A derrota do Cruzeiro e a ressaca do torcedor

Douglas Zimmer*

Salve, China Azul!

Que ressaca, meus amigos. Talvez você, caro leitor, não seja dado ao copo, mas com certeza já ouviu falar que as piores consequências de uma bebedeira são aquelas que sucedem um período de abstinência, alguma festa depois de muito tempo sem participar de uma. Quando você fica muito tempo sem beber, sem farrear, pode estar certo de que, assim que resolver der uma saidinha, sua cabeça vai pesar muito mais do que o normal na manhã seguinte. E é assim que eu, depois de certo tempo ser ver o Cruzeiro jogar, fiquei me sentindo depois do jogo de quarta-feira.


Tudo bem que foi apenas um amistoso e que não dá para a torcida tirar conclusões precipitadas apenas analisando o que viu - ou o que não viu - durante os 90 minutos diante do Corinthians. Algumas coisas, no entanto, me chamaram bastante a atenção. Uma delas, talvez a principal, foi justamente a falta de atenção, sobretudo no primeiro gol: falha bizarra, com a defesa completamente aberta após o tiro de meta cobrado pelo adversário. É o tipo de lance que só consigo imaginar sendo reproduzido exatamente em um jogo em que não há muita preocupação com o resultado.

Raposa tropeçou diante do Timão
(Créditos: Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C.)

Tranquilo! O placar realmente não era o mais importante. Eu estava, de fato, muito mais interessado na postura e na produção da equipe. E isso, amigo, foi o que mais me deixou incomodado. O primeiro tempo foi bastante abaixo da crítica. O time não conseguiu produzir praticamente nada e foi facilmente anulado pelos corintianos. Achei o meio-campo muito espaçado e o ataque, setor mais prejudicado pelas ausências, absolutamente improdutivo. Curiosamente, a partida melhorou para os cruzeirenses na segunda etapa, quando Mano Menezes trocou quase todos os jogadores.

Rafael Sóbis: o melhor em campo

Fiquei pensando se a melhora foi realmente em função das mudanças ou se o fato de os paulistas também terem substituído a maioria das peças foi o que mais pesou. Mas a verdade é que o Cruzeiro levou mais perigo à meta defendida por Walter. Um dos mais voluntariosos, talvez o melhor em campo, apesar do placar, foi Rafael Sóbis. Com a incumbência de liderar o ataque, mostrou disposição e buscou o gol sempre que possível. Sinceramente, espero que ele consiga desempenhar essa função no restante da temporada, uma vez que será o principal nome do setor daqui adiante.

Camisa 7 se destacou no amistoso
(Créditos: Bruno Haddad/Cruzeiro E.C.)

Quanto à ressaca, confesso que a cabeça já nem dói mais. Foi só aquela sensação de mal-estar momentâneo, mas que de forma alguma me fará mudar a rotina, ou melhor, o desejo de ver o Cruzeiro. Daqui a pouco nosso espírito volta a se acostumar com as emoções e com as noites bem e mal dormidas. Nada que outro amistoso não resolva.

Força, Cruzeiro!

*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção Fala, Cruzeirense!

Um comentário:

  1. .

    Enquanto o futebol brasileiro não mudar sua filosofia ADEUS TÍTULOS INTERNACIONAIS - ONDE TIVER TIMES EUROPEUS ! ! !

    qUE ABRA OS OLHOS O cruzeiro ! ! ! Com aquele jogo de """CERCA LORENÇO""" ou de BICHO PREGUIÇA ! ! !

    Enquanto o Brasil levava quase 3 minutos para passar de meio-de-campo o adversário levava uns 5 segundos quando muito ! ! ! Diferença monstruosa.

    Graças à fama de NEYMAR, LEVARÁ ALGUM TEMPO PARA O BRASIL TER ALGUM PENALTY A SEU FAVOR ! ! !

    .

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