Um dos mais utilizados
por Vagner Mancini, jovem zagueiro comenta
início de trabalho no
alviverde: 'Em 60 dias, a gente se reestruturou'
Vinícius
Dias
A expectativa pelo principal capítulo da história da Chapecoense -
a final da Copa Sul-Americana diante do Atlético Nacional, em Medellín - deu
lugar a luto e dor, em novembro último, em razão do acidente aéreo que deixou
71 mortos. Em meio à comoção mundial, no entanto, a necessidade de formar um
novo elenco fez com que a tragédia mudasse a vida de vários profissionais. Um
deles foi Fabrício Bruno, de 21 anos. "A proposta chegou para mim no dia
26 de dezembro", relembra o zagueiro, natural de Contagem, ao Blog Toque Di Letra.
Três semanas depois do convite, recebido enquanto curtia férias
após a primeira temporada como profissional no Cruzeiro, Fabrício Bruno marcou
seu nome na história do clube catarinense: foi titular no amistoso contra o
Palmeiras, na Arena Condá, o primeiro capítulo da reconstrução. "Em função
de tudo o que aconteceu, eu vim de peito aberto e extremamente feliz com o novo
desafio", destaca o zagueiro, que tem contrato com o clube celeste até
dezembro de 2019 e vestirá a camisa da Chapecoense, por empréstimo, até o fim
desta temporada.
Fabrício Bruno: cara nova em Chapecó (Créditos: Chapecoense/Flickr/Divulgação) |
Em
sua primeira experiência fora do Cruzeiro, o jovem faz avaliação positiva do
trabalho. "Em pouco mais de 60 dias, a gente se reestruturou bem",
comenta uma das peças mais utilizadas pelo técnico Vagner Mancini no trimestre.
Apesar da estreia com vitória na Libertadores e do vice-campeonato do primeiro
turno do estadual, Fabrício Bruno revela que nem tudo foram flores. "Os
primeiros dias de trabalho foram difíceis". O mundo responde com o grito
que, nos últimos meses, foi além da Arena Condá e do verde e branco: vamos,
vamos, Chape!
Você chegou à Chapecoense para sua
primeira experiência fora do Cruzeiro menos de dois meses depois de o clube, em
razão de uma tragédia aérea, perder as principais referências dentro e fora de
campo. Nos primeiros dias de trabalho, diante desse cenário, quais foram as
principais dificuldades?
Eu
vim para a Chapecoense depois de um longo tempo no Cruzeiro. Os primeiros dias
de trabalho foram difíceis. É complicado se reerguer depois de tudo o que
aconteceu, entrar na Arena Condá e lembrar da festa que era feita lá e dos
amigos que não estão mais aqui. Todas as dificuldades estão sendo superadas no
dia a dia, com o trabalho e a amizade verdadeira no grupo novo que se formou.
Do amistoso na Arena Condá contra o
Palmeiras, marcando seu nome no primeiro capítulo da reconstrução do clube, até
hoje, como tem sido a experiência na Chapecoense?
O
jogo contra o Palmeiras marcou a reestruturação da Chapecoense. A experiência
está sendo muito boa. Eu fui escolhido para jogar aqui e fazer parte desse
momento. Já estou adaptado à nova cidade e focado no trabalho para evoluir e
ganhar mais experiência em campo.
A presença de remanescentes de 2016,
como Neném e Moisés, e o retorno de jogadores como Apodi, Túlio de Melo e
Douglas Grolli, também emprestado pelo Cruzeiro, é um trunfo na relação entre o
novo elenco e a torcida?
O
Neném é um ídolo aqui, por todo o tempo que ele se dedicou à Chapecoense. O
Moises não é diferente. Ele veio de um ano difícil, com uma lesão grave, e
agora está aqui para ajudar o grupo. Apodi, Túlio e Douglas de volta é
importante para o grupo dentro de campo e também para a torcida pela história que
eles já têm aqui.
Quando você recebeu a proposta para
defender a Chapecoense nesta temporada? Ao aceitá-la, o que mais te seduziu?
A
proposta chegou para mim no dia 26 de dezembro. O que mais me chamou a atenção
foi fazer parte desse processo de reconstrução da Chapecoense. Em função de
tudo o que aconteceu, eu vim de peito aberto e extremamente feliz com o novo
desafio. Quero honrar todos aqueles que se foram e procurar fazer o meu melhor
para trazer a alegria de volta à cidade. Foi a minha primeira saída do
Cruzeiro. Eu vinha de seis meses sem poder jogar e espero aqui ter oportunidade
de mostrar a minha capacidade.
Vice-campeã do primeiro turno do
estadual, eliminada na primeira fase da Copa da Primeira Liga, estreia com
vitória na Libertadores. Como você, um dos jogadores mais acionados por Vágner
Mancini até aqui, avalia o primeiro trimestre da equipe?
Em
pouco mais de 60 dias de trabalho, a gente se reestruturou bem e mostramos um
pouco dessa nova Chapecoense. Fomos vice-campeões no estadual por detalhe e
estrear com vitória na Libertadores foi muito importante por se tratar da
principal competição que estamos disputando.
Até o término da temporada, a
Chapecoense disputará pelo menos mais quatro competições oficiais: Campeonato
Brasileiro, Copa do Brasil, Recopa Sul-Americana e Copa Suruga. Qual é a
principal meta traçada pelo clube?
A
principal meta é ir bem no Campeonato Brasileiro e conseguir ficar bem
posicionado na tabela. Temos um grupo novo, e o Brasileirão é uma competição
difícil. O que der para buscar, na medida do possível, vamos buscar sim. Na
Recopa Sul-Americana e na Copa Suruga, vamos lutar pelos títulos. A Copa do
Brasil sabemos que tem que ser passo a passo.
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