma
estreia de Gladstone: no próximo domingo, pelo Villa Nova, diante do ex-clube.
"A expectativa (para o Mineiro) é boa. O Leston Júnior é um treinador
muito inteligente e nos traz confiança. Formaram o grupo do zero, mas a equipe
tem encaixado. Acho que podemos fazer um bom papel", avalia, mirando a
vaga nas semifinais.
Gladstone comemora título em 2003 (Créditos: Site Oficial do Cruzeiro/Arquivo) |
O
Leão do Bonfim é o 17º clube do vila-velhense, de 31 anos, cuja carreira inclui
passagens pelas ligas italiana e portuguesa. Titular da seleção sub-20 no
Mundial de 2005, na Holanda, ele ainda teve duas convocações para a equipe
principal entre 2006 e 2007. "Eu estava em bom momento, mas fui observado
apenas nos treinos. Jogador precisa do jogo, da vivência, para demonstrar o que
pode. Não tive a oportunidade de demonstrar ao Dunga que poderia ter sido mais
útil à seleção", lamenta.
Ao lado de Capello e Cannavaro
A ida
à Juventus, na temporada 2005/2006, é tratada pelo zagueiro como 'hours
concours' da carreira. Na equipe de Fabio Capello, Gladstone teve a
oportunidade de conviver com Fabio Cannavaro - seu parceiro de zaga no único
jogo que disputou -, capitão do tetra da Itália meses depois. "Foi um
momento de aprendizado máximo para mim. A defesa italiana por muitos anos foi
uma das melhores do mundo. Eu, muito jovem, aprendi bastante com o treinador,
com os jogadores", destaca.
Aos 31 anos, zagueiro reforça o Leão (Créditos: Divulgação/Villa Nova A.C.) |
De
volta ao Brasil, em 2006, o zagueiro foi reintegrado ao elenco celeste. Dois
anos depois, acertou a saída para o Palmeiras. Embora evite o termo
arrependimento, diz que, se tivesse uma segunda chance, permaneceria no
Cruzeiro. "Saí muito precoce, ainda tinha uma história a ser escrita.
Talvez tivesse permanecido, feito um bom ano, renovado", avalia Gladstone,
que, fora dos gramados, é sócio de um complexo esportivo em Belo Horizonte,
local do início da pré-temporada do Villa Nova.
'Diretoria tem feito coisas boas'
A
fase final foi realizada em Bragança Paulista. "A nova diretoria tem feito
coisas interessantes. O Villa Nova foi um dos únicos clubes de Minas Gerais que
saiu para fazer pré-temporada, eles estão tratando do gramado do CT para que
possamos ter qualidade de treinamento", elenca. "Fazer futebol, hoje,
é muito difícil. Quando há o esforço, a gente tem que salientar para que, de
repente, vire modelo. Espero que esse bom trabalho feito fora de campo surta
efeito dentro de campo", acrescenta.
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