Carioca que trocou
chuteiras por prancheta aos 31 anos comandará
a Veterana no Campeonato
Mineiro: 'vem forte para brigar', afirma
Vinícius Dias
Nas
concentrações dos tempos de São Paulo, o Championship Manager era um dos
passatempos prediletos do atacante Oliveira. "Sempre gostei dessa parte
tática, duelos táticos. Eu, Kaká e o Márcio goleiro jogávamos muito", recorda.
Uma década depois, o carioca trocou as chuteiras pela prancheta. "Ali (no
game) começou a acender uma luzinha de que, no futuro, poderia acontecer. Com
os treinadores que tive, sempre conversei bastante sobre tática, aprendi muito.
Estou nessa carreira há quatro anos", afirma o hoje treinador da Caldense
ao Blog Toque Di Letra.
Apesar
da aposentadoria precoce, aos 31 anos, ele protagonizou situações inusitadas.
Uma delas, em 2002, no Paulista. Fora dos planos de Nelsinho Baptista, foi
cedido à Matonense para a disputa do torneio do interior. "O time tinha
Luiz Carlos Goiano, Marcel (atacante ex-Cruzeiro), mas acabou rebaixado".
A volta ao tricolor, já na era Oswaldo Oliveira, coincidiu com a lesão de Dill
a dias do Supercampeonato, que reuniria Ituano, campeão do interior, e o trio
da capital. "A Federação autorizou minha inscrição. Entrei nos dois jogos
da final e fui campeão", destaca.
Treinador assumiu a Veterana em maio (Créditos: Site Oficial da Caldense/Divulgação) |
Na
temporada 2004/2005, Oliveira se transferiu para o Catar. A passagem pelo
Al-Ahli, onde atuou com o então volante Guardiola, ficou marcada por uma
disputa com o argentino Batistuta, do Al-Arabi. "O jogo estava 2 a 2.
Guardiola tinha feito um gol, eu outro. Jovem, querendo buscar espaço, fui um
pouco mais forte na dividida. Ele olhou para mim e falou: 'pô, Oliveira, não é
Fla-Flu, aqui tem que ter calma'. Foi curioso, porque pensamos que não, mas
essas estrelas conhecem nosso futebol", revela.
Lições e parceria com Guardiola
Filho
de Jair dos Santos, ex-goleiro de Grêmio e Vasco, o atacante deu os primeiros
passos na base cruzmaltina. A seguir, acertou o São Paulo, onde conquistou a
Copa São Paulo de Futebol Júnior em 2000, um ano antes de disputar o Mundial
sub-20. Em 2012, Thiago Oliveira, como atualmente é conhecido, iniciou a
transição. Um dos mestres foi, justamente, Guardiola. "Ele já era um
jogador-treinador no Al-Ahli, orientava posicionamento. Em 2015, passei duas
semanas observando treinos (do Bayern de Munique) no Catar. Experiência
única", comenta, aos 35 anos.
Oliveira, à esquerda, com Guardiola (Créditos: Arquivo Pessoal/Thiago Oliveira) |
Diferenças
de realidade à parte, o carioca exalta as lições. "Ele disse uma coisa
fundamental sobre conhecer o seu clube e trabalhar com a estrutura dele. Muitos
técnicos vão para um clube com uma ideia de jogo, mas, de repente, não têm
peças para usar", pontua. "Outra questão é a dedicação dos jogadores
do nível do Ribery, do Robben. Procuro trazer para a minha realidade e mostrar
para os nossos jogadores. Se você não treinar 100%, 110%, não consegue
êxito", completa.
'O time está evoluindo', garante
Estreante
no Campeonato Mineiro, Thiago Oliveira dirigirá um elenco com seis vice-campeões em 2015. "Temos jogadores muito qualificados, que já
conhecem o estadual. Isso é muito importante", avalia. "Fizemos uma
boa pré-temporada, fizemos amistosos até com equipes já formadas há algum
tempo. O time está evoluindo. A Caldense vem forte para brigar e, quem sabe,
repetir uma campanha tão gloriosa como aquela". A Veterana estreia contra
a URT, no domingo, em Patos de Minas.
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