Douglas Zimmer*
Salve,
China Azul!
Depois
de rodadas e mais rodadas, oito times classificados para a segunda fase,
mata-matas, enfim chegamos à tão - ou nem tão - esperada final do Campeonato
Mineiro com o confronto, historicamente falando, mais evidente possível. Não é
novidade para ninguém que, de todas as competições que os times brasileiros
disputam ao longo da temporada, os estaduais são as que têm o menor valor
agregado, as menores vantagens futuras e, em outras palavras, são as menos
importantes. Mas nem por isso agora que cá estamos em mais uma decisão diante
de nosso maior rival local vamos deixar de buscar a qualquer custo o caneco.
É inegável
que o início de ano foi melhor para o Cruzeiro do que para o adversário, mas,
na hora em que a bola rola, tudo fica em segundo plano e as coisas se
equilibram pelo simples fato de estarmos diante de um confronto que mexe demais
com o ambiente da capital e de todo o estado. A Raposa vem de um trabalho mais
longo, com um elenco que se conhece melhor, que chegou à final com absoluta
tranquilidade e, com certeza, ainda trabalha para buscar outras conquistas ao
longo da temporada. O Atlético sofreu na primeira fase, vem com um treinador
que até pouco tempo era auxiliar, mas atravessa seu melhor momento no estadual.
Thiago Neves chega à final em alta (Créditos: Cristiane Mattos/Light Press) |
Alguns
detalhes são fundamentais para que o Cruzeiro seja campeão. Entre eles, para
mim, o mais importante é o time se comportar naturalmente, sem tentar
administrar a vantagem que a melhor campanha lhe deu. Uma das mudanças na
postura que mais me agradou neste ano foi a de trabalhar propondo o jogo,
buscando o ataque quase a todo tempo, sem amarrar jogos e, ao mesmo tempo,
defendendo com consciência. Tudo isso será decisivo nos dois jogos da final,
porque o time que estará do outro lado do campo, em várias oportunidades, me
pareceu compensar a desvantagem técnica e tática com obstinação e entrega. Se
Mano Menezes conseguir manter a equipe ligada por 180 minutos, nossas chances
aumentam muito.
Ninguém quer perder o Mineiro
Amigo
leitor, sejamos francos. O estadual é aquele torneio para o qual ninguém dá
muita bola, que serve mais como distração de início de ano, que nunca é
prioridade, mas que ninguém quer perder, ainda mais em estados em que a disputa
é praticamente polarizada entre dois clubes, como é o caso de Minas Gerais.
Apesar de acreditar que tomam tempo demais do calendário, sempre achei essas
disputas estaduais o maior barato. Talvez alguns ajustes nas fórmulas possam
torná-las mais interessantes e mais atrativas, mas, neste ano, o que quero é
que o Cruzeiro faça valer seu maior investimento, o melhor momento e vença o
popular ruralzão.
Mano Menezes: regente do time celeste (Créditos: Leonardo Morais/Light Press/Cruzeiro) |
A equipe
ainda não enfrentou nenhum momento de grande pressão nesta temporada e, com os
maiores desafios batendo à nossa porta, os dois clássicos serão excelentes
oportunidades de testar esse grupo e mostrar para o torcedor que, a cada
partida disputada, a cada bola dividida, a cada jogada trabalhada que encaixa,
o time está ainda mais forte e unido. Tenho certeza de que o cruzeirense vai
continuar fazendo a sua parte, inclusive neste primeiro jogo, na casa do
adversário.
Força,
Cruzeiro!
*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção Fala, Cruzeirense!