Consagrado com apelido que ganhou enquanto caçava ratos aos 13
anos, atacante busca sucesso além do Nordeste: 'Tupi me agradou'
Vinícius Dias
A brincadeira de caçar ratos usando
estilingue nos arredores dos campos recifenses quando tinha apenas 13 anos já
acompanha Flávio Augusto do Nascimento há quase duas décadas. Aos 30, tendo
realizado o sonho de se tornar jogador profissional, ele carrega no nome uma
lembrança daqueles tempos. A mira apontada no passado para o roedor, no
entanto, hoje se volta para as redes. "O treinador ficou me chamando
de caça-rato e pegou esse apelido. Tem que ter (boa mira), mas agora é fazer
gol", relembra o atacante, reforço do Tupi, ao Blog Toque Di Letra.
Se na infância humilde Flávio era um
dos inúmeros garotos movidos pelo sonho de ganhar a vida jogando futebol, anos
mais tarde como Caça-Rato deixou de ser mais um. "Tudo é Deus na vida da
gente. Sempre quis ser jogador profissional e consegui, mas não sabia que seria
tão reconhecido. Isso é fruto do meu trabalho. É uma coisa gostosa, mostra que
você está fazendo coisas boas", diz. "Mesmo com o pouco que minha mãe
me deu, o pouco era o certo e o bem para mim. A gente, posso dizer assim,
começa pelos sonhos", acrescenta o atacante.
Em 2013, Caça-Rato foi peça-chave (Créditos: Santa Cruz/Twitter/Divulgação) |
Campeão
pernambucano em 2012 pelo Santa Cruz, Flávio viveu o auge no ano seguinte:
bicampeonato estadual e o acesso à Série B, coroado com a conquista da Série C.
Ora com a camisa 7, ora com a 20, balançou as redes na decisão local diante
do Sport, na Ilha do Retiro, e nos duelos do acesso e título da C, contra Betim
e Sampaio Corrêa, respectivamente, no Arruda. "2013 foi um ano maravilhoso.
Apareci mundialmente", festeja um dos maiores ídolos recentes do tricolor.
Dois anos: duas lesões, dois gols
Caça-Rato deixou o Santa Cruz ao fim de 2014.
Desde então, acumulou passagens apagadas por Remo, Guarani e Duque de Caxias.
Em dois anos, disputou 23 partidas e fez apenas dois gols. "Quando fui
para o Remo, foi questão de salários lá e não deu certo. No Guarani,
infelizmente, tive duas lesões no adutor, coisa que nunca havia acontecido na
carreira", pondera, vislumbrando uma história bem diferente em 2017.
"Graças a Deus, estou muito focado. Isso é passado".
Aos 31 anos, atacante reforça o Tupi (Créditos: Site Oficial do Tupi/Divulgação) |
O
cenário do recomeço será Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. "Agora
estou trabalhando forte a minha forma física. Que seja um excelente ano, não só
para mim, mas também para o Tupi", confia o atacante, anunciado como
presente de ano-novo. "Eu tinha convites de outros clubes e até do Santa
Cruz. Minha vinda para cá ocorreu porque eu estava pensando em disputar um
campeonato que ainda não joguei. O projeto do Tupi também me agradou
muito", revela.
Caça-Rato além de Pernambuco
Em
2017, Caça-Rato almeja, enfim, se firmar fora do estado natal. "Não
adianta só ficar conhecido como jogador do Santa Cruz. Como falei, tenho
capacidade, pretendo fazer um excelente Campeonato Mineiro". Com gol e
assistência em jogos-treino, ele agora se prepara para as partidas oficiais.
"Gosto de comemorar gols com a dancinha, mas não para menosprezar o
adversário. Isso é uma marca minha. Já tenho alguma coisa armada". No
domingo, o Tupi estreia ante o Tombense, em casa.
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