Sampaoli insiste em Pato, mas não convence Galo

Vinícius Dias
Publicada em 25/08/2020, às 11h40

Na última quarta-feira, quando Alexandre Pato rescindiu com o São Paulo, a expectativa no mercado era de que o retorno ao Internacional fosse rapidamente anunciado. Passados seis dias, nos bastidores do Colorado, que busca um substituto para o lesionado Guerrero, a avaliação é de que o atacante pede tempo porque tem alternativa. E a alternativa é o Atlético. Ou melhor, é o treinador Jorge Sampaoli, que insiste, mas ainda não convenceu o clube sobre a necessidade do investimento.

Ex-São Paulo, Pato é desejo de Sampaoli
(Créditos: Rubens Chiri/saopaulofc.net)

Tecnicamente, Pato agregaria em um time que tem tropeçado na falta de poder de conclusão. O pacote, no entanto, está longe de ser unanimidade. Primeiro, conforme o Blog Toque Di Letra apurou, pelo fato de que a composição salarial incluiria valores referentes à rescisão com o Tianjin Quanjian, da China, no ano passado. O atacante investiu do próprio bolso e, no contrato até o fim de 2022, ainda receberia do São Paulo cerca de € 1,5 milhão, quase R$ 10 milhões, a título de ressarcimento.

Ganso e Cueva justificam jogo duro

Some-se a isso a dificuldade de viabilizar investidor por um atleta de 30 anos, em baixa. Sobretudo pelo histórico de Sampaoli, que indicou e rapidamente descartou Ganso, contratado pelo Sevilla por € 9,5 milhões. E fez o mesmo com o peruano Cueva após o Santos investir US$ 7 milhões. O treinador insiste em ter o atacante, visto como oportunidade de mercado, como ainda quer um goleiro que participe do jogo com a bola. Mas, até o momento, literalmente não há quem compre a ideia no Galo.

Disputa pelo Conselho agita bastidores do Cruzeiro

Vinícius Dias
Publicada em 19/08/2020, às 13h50

Enquanto o Cruzeiro se prepara para o duelo contra a Chapecoense, pela 4ª rodada da Série B, nos bastidores as articulações políticas já têm dominado a pauta. Prevista para novembro, a eleição que apontará o novo presidente do Conselho já tem dois candidatos definidos, conforme o Blog Toque Di Letra apurou: Giovanni Baroni e José Maria Fialho. Conforme o artigo 21 do estatuto celeste, é vedada a reeleição para o cargo, hoje ocupado por Paulo César Pedrosa, eleito em maio com 112 votos.

Baroni e Fialho encabeçarão as chapas
(Créditos: Divulgação/Washington Alves/Vipcomm)

Segundo colocado, com 102 votos, Baroni lançará a candidatura ainda nesta semana. "O Cruzeiro vai ter o que merece. E eu vou lutar até onde eu puder", confirmou à reportagem. O conselheiro nato encabeça internamente um grupo de coalizão com nomes como Celso Chimbida, Alexandre Faria e Alysson Caires, companheiros de chapa em maio, além de Paulo Sifuentes, Waldeyr Estevão, Jairo Maia, Herones Márcio, André Fernandes e André Martins, das chapas que ficaram em terceiro e quarto lugares.

Ex-vice da era Gilvan na disputa

Vice-presidente do Cruzeiro no primeiro triênio da gestão Gilvan de Pinho Tavares, ocupando ainda a vice-presidência de futebol em 2012, José Maria Fialho também já confirma a candidatura à presidência do Conselho. Nos bastidores, a sinalização é de que a composição da chapa encabeçada pelo conselheiro nato, aliado histórico dos irmãos Perrella, contaria com o atual vice-presidente Nagib Simões. "Sou aliado de todos que queiram o bem do Cruzeiro", destacou Fialho, sem confirmar nomes.

Osso duro, Cruzeiro cumpre mais uma missão

Vinícius Dias
Publicada em 17/08/2020, às 10h35

Triunfo com gol aos 42' na estreia diante do Botafogo/SP, no Mineirão. Virada sobre o Guarani, em Campinas, com direito a terceiro gol dois minutos depois de ter sofrido o empate em erro da arbitragem. Vitória contra o Figueirense, no Orlando Scarpelli, mesmo jogando mal. Porque o Cruzeiro de Enderson Moreira, embora ainda não convença, já entendeu a Série B. Mais do que isso: com a vergonha na cara que faltou em 2019, faz a melhor campanha e só não lidera em razão da punição aplicada pela Fifa.


A inesperada arrancada é o retrato de um time que segue a cartilha do acesso: primeiro vencer e adquirir confiança, depois jogar - especialmente começando com seis pontos negativos. O jogo coletivo ainda não flui da maneira ideal, a saída de bola trabalhada ainda dá lugar aos chutões de Fábio e dos zagueiros, Enderson cobra à beira do campo a marcação alta que a equipe ainda não executa. Mas o Cruzeiro, até aqui, vence. Nem que seja abaixando as linhas para negar espaços ao adversário.

Com gol de Maurício, Raposa bateu Figueira
(Créditos: Gustavo Aleixo/Cruzeiro E.C.)

Se o foco era chegar ao fim do Mineiro com um rascunho de time para a Série B, o campo prova que há. Ainda que a eliminação na primeira fase depois de 62 anos, mais do time de Adilson Batista, responsável pela primeira vitória do Coimbra, do que do time de Enderson, que derrotou a semifinalista Caldense, tenha doído. O Cruzeiro precisa mostrar mais, o torcedor espera mais. Mas, agora, há um norte. Com Cáceres começando bem na lateral-direita, Cacá seguro, Ariel Cabral ditando o ritmo no meio-campo.

100% em três rodadas e um Cruzeiro difícil de ser batido.
Osso duro, o time de Enderson cumpre mais uma missão.

O Cruzeiro e o texto que jamais imaginei escrever

Douglas Zimmer*
Publicada em 08/08/2020, às 13h

Salve, China Azul!

Começo esse texto confessando que a ficha, apenas agora, começou a cair. Depois de tudo o que passamos nos últimos meses, a agonia lancinante que nos acompanhou durante os piores dias da história do Cruzeiro, entramos, nós e o resto do mundo, em um dos períodos mais estranhos das últimas décadas. Assim como quase tudo, por alguns meses, o futebol perdeu espaço para coisas muito mais importantes. Nesse período, por algumas vezes, acabei esquecendo, ou, melhor dizendo, ignorando que quando as coisas começassem a voltar ao normal - o que ainda não é o caso - teríamos que encarar um enorme desafio.

Hoje iniciaremos uma das guerras mais importantes enquanto torcedores e apaixonados por esse clube que já nos proporcionou tantas alegrias e conquistas. Sabemos muito bem quem são os culpados por tudo o que estamos passando, mas, agora, somos nós que temos que levar o Cruzeiro de volta ao lugar ao qual ele pertence. Uma mancha que nunca se apagará, mas que pode se tornar uma cicatriz que nos lembrará pelo resto de nossas vidas de como atitudes sorrateiras, vis, podem abalar até mesmo as estruturas mais sólidas. E que essa cicatriz nunca precise ser escondida para que todos saibam pelo que passamos e como saímos dessa epopeia ainda mais fortes.

Cruzeiro inicia, hoje, caminhada na Série B
(Créditos: Bruno Haddad/Cruzeiro E.C.)

Tenho certeza de que, assim como eu, a imensa maioria dos irmãos cruzeirenses se pôs mais triste pela maneira como tudo se procedeu, afundados em desmandos, em acusações gravíssimas e com um orgulho ferido a cada nova manchete publicada. Sempre fizemos questão de triunfar de maneira justa e por nossos próprios méritos. Nos doeu demais ver toda a história ser assaltada diante de nossos olhos com o inquietante sentimento de impotência nos dominando a cada novo escândalo revelado. Que seja a última vez que eu precise falar disso, mas que nunca esqueçamos dessas mazelas.

Por agora, precisamos focar na nossa realidade e começar, desde já, a alicerçar nosso retorno. Não podemos participar dessa disputa - difícil e traiçoeira - achando que levaremos alguma vantagem simplesmente por nossas cores e por nosso escudo. Precisamos nos acostumar com todo o tipo de provocação e falta de atenção que iremos receber. Serão longos e sofridos meses, mas que, se tudo der certo, não se repetirão jamais.

O que eu posso fazer é desejar a todos nós, cruzeirenses, sorte - que nunca é demais -, paciência, tranquilidade e perseverança. O foco é um só e, seja da maneira que for, mas que seja de maneira justa e por nossos próprios méritos. Eis aí um texto que eu jamais imaginei que algum dia eu precisaria escrever. Eis aí um texto que eu espero nunca mais precisar escrever.

Força, Cruzeiro!        

*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção Fala, Cruzeirense!

Cruzeiro monitora Guerra, e equatoriano é oferecido

Vinícius Dias
Atualizada em 04/08/2020, às 11h35

Fora dos planos de Luxemburgo no Palmeiras, o meia Alejandro Guerra tem sido monitorado pelo Cruzeiro. Conforme o Blog Toque Di Letra apurou, o nome do venezuelano voltou à tona em meio às conversas com a cúpula alviverde para devolução do atacante colombiano Iván Angulo. Embora o setor não seja prioridade no mercado, a versatilidade de Guerra, inclusive já tendo atuado aberto pelas pontas, agrada internamente.

Guerra e Alemán: em pauta na Toca II
(Créditos: Instagram/Reprodução)

Craque da Libertadores de 2016, o meia foi alvo do Cruzeiro no início desta temporada. À época, no entanto, a prioridade era uma transferência em definitivo para o exterior. Pesam contra uma nova investida os altos salários de Guerra, que exigiriam composição com o Palmeiras pagando pelo menos 55% para que o clube celeste não extrapole seu teto, e o contrato somente até dezembro, antes do encerramento da Série B.

Alemán mira mercado brasileiro

Segundo apuração da reportagem, Guerra não foi o único meio-campista em pauta nos bastidores nos últimos dias. O nome de Christian Alemán, ex-Barcelona de Guayaquil, foi apresentado à Raposa por emissários que têm prospectado uma vinda do equatoriano, de 24 anos, para o Brasil. Justamente pelo fato de o Cruzeiro não tratar a busca por reforços para o setor como prioridade, entretanto, as tratativas não avançaram.

Cruzeiro monitora alternativa por retorno ao Profut

Vinícius Dias
Publicada em 01/08/2020, às 10h45

Novamente excluído do Profut depois de a Justiça revogar a liminar que havia determinado a reinclusão, em abril, o Cruzeiro traça estratégias nos bastidores visando garantir a participação no programa federal de refinanciamento. A primeira medida, anunciada pelo departamento jurídico na última quarta-feira, é o recurso contra a decisão que derrubou a liminar. A dívida com a União é de cerca de R$ 330 milhões.

Clube deve cerca de R$ 330 mi à União
(Créditos: Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C.)

Conforme o Blog Toque Di Letra apurou, além das estratégias jurídicas, o clube celeste monitora uma importante alternativa legislativa: o projeto de lei 3420/2020. De autoria do deputado federal Felipe Carreras (PSB-PE), o projeto prevê a reabertura do prazo para adesão ao Profut enquanto perdurar a situação de emergência em razão do coronavírus. A proposta contempla, inclusive, clubes excluídos do programa, caso do Cruzeiro.

Economia de R$ 20 mi com adesão

Instituído pela Lei 13.155/2015, o Profut permitiu aos clubes o parcelamento das dívidas com a União em até 240 meses, com redução de multas (70%), juros (40%) e encargos (100%). Débitos relativos ao FGTS puderam ser parcelados em até 180 meses. À época, o então superintendente de futebol Sérgio Santos Rodrigues, hoje presidente, projetou economia de cerca de R$ 20 milhões com o ingresso do Cruzeiro no programa.