Mercado celeste

Vinícius Dias

De contrato renovado, Marcelo Oliveira continua à frente do Cruzeiro em 2014. No dia 06 de janeiro, quando o clube retoma os trabalhos, ele terá pelo menos três caras novas à disposição na Toca da Raposa. O lateral-esquerdo paraguaio Samudio, ex-Libertad/PAR, o meia-atacante Marlone, ex-Vasco, e o volante Rodrigo Souza, ex-Boa Esporte. O avante Marcelo Moreno, em negociações encaminhadas com a Raposa, também deve ser novidade no clube.

Por outro lado, o lateral-esquerdo Éverton, envolvido na negociação que trouxe o vascaíno Marlone ao Cruzeiro, e o volante Leandro Guerreiro e o zagueiro Paulão, que não tiveram os vínculos renovados, deixam a Toca. Luan segue com a situação indefinida. Com interesse na permanência do atacante, que pertence ao Palmeiras, a equipe azul pode ceder Anselmo Ramon aos paulistas.

Armador e atacantes: em alta bastidores
(Montagem: Editoria de Arte/Toque Di Letra)

Nos bastidores, a cúpula azul vê crescer o assédio sobre o meia Éverton Ribeiro, destaque do clube na temporada. Depois de recusar três ofertas entre junho e julho últimos, a diretoria estrelada pretende mantê-lo pelo menos até o fim da Copa Libertadores. Segundo apurou o Blog Toque Di Letra, a intenção é receber, no mínimo, € 15 milhões pelos 60% que lhe cabem dos direitos econômicos.

Setor defensivo

Com três propostas em mãos, uma delas de um time paulista, o uruguaio Maurício Victorino segue com a situação definida. Enquanto isso, o clube deve anunciar um reforço para o setor. O palmeirense Vilson é a primeira opção. Outro nome comentado é o de John Stefan Medina. Destaque do Atlético Nacional, da Colômbia, o zagueiro, de 21 anos, foi oferecido por investidores ao clube.

Mercado alvinegro

Vinícius Dias

Depois de confirmar a saída de Cuca, Alexandre Kalil agiu rápido e, ainda no Marrocos, oficializou seu substituto. Paulo Autuori estará à frente do Atlético, que, sonhando com o bi da Libertadores, inicia o ano discutindo renovações. Dos laterais Júnior César e Richarlyson, do zagueiro Gilberto Silva e do meia Ronaldinho Gaúcho, que terão vínculos encerrados nesta terça-feira, 31. À imprensa, o camisa 10 sinalizou estar satisfeito com o projeto atleticano.

Por ora, nenhuma novidade no grupo principal, que se reapresenta no dia 20 de janeiro. Nos bastidores, a zaga e o meio-campo devem ser os dois primeiros setores a receber reforços. Entre os 12 jogadores que voltam de empréstimo, a tendência é de que apenas o volante Felipe Souto e o atacante André, que disputaram o último Brasileiro pelo Vasco, recebam novas chances.

Moisés, Alecsandro e R10: pauta do Galo
(Montagem: Editoria de Arte/Toque Di Letra)

Mesmo na reserva, Alecsandro permanece em alta no mercado. Segundo apurou o Blog Toque Di Letra, o atacante segue na mira de Flamengo e Botafogo para a disputa da Libertadores. "Ninguém nos procurou", contou seu empresário, Oldegard Filho. "Mas, se aparecer uma situação boa, ele pode analisar", pontuou. A condição no Atlético, porém, não incomoda o centroavante. "Ele está na reserva do atual titular da seleção brasileira", destacou Oldegard.

Sonho próximo

Sonho antigo da cúpula alvinegra, o volante Moisés pode, enfim, acertar com o Galo. "No meio do ano, a Portuguesa não quis negociar. Mas ficou conversado que, ao fim do ano, voltaríamos a conversar", disse, ao Blog Toque Di Letra, Fred Faria, empresário do atleta. Outro interessado é o Shandong, clube chinês, dirigido por Cuca. A favor do alvinegro, pesa a família. "Ele tem muito interesse. Ainda mais, pelo fato de que a família é daqui", revelou Fred.

Com oito atletas criados no clube, conquista do Brasileiro
brinda política da base; dirigente e joias da casa festejam

Vinícius Dias

Coroado com a conquista do tri do Brasileirão, o ano de 2013 teve sabor especial também para as categorias de base do Cruzeiro. Se em nível de resultados os números foram modestos, com seis títulos nos 18 torneios disputados, a temporada valeu a reafirmação da Toca da Raposa I como celeiro de craques para o grupo principal. Do goleiro Rafael ao atacante Vinícius Araújo, que marcou 11 gols em 27 partidas, oito pratas da casa foram a campo em 2013.


Além deles, Marcelo Oliveira também escalou o goleiro Elisson, o zagueiro Wallace e o lateral-direito Mayke, que, revezando com Ceará, garantiu a Bola de Prata, da Revista Placar. Lucas Silva foi o único a concluir 2013 como titular, depois de fazer ótimo Brasileiro ao lado de Nilton. No meio-campo, os jovens Élber e Alisson foram suplentes 'de luxo' para Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart.

Lucas Silva: de promessa a destaque
(Créditos: Washington Alves/Vipcomm)

Números que deixaram contente o superintendente da base azul celeste, Bruno Vicintin. "Em termos de jogadores que subiram, a nota é oito. Eles tiveram papel fundamental no título brasileiro. Para o ano da base, daria uma nota entre seis e sete", opinou ao Blog Toque Di Letra. "A função primordial das categorias de base é garantir um fluxo de talentos para o profissional", acrescentou.

Transição efetiva

De acordo com o dirigente, os bons resultados são fruto da evolução da política de base no clube celeste. "Nos últimos anos, o Cruzeiro melhorou um problema que tinha, que era transição", justificou. Hoje, as atenções se voltam para outras etapas do processo de formação. "Nós temos que captar bons jogadores, e transitar esses jogadores entre as categorias", argumentou.

Camisa 30 foi o 'artilheiro' da base
(Créditos: Washington Alves/Textual)

A expectativa para 2014 é de que mais três jogadores criados na base sejam integrados ao grupo profissional. "Depende do Marcelo Oliveira. Os nomes serão definidos após a Copa São Paulo de Juniores", disse Bruno. Em agosto, ao Blog Toque Di Letra, o técnico Marcelo Oliveira exaltou o trabalho da base celeste e comentou a importância de dar chances aos pratas da casa. "O Cruzeiro é uma das boas equipes do Brasil, que forma bons atletas", disse à época.

'Hoje é diferente'

Com a confiança do treinador, a temporada foi inesquecível para o meia-atacante Élber. Após estrear nos profissionais em 2011, ele festejou, em 2013, seu primeiro título. "Quando comecei a atuar, passávamos por um momento difícil. Hoje é muito diferente", assegurou. "Temos um treinador que dá muita moral para os garotos, e que acredita, tem total confiança neles, não tem medo de colocar para jogar", argumentou o camisa 27 do elenco tricampeão.

Élber: lapidado como 'diamante'
(Créditos: Cruzeiro E.C./Divulgação)

Além de participar da campanha que levou o Cruzeiro ao título brasileiro, 2013 significou a oportunidade de conviver e aprender com profissionais consagrados, como o armador Júlio Baptista, com quem disputa posição. "São jogadores que ganharam tudo, por onde passaram. É claro que não vou querer ser reserva para sempre. Mas, ser reserva de um atleta como esse, significa poder aprender, pegar um pouco de experiência com ele", concluiu Élber.

Números da base

Nas divisões de base, a equipe pré-infantil (sub-14) obteve os melhores resultados, com três títulos em cinco disputados. A única categoria que passou em branco foi a infantil (sub-15). Apesar de chegar à decisão da Copa Zico e do estadual, o time acabou derrotado por Vasco e Atlético, respectivamente. Nos juvenis (sub-17), o ano difícil, marcado por trocas de comando, lesões e alterações no plantel, acabou coroado com a IMG Cup, nos Estados Unidos.

Na rota da Toca II

Semifinalista do Campeonato Brasileiro, o time júnior (sub-20) terminou a temporada com dois títulos. O do Torneio de Terborg, na Holanda, e o do Mineiro. Resultados que significaram avaliação positiva. "Nos últimos três anos, o time júnior conquistou dois campeonatos mineiros e um brasileiro sub-20, e subiu seis jogadores. O que mais eu posso pedir?", questionou Bruno Vicintin.

Adeus, (mestre) Cuca!

Alisson Millo

Logo após a derrota nas semifinais do Mundial, contra o Raja, a saída do treinador Cuca foi confirmada pelo presidente Kalil. Uns dizem que já vai tarde, outros lamentam. Fato é que a passagem do treinador rendeu dois títulos mineiros e uma Libertadores. Bom? Ou pouco? Cada um pensa de uma forma.

Preferências à parte, o ex-técnico do Galo deixa um misto de gratidão e rancor. Gratidão pelos dois títulos mineiros, pela excelente campanha no Brasileirão de 2012 e pela Libertadores. Rancor pelo quase rebaixamento em 2011, por não ter rebaixado o Cruzeiro, pelo 6x1, e pelo desempenho pífio no Mundial de Clubes.

Fé, alegria, títulos: a cara do Galo
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Cenas quase inexplicáveis na vida de um homem simples. Uma goleada acachapante ante o rival. Dois anos depois, resultados incríveis, no mais puro significado da palavra. Com um pênalti defendido aos 47' da etapa final, um gol aos 50', e um escorregão decisivo. O homem de fé, simples, cabeça dura e às vezes incoerente. Quase sempre chamado de azarado, mas calou muita gente.

Força ou fraqueza?

Fraco por uma sequência terrível no início, forte por ter dado a volta por cima. Fraco por ter sofrido o 6x1. Forte o suficiente para dar a volta por cima no ano seguinte, e conquistando o título. Fraco por ter perdido um campeonato quase ganho, mas forte demais para compensar, ganhar um titulo frente ao rival e uma Libertadores. Fraco pela campanha deplorável neste Mundial.

Cuca e Kalil: parceria deu sucesso
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Alguns atritos com alguns atletas. E o porquê do desprestígio de Júnior Cesar? Alguém um dia vai explicar. A discussão com o Marcos Rocha, em Marrakech, vai entender. Algumas opções bastante criticadas, como por Richarlyson ou Lucas Cândido improvisados na lateral-esquerda, Luan no meio-campo ou Rosinei na direita.

As apostas de Cuca

Outras apostas como Jô e Ronaldinho, que fizeram (e fazem) tão bem ao Galo. O lançamento da joia Bernard. Giovanni, que se mostrou um ótimo goleiro - pena concorrer com Victor. Acreditar no tão criticado Guilherme naquela decisão contra o Newell's, no Horto.

No Galo, Cuca deixa títulos e legado
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Enfim, o atleticano tem motivos de sobra para amar e odiar Cuca. Afinal, foram dois anos e meio aproximadamente à frente do comando. Cada um pensa de um modo. O negócio é que ele vai. Vai para a China, Cuca! Vai com Deus. Para quem ama, uma despedida formal. Para quem odeia, uma despedida irônica.

CHARGE - 'Batalha' no STJD

(Créditos: Renato Peters/Reprodução)

Reforço de seleção?

Vinícius Dias

Titular da seleção da Colômbia na fase final das Eliminatórias, o zagueiro Stefan Medina, de 21 anos, pode ser uma das novidades da Raposa para 2014. O jogador, que é apontado como uma das principais promessas do futebol local, conquistou a Liga Postobón 2013 pelo Atlético Nacional, de Medellín. Polivalente, Stefan atuou também como volante e lateral-direito durante a campanha.

Segundo apurou o Blog Toque Di Letra, Medina foi oferecido à diretoria estrelada na última semana por um grupo de investidores. O nome ainda será analisado pela comissão técnica. "Se foi oferecido é normal. Porque nesse período é uma loucura. Todo mundo oferece todo mundo", disse o gerente de futebol do clube, Valdir Barbosa. "Aprovado, não", comentou, destacando a indefinição.

'Na mira' alviverde

Caso opte por investir no jogador, o clube celeste deve concorrer com o Palmeiras. Desde novembro, o time paulista tem mantido contatos com a diretoria do Atlético Nacional. Por não disputar a próxima edição da Copa Libertadores, entretanto, o alviverde tem enfrentado resistência do staff de Stefan Medina.

Ídolo na Colômbia!

Aos 21 anos, Medina é um dos principais ídolos do time de Medellín, e foi nome decisivo na conquista dos Torneios Apertura e Clausura e da Copa Colômbia de 2013. No primeiro semestre, ele foi apontado como o melhor jogador da equipe.

Natal do cruzeirense

Douglas Zimmer

Salve, China Azul!

O ano de 2013 foi muito bom para nós, cruzeirenses, e não podemos deixar de, antes de pedir qualquer coisa para o ano que se aproxima, agradecer por tudo o que conquistamos. Como forma de agradecimento, eu, como bom cruzeirense que sou, vou fazer algumas promessas em prol do Maior de Minas para ver se os meus pedidos para 2014 também serão atendidos.

Prometo maneirar na corneta fora de hora - Eu já havia diminuído bastante a minha relação corneta por minuto, mas acredito que dá para ser ainda mais compreensivo em algumas oportunidades. Por exemplo, ao esbravejar contra todas as gerações do atacante que perde um gol feito, porque já foi provado milhões de vezes que, depois, ele vai lá e guarda um quando a gente menos espera.

Prometo estudar mais e falar menos - Aproveitar o recesso e os períodos sem jogos para estudar mais sobre a história do clube, sobre o presente do clube, sobre tática, sobre as características e o passado dos nossos jogadores para, na hora em que for realmente preciso falar, falar com conhecimento de causa.

A imagem do Cruzeiro resplandece
(Créditos: Washington Alves/Textual)

Prometo não cair em provocações baratas - Passaram 2013 inteiro tentando aporrinhar e minar a nossa paciência com teorias ridículas sobre o baixo nível do campeonato que ganhamos com um pé nas costas e outras tantas sobre tantos assuntos que alguns de nós tomamos como ofensa e passamos a criar inimizades desnecessárias. A resposta será SEMPRE no campo. Não tem jeito melhor de retrucar.

Quanto aos pedidos, espero muito, mas muito mesmo que a grande parte desse elenco maravilhoso seja mantida e que só o necessário seja reposto. Já passamos daquela idade onde, se o presente não fosse um brinquedo caro, colorido e barulhento, nós passaríamos toda a ceia de cara fechada. Hoje em dia, o cruzeirense fica muito mais feliz em receber uma roupa que lhe sirva bem, que lhe seja útil que ele sabe que vai usar o ano todo.

Hora de agradecer...

Cabeça no lugar, China Azul! O ano que se aproxima do fim foi quase perfeito, e é tempo de agradecer, ver onde erramos e onde acertamos. Façam uma breve reflexão e tenho certeza de que todos vão saber como podem ajudar o Cruzeiro a ser ainda mais gigante no ano que está por vir.

Aos amigos, um Feliz Natal!
E um Ano Novo cheio de realizações e sucesso!

No segundo capítulo, torcedor lembra dia em que o sonho se
tornou pesadelo, deixando, porém, saudade dos marroquinos

Frederico Paco
De Marrakech, Marrocos

No dia do confronto entre Atlético e Raja Casablanca era indescritível a atmosfera de Marrakech. Meu pai, um marroquino de nascença, chegou a confessar que jamais imaginaria que os torcedores do local fossem tão fervorosos. Impressionava-nos toda a energia, a euforia, a confiança e, principalmente, a receptividade deles conosco. Desde que estivéssemos fardados como torcedores do 'Mineiro', recebíamos tratamento digno de celebridade.

No Marrocos, torcedores lado a lado
(Créditos: Arquivo Pessoal/Thiago Bonna)

Para se ter a dimensão, antes e depois do jogo, no entorno do Le Grand Stade Marrakech, fomos parados para tirar inúmeras fotos. E chegou ao ponto de se formar uma fila de, sem exagero algum, sete ou oito garotos locais se aglomerando para fotografar com a minha namorada. Nas ruas, todos vinham sorrindo, propondo trocas de camisas, bandeiras e faixas. Povo extremamente feliz e infinitamente mais receptivo com o atleticano do que este esperava.


Como disse ontem, meu papel não é comentar o jogo nem questionar a falta de 'sangue nos olhos' dos jogadores ou a toda pressão sentida por eles. Então, vamos avançar para a saída, onde tomamos um 'calote' da companhia que negociou o transfer do hotel ao estádio. Resultado: duas horas parados no estacionamento, com um frio extremo que tornou ainda mais insuportável o desgosto profundo da derrota.

Partida foi destaque na mídia local
(Créditos: Jornal L'Opinion/Reprodução)

No entanto, ficarão para sempre na memória a alegria e a receptividade dos marroquinos, que, mesmo na hora de provocar, eram extremamente agradáveis e respeitosos, cantando e sorrindo. E sem nunca passar dos limites e, novamente, tentando a todo tempo trocar camisas e bandeiras com a nossa comitiva.

Adeus, Marrakech!

Agora que o Mundial de Clubes terminou e, com ele, a necessidade de permanecer em Marrakech, decidimos 'tocar o camelo' para a região de Beninellal, nas montanhas marroquinas. Um local onde iremos conhecer o vilarejo do qual provém meu sangue e, após, a bela Ouarzazate, cenário dos mais diversos filmes, como Indiana Jones, Escorpião Rei, Retorno Da Múmia, entre outros.

Le Grande Stade: estreia e derrota
(Créditos: Arquivo Pessoal/Frederico Paco)

Na bagagem, vários panos, bijuterias, instrumentos e, principalmente, as experiências. E a convicção de que, se o Atlético voltar a conquistar a Libertadores no próximo ano, seja em Marrakech, seja em Dubai, ou em Yokohama, estaremos por lá, novamente, o acompanhando no Mundial, buscando aventura, emoção e, claro, com um bônus do jogo do Galo na mesma cidade.

Concessionária do estádio eterniza história das transmissões
do futebol nacional por meio de bordões na nova zona mista

Vinícius Dias

A cada grande lance, uma emoção. E a profusão de vozes que registram dribles, golaços, defesas heroicas, a alegria das torcidas e, por que não, os momentos de dor. Para homenagear profissionais que fizeram sucesso no país, consagrando frases e vozes, a Minas Arena eternizou alguns dos mais famosos bordões do futebol brasileiro no ambiente da zona mista do novo Mineirão.


Nos registros do estádio, que será uma das sedes da Copa do Mundo de 2014, personagens históricos unem-se a nomes como Alberto Rodrigues, Héverton Guimarães, Mário Henrique 'Caixa' e Osvaldo Reis, o 'Pequetito', que se destacaram ao transmitir a campanha do tri do Cruzeiro e o título atleticano na Libertadores.

Na história: bordões eternizados
(Créditos: Agência i7/Minas Arena)

Para Héverton Guimarães, da Rádio BandNews, a homenagem encerra um ano especial. Além de marcar sua chegada à capital, 2013 representou a oportunidade de narrar títulos dos dois maiores clubes de Minas. "Senti a maior emoção da minha vida profissional, quando vi o meu bordão e meu nome ao lado das maiores feras do rádio esportivo e da TV", afirmou ao Blog Toque Di Letra. "Momento histórico, e que jamais sairá da mente", acrescentou.

'Grita, grita, torcedor...'

A boa temporada de Cruzeiro e Atlético, com diversos gols, conforme ele contou, foi também a oportunidade de reforçar a marca 'Grita torcedor!', nascida no Horto e, agora, eternizada no Gigante da Pampulha. "Nasceu em um duelo entre Galo e Inter, logo após um gol marcado pelo zagueiro Léo Silva", contou. "Olhei para os torcedores que gritavam no setor 'Galo na Veia' e saiu o bordão. Depois disso, virou marca. E uso em todos os jogos", concluiu.

A área reúne ícones da TV e rádio
(Créditos: Agência i7/Minas Arena)

Por onde anda, Osvaldo Reis, o Pequetito, da Rádio Globo, ouve uma das frases que, curiosamente, é também uma das que mais diz. O bordão 'vai que eu tô te vendo' faz sucesso, seja na boca do povo ou nos estádios. Vê-lo registrado no Mineirão foi motivo de alegria. "Há 30 anos, o Mineirão é uma extensão da minha casa", destacou o narrador ao Blog Toque Di Letra. "Agora, quem fizer uma visita ao estádio, vai ver meu nome ali. É uma emoção", disse.

'Vai, que eu tô te vendo'

Histórico para Minas Gerais, o ano também vai seguir vivo na memória de Pequetito. "Foi um marco divisor. Em 2013, eu coloquei definitivamente o meu nome em todo o país", falou. Sucesso pintado em azul e branco, do Cruzeiro, e no alvinegro do Atlético. "No Campeonato Brasileiro, deixei de narrar apenas um jogo do Cruzeiro", disse. "Na Libertadores, as decisões do Atlético foram para a rede, várias narrações apareceram no programa Redação SporTV", recordou.

Juntos, mineiros e nomes históricos
(Créditos: Agência i7/Minas Arena)

A mais marcante delas, a da defesa de pé do atleticano Victor, contra o Tijuana, será trilha sonora de curta-metragem dirigido pelo cineasta Lobo Mauro. "É a imagem emblemática da conquista da Libertadores", pontuou Osvaldo. "O filme será sobre os dois minutos mais importantes da história do Atlético", disse. Ou seja, tempo que separa a agonia da marcação do pênalti da emoção da defesa

No primeiro capítulo, atleticano registra, em 1ª pessoa, cenas
do embarque, em vôo de Kalil, à chegada em solo marroquino

Frederico Paco
De Marrakech, Marrocos

Saímos de Belo Horizonte prontos. Prontos para a exaustiva jornada de mais de 50 horas seguidas numa viagem sem o conforto de hotéis, seus menosprezados banheiros privados e sem as horas dormidas na cama. Prontos para a aventura, para o choque cultural e toda a experiência que esperávamos que o belo e exótico Marrocos nos proporcionaria. Prontos para a vitória, prontos para a glória, mas tementes ao Deus do futebol, que, sabemos, não perdoa aos arrogantes e prepotentes.

Em Marrakech: os ares do Mundial
(Créditos: Arquivo Pessoal/Thiago Bonna)

Afinal, que tipo de torcedor que realmente acompanhou o Bayern nesse passado recente, teria coragem de apostar contra a bela equipe de Pep Guardiola? Contudo, algo dentro de nós dava a certeza de que seríamos presenteados com o mais imponente troféu do planeta bola. Fosse pela consolidação do trabalho excepcional do mestre Cuca à frente do Galo, fosse por um Brasileiro consistente, e apontado por unanimidade como a melhor preparação para o Mundial, fosse pela vontade demonstrada pelos jogadores antes do torneio.


Mas não vou aqui lamentar a derrota nem analisar a partida. Mas, sim, relatar a mais exótica jornada da minha vida. E o início não podia ter sido melhor. Tivemos como companheiros de voo a diretoria do Atlético e mais de 100 atleticanos fardados e preparados 'para a guerra'. Do saguão do Aeroporto de Confins até pousarmos em Lisboa, não teve um só instante de silêncio. Todos cantavam, bebiam e amontoavam-se para tirar fotos, agradecer, desejar sorte e conversar com Alexandre Kalil. O cenário não poderia ser melhor.

Cenário de filme, rumo ao Marrocos
(Créditos: Arquivo Pessoal/Frederico Paco)

Um fato importante, e que eu ainda não tinha trazido à tona, é que meu pai, nascido no Marrocos, deu um sentido ainda maior à nossa viagem, criando em mim o sentimento latente de retorno às origens. Exatamente por este fato, decidimos fugir do básico, seguindo de Lisboa a Marrakech por terra, ignorando a noite extremamente mal dormida, que tornaria bem mais exaustiva a viagem de 12 horas de ônibus da capital portuguesa à Algeciras, no extremo Sul da Espanha. De lá, duas horas de balsa para cruzar o Estreito de Gibraltar e, enfim, chegar à África. A desconhecida, fantástica e exótica terra-mãe.

Enfim, na casa alvinegra

Depois da tormenta, mais tempestade. Como se não bastasse a exaustão da jornada de 50 horas, assim que alugamos um carro para prosseguir de Tanger a Marrakech, um dos atleticanos de nossa pequena comitiva fora atacado por uma infecção intestinal, e ficou preso no quarto de hotel por dois dias seguidos. Enquanto isso, nós conhecíamos a singular cidade que receberia o Clube Atlético Mineiro durante sua mais nova experiência no exterior.

No Jamaa Elfna: 'de tudo um pouco'
(Créditos: Arquivo Pessoal/Frederico Paco)

A cidade não poderia ser mais fascinante e, garanto, não decepcionou a nenhum atleticano que realmente a tenha conhecido - não respondo por quem decidiu seguir guias os das pasteurizadas companhias de turismo. Nossa parada inicial foi no sensacional mercado de Jamaa Elfna. Ficamos encantados com a imensa variedade de produtos oferecida no local. Dos caramujos no vapor às cabeças de cabrito, destorcidas e expostas com crânio aberto para os interessados em apreciar o cérebro do bichano. De panos temáticos a tênis Nike em modelos falsificados, pode-se encontrar de tudo no Elfna.

Culpado... sem culpa!

Lucas Borges

Segunda-feira, dia 16. Sob fervorosos gritos de 'nense', o julgamento no STJD termina em cinco a zero, rebaixando a Portuguesa e confirmando o Fluminense como uma das equipes mais 'odiadas' do Brasil. Em meio aos ânimos exaltados, é preciso entender que, novamente, o Fluminense não deve ser culpado. Mais uma vez o clube das Laranjeiras pega carona na desorganizada legislação da Justiça Desportiva para, por ora, seguir na Série A nacional.

A imprecisão por parte do clube paulista é clara. Alguém na Portuguesa, seja o advogado ou vice-jurídico, errou. A deficiência do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) está presente nas linhas e nas entrelinhas, transformando toda tentativa de decifrar a legislação desportiva em uma batalha diária para o torcedor. Um motivo que favoreceu a confusão dos dirigentes da Lusa.

No turno, Portuguesa levou a melhor
(Créditos: Nelson Perez/Fluminense F.C.)

De fato, as decisões extracampo nunca são a melhor opção. O que todo torcedor deve fazer, no entanto, é deixar de lado o ódio ao Fluminense. Pela ironia do destino, o tricolor carioca se beneficiou, mais uma vez, do contexto de confusão generalizada. A bandeira levantada deve ser a da discussão sobre os rumos do futebol brasileiro, marcado por julgamentos e punições extracampo.

Mais bola... menos tribunais

Seja no caso 1-0-0, em 1996, no caso de Sandro Hiroshi, em 1999, ou no episódio Héverton, em 2013, temos que avançar e levar à pauta a busca pela maior clareza das leis e menor burocracia nos tribunais para, assim, centralizar as decisões do campo. E que, após os 90 minutos, o torcedor já saiba se pode rir ou chorar.

No Maracanã, vitória do Fluminense
(Créditos: Nelson Perez/Fluminense F.C.)

Fechamos mais um ano com a história do nosso esporte marcada por um asterisco. O STJD, com base num hesitante CBJD, sentenciou o árduo e simples trabalho da Portuguesa, acrescentando outra mancha - injusta, diga-se - na história do Fluminense. Que venha 2014, um ano de disputas esportivas em campo.

Cantando de Galo em 2013

Vinícius Dias

Se não foi suficiente para que o torcedor minimizasse a derrota contra o Raja, na semifinal, o gol marcado por Luan, nos acréscimos da decisão do terceiro lugar do Mundial de Clubes, ante o Guangzhou Evergrande, valeu como alento nos bastidores alvinegros. E ainda garantiu uma premiação de R$ 6 milhões no torneio.

O Atlético arrecadou, no total, cerca de R$ 26,2 milhões em premiações depois de disputar cinco competições no ano. O valor, segundo apurou o Blog Toque Di Letra, é recorde entre os times brasileiros na temporada. Em segundo aparece o rival Cruzeiro, com cerca de 15,5 milhões no trio estadual, Copa do Brasil e Brasileiro.

A equação do Mundial

Caso tivesse conquistado o título do Mundial de Clubes, o montante do alvinegro alcançaria R$ 32,2 milhões. Uma derrota ante o clube chinês e a quarta posição, porém, fariam a arrecadação decrescer para a faixa de R$ 25 milhões.

Premiação por torneio

Campeonato Mineiro - R$ 7 milhões* 
Copa Libertadores - US$ 4,95 milhões 
Copa do Brasil - R$ 500 mil
Campeonato Brasileiro - R$ 900 mil 
Mundial de Clubes - US$ 2,5 milhões

*Inclui cotas de TV e publicidade

A 'velha' cara nova

Vinícius Dias

A aposta para o ataque na Libertadores será em um velho conhecido do torcedor celeste. Seis anos depois de deixar a Raposa rumo ao Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, detalhes impedem o anúncio do atacante boliviano Marcelo Moreno, de 26 anos, pelo Cruzeiro. A negociação, que está aos cuidados do diretor de futebol do clube, Alexandre Mattos, é confirmada pela cúpula azul.

"Tem negociação, sim. É o Alexandre quem está tratando", observou, em entrevista ao Blog Toque Di Letra, o gerente de futebol celeste, Valdir Barbosa. Marcelo Moreno passa férias em Miami, nos Estados Unidos. No Brasil, Fabiano Farah, agente do atacante, já foi contatado para acertar detalhes finais.

Composição salarial

Conforme o Blog Toque Di Letra apurou, o Grêmio, equipe que detém os direitos econômicos do atleta, deve sacramentar uma composição com o Cruzeiro, pagando 40% dos salários durante o período de empréstimo. À distância, o boliviano comemora o retorno ao clube que o 'revelou para o planeta'. Na Toca da Raposa, Marcelo Moreno terá vínculo até dezembro de 2014.

Toca: a melhor fase

Entre 2007 e 2008, Marcelo Moreno fez 36 jogos, marcando 21 gols pelo Cruzeiro. Apesar de terminar bem o ano de 2007, sua melhor fase com a camisa celeste foi em 2008, ano em que conquistou a artilharia da Copa Libertadores, com oito gols.

Zagueiro, de 1,92m, se emociona ao recordar o gol decisivo
marcado na final da Copa Libertadores: 'como se fosse hoje'

Vinícius Dias

A partida diante do Guangzhou Evergrande, neste sábado, no Marrocos, traz o fim de um ano especial. As memórias remetem ao dia 24 de julho. Quando o clima de drama já invadia o Mineirão, a bola alçada pelo jovem Bernard encontrou a testa de Leonardo Silva, antes de lentamente tocar as redes defendidas por Martín Silva. O gol, aos 41 minutos do segundo tempo da decisão contra o Olimpia, que manteve vivo o sonho da conquista da Libertadores 2013, foi, talvez, o momento mais importante da carreira do zagueiro, de 34 anos.

Léo Silva: herói à altura da história
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

"Fica a sensação de dever cumprido, de poder ter ajudado um clube tão importante, uma torcida maravilhosa", afirma, emocionado, ao se lembrar do lance. Personagem-chave das últimas duas temporadas, que valeram uma reviravolta na história do clube, de volta ao posto de protagonista, ele vive a melhor fase da carreira. "Espero dar continuidade", diz. 2013 se despede, traz novos sonhos e deixa uma certeza. Em dois-mil-e-Galo, Leonardo Silva foi forte e vingador!

O título do Atlético na Copa Libertadores foi cercado de heróis. O goleiro Victor, que defendeu, com o pé esquerdo, pênalti cobrado por Riascos. Guilherme, na vitória sobre o Newell's. E, claro, você. Lembrar do gol sobre o Olimpia, já nos minutos finais, te traz qual tipo de emoção?

Fica a sensação de dever cumprido, de poder ter ajudado um clube tão importante, (que tem) uma torcida maravilhosa. A mesma sensação de como se o jogo fosse hoje, de como se eu estivesse fazendo o gol hoje. Então, a emoção é a mesma, da lembrança de poder ter feito um gol tão importante.

Durante a trajetória da Libertadores, você viveu momentos muito distintos. Desde a lesão, que te fez desfalcar a equipe, àquele gol marcado na histórica final, e passa pelo pênalti cometido no duelo com o Tijuana. Qual foi a sua reação no momento em que o Victor fez aquela defesa?

A sensação de agradecimento, por ter feito uma defesa que nos manteve na competição. Uma sensação de alívio, de poder continuar na competição, de não ter sido responsável direto por uma eliminação. Não tive medo (de ser considerado culpado), mesmo sendo uma situação natural, tanto das pessoas, como da crítica, de todos. Eu estava, assim, não com medo, mas ciente da responsabilidade que isso poderia causar.

Você chegou ao Atlético, em 2011, no começo da gestão do Kalil. Naquele ano, os resultados ficaram aquém das expectativas - e o time lutou contra o rebaixamento. Em 2012, a conquista 'bateu na trave'. Qual foi a principal mudança, para que o clube chegasse ao título da Libertadores?

Foi uma fase de transição, onde saíram e chegaram muitos jogadores. Acho que desde o momento em que se manteve o elenco, uma base, um padrão na equipe que estava jogando, a gente começou a se conhecer, a se identificar. Cada atleta começou a conhecer o outro e a se identificar também com o esquema que o Cuca implantou, com a nossa maneira de jogar.

Então, acho que isso foi muito importante. De 2011 para 2012, mesmo a gente brigando para não cair, a base do grupo foi praticamente mantida. Chegaram alguns jogadores que reforçaram a equipe, então acho que isso foi importante para que a gente pudesse ter um padrão tático como equipe e conhecimento, para que pudéssemos fazer um bom ano.

É impossível citar as duas últimas temporadas, que significaram a reviravolta na história do Atlético, que voltou a brigar por grandes títulos e a contratar grandes nomes, sem falar em Leonardo Silva. Na sua visão, a passagem pelo clube traduz o melhor momento da sua carreira?

Sim. É uma continuidade. Eu venho em um bom momento desde 2008. E desde quando eu cheguei ao Atlético a minha carreira também deslanchou. Então, acho que eu devo muito ao Atlético pelo apoio que me deu, por ter me recebido tão bem, por ter me dado a estrutura para poder trabalhar e mostrar o meu trabalho dentro de campo. Então, eu vivo, sim, o melhor momento da minha carreira nesses três anos. E espero dar continuidade.

Se você pudesse apontar um personagem, o principal responsável pelo bom momento do Atlético, qual seria?

É difícil. Porque, como você disse no início, é um grupo em que vários se destacaram. Claro que desde a chegada do Ronaldinho muita coisa mudou no Atlético Mineiro, tanto o reconhecimento da crítica, como dos torcedores. Mas eu acredito que o nosso grupo, em geral, desde o presidente, o jogador que menos joga, ao porteiro, todos têm uma parcela de contribuição para esse momento.

Então, acredito que ao dar apenas um nome eu serei injusto com os demais. Eu posso deixar de falar de alguém que também foi importante lá no começo, para que a gente pudesse chegar a uma vitória, a uma conquista. Então, em minha opinião, o grupo todo, em geral, foi o grande destaque dessa temporada do Atlético Mineiro.