Atleta do Coelho, que estreia domingo no Campeonato Mineiro
feminino, exalta iniciativa do clube: 'que seja exemplo', afirma

Vinícius Dias

No domingo, às 15h, o time feminino do América estreia no Campeonato Mineiro, contra o Real EC, na cidade de Caeté. "O América resgata a sua tradição de ser um clube social e abre as portas para o futebol feminino. Vamos disputar os campeonatos Mineiro e Brasileiro para conquistá-los", disse o presidente do Coelho, Alencar da Silveira Júnior, na última quarta-feira, durante a apresentação do elenco.


Os sonhos das atletas, que se dividem entre a rotina de treinamentos e trabalhos com carteira assinada ou estudos, vão além das conquistas nos gramados. Incluem desejos como o da meio-campista Aline Guedes: "diga não ao preconceito e sim ao apoio ao futebol feminino". A profissional de Educação Física, de 25 anos, é um dos destaques do elenco do América, formado por 29 atletas, com idades entre 15 e 31 anos.

Guedes, à direita, em treino do Coelho
(Créditos: América FC/Divulgação)

Em entrevista ao Blog Toque Di Letra, Guedes, que, em junho, vestiu a camisa 10 da seleção brasileira de futsal e se sagrou artilheira do torneio Sul-Americano, disputado na Colômbia, falou sobre o cenário do futebol feminino no país, destacou o planejamento do Coelho e os planos para a carreira profissional.

Bate-papo:

A seleção feminina é tricampeã pan-americana e, em 2004 e 2008, conquistou a prata nas Olimpíadas. Em termos de clubes, porém, a estrutura no Brasil continua muito aquém da oferecida ao futebol masculino. O futebol feminino, na sua avaliação, ainda é vítima de preconceito no país?

Com certeza, ainda há preconceito em relação ao futebol feminino. Dizem que (futebol) é um esporte para homens e, principalmente, que não há retorno financeiro. Contudo, hoje em dia, esse preconceito diminuiu e a tendência é de não existir mais essa discriminação, pois nós, mulheres, temos mostrado que entendemos, e muito, do assunto. Com isso, as pessoas estão aceitando mais facilmente.

Não é à toa que nossas meninas da seleção brasileira vêm nos mostrando isso. Neste ano, a seleção se tornou permanente, as meninas treinam e vivem de futebol. Logo, o retorno de títulos é imediato. Como vimos, ouro nos Jogos Pan-Americanos... Diga não ao preconceito e sim ao apoio ao futebol feminino.

Das 12 equipes que disputaram o Campeonato Mineiro em 2015, o América é a única que também participará da competição feminina. Como você avalia esse projeto? Qual é a expectativa em termos de resultados na temporada?

A expectativa não poderia ser melhor, pois todos nós, envolvidos, estamos empolgados com esse novo projeto que o América abraçou com todas as forças. Fomos muito bem recebidas e, principalmente, (o América está) apostando e acreditando em nosso potencial, nos apoiando de tal forma, muito bem. O projeto está apenas começando, mas já estamos mirando voos mais altos, dando um passo de cada vez.

Primeiramente, jogaremos o Campeonato Mineiro de futebol feminino de 2015 em busca do título, que dá vaga para a Copa do Brasil de 2016. Logo após, disputaremos o Campeonato Brasileiro de futebol feminino, no qual almejamos fazer uma boa caminhada e também ser campeãs. Que outros clubes possam seguir o nosso caminho e, principalmente, nos tomar como exemplo para apoiar e incentivar o futebol feminino.

Em junho passado, você defendeu a seleção brasileira de futsal no Sul-Americano feminino e, com nove gols, foi artilheira do torneio. Como será a 'transição' das quadras para os gramados? Quais são seus planos mais imediatos?

Representei a seleção brasileira de futebol de salão no Sul-Americano, em Santiago de Cali, na Colômbia. Fui feliz em ter ajudado minha equipe da melhor forma que pude. Fui a artilheira da competição, com nove gols, e ficamos em quinto lugar, garantindo a classificação para o Mundial, que acontecerá no Marrocos, em 2017.

Sempre competi em ambos, então a transição do futsal para o campo não terá anormalidade. Primeiramente, estou trabalhando para ser titular da equipe, almejando ser campeã do Campeonato Mineiro, marcando gols e servindo às minhas companheiras, afinal, é minha função. Logo após, ser campeã brasileira e, sem dúvidas, tenho o sonho de vestir a amarelinha e representar a seleção brasileira de futebol de campo.

Argentino contabiliza 17 gols e seis assistências em 32 jogos;
no ano passado, Tardelli registrou 19 gols e duas assistências

Vinícius Dias

A boa fase de Diego Tardelli com a camisa alvinegra, marcando 19 gols na temporada passada, sacramentou a volta do avante à seleção brasileira e uma transferência milionária para o mercado chinês. O que poderia indicar uma lacuna na linha de frente, contudo, se transformou em oportunidade para o argentino Lucas Pratto. E ele não tem decepcionado. Os números confirmam que o atual camisa 9 tem sido mais decisivo do que o seu antecessor foi no último ano.


Contabilizando os três marcados na noite dessa quarta-feira, contra o São Paulo, Pratto chegou a 17 gols em 32 partidas disputadas na temporada. Vice-artilheiro do Campeonato Brasileiro, com sete gols, o atacante ainda tem seis assistências neste ano. Os números apontam participação direta em 23 gols anotados pela equipe: ou seja, a jogada de um em cada três dos 69 gols passou pelos pés de Pratto.

Pratto marcou três vezes nessa quarta
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Artilheiro do Atlético na última temporada, Diego Tardelli somou 19 gols e duas assistências em 53 jogos, com destaque para as atuações decisivas nos títulos da Recopa Sul-Americana e da Copa do Brasil - diante do rival Cruzeiro. O camisa 9 participou, de forma direta, de 21 dos 116 gols anotados em 2014.

Diego Tardelli - estatísticas em 2014:

Campeonato Mineiro: 9 jogos / 2 gols / 1 assistência
Copa Libertadores: 8 jogos / 0 gol / 0 assistência
Amistosos: 3 jogos / 4 gols / 1 assistência
Recopa Sul-Americana: 2 jogos / 2 gols / 0 assistência
Campeonato Brasileiro: 24 jogos / 10 gols / 0 assistência
Copa do Brasil: 7 jogos / 1 gol / 0 assistência

Lucas Pratto - estatísticas em 2015:

Amistoso: 1 jogo / 1 gol / 0 assistência
Campeonato Mineiro: 10 jogos / 6 gols / 4 assistências
Copa Libertadores: 6 jogos / 3 gols / 1 assistência
Campeonato Brasileiro: 15 jogos / 7 gols / 1 assistência

Vice-campeã estadual, Caldense lidera grupo 5, enquanto
Villa Nova é lanterna do grupo 6; Leão tem novo treinador

Vinícius Dias

Representantes de Minas Gerais na Série D do Brasileiro, Caldense e Villa Nova vivem situações distintas no torneio. Enquanto a Veterana lidera o grupo 5, com duas vitórias e um empate em três confrontos, o Leão do Bonfim foi derrotado duas vezes e está na lanterna do grupo 6. Porém, quando o assunto é o sonhado acesso à Série C, os clubes recorreram à mesma estratégia: reforçar os elencos.

Villa Nova apresenta técnico e reforços
(Créditos: Villa Nova A.C./Divulgação)

Na tarde de ontem, o time de Nova Lima apresentou seu novo treinador, Felipe Surian, e seis reforços: Luizinho, lateral-direito ex-Cruzeiro; Bruno Barros, lateral-esquerdo ex-Atlético; Michel Douglas, volante que volta ao clube após o estadual; Michel Cury, meia ex-Guarani/MG; e os atacantes Cassiano, ex-Anapolina, e Alan, ex-Tupi. Neste domingo, o Leão recebe o Gama, às 16h, no Castor Cifuentes.

Destaque no Mineiro, Yuri volta a Poços
(Créditos: Site Oficial da Caldense/Divulgação)

A Caldense, vice-campeã mineira, perdeu o treinador Léo Condé e alguns dos destaques após a competição. A remontagem conduzida por Eugênio Souza, contudo, tem rendido bons frutos: 77,7% de aproveitamento no grupo 5 da Série D. Neste sábado, o time enfrenta o Comercial, no Mato Grosso do Sul. O duelo pode marcar a reestreia de Yuri, volante que foi titular no Mineiro e, agora, voltou a Poços.

Os números do desequilíbrio...

Vinícius Dias

À exceção de Fábio e Manoel - titulares em todas as partidas -, Vanderlei Luxemburgo testou 21 atletas nas nove vagas restantes ao longo de 52 dias. O time ideal - considerando os mais frequentes no onze inicial - tem apenas duas mudanças na comparação com a equipe que Marcelo Oliveira escalou na derrota para o River Plate, por 3 a 0, no Mineirão. Fabrício na vaga de Mena e Charles no lugar de Willians.


Assim como o time titular, os resultados de ambos à frente do Cruzeiro nesta temporada são semelhantes. Em 29 jogos, Marcelo Oliveira teve 12 vitórias, oito empates e nove derrotas: aproveitamento de 50,6%. Em 11 partidas, Luxemburgo venceu cinco, empatou uma e perdeu cinco: 48,5% de aproveitamento. A título de comparação, hoje, Marcelo tem 81,5% no Palmeiras. Há dois meses, Luxa foi demitido do Flamengo com 70,6% dos pontos conquistados.

Luxa teve 23 titulares em 11 jogos
(Créditos: Gualter Naves/Light Press)

A diferença entre o irregular Cruzeiro e o Palmeiras que perdeu somente uma vez nos últimos nove jogos, equipe que mais pontuou nos últimos cinco, que tem a segunda melhor defesa e o segundo melhor ataque do Brasileirão passa pelos trabalhos dos técnicos. Mas tem raiz na formação dos elencos. Marcelo tem um bom time, com banco muito consistente. A exemplo do antecessor, na Toca, Luxemburgo encontra dificuldades até para definir os 11 titulares.

Uma, duas... sete vezes 1x0

Três duplas de zaga, três centroavantes e oito meias utilizados nos 11 jogos. Com 13 gols sofridos, o time tem a 3ª melhor defesa da Série A, igualando as marcas de 2006 e 2014 em 15 jogos. Mas o ataque, com 13 gols, supera apenas os dos cinco últimos colocados. A pior marca na era dos pontos corridos - em 2007, por exemplo, marcou 33 vezes nas 15 primeiras rodadas. Traduzindo: sete clubes precisaram de apenas um gol para derrotar a Raposa.

A discussão sobre o treinador ideal camufla uma certeza:
O desequilíbrio do elenco montado por Gilvan para 2015.

Depois de viajar para o México e quase acertar ida para Cruz
Azul, meia-atacante quer recuperar vaga no time do Atlético

Vinícius Dias

De herói nos títulos da Copa Libertadores e da Copa do Brasil a reserva, passando por uma negociação sem êxito com o Cruz Azul, do México, a trajetória de Guilherme no Atlético tem enredo de novela. Mas, de acordo com o agente do camisa 17, Ivan Suárez, os novos capítulos devem ser conhecidos somente na próxima temporada. "Resumindo: o Guilherme vai ficar até o final do ano. A intenção dele é ser campeão brasileiro", afirmou em entrevista ao Blog Toque Di Letra.


Renovado em março, o contrato do meia-atacante tem validade até 31 de dezembro e uma cláusula que assegura a liberação em caso de oferta do exterior a partir de 05 de agosto. Apesar disso, Suárez garantiu foco no Atlético. "Guilherme não tem situação especial. Ele é atleta do clube até o final deste ano. Não tem nada de fora, nada de proposta", argumentou, minimizando a hipótese de saída. "O mesmo risco que tem de ele sair, os outros têm", acrescentou.

Guilherme tem contrato até dezembro
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

O empresário ainda detalhou as tratativas com o clube mexicano, no início do mês. "Guilherme é um jogador de 26 anos, que tem vários títulos é polivalente. Toda hora tem consulta. Foram cinco, seis... A única que ele optou por ir foi a do Cruz Azul, porque era interessante também para o Atlético, o clube estava disposto a pagar a multa, ele tem contrato curto. Não fomos (para o México) à revelia, fomos com o Atlético autorizando o jogador a viajar", explicou.

'Não discutimos renovação', diz

Suárez ainda negou que esteja em negociações com a diretoria atleticana visando antecipar a renovação do vínculo do meia-atacante. "Na verdade (depois de março), não sentamos para falar disso", observou. O objetivo mais imediato de Guilherme, segundo ele, é retornar ao time titular. "Ele está buscando o espaço entre os onze e quer jogar. Se Deus quiser, ele será campeão brasileiro junto com o Atlético, vai ajudar. No final do ano, vemos qual o destino", concluiu.

Com 14 clubes, torneio deve ser disputado de janeiro a abril;
provável presença de cariocas é exaltada pelo eixo Sul-Minas

Vinícius Dias

Após 14 anos, a Copa Sul-Minas deve retornar ao calendário brasileiro na próxima temporada. Na tarde de ontem, representantes de 11 clubes se reuniram na sede da Federação Catarinense, em Balneário Camboriú, para discutir detalhes. A expectativa é de que a competição, que deve abrigar Flamengo e Fluminense em seu novo formato, aconteça de janeiro e abril, de forma paralela aos estaduais. Curiosamente, as discussões ganharam força após a série de divergências entre clubes e federações durante os estaduais deste ano.


No encontro dessa sexta-feira, os dirigentes iniciaram a discussão sobre regulamento e aspectos comerciais. "As propriedades (incluem direitos de transmissão, publicidade estática, ativações) serão vendidas em bloco. Já estamos trabalhando a precificação e, na sequência, vamos passar para a negociação com as empresas", destacou ao Blog o diretor comercial do Cruzeiro, Róbson Pires, que representou o clube em Santa Catarina. "Já existem interessados", acrescentou.

Encontro, ontem, em Santa Catarina
(Créditos: Marcelo de Negreiros/FCF)

Daqui a 15 dias, os clubes voltam a se reunir na Arena do Grêmio, em Porto Alegre. O tricolor gaúcho é, justamente, um dos principais entusiastas da retomada da Copa Sul-Minas. "O Grêmio vê com bons olhos e fará todo o empenho para ver se isso efetivamente acontece", destacou o presidente Romildo Bolzan Júnior à reportagem. O mandatário ainda pontuou a expectativa para o próximo encontro. "Vamos avançar e já começar a formatar tudo (sobre a competição)", disse.

Detalhes da competição

O torneio deve reunir 14 clubes, de cinco estados - incluindo Flamengo e Fluminense, que buscam aval da CBF -, e terá pelo menos 15 datas, com final em jogo único, em local previamente definido. Durante a competição, será adotado o conceito de match-day, com eventos paralelos aos jogos. Do ponto de vista comercial, a participação da dupla carioca é vista como fundamental. "Aumenta o apelo, tanto de TV, quanto de público", avaliou um participante da reunião de ontem.

Sorín foi herói no título celeste em 2002
(Créditos: Site Oficial do Cruzeiro/Arquivo)

Criada em 2000, a Copa Sul-Minas foi disputada até 2002, a princípio. O Cruzeiro, que conquistou o primeiro lugar nas duas últimas edições, é o maior vencedor. O primeiro campeão do torneio foi o América/MG. Atlético/PR, Coritiba e Cruzeiro têm um vice cada.

Centralização à moda celeste

Vinícius Dias

Em outubro passado, Gilvan de Pinho Tavares foi reeleito por aclamação. Nove meses depois - e com menos de um quarto do segundo mandato cumprido -, a postura do presidente bicampeão brasileiro vem dividindo opiniões nos bastidores do Barro Preto. Embora descartem a hipótese de ruptura, conselheiros ouvidos pelo Blog destacaram que, na comparação com o mandato anterior, Gilvan tem dialogado menos com seus pares e adotado estilo centralizador.

Gilvan foi reeleito em outubro passado
(Créditos: Site Oficial do Cruzeiro/Divulgação)

As fontes citam a menor presença em eventos internos e a busca por um diretor de futebol para confirmar o cenário. De modo informal, nomes de vários perfis foram sugeridos, mas o presidente reafirmava o plano de ter um nome de sua confiança. A indicação, no caso de Isaías Tinoco, foi de Luxemburgo. Na terça-feira, horas após José Francisco Lemos - primeiro vice e nome mais próximo de Gilvan - confirmar o acerto, membros do Conselho buscavam referências sobre o profissional.

Torcida por proposta

Com 16 reforços, o Cruzeiro fechou o primeiro semestre com uma folha salarial superior a R$ 9 milhões. Hoje, o objetivo é reduzi-la. A saída de Henrique Dourado e a redução salarial aceita por Júlio Baptista foram os capítulos iniciais. E o terceiro pode ser a saída de Seymour. Conforme o Blog apurou, equipes chilenas têm feito consultas a Fernando Felicevich, agente do volante. "Ficaríamos satisfeitos se houvesse proposta", avaliou um membro da cúpula celeste.

Situação monitorada

Em campo, a julgar pelas últimas partidas, Fabrício é o preferido de Luxa para a lateral-esquerda. Nos bastidores, contudo, a situação do atleta é monitorada com atenção. Por indicação do técnico Abel Braga, o Al-Jazira, dos Emirados Árabes, cogita fazer uma ofensiva para tê-lo. O acordo de empréstimo com o Inter prevê que, em caso de proposta do exterior, a Raposa deve cobrir os valores ou liberar Fabrício. Aberta há cinco dias, a janela local fecha em outubro.

Atletas que atuaram menos de sete vezes no torneio são opção
para clubes que ainda buscam reforços; Blog convocou seleção

Vinícius Dias

Após o fechamento da janela internacional, na última terça-feira, os times da Série A têm somente três opções na busca por reforços: atletas sem contrato, que atuam em clubes de divisões inferiores ou que não tenham disputado sete partidas no Campeonato Brasileiro. Considerando o último cenário, o Blog Toque Di Letra convocou uma seleção de 'disponíveis', escalando, no máximo, um atleta por clube.

O goleiro é o veterano Dida, do Inter, que ainda não atuou na Série A. Fabiano, que se destacou pela Chapecoense na edição passada e, neste ano, realizou apenas três jogos pelo Cruzeiro, é o lateral-direito. Na zaga, Henrique, ex-Bordeaux/FRA, que tem três partidas pelo Fluminense, faz companhia a Bruno Aguiar, que disputou cinco jogos pelo Joinville, mas perdeu espaço com Adilson Batista. Na lateral-esquerda, João Paulo, que entrou em campo uma vez pelo Palmeiras.

(Arte: Douglas Vogel Zimmer/Blog Toque Di Letra)

No meio-campo, duas linhas. A primeira tem Cristian, experiente volante que se recuperou de lesão recentemente e, por isso, fez somente quatro jogos pelo Corinthians, ao lado de Renato, que disputou cinco partidas neste Brasileiro pelo Santos.

A segunda linha tem Erik, revelação do Brasileirão em 2014, que chegou a ser afastado no Goiás e disputou apenas quatro rodadas na atual edição; Guilherme, que entrou em campo cinco vezes pelo Atlético; e Boschilia, meia-esquerda que fez quatro jogos pelo São Paulo. Roger, que fez seis partidas pela Chapecoense e tem mais de 50 gols na história do torneio, veste a camisa 9.

Entre as finanças e o elenco

Alisson Millo

Nesta semana, o Atlético sacramentou a compra de 100% dos direitos do lateral-esquerdo Douglas Santos e de 50% dos direitos do volante Rafael Carioca. Com isso, o time titular se mantém forte e líder para a sequência do Brasileirão. O preço disso foi um pequeno 'desmanche' que, analisando bem, não chega a ser problema, uma vez que, financeiramente, a dívida - que é grande, mas está controlada - não cresce. Douglas e Carioca são titulares indiscutíveis. O time principal continua forte e o grupo, apesar de perder peças, não deixa de ter qualidade.


Começando pelo ataque, Jô foi vendido para o mundo árabe e André foi emprestado ao Sport. O primeiro não saiu pelas cifras que Kalil esperava antes da Copa de 2014, mas rendeu R$ 5 milhões, além da economia em termos de salários. André, um dos principais investimentos da história do clube, tem jogado bem em Recife, que pode valer como vitrine para uma futura venda. Levir ainda tem Carlos, que fez mais de 100 gols na base, e Leonardo, que foi reintegrado, como opções.

Atlético adquiriu direitos de Carioca
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Recentemente, Daniel Nepomuceno negociou a transferência de Guilherme para o Cruz Azul. O jogador chegou a viajar para o México, mas o acordo não foi selado devido a pendências contratuais. Sem questionar o futebol do camisa 17, nem desmerecer seu histórico na equipe, mas a saída seria um bom negócio. O titular da posição, hoje, é Giovanni Augusto, que tem jogado bem. E, a princípio, Guilherme não aceita ser a segunda opção. A provável saída de Maicosuel, sim, deve ser lamentada.

Alívio na folha salarial

Na lateral-direita, a transferência de Patric para o Osmanlispor, da Turquia, parece iminente. O jogador, inclusive, já vestiu a camisa do novo clube e, coincidência ou não, Carlos César foi titular nas últimas partidas, quando Marcos Rocha não foi aproveitado. Inicialmente, Carlos César não deixa a desejar como reserva de Rocha, melhor do país na função, e a saída de Patric aliviaria a folha.

Patric e Guilherme: futuro indefinido
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

A primeira impressão, após as negociações recentes, é de que o elenco alvinegro perde força. Mas restam boas peças a serem acionadas ao longo das partidas e das competições que ainda restam na temporada. Líder do Brasileiro, o Galo precisa manter o nível para buscar o bi e, no papel, tem elenco suficiente. O presidente assegura o título. E os atletas que seguem na Cidade do Galo podem cumprir a promessa.

Com déficit de R$ 38 mi, Cruzeiro volta a ser vendedor; clube
deixou de faturar R$ 11 mi em período sem patrocínio master

Vinícius Dias

Em janeiro, o Cruzeiro negociou Egídio, Ricardo Goulart, Éverton Ribeiro, Lucas Silva e Nilton, movimentando mais de € 40 milhões. Desde então, a cúpula celeste tem vasculhado o mercado na busca por caras novas. Mas, no que depender do presidente Gilvan de Pinho Tavares, o meia-atacante Marinho foi o último reforço do ano. "As finanças do clube não estão para isso", revelou em entrevista à Rádio Itatiaia. Para traçar um panorama do quadro atual, o Blog Toque Di Letra consultou fontes ligadas ao clube e ao mercado nos últimos dias.


No dia 23 de novembro, o Cruzeiro derrotou o Goiás e confirmou o título brasileiro. 38 dias depois, se encerrou o vínculo com o Banco BMG, que pagava R$ 13,5 milhões por ano. Com a camisa valorizada, a expectativa era de receber R$ 20 milhões anuais pelo espaço nobre. Sete meses sem patrocínio significaram R$ 11,6 milhões a menos nos cofres, na média. O valor é quase 20% superior à folha salarial do clube, que inclui custeio de parte dos salários de atletas emprestados, casos de Riascos e Dagoberto no Vasco, e de Souza no Bahia.

Receita de bilheteria cresce em 2015
(Créditos: Juliana Flister/Vipcomm)

O cenário é inverso ao das bilheterias, uma das principais fontes de receita do clube na última temporada. Em 2015, a despeito da irregularidade nos gramados, a Raposa arrecadou mais durante as disputas do campeonato estadual e da Copa Libertadores. Em 2014, contabilizadas 13 partidas, o Cruzeiro teve renda bruta de R$ 12,44 milhões. Neste ano, embora tenha feito dois jogos a menos como mandante, somou R$ 12,62 milhões. Em média, a arrecadação por jogo foi 20% maior.

R$ 80 milhões em vendas

Um dos capítulos mais comentados desse período de transição foi o das transferências. No primeiro mês do ano, o grupo celeste perdeu cinco dos principais nomes. Egídio, Ricardo Goulart, Éverton Ribeiro, Lucas Silva e Nilton movimentaram quase R$ 130 milhões - mais de 60% do montante coube ao Cruzeiro. A negociação mais rentável foi a de Ricardo Goulart: o clube ficou com cerca de 65% dos € 15 milhões. "Alguns negócios foram feitos a prazo. Há parcelas a receber", pontuou fonte.

Venda de Goulart foi o principal negócio
(Créditos: Guangzhou Evergrande/Divulgação)

As receitas significaram a chance de quitar parte dos débitos em aberto - exercício de 2014 foi encerrado com déficit de R$ 38 milhões. Quase 35% do montante foi reinvestido no futebol. Conforme o Blog apurou, o clube gastou pouco mais de R$ 25 milhões para contratar oito dos 16 reforços. Joel e Fabiano foram adquiridos por investidores e repassados à Raposa - no caso de Arrascaeta, um parceiro custeou 50% do investimento. Seis atletas chegaram a custo zero: Fabrício, Paulo André, Seymour, Douglas Grolli, Henrique Dourado e Leandro Damião.

Venda de camisas oficiais

A comercialização de camisas representou uma das principais fontes de renda do Cruzeiro nos primeiros sete meses deste ano. "(Neste período, vendemos) quase o dobro em relação a todo o ano passado", afirmou o diretor de marketing, Marcone Barbosa, sem informar números. Segundo apuração da reportagem, na última temporada, ainda com logomarca do BMG, foram vendidas 220 mil camisas.

Venda de camisas impulsiona receitas
(Créditos: Washington Alves/Light Press)

Por sua vez, o programa Sócio do Futebol, fundamental para o sucesso recente, tem números abaixo da expectativa no momento. A meta para o ano, antes fixada em 90 mil, foi revista. "Abaixamos para 80 mil e, ainda assim, será difícil atingir. Por dois motivos: cenário econômico do país e o momento do time", avaliou Marcone Barbosa. Em 2014, por exemplo, a média foi de 1,67 mil adesões/mês. O número, neste ano, caiu para 610, afetando a previsão de receitas. Na temporada passada, a marca foi de cerca de R$ 50 milhões.

No estádio, equipe alvinegra tem 100% de aproveitamento no
Brasileiro, ótimos públicos e renda média superior à do Horto

Vinícius Dias

Nos últimos três anos, os atleticanos se acostumaram a chamar a Arena Independência de casa. O ótimo retrospecto no caldeirão deu origem ao bordão "caiu no Horto, tá morto". Mas, no roteiro de títulos como Copa Libertadores, Recopa Sul-Americana e Copa do Brasil, o Mineirão ganhou destaque. Nesta temporada, o Gigante da Pampulha se transformou em trunfo na busca pelo título brasileiro. E a volta ao estádio já tem data marcada: 25 de julho, diante do São Paulo.


Esta será a quarta partida do time como mandante no Mineirão em 2015, superando a marca dos últimos anos - em 2013, o alvinegro fez apenas duas partidas no estádio e, na temporada passada, fez três. Os números sugerem casamento perfeito. A média de público é de 53.481 torcedores por duelo, com recorde de 55.987 presentes contra o Joinville, em uma manhã de sábado. A renda é de R$ 1.880.760,00 por partida, em média. Números superiores aos registrados no Horto. E, no Brasileiro, são duas vitórias em dois jogos.

No Mineirão, Atlético venceu o Sport
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

O retorno gradativo ao estádio tem a aprovação dos torcedores. É o caso do gerente de vendas Pedro Júlio Fonseca Nunes, de 25 anos. "Por mais que tenha se criado a mística do Horto, a casa do Atlético é o Mineirão. Sempre foi. Tenho certeza que a diretoria está fazendo a escolha certa", afirma. Saudosista, Pedro se rende. "O Atlético já deveria ter voltado ao Mineirão há muito tempo. Em todos os quesitos, o estádio é muito mais viável", acrescenta.

Cofres e arquibancadas cheios

Na opinião de André Macedo Ribeiro, estudante de Direito, de 23 anos, o mando de campo no Mineirão é interessante sobretudo do ponto de vista financeiro. "Essa volta tem tudo para se consolidar com bons resultados, grande presença de público e cofres cheios", avalia. "Entendo que temos sim um casamento entre Atlético e Mineirão, mesmo não sendo perfeito e com prazo de duração, e é hora de se sacramentá-lo neste Campeonato Brasileiro", completa.

Média, no ano, é de 53 mil por partida
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

A avaliação do torcedor é semelhante à feita pelo presidente atleticano, Daniel Nepomuceno. "Quando jogamos no Mineirão, vencemos. Questão é simples... Lá, a gente tem condições de trabalhar um público maior, uma receita maior. Mas não adianta escolher Mineirão e deixar estádio vazio", afirmou ao Blog em janeiro. Em enquete realizada no mesmo mês, 51% dos participantes se mostraram favoráveis ao retorno ao estádio e 49% preferiram o Horto.

Mando de campo no Mineirão:

Atlético 0x0 Caldense - 53.772 pessoas / R$ 2.387.910,00
Atlético 1x0 Joinville - 55.987 pessoas / R$ 1.583.045,00
Atlético 2x1 Sport - 50.684 pessoas / R$ 1.671.325,00

Atleta que mais vezes vestiu a camisa do clube celeste, Fábio
foi homenageado; cerimônia marca 319º aniversário da cidade

Vinícius Dias*

Atleta que mais vezes vestiu a camisa do Cruzeiro, com 640 partidas, o goleiro e capitão Fábio foi homenageado com a Medalha Dia do Estado de Minas Gerais. A cerimônia ocorreu nesta quinta-feira, dia 16 de julho, em Mariana, na Região Central do estado. A data marca a comemoração dos 319 anos da cidade, que foi a primeira capital mineira.

Fábio recebe homenagem em Mariana
(Créditos: EvePress/Roberto Verona)

No dia 16 de julho, a capital mineira é transferida, simbolicamente, para Mariana. A entrega da medalha, em homenagem a pessoas e instituições relevantes para o estado, aconteceu na Praça Minas Gerais, em frente ao prédio da Câmara Municipal. O cruzeirense foi agraciado por indicação do governo local.

*Com colaboração de Wellerson Rodrigo