Campeão brasileiro em 2013, volante percorre caminho de
sucesso, sonha com seleção e se torna exemplo para a base

Vinícius Dias

A cada vez que Lucas Silva tocava na bola durante o treino, Miguel Vieira Borges, de 54 anos, e Leandro Silva Borges, de 24, exibiam a expressão sorridente. Próximos a um dos campos da Toca da Raposa II, pai e irmão do camisa 16, respectivamente, tinham a certeza de que o velho sonho se tornara realidade. "É uma satisfação ver um jogador de 21 anos, vindo de base e já campeão brasileiro. Muitas vezes emociona", destaca Miguel, pai do volante que, na próxima semana, se apresenta ao treinador Alexandre Gallo, da seleção sub-21.


Com 71 partidas e quatro gols anotados com a camisa celeste, Lucas Silva foi um dos principais nomes do elenco tricampeão brasileiro na temporada passada. "Cheguei ao Cruzeiro em 2007 (na equipe pré-infantil) e disputei praticamente todos os torneios de base, inclusive alguns fora do país, nos quais pude me preparar bem para chegar ao profissional em 2012", conta ao Blog Toque Di Letra.

Lucas Silva em ação diante do Palmeiras
(Créditos: Marcello Zambrana/Light Press/Textual)

Lucas destaca que, apesar da distância, o apoio do pai é um dos pontos-chave para o sucesso. "Meu pai foi fundamental, sempre me incentivando, dando bons conselhos". Na última semana, Miguel, que reside em Goiás, aproveitou a folga decorrente do período de entressafra agrícola para vir a Belo Horizonte. "Sou muito apegado à minha família. Com eles por perto, me sinto muito confortável e seguro", argumenta o volante, que é um dos xodós da torcida azul.

Presença da família

Miguel veio acompanhado do filho Leandro, de 24 anos, um dos principais incentivadores de Lucas Silva. "Tudo começou aos seis anos, nos campos de Bom Jesus de Goiás", rememora. Nem mesmo o tempo enfraqueceu a boa relação entre os dois. "Em casa, ele é um irmão como os demais. Nós temos nossas brincadeiras e momentos de descontração, mas prevalece a seriedade dele", pontua. Fora de campo, Leandro engrossa a torcida pelo sucesso do volante.

Irmão Leandro, ao lado do pai, Miguel
(Créditos: Vinícius Dias/Blog Toque Di Letra)

No último domingo, por exemplo, familiares de Lucas Silva foram ao Serra Dourada, em Goiânia, para acompanhar a partida entre Goiás e Cruzeiro, válida pela 17ª rodada do Brasileirão. "Sempre que nós podemos, viemos incentivar. Ele tem se preparado bem. A seleção sub-20 foi uma realidade. Agora é a sub-21", comemora Miguel.

Grupo competitivo

Feliz com a lembrança do técnico Alexandre Gallo, Lucas prefere destacar o bom momento no clube a projetar o futuro na Europa. "Aqui no Cruzeiro, jogo em um grupo competitivo, entramos em todas as competições para brigar pelo título, além do ótimo ambiente de trabalho", pontua, sem, no entanto, esconder o sonho de chegar à seleção principal. "Sei muito bem que para isso tenho que estar bem aqui no Cruzeiro", acrescenta o camisa 16 ao Blog Toque Di Letra.

Lucas: exemplo para a base celeste
(Créditos: Washington Alves/Vipcomm)

Motivo de alegria, a ótima fase do meio-campista é tratada como exemplo para os atletas da base celeste. "O Lucas é bom caráter, bom de escola e bom de bola. É o pacote completo, o que a gente busca para espelhar os meninos", afirma Bruno Vicintin, superintendente das divisões de base do Cruzeiro. "O jogador não precisa apenas ser bom em campo. Ele tem que ter postura", completa.

Taça BH: decisão à mineira

Ricardo Diniz

Neste sábado, às 21h30, na Arena Independência, as equipes juniores de Atlético e América vão disputar o título da 30ª Taça BH de Futebol Júnior. Os jogadores, certamente, querem mostrar um bom futebol. Não só para conquistar o troféu, mas também para, quem sabe, conquistar uma vaga entre os profissionais.


Ambos os times fizeram campanhas praticamente perfeitas no torneio. O América se classificou na primeira fase com uma vitória - 6 a 0, diante do Palmeirense -, um empate, por 1 a 1, contra o Sport, e uma derrota, logo na estreia, frente ao Vasco - 2 a 1. Nas oitavas de final, o Coelho passou pelo Londrina, por 2 a 0. A seguir, eliminou o Vitória, vencendo por 4 a 3. Diante do Goiás, na semifinal, a vitória veio nos pênaltis, por 7 a 6, após empate por 2 a 2.

Coelho busca segundo título da Taça BH
(Créditos: América-MG/Site/Divulgação)

A equipe atleticana, por sua vez, derrotou Brasília (1 a 0) e Democrata de Sete Lagoas (5 a 1) e empatou com o Coritiba (1 a 1) na fase de grupos. Nas oitavas e nas quartas de final, o Galinho bateu Bahia e Internacional, vencendo ambos duelos por 2 a 1. Na semifinal, a vítima foi o Figueirense, que perdeu por 4 a 2.

Galo vai a campo pela sexta conquista
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

O meia Dodô e o atacante Carlos, que já tiveram oportunidades na equipe profissional do Atlético, são dois dos destaques do grupo comandado por Rogério Micale - técnico que tem bom aproveitamento nas competições de base nos últimos anos. O time tem, além deles, o goleiro Uilson, segundo reserva de Victor. Do lado alviverde, os destaques são os atacantes Bruno Sávio e Rubens, que, juntos, fizeram 13 gols no torneio - nove deles de Bruno Sávio.

Reportagem assinada por Breiller Pires lista semelhanças
entre a boa fase do Cruzeiro e o título da seleção alemã

Vinícius Dias

Líder há 12 rodadas, com sete pontos de vantagem sobre o segundo colocado, dono do ataque mais efetivo e da segunda melhor defesa do Campeonato Brasileiro. A fórmula de sucesso do Cruzeiro, que caminha rumo à quarta conquista nacional, é destaque na capa da edição de setembro da Revista Placar, da Editora Abril. A publicação chegará às bancas na sexta-feira, dia 29 de agosto.


A reportagem é assinada pelo repórter belorizontino Breiller Pires. "A ideia, guardadas as devidas proporções, era apresentar as semelhanças entre o trabalho de reestruturação do Cruzeiro, que começa no pós-6 x 1, com o da Alemanha desde a Euro 2000", conta Breiller ao Blog Toque Di Letra. As fotografias foram produzidas por Eugênio Sávio, professor do curso de jornalismo da PUC Minas.

Marcelo, Lucas e Goulart: trio de sucesso
(Créditos: Divulgação/Revista Placar)

O texto percorre os principais fatores que explicam a boa fase vivida pelo clube desde o último ano, entre eles a associação de boas contratações e aproveitamento dos talentos das categorias de base. "Falando com gente do clube, inclusive com o presidente Gilvan (Tavares), descobrimos que o Cruzeiro de fato se inspira no trabalho dos alemães e no do Barcelona de alguns anos atrás", acrescenta Breiller.

Prestes a encerrar sua história no futebol, meia estampa
felicidade no Coritiba e já projeta futuro como treinador

Vinícius Dias

A estátua em frente ao Sukru Saraçoglu, estádio no qual Alex brilhou em Istambul, se agiganta aos olhos dos torcedores do Fenerbahçe, equipe da capital turca. A peça, esculpida em bronze, tem 1,75 metro, bem como o meia brasileiro, mas ostenta a indelével marca de três títulos nacionais em oito anos. Em números, Alex registra 185 gols e 162 assistências em 378 jogos pelo time. "(Olho) para trás e me sinto satisfeito demais com o nível atingido", pontua o craque.

Coritiba: primeira e, também, última casa
(Créditos: Coritiba F.C./Divulgação/Site Oficial)

Os torcedores de Coritiba, Palmeiras e Cruzeiro concordam. E o idolatram. Quando o assunto é seleção, sobram perguntas, faltam respostas. Aos 36 anos, e sem ter disputado uma Copa do Mundo, conquanto fosse um dos meias mais técnicos da época, ele se prepara para deixar os gramados. A quatro meses de encerrar a história no esporte que o alçou à condição de ídolo, Alex esboça o futuro. "Vou parar e me preparar para ser treinador", revela o 10 coxa-branca.

Quase dez mil pessoas o receberam no dia 17 de outubro de 2012, no Couto Pereira. Antes de retornar ao Coritiba, seu primeiro clube profissional, você recusou ofertas de Cruzeiro e Palmeiras, equipes em que é visto como ídolo. Hoje, após dois anos, você acredita ter feito a melhor escolha?

Quando aconteceu a rescisão com o Fenerbahçe, foi uma grande surpresa para mim, que imaginava cumprir bem meu contrato, até maio de 2013, e retornar para Curitiba. Foi uma escolha emocional. Em momento algum, eu parei e fiquei imaginando como seria, o que eu enfrentaria, o que o clube disputaria, como seria minha equipe. Era e continua sendo um sonho infantil: terminar meu ciclo jogando no clube do meu coração.

Colocaram que foi uma escolha familiar. Mentira! Já estava fora da cidade fazia anos, ficar mais um dois anos nada mudaria. Falaram que seria uma escolha política, devido ao (fato de) meu sogro ser conselheiro vitalício do clube e ex-presidente. Outra mentira! Ele não está mais no clube nem deseja voltar. Não me arrependo de nada nessa escolha, até mesmo porque meu sonho infantil está se realizando. E, quando somos crianças, o resultado final é o que menos importa. A alegria está em momentos singelos, e isso tenho tido desde 17 de outubro de 2012.

A sua reestreia nos gramados brasileiros aconteceu em janeiro de 2013, cerca de dez anos depois de ter deixado o Cruzeiro rumo ao Fenerbahçe, da Turquia. Pode-se afirmar que, nesse retorno, você encontrou um novo cenário no futebol nacional? Melhor ou pior do que o da década passada?

Encontrei (um cenário) igual. E isso me assustou. Passaram-se dez anos e parecia que tinham passado dez dias. Mas, tecnicamente falando, a saída cada vez cedo dos jovens do nosso país fez com que diminuísse a qualidade.

Ao fim do Brasileirão de 2014, você terá 37 anos, e encerrará sua história como jogador. Durante 20 anos de carreira, você atuou em seis clubes, de três países. A sensação, hoje, é de dever cumprido? Existe a chance de, logo após a aposentadoria, vermos o Alex como treinador ou comentarista?

Na verdade, atuei em quatro clubes. No Flamengo, foi uma passagem pequena, de dois meses e apenas 12 jogos. Foi ruim para mim e também para o clube. A única situação boa desses dois meses de Flamengo foi conhecer de perto a força da marca e da torcida. Na Itália, fui envolvido em uma situação política do clube e estive (no Parma) por somente três meses.

Nos outros quatro clubes (Coritiba, Palmeiras, Cruzeiro e Fenerbahçe), não. Estive, envolvi-me com os clubes, com suas histórias, atingi bons números, identifiquei-me com o clube e o torcedor, fui campeão. Isso tudo faz com que eu olhe para trás e me sinta satisfeito demais com o nível atingido. Vou parar e me preparar para ser treinador. Ter sido jogador de futebol de bom nível não me credencia a nada. Tenho que começar do zero, independente do que opte por fazer.

Para 2013, o presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho, enfrentou a resistência da torcida e anunciou Marcelo Oliveira como técnico do clube. A rejeição cresceu, a seguir, quando o camisa 10 Montillo foi negociado. Sem fugir do orçamento, a Raposa fez várias apostas e terminou o ano com o tri brasileiro. O Cruzeiro é um exemplo a ser seguido? Ou um caso de rara felicidade?

Acredito que a rejeição ao Marcelo tenha sido muito mais pelo passado dele, como jogador do Atlético (nas décadas de 1970 e 1980), do que propriamente pelo trabalho dele como treinador. Ele vinha de boas campanhas com o Coritiba (no clube alviverde, foi vice-campeão da Copa do Brasil em 2011 e 2012), mas seu passado atleticano trazia essa rejeição inicial.

O Cruzeiro sempre foi exemplo de administração. Desde que comecei a entender as coisas do futebol, o clube é colocado como referência. Esse time atual, que foi campeão (brasileiro) no ano passado e é o favorito nesse ano, é fruto dessa organização de sempre, mais bons jovens contratados, que vivem ótimos momentos. Sendo assim, a pitada de sorte necessária acompanha.

Desde o ano passado, o Bom Senso FC tem sido um importante agente no contexto da rediscussão do futebol no país. No entanto, você e o Rogério Ceni, dois dos principais símbolos do movimento, vão deixar o futebol ao final desta temporada. Paulo André, outro expoente, está na China. Como essa nova configuração impactará a pauta do grupo?

O grupo veio para ficar. Levantaremos a bola para discutir vários assuntos. Somos e estamos totalmente envolvidos com o produto futebol. A necessidade de o jogador de futebol se juntar e falar chegou até atrasada. Mas o mais importante é que chegou. Sempre discutimos isso: como ficará quando não formos mais jogadores de futebol? Queremos e conseguimos montar uma engrenagem para a coisa correr por conta, e novos jogadores surgirão e se colocarão também. Acredito que o Bom Senso FC tenha ocupado um bom espaço.

Foram cerca de sete anos de preparativos. No gramado, a seleção brasileira decepcionou - culminando na goleada, por 7 a 1, para a Alemanha. Mas, fora dele, a avaliação é de que o país surpreendeu positivamente. Você concorda? Em sua visão, qual foi o real legado da Copa de 2014?

Em campo, não fomos bem. Nosso time não se achou e todos vimos como acabou. Muito se fala da Copa em cima dos jogos assistidos por nós e jogado pelos grandes jogadores que aqui estiveram. Não vejo surpresa nenhuma nisso. Os jogadores que vieram mostraram suas qualidades e nos brindaram com grandes jogos. Os turistas que vieram ao Brasil foram super bem recepcionados pelo nosso posso, que fez dos locais destinados aos eventos da Copa uma grande festa.

Não vejo surpresa nisso. Nosso povo é, e sempre foi, super receptivo e festeiro. E, dentro de campo, os jogadores mostraram suas condições. Vias de acesso, aeroportos e malha aérea seguem em obras e discussão. Não sobrou nada de legado nesse sentido. O legado que ficou foram os estádios, que ficaram lindos, e a discussão em cima do que podemos e como faremos para a melhora do nosso futebol.

Zico comandou o meio-campo brasileiro na Copa de 1986. Em 1994, a bola da vez era Raí, e Rivaldo foi o camisa 10 em 1998 e 2002. No Brasileirão, hoje, talvez você seja, na essência, o único armador. A queda do futebol brasileiro passa também por um novo conceito de camisa 10, espaço que vem sendo ocupado pelos volantes-meias e meias-atacantes?

Em minha opinião, Zico, Raí e Rivaldo nunca foram meias-armadores, sempre foram meias-atacantes ou meias pontas de lança, como chamavam. Não me sinto meia-armador, nunca me senti. Acredito que o Brasil está deixando de produzir três peças importantes: camisas 5 com leitura (de jogo), 10 e 9. E, nessa leitura tática, tentamos fazer algo como fazem os europeus, sem jogadores com as características para fazê-lo.

Às vezes, vários treinadores jogam atletas para a 'beirada' do campo, e esses não têm a mínima ideia do que fazer por ali. Temos que respeitar nossa escola e copiar o que eles têm de bom. Compactação, proximidade, as linhas, a leitura e o posicionamento. Precisamos usar as características da melhor maneira. Agregar situações é sempre bom, mas forçar algo que os jogadores não sabem fazer, na minha opinião, não serve.

Nesses últimos anos, as falhas no processo de formação de atletas têm sido apontadas como uma das explicações para o insucesso do futebol nacional. Como você vê o trabalho realizado nas categorias de base do país, sobretudo, a partir das relações da tríade atletas, empresários e clubes?

Essa é uma ótima discussão. Acredito que (o processo) tenha várias falhas, mas apontá-las seria generalizar, e não gosto de fazer isso. Mas é óbvio e muito claro que temos que discutir muito a nossa legislação. A 'Lei Pelé' ofereceu liberdade para alguns, mas deu um sistema de amarras para os clubes e, até mesmo, para os meninos. Mas, falando em base, eu acredito que temos que respeitar a escola de cada clube.

A base do Cruzeiro respeitar o que cruzeirense gosta, para que, quando o menino chegar à equipe profissional, ele saiba o que representa e como ele deve usar e se comportar com aquela camisa. O mesmo para Palmeiras, Coritiba, Flamengo e outros. Porque cada um tem sua história e suas características, que têm que ser preservadas, respeitadas e, principalmente, ter continuidade. Sendo assim, a base dará bons frutos, como sempre foi em qualquer clube.

Cruzeiro atento à seleção

Vinícius Dias

À espera da convocação de Dunga, que será divulgada nesta terça-feira, a diretoria do Cruzeiro trabalha, nos bastidores, para minimizar um possível 'prejuízo', caso tenha vários nomes na lista para os amistosos diante das seleções de Colômbia e Equador, no mês de setembro. Conforme o Blog Toque Di Letra apurou, a Raposa discutiu pelo menos duas alternativas para recorrer à CBF.

A primeira delas é pedir o reagendamento dos jogos, a exemplo do que o Santos conseguiu por duas vezes em 2011, quando teve três convocados para a seleção principal. Outra possibilidade seria a fixação de um teto de convocados por clube. A princípio, os jogadores que estiverem na lista de Dunga vão desfalcar o clube nas partidas contra Fluminense e Bahia, na 19ª e 20º rodadas, respectivamente.

Até cinco desfalques

Além de Lucas Silva e Alisson, convocados para três amistosos da seleção sub-21, o Cruzeiro trabalha com a possibilidade de ter até três nomes na seleção canarinho: Dedé, Ricardo Goulart e Éverton Ribeiro. No dia 09 de agosto, Andrey Lopes, auxiliar de Dunga, acompanhou o confronto entre Criciúma e Cruzeiro, no Heriberto Hulse, com o propósito de observar os atletas celestes.

Goleador é 'liberado'

Enquanto a lista da seleção brasileira traz um clima de incerteza à Toca, a Federação Boliviana anunciou, no fim de semana, ter aceitado o pedido de dispensa feito pelo atacante Marcelo Moreno. A Raposa também aguarda a convocação paraguaia, em razão da possível presença do lateral-esquerdo Miguel Samudio.

De dirigentes a ex-jogadores, personagens ligados ao futebol
disputarão a preferência do torcedor nas eleições de outubro

Vinícius Dias

No início da propaganda eleitoral na TV, nesta terça-feira, dia 19, o eleitor mineiro vai reencontrar nomes que, nos últimos anos, se acostumou a ver nos estádios de futebol. De acordo com um levantamento feito pelo Blog Toque Di Letra, pelo menos dez dos candidatos aos cargos de deputado estadual e federal por Minas Gerais são figurinhas carimbadas nas páginas esportivas. Três dos nomes, no entanto, vão fazer a estreia nas urnas no mês de outubro.


Na lista dos candidatos que concorrem a uma das 78 vagas na Assembleia Legislativa de Minas Gerais aparecem nomes como o do vice-presidente do Atlético, Daniel Nepomuceno (PSB), que é vereador na capital mineira, e o do estreante Gilvan de Pinho Tavares (PV), que preside o Cruzeiro desde dezembro de 2011.

Gilvan Tavares, presidente do Cruzeiro
(Créditos: Washington Alves/Vipcomm)

A relação ainda tem o jornalista Mário Henrique Caixa (PC do B), da Rádio Itatiaia, que tenta seu segundo mandato no legislativo mineiro. Eleitos em 2010, os ex-atletas João Leite (PSDB) e Marques Batista (PTB) voltam às urnas neste ano, tal como Alencar da Silveira Júnior (PDT), que é um dos presidentes do América.

Disputa por Brasília

Quando o assunto é uma das 53 vagas para deputado federal, na capital Brasília, pelo menos quatro concorrentes ligados ao futebol mineiro estão na disputa. O presidente do Atlético, Alexandre Kalil (PSB), faz sua estreia nas urnas. O ex-vice-presidente de futebol do Cruzeiro, Gustavo Perrella (SDD), que se elegeu deputado estadual na eleição passada, também está na disputa neste ano.

Alexandre Kalil, presidente do Atlético
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

A lista ainda conta com o ex-goleiro Raul Plassmann (PSC), que atuou no Cruzeiro nas décadas de 1960 e 1970, e José Róbson Batista de Oliveira (PT do B), sósia de Ronaldinho Gaúcho, ex-meia do Atlético, cujo nome nas urnas é Ronaldinho Cover.

Proposta recusada

O número de candidatos ligados ao futebol de Minas no pleito poderia ser maior. Conforme o Blog Toque Di Letra revelou em outubro passado, o goleiro Fábio, do Cruzeiro, foi convidado pela cúpula estadual do PC do B para disputar uma vaga de deputado federal, mas recusou a proposta do partido comunista.

Kalil e Levir: rota de colisão...

Vinícius Dias

Bastaram 16 partidas à frente do Atlético para que o treinador Levir Culpi entrasse em rota de colisão com Alexandre Kalil. A mensagem enigmática publicada pelo presidente alvinegro, no Twitter, na tarde desse sábado, foi endereçada ao técnico. Levir chegou ao Galo em abril e soma oito vitórias, quatro empates e quatro derrotas.


Na terça-feira, dia 11, em entrevista ao Globoesporte.com, Culpi afirmou que os jogadores e dirigentes do Atlético ficaram de "narizinho empinado" depois da conquista da Libertadores de 2013. Agressivo, Kalil reagiu. "No Atlético é o seguinte: do porteiro ao presidente, se tiver ruim, é só pedir para ir embora. Sem drama e sem conversinha", esbravejou o presidente, nessa sexta-feira.

Kalil: 'de nariz em pé'

50 minutos depois, o mandatário completou: "Ah! Só fica com nariz em pé quem já ganhou Libertadores". Curiosamente, segundo o Blog Toque Di Letra informou em maio, a demissão de Autuori, substituído por Levir, foi sinônimo de críticas a Kalil. Nos bastidores, apoiadores questionaram sua postura centralizadora.

Mudanças com Levir

Durante a 'era Levir', o elenco do Atlético passou por várias mudanças. A rescisão de Ronaldinho Gaúcho foi a principal delas. No início de agosto, o treinador optou por abolir o regime de concentração na véspera dos jogos de mando da equipe. Na época, o diretor Eduardo Maluf se posicionou de forma desfavorável à medida.

Para viabilizar a iniciativa, clube conta com a 'parceria' de
construtora mineira; obras seriam finalizadas em dois anos

Vinícius Dias

Falta apenas a análise final do projeto arquitetônico pela Prefeitura de Belo Horizonte para que o tão sonhado estádio do Atlético saia do papel. Caso seja aprovado sem ressalvas, a tendência, segundo apurou o Blog Toque Di Letra, é de que as obras sejam iniciadas no próximo ano. A construção deve ser concluída em dois anos.


O projeto da arena comercial foi elaborado pela FarKasVölGyi Arquitetura, empresa contratada pela MRV Engenharia, parceira do clube na iniciativa. Conforme documentos aos quais o Blog Toque Di Letra teve acesso, "o pagamento referente à 4ª parcela - a última - para elaboração do projeto básico de arquitetura", no montante de R$ 100 mil, foi efetuado ainda no mês de maio.

Atlético pode deixar o Horto em 2017
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

A proposta é de que o novo reduto alvinegro seja erguido em um terreno localizado no bairro Califórnia, na Região Noroeste da capital, com frentes para a Avenida Presidente Juscelino Kubitschek e as ruas Margarida Assis Fonseca e Christina Maria Assis.

Mais de 40 mil torcedores

Segundo informações extraoficiais, a arena atleticana deve ter capacidade para receber, no mínimo, 40 mil torcedores. O projeto elaborado a pedido da MRV Engenharia ainda deve contemplar mais de 4,5 mil vagas cobertas de estacionamento.

Contrato com a Olympikus se encerra neste ano; marca tem,
pelo menos, três concorrentes; Penalty fez melhor proposta

Vinícius Dias

A quatro meses do fim do vínculo com a Olympikus, o Cruzeiro ainda não definiu seu fornecedor de material esportivo para a próxima temporada. A Raposa teria recebido pelo menos três propostas de marcas concorrentes interessadas em substituir a empresa. A mais vantajosa, segundo o Blog Toque Di Letra apurou, seria a da Penalty. A cúpula celeste, no entanto, não descarta a renovação.


"A Olympikus tem a preferência para a renovação do contrato, e estamos negociando, porém ainda não tivemos um desfecho. Caso ela não exerça essa preferência, o Cruzeiro pode, sim, ter um novo fornecedor a partir de 2015", explicou o diretor de marketing, Marcone Barbosa, ao Blog Toque Di Letra, na última quinta.

Olympikus assina camisa azul desde 2012
(Créditos: Pedro Vilela/Light Press/Textual)

Sem especificar os nomes, o diretor cruzeirense admitiu que a Raposa foi contatada por outras marcas. "O Cruzeiro conversa com todos os players do mercado, mas estamos muito satisfeitos com o aspecto financeiro que esse contrato (com a Olympikus) proporciona para o clube", argumentou Marcone Barbosa.

Parceria de sucesso

A parceria entre o clube mineiro e o grupo Vulcabrás/Azaleia, detentor da marca Olympikus no Brasil, foi iniciada no ano de 2009, quando a linha de uniformes da Raposa passou a ser confeccionada pela britânica Reebok. A troca pela marca Olympikus foi oficializada a partir da coleção apresentada em março de 2012.

Banco BMG deve renovar com o Cruzeiro
(Créditos: Gualter Naves/Light Press/Textual)

Na visão de Marcone Barbosa, apesar das falhas de distribuição ocorridas nos últimos meses, o balanço da parceria é positivo. "Já são seis anos de relacionamento. Nesse período, se a gente fizer uma avaliação, o contrato foi muito positivo para o Cruzeiro e trouxe uma remuneração expressiva", observou o dirigente.

BMG deve renovar

A diretoria do clube também negocia a renovação do acordo de patrocínio máster com o Banco BMG. Embora tenha recebido uma oferta da Caixa, a tendência é de que a logomarca do banco mineiro continue estampada na camisa azul na próxima temporada. "O Cruzeiro tem contrato com o BMG até o fim do ano e o BMG já manifestou interesse em permanecer", disse o diretor de marketing.

Com mais de 60 mil sócios-torcedores, time celeste é o 3º no
ranking nacional e soma quase 13 mil adesões apenas em 2014

Vinícius Dias

Depois de o Cruzeiro bater a marca de 60 mil sócios-torcedores na última quinta-feira, o departamento de marketing do clube projeta atingir 80 mil associados até o fim da atual temporada. Atualmente, o time mineiro está em terceiro lugar no ranking nacional, superado pelo Grêmio e pelo líder Inter, que soma mais de 122 mil sócios.


Em entrevista ao Blog Toque Di Letra, o diretor de marketing do clube, Marcone Barbosa, comemorou os resultados positivos. "Da maneira como tem ocorrido o crescimento, é grande a possibilidade de atingirmos os 100 mil sócios-torcedores antes mesmo de 2021, ano do centenário do clube", afirmou, fazendo referência à previsão feita em 2012 pelo presidente do clube, Gilvan de Pinho Tavares.

Parceria: Raposa conta com 60 mil sócios
(Créditos: Netun Lima/Light Press/Textual)

De acordo com dados atualizados nessa sexta-feira pelo Movimento por um Futebol Melhor, apenas no mês de agosto, a Raposa contabilizou 633 sócios-torcedores. O clube azul é o que mais conquistou sócios nesta temporada. Até as 19h de ontem, haviam sido contabilizadas 12.979 adesões em 2014.

Programa de sucesso

"Os números comprovam que o programa do Cruzeiro é um programa de sucesso", avaliou Marcone Barbosa. O diretor também destacou o impacto positivo da receita do programa na arrecadação do clube. "Iniciamos 2013 com sete mil sócios, hoje estamos com 60 mil. A arrecadação, que fechou 2012 em R$ 5 milhões, chegou a R$ 40 milhões em 2013. É um exemplo bem sucedido", acrescentou.

Carro-chefe: sócios impulsionam futebol
(Créditos: Juliana Flister/Vipcomm)

Há duas semanas, quando acertou a renovação do contrato do atacante Willian, o presidente Gilvan de Pinho Tavares reafirmou a importância dos torcedores para o projeto celeste. "Se não tivermos jogadores de nível em todas as posições, não teremos resultados. E isso custa caro. Quem tem pagado é o Sócio do Futebol", pontuou.

Situação do programa

Atualmente, a Raposa oferece sete categorias de sócios-torcedores, com valores entre R$ 12 e R$ 220 por mês. Quatro categorias possuem acesso garantido às partidas de mando do clube no Mineirão. A categoria sócio-Brasileiro, que permite acesso ao portão C superior, está esgotada no momento.

Dunga, o ouro está em Minas!

Alexandre Oliveira

Há algum tempo, as montanhas de Minas Gerais oferecem preciosidades. Historicamente, o estado do minério de ferro contribuiu de forma decisiva para o desenvolvimento do país. Apesar disso, no século XVIII, durante o processo de modernização do Brasil, o ciclo do ouro transformou a região em cenário de vários conflitos. Modernização rima com renovação, também no futebol.


Afinal, depois do fracasso na Copa do Mundo, o futebol brasileiro precisa passar por um momento de renovação. E nada melhor do que seguir um exemplo de sucesso: o futebol mineiro.

Dunga e Gilmar: caras novas na seleção
(Créditos: Rafael Ribeiro/CBF/Divulgação)

Desde 2012, quando o Atlético fez boa campanha no Brasileiro, os clubes mineiros estão em ótima fase. Em 2013, o mesmo Atlético confirmou sua força no país e no continente ao conquistar a Libertadores. Ainda no ano passado, o Cruzeiro desbancou os principais rivais e venceu o Brasileirão, sem dificuldades. A sequência do trabalho significou mais confiança e bom desempenho neste ano.

Esperança renovada

Certeza de ótimos ventos, afinal, em sua primeira passagem pela seleção, Dunga mostrou que estava atento ao futebol mineiro. Em 2006, o técnico convocou Fábio, goleiro e capitão do Cruzeiro, logo em sua primeira lista, anunciada após a demissão de Carlos Alberto Parreira. Na época, o meia-atacante Wágner, um dos destaques do time azul estrelado, também fora convocado por Dunga.

Fábio: o símbolo do campeão Cruzeiro
(Créditos: Gualter Naves/Light Press/Textual)

No ano seguinte, ainda como jogador do rival Atlético, o zagueiro Leandro Almeida foi convocado pelo gaúcho - que, em 2008, o deixaria de fora da seleção olímpica. Trajetória diferente da traçada por Ramires, do Cruzeiro. Depois de participar da campanha que significou a medalha de bronze, em Pequim, o volante ainda disputou a Copa do Mundo de 2014 e, a princípio, deve seguir no grupo para 2018.

Ano novo, vida nova

Artilheiro do Brasileiro, 42 gols na temporada. Depois de se destacar nos gramados mineiros, Diego Tardelli também teve a sua primeira chance na seleção em 2009, sob o comando do técnico Dunga. Um dos símbolos do título da Libertadores de 2013, e artilheiro da Recopa neste ano, o 'Dom Diego', como é apelidado pela torcida, espera ter uma nova chance com a camisa canarinho. Embora estará com 33 anos na próxima Copa, Tardelli pode significar um toque de experiência importante para uma seleção que passa por renovação.

Tardelli: goleador a serviço do Atlético
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Ao lado dele, devem estar alguns jogadores do Cruzeiro, dono do melhor conjunto do Brasil. Talvez seja tarde demais para Fábio e Dagoberto, por exemplo, mas outros celestes surgem como 'apostas' para 2016 e 2018. Mayke e Lucas Silva são ótimas opções para a seleção olímpica - que será comandada por Alexandre Gallo. No time principal, Dedé e Éverton Ribeiro são os mais cotados, mas o artilheiro do Brasileiro, Ricardo Goulart, corre por fora, e não seria surpresa.

A vez dos campeões!

Do lado alvinegro, além de Victor e Jô, que disputaram o Mundial de 2014, devem surgir outros bons nomes para Dunga. Marcos Rocha e Réver, por exemplo, podem agregar experiência à equipe. Resta-nos torcer para que os mineiros mantenham o (ótimo) nível para emplacar nomes na primeira convocação de Dunga, que reestreia diante da Colômbia, em Miami, no dia 05 de setembro. E que o treinador, como na história do desenho, busque seu ouro nas Minas.