É clássico e vale título: jogai por nós, Cruzeiro!

Douglas Zimmer*

Salve, China Azul!

Depois de rodadas e mais rodadas, oito times classificados para a segunda fase, mata-matas, enfim chegamos à tão - ou nem tão - esperada final do Campeonato Mineiro com o confronto, historicamente falando, mais evidente possível. Não é novidade para ninguém que, de todas as competições que os times brasileiros disputam ao longo da temporada, os estaduais são as que têm o menor valor agregado, as menores vantagens futuras e, em outras palavras, são as menos importantes. Mas nem por isso agora que cá estamos em mais uma decisão diante de nosso maior rival local vamos deixar de buscar a qualquer custo o caneco.


É inegável que o início de ano foi melhor para o Cruzeiro do que para o adversário, mas, na hora em que a bola rola, tudo fica em segundo plano e as coisas se equilibram pelo simples fato de estarmos diante de um confronto que mexe demais com o ambiente da capital e de todo o estado. A Raposa vem de um trabalho mais longo, com um elenco que se conhece melhor, que chegou à final com absoluta tranquilidade e, com certeza, ainda trabalha para buscar outras conquistas ao longo da temporada. O Atlético sofreu na primeira fase, vem com um treinador que até pouco tempo era auxiliar, mas atravessa seu melhor momento no estadual.

Thiago Neves chega à final em alta
(Créditos: Cristiane Mattos/Light Press)

Alguns detalhes são fundamentais para que o Cruzeiro seja campeão. Entre eles, para mim, o mais importante é o time se comportar naturalmente, sem tentar administrar a vantagem que a melhor campanha lhe deu. Uma das mudanças na postura que mais me agradou neste ano foi a de trabalhar propondo o jogo, buscando o ataque quase a todo tempo, sem amarrar jogos e, ao mesmo tempo, defendendo com consciência. Tudo isso será decisivo nos dois jogos da final, porque o time que estará do outro lado do campo, em várias oportunidades, me pareceu compensar a desvantagem técnica e tática com obstinação e entrega. Se Mano Menezes conseguir manter a equipe ligada por 180 minutos, nossas chances aumentam muito.

Ninguém quer perder o Mineiro

Amigo leitor, sejamos francos. O estadual é aquele torneio para o qual ninguém dá muita bola, que serve mais como distração de início de ano, que nunca é prioridade, mas que ninguém quer perder, ainda mais em estados em que a disputa é praticamente polarizada entre dois clubes, como é o caso de Minas Gerais. Apesar de acreditar que tomam tempo demais do calendário, sempre achei essas disputas estaduais o maior barato. Talvez alguns ajustes nas fórmulas possam torná-las mais interessantes e mais atrativas, mas, neste ano, o que quero é que o Cruzeiro faça valer seu maior investimento, o melhor momento e vença o popular ruralzão.

Mano Menezes: regente do time celeste
(Créditos: Leonardo Morais/Light Press/Cruzeiro)

A equipe ainda não enfrentou nenhum momento de grande pressão nesta temporada e, com os maiores desafios batendo à nossa porta, os dois clássicos serão excelentes oportunidades de testar esse grupo e mostrar para o torcedor que, a cada partida disputada, a cada bola dividida, a cada jogada trabalhada que encaixa, o time está ainda mais forte e unido. Tenho certeza de que o cruzeirense vai continuar fazendo a sua parte, inclusive neste primeiro jogo, na casa do adversário.

Força, Cruzeiro!

*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção Fala, Cruzeirense!

O reencontro entre Alex e Dirceu Lopes

Vinícius Dias

Considerados os dois maiores camisas 10 da história do Cruzeiro, Alex e Dirceu Lopes se reencontraram nessa quinta-feira, na Toca da Raposa II. Às vésperas do confronto de ida da final do Campeonato Mineiro contra o Atlético, a dupla participou de gravação para os canais oficiais do clube. O paranaense e o mineiro foram personagens-chave de algumas das mais importantes conquistas celestes em 97 anos.

Dirceu Lopes e Alex: ídolos lado a lado
(Créditos: Alex/Instagram/Reprodução)

"Dirceu Lopes representa tudo. É o dono da 10 do clube. É impossível não falar dele quando se fala de Cruzeiro", destacou Alex ao Blog Toque Di Letra. "Cresci ouvindo meu pai falar dele, do Riva (Rivellino) e do Ademir da Guia", acrescentou o ex-meio-campista, comemorando o reencontro com o responsável pelo pontapé inicial de seu jogo de despedida com a camisa estrelada, em junho de 2015, no Mineirão.

Números e títulos na Raposa

Com 223 gols em 610 partidas, Dirceu Lopes é o terceiro que mais vestiu a camisa do Cruzeiro e o segundo maior artilheiro da história. De 1963 a 1977, conquistou 12 títulos: Libertadores de 1976, Taça Brasil de 1996, além de nove estaduais e uma Taça Minas Gerais. Alex teve duas passagens, entre 2001 e 2004. Em 121 jogos, somou 64 gols e 61 assistências, sendo campeão da Tríplice Coroa, em 2003, e do Mineiro de 2004.


No Mineirão, confronto entre Raposa e Coelho levou mais de 50 mil
às arquibancadas; na Arena Independência, 52 mil foram aos dérbis

Vinícius Dias

Tradicional casa do América, a Arena Independência se transformou em principal palco de clássicos em Belo Horizonte com o acordo firmado com o Atlético, em 2012, antes mesmo da reinauguração. Cenário do confronto de ida da decisão do Campeonato Mineiro entre o clube alvinegro e o Cruzeiro, o estádio do Horto receberá, neste domingo, seu quinto dérbi na temporada. O Mineirão, por sua vez, sediou apenas um. Quando o assunto é público, no entanto, os números praticamente se igualam.


A partir da 7ª rodada, quando o Atlético derrotou o América por 3 a 0, a Arena Independência foi palco de quatro clássicos em apenas 36 dias. A lista inclui a vitória do Cruzeiro sobre o Atlético por 1 a 0, duas rodadas depois, e os duelos de ida e volta das semifinais entre Galo e Coelho, nos últimos dias 22 e 25. De acordo com os borderôs, somadas, as quatro partidas tiveram 52.353 presentes, com renda líquida de R$ 455.751,81 para os clubes - no domingo, América 0x2 Atlético deu prejuízo de R$ 8,6 mil.

Dérbi no Mineirão teve recorde do ano
(Créditos: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro)

À espera da partida que apontará o campeão estadual, no dia 08 de abril, o Gigante da Pampulha recebeu apenas um dérbi: entre Cruzeiro e América, na 5ª rodada. O time comandado por Mano Menezes venceu por 1 a 0 diante de 50.794 torcedores nas arquibancadas, que protagonizaram o recorde de público desta temporada no futebol brasileiro. No confronto, a Raposa teve renda líquida de R$ 362.472,80 - quase 80% do total arrecadado nos quatro clássicos com mando dos rivais no Horto.

Mando de campo é diferencial

O embate deste domingo será o 30º entre Atlético e Cruzeiro desde que a Arena Independência e o Mineirão foram reinaugurados. Curiosamente, ambos estão em vantagem no estádio onde exercem o mando. Em 15 jogos no Horto, o alvinegro tem 55,6% de aproveitamento, com sete vitórias, quatro empates e quatro derrotas, contra 35,6% do rival. No Gigante da Pampulha, a Raposa soma cinco triunfos, cinco empates e quatro reveses em 14 partidas, com 47,6% de aproveitamento, contra 40,5% do Galo.

Rafael Sóbis: Cruzeiro tenta renegociar dívida

Vinícius Dias

Em meio a uma série de ações na Fifa, o Cruzeiro já começa a traçar estratégias com o objetivo de renegociar suas dívidas. Um desses casos é o do atacante Rafael Sóbis, contratado junto ao Tigres, do México, em junho de 2016. Conforme o Blog Toque Di Letra apurou, a diretoria celeste conta com o apoio de um grupo de empresários com bom trânsito junto ao clube mexicano para intermediar a tentativa.


A expectativa é de que o diálogo avance no segundo semestre. "Nós estamos tentando. Mas, a princípio, vamos fazer essas propostas depois de julho, quando já teremos um parâmetro certo da nossa situação financeira. Não adianta assumir prestações e não poder pagar", confirmou o vice-presidente de futebol Itair Machado. "Não só para o Tigres, mas para todos os clubes que a gente deve", antecipou o dirigente.

Sóbis: titular em dois jogos neste ano
(Créditos: Cristiane Mattos/Light Press)

De acordo com apuração da reportagem, os emissários estiveram reunidos recentemente com um representante do clube mexicano, no Rio de Janeiro, para uma conversa preliminar sobre a possível renegociação. Em caso de acordo, a ação na Fifa será retirada. Em consulta via assessoria de imprensa, o Cruzeiro informou que o valor da dívida referente à aquisição do camisa 7 é de US$ 1 milhão - mais de R$ 3,3 milhões.

Histórico e contrato no Cruzeiro

Desde a chegada à Toca da Raposa II, o atacante já disputou 90 partidas com a camisa celeste, balançando as redes em 23 vezes. Goleador do penta da Copa do Brasil, com cinco gols, Rafael Sóbis também terminou a temporada passada como vice-artilheiro do elenco, com 13. Neste ano, foi titular em apenas dois jogos sob o comando de Mano Menezes. O gaúcho, de 32 anos, tem vínculo com o clube até dezembro de 2019.


Dérbis terão torcida dividida a partir do Brasileiro; no ano passado,
Atlético levou maior público, mas viu o rival conquistar três pontos

Vinícius Dias

Às vésperas da final do Campeonato Mineiro, o anúncio de que os clássicos serão disputados com torcida dividida no Mineirão a partir do Campeonato Brasileiro movimentou a terça-feira de alvinegros e celestes. O Blog Toque Di Letrahavia antecipado que, pelo menos no que dependesse do presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara, e do vice de futebol do Cruzeiro, Itair Machado, os dérbis com 90% da carga de ingressos para o mandante e 10% para o visitante estariam com os dias contados.


E será pelo menos 472 dias depois que o Gigante da Pampulha voltará a receber um clássico com torcida meio a meio. O confronto, válido pela 6ª rodada do Campeonato Brasileiro, inicialmente está agendado para 19 de maio, tendo o clube alvinegro como mandante - motivo pelo qual a tabela preliminar aponta a Arena Independência como palco. O dérbi mais recente com torcida dividida em Belo Horizonte aconteceu em 1º de fevereiro de 2017, na 1ª rodada da Copa da Primeira Liga.

Dérbi teve torcida única na Primeira Liga
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Com mando do Cruzeiro e renda dividida, o duelo foi apenas o segundo disputado com carga meio a meio no novo Mineirão, encerrando um hiato de quase quatro anos. Dentro de campo, o time comandado por Mano Menezes venceu o de Roger Machado por 1 a 0, com gol do uruguaio Arrascaeta. Nas arquibancadas, no entanto, foi o Atlético que levou a melhor: de acordo com o borderô, o público pagante foi de 39.811 torcedores - com 41.530 presentes -, sendo 20.792 atleticanos e 18.648 cruzeirenses.

Formato preferido pelo torcedor

Embora as divergências entre as diretorias tenham transformado os clássicos com torcida dividida em exceção, atleticanos e cruzeirenses reafirmaram a preferência nas últimas temporadas. A partida que marcou a reabertura do Mineirão, em fevereiro de 2013, teve o maior público em confrontos entre os arquirrivais no estádio desde então: 52.989 pagantes. No ano passado, foi a vez de o dérbi da Copa da Primeira Liga registrar público superior aos três seguintes, válidos por estadual e Brasileirão.

Alvo do Paraná, Carlos deve ficar no Atlético

Vinícius Dias

Embora venha sendo pouco aproveitado pelo treinador Thiago Larghi, o atacante Carlos não deve deixar a Cidade do Galo. Pelo menos foi essa a sinalização recebida nos últimos dias pelo Paraná. O presidente do tricolor paranaense, Leonardo Oliveira, revelou ao Blog Toque Di Letra que o nome do camisa 13 do Atlético chegou a entrar na pauta do clube, mas a transferência dificilmente será concretizada.

Carlos foi titular contra o Boa Esporte
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

"Ele nos foi oferecido pelo empresário, nós demonstramos interesse, e ele ficou de verificar a situação. Nem chegamos a ligar para o Galo, o empresário já nos deu o retorno de que ele não sairia, que o Galo teria interesse na permanência", detalhou. Entre estadual e Copa do Brasil, Carlos participou de quatro dos 18 jogos do Atlético, sendo titular apenas em duas partidas em que Oswaldo de Oliveira escalou time alternativo.

Pupilo do técnico Rogério Micale

O atacante, de 22 anos, retornou à Cidade do Galo no início desta temporada depois de defender o Internacional, por empréstimo, no ano passado. Carlos, que tem contrato com o clube alvinegro até setembro de 2019, se destacou nas categorias de base sob o comando de Rogério Micale, atualmente no Paraná. A reportagem não conseguiu contato com a diretoria do Atlético nem com o empresário do camisa 13, Hugo Garcia.

Atlético atinge recorde de finais consecutivas

Vinícius Dias

A vitória por 2 a 0 sobre o América no clássico do último domingo, na Arena Independência, garantiu ao Atlético a vaga na decisão do Campeonato Mineiro. Mais do que isso: com a presença na final pela 12ª temporada consecutiva, o clube alvinegro atinge um recorde no estadual. A sequência teve início em 2007, com o título conquistado diante do Cruzeiro, adversário do Galo nos dois próximos domingos.

Alvinegro disputará 12ª decisão seguida
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Em meio a diversas mudanças de formato - pontos corridos, com até três turnos, quadrangulares, hexagonais e octogonais finais - ao longo da história, o Campeonato Mineiro jamais havia registrado a participação de um clube em 12 decisões seguidas. Com seis conquistas nas 11 primeiras edições da série, o Atlético chega em desvantagem à 12ª, uma vez que o Cruzeiro, líder da primeira fase, jogará por dois resultados iguais.

Conquistas e vices em sequência

A sequência recorde entre os dois primeiros lugares é da Raposa: 26 vezes, entre 1965 - primeira edição com partidas no Mineirão - e 1990. No período, contudo, apenas sete edições tiveram finais. No caso do Galo, foram 12 conquistas e seis vices entre 1974 e 1991, mas apenas cinco torneios foram decididos entre dois clubes. O recorde do América, terceiro maior campeão, foi registrado no decacampeonato entre 1916 e 1925.

Dirigentes sinalizam volta de torcida dividida

Vinícius Dias

Pelo menos no que depender das declarações do presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara, e do vice de futebol do Cruzeiro, Itair Machado, os clássicos com 90% da carga de ingressos para o mandante e 10% para o visitante estão com os dias contados em Belo Horizonte. Para os confrontos da decisão do Campeonato Mineiro, nos dois próximos domingos, no entanto, a volta do formato meio a meio está descartada.


"O Cruzeiro aceita já colocar na ata da reunião que, a partir dos próximos campeonatos, todos os jogos serão com torcida dividida. Para este, não, porque não podemos mudar a regra do jogo no fim", antecipou Itair ao Blog Toque Di Letra nesta segunda-feira. Garantindo que a intenção é encerrar a polêmica, o dirigente revelou que o clube não vetaria o estádio do Horto no acordo, com uma ressalva: "Se a PM garantir segurança".

Reabertura do Mineirão: torcida dividida
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Nesse domingo, em meio a críticas ao público de menos de sete mil torcedores no clássico que teve o América como mandante na Arena Independência, Sette Câmara já havia se posicionado de forma favorável. "Fiz de tudo para poder trazer o torcedor para campo. Inclusive, sou a favor de jogos entre Atlético e Cruzeiro com torcida dividida, sem problema nenhum. Acho que é questão de trabalhar a segurança", frisou.

Torcida única ou 90/10 virou regra

Desde 2013, temporada em que o Mineirão foi reinaugurado, apenas dois dérbis entre Raposa e Galo foram disputados com torcida meio a meio. O primeiro foi justamente o que marcou a reabertura do estádio: vitória do Cruzeiro por 2 a 1, no Campeonato Mineiro. O mais recente aconteceu no ano passado, na Copa da Primeira Liga. Novamente, o time celeste levou a melhor: 1 a 0, com gol do uruguaio Arrascaeta.

Por título, Cruzeiro precisará quebrar tabu

Vinícius Dias

Líder da primeira fase, invicto, dono do melhor ataque e da defesa menos vazada do Campeonato Mineiro. O cenário, que coloca o Cruzeiro como favorito na decisão contra o Atlético, jogando por dois resultados iguais, esconde a necessidade de o time celeste quebrar um tabu histórico para chegar ao 39º título. No atual formato, adotado em 2004, a Raposa, assim como o arquirrival, jamais foi campeã depois de ter feito a melhor campanha e ainda vencido o clássico da fase de classificação.

Raposa venceu clássico com gol de Raniel
(Créditos: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro)

Se nos dois próximos domingos terá a incômoda escrita como aliada em busca de sua 45ª conquista estadual, o Atlético foi justamente a primeira vítima. Na edição de 2004, sob o comando de Paulo Bonamigo, o time alvinegro venceu o dérbi por 5 a 3, no Gigante da Pampulha, e fez a melhor campanha entre as 14 equipes que participaram do Campeonato Mineiro. O campeão, no entanto, foi o Cruzeiro de Paulo César Gusmão, que foi derrotado no confronto de volta por 1 a 0, mas havia vencido na ida por 3 a 1.

Cruzeiro foi vítima em três anos

A Raposa esbarrou no tabu três vezes. Em 2010, com Adilson Batista, bateu o Atlético por 3 a 1 e chegou com vantagem às semifinais, mas caiu diante do Ipatinga. Três edições depois, os comandados de Marcelo Oliveira venceram o dérbi de reinauguração do Mineirão e lideraram a primeira fase, porém foram superados pelo rival na decisão. Em 2016, com Deivid, o time celeste ganhou o clássico por 1 a 0, na Arena Independência, entretanto acabou eliminado na fase semifinal pelo futuro campeão América.

De volta, Fred mira recorde no novo Mineirão

Vinícius Dias

Novamente à disposição depois de desfalcar o Cruzeiro em cinco partidas, Fred terá, neste domingo, mais uma chance de bater um recorde no Mineirão. Caso marque contra o Tupi, o atacante se tornará o primeiro atleta a balançar as redes do Gigante da Pampulha com quatro camisas diferentes desde a reinauguração, em 2013. O teofilotonense está empatado com Lucca, que fez por Cruzeiro, Criciúma e Corinthians, seu atual clube.

Fred: 36 gols pela Raposa no estádio
(Créditos: Bruno Haddad/Cruzeiro)

O primeiro tento do atacante no novo Mineirão foi assinalado com a camisa da seleção, em 26 de junho de 2013, no triunfo por 2 a 1 diante do Uruguai, nas semifinais da Copa das Confederações. O segundo, pelo Fluminense, veio quase 18 meses depois: em 07 de dezembro de 2014, na derrota por 2 a 1 para o Cruzeiro, que comemorava o tetra brasileiro. Pelo Atlético, foram seis entre 22 de junho de 2016 e 19 de fevereiro de 2017.

Números pelo Cruzeiro no estádio

Fred tem 36 gols em 42 jogos pela Raposa no Gigante da Pampulha desde a estreia, em 05 de agosto de 2004, quando fechou o placar da vitória por 2 a 0 sobre o Internacional. Naquele ano, o camisa 9 somou 12 tentos em 15 atuações. Em 2005, foi artilheiro do estadual e da Copa do Brasil, balançando as redes 24 vezes em 23 partidas. Neste retorno, já participou de quatro duelos no estádio, mas ainda não deixou sua marca.

O Galo de Larghi e os 110 anos de sentimento

Alisson Millo*

Na última quinta-feira, vencemos o clássico. Mais uma vez, fizemos a conta. Nem de mais, nem de menos. Claro que eu adoraria vir aqui e comemorar uma goleada diante da URT, outra sobre o América e assegurar que o Atlético jogou o fino da bola contra o Figueirense, na Copa do Brasil. Isso, inclusive, facilitaria minha missão. Mas o que move a vida são os desafios. E como o Galo está com desafios para 2018.


Aos trancos e barrancos, vamos seguindo o barco. O encantamento por Thiago Larghi parece estar se desfazendo - no duelo com o Coelho, a corneta já soou mais forte -, mas os resultados seguem vindo. Por mais que não sejam de encher os olhos ou de vislumbrar título brasileiro. Se queremos - e precisamos - disputar o topo da tabela, reforços são mais do que necessários, principalmente para o setor defensivo, que joga muito mais com a emoção do torcedor do que com a prudência necessária.

Cazares comandou a vitória na 5ª feira
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Durante a entrevista coletiva, o treinador ressaltou que vê Elias mais como meia do que como volante, remetendo aos tempos não tão áureos de 4-1-4-1 de Roger Machado. Podemos concordar ou não com a visão de Larghi, gostar ou não do camisa 7 como meia, mas os resultados estão vindo. Cazares voltou a ser titular como armador, jogando centralizado como 10. O equatoriano pode não ser mais a unanimidade que um dia foi, não ser tão decisivo aos olhos dos torcedores quanto os números sugerem, mas os resultados estão vindo. O último, inclusive, veio com um gol dele.

Domingo de festa e apoio ao time

Também é claro que neste domingo o Atlético pode não fazer um bom jogo, ser eliminado pelo rival alviverde, passar vergonha em pleno aniversário e jogar por terra essa análise. Mas, enquanto os resultados estiverem vindo, cabe a nós mais apoiar do que criticar. Afinal de contas, atletas, treinadores e dirigentes vêm e vão, mas o nosso sentimento fica. O Atlético fica. Nós somos o Atlético! A Massa é quem faz o clube estar aqui 110 anos após aquela reunião de estudantes no coreto do Parque Municipal.

Sentimento de amor sincero ao alvinegro
(Créditos: Pedro Souza/Flickr/Atlético-MG)

Se perdermos a essência de ser uma das torcidas mais apaixonadas do Brasil, perderemos tudo. Se depender de mim, daqui 110 anos o Galo ainda vai existir, porque torcer vai além das grandes vitórias. É preciso, sempre, lutar com toda nossa raça. Quando meu pai me levou pela primeira vez ao Mineirão, não me identifiquei com A ou B: foi a festa da Massa que me fez e segue me fazendo querer voltar outras vezes. Amanhã também é nosso dia. Vamos empurrar o time rumo a mais uma decisão. Como tantas outras vezes, mesmo que o resultado não estiver vindo.

*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
Goleiro titular e atual capitão da seção Fala, Atleticano!

Coordenador do futsal na base deixa o Atlético

Vinícius Dias

Recém-implementado pelo Atlético, o projeto de integração entre futsal e futebol na base perdeu nessa quinta-feira seu coordenador. Marcelo Vilhena, de 42 anos, se despediu do clube alvinegro menos de dois meses depois de assumir a função. O belorizontino foi anunciado como novo gerente das categorias de base do Bahia, cargo que anteriormente era ocupado por Marcelo Lima, de saída para o Desportivo Brasil/SP.

Vilhena já se apresentou ao tricolor
(Créditos: Esporte Clube Bahia/Divulgação)

Ex-treinador da base de América, Atlético/PR e Cruzeiro, Marcelo Vilhena trabalhou simultaneamente com futebol e futsal entre as temporadas de 2006 e 2012, acumulando passagens pelo Colégio Magnum e pelo próprio América. Doutor em Ciências do Esporte pela UFMG, também é professor das licenças B e C do curso de treinadores da CBF e, há quase 15 anos, ministra disciplinas ligadas às modalidades no ensino superior.

Do time profissional à integração

Com longa tradição no futsal, o Atlético foi campeão intercontinental e bi nacional na década de 1990, tendo craques como Falcão e Manoel Tobias no elenco. A equipe profissional, no entanto, foi extinta em 2001. O projeto formatado para a base, conforme o Blog Toque Di Letra antecipou em fevereiro, tem características pioneiras, com a modalidade fazendo parte do processo de formação dos jovens talentos.


Com interação entre comentaristas e público como trunfo, a Web
Rádio Galo conquistou de vez espaço entre torcedores atleticanos

Vinícius Dias

"Vibramos com alegria nas vitórias", exalta um dos versos mais cantados do hino do Atlético. É justamente esse o sentimento que impulsiona o projeto encabeçado por Beto e Eduardo Guerra e Kity Bargas. De torcedor para torcedor, a Web Rádio Galo completa neste domingo sete anos de sucesso. "É um sonho que vamos conquistando aos poucos. O importante não é chegar, é se manter. Estamos conseguindo isso com muita dedicação", destaca Beto Guerra ao Blog Toque Di Letra. A data não poderia ser mais especial: no mesmo dia 25, o clube alvinegro comemora 110 anos.


"A ideia surgiu em dezembro de 2010. Meu irmão Eduardo estava assistindo ao CQC e viu uma matéria sobre a crônica esportiva em São Paulo, com a Web Rádio Lusa premiada. Como não existia a Web Rádio Galo, ele me chamou para criarmos e, em março de 2011, nasceu", relembra o músico e cronista esportivo, de 34 anos. "Fazer o que gosto, falar do clube que amo e ainda ser ouvido é uma experiência fantástica. Mexer com a paixão não é fácil, você acaba sendo criticado independentemente da opinião que tiver. Mas é uma alegria enorme falar do Galo", completa.

Nepomuceno foi convidado da WRG
(Créditos: Web Rádio Galo/Arquivo)

Alegria eternizada em cenas históricas. "Quando o Victor defendeu o pênalti do Riascos, fizemos um vídeo do Alexandre Kalil chorando e viralizou. A narração do gol do Leonardo Silva contra o Olimpia também marcou muito: eu chorando e falando palavrão, de tão emocionado. O gol do Luan contra o Flamengo, nos 4 a 1 pela Copa do Brasil, foi uma aula de narração de torcedor para torcedor: uma loucura, narrador virando comentarista, comentarista virando narrador". As lembranças ainda incluem entrevistas com ídolos como Dadá Maravilha e Dátolo, além do próprio Kalil.

Do rádio à maior audiência de TV

Os sete anos também foram marcados por mudanças na equipe e nos formatos. "Vários profissionais que começaram conosco foram inseridos no mercado, tivemos alguns programas que não existem mais", comenta Beto Guerra, cuja casa abriga o estúdio da WRG. "Hoje, somos mais uma web TV do que web rádio. Temos vontade de voltar a narrar os jogos, mas estamos focando em criar conteúdos, vídeos, comentários pós-jogos. Temos vontade de trabalhar como setoristas. Aos poucos, vamos realizando nossos sonhos e conquistando ainda mais espaço", acrescenta.

Debate Galo teve entrevista com Dátolo
(Créditos: Web Rádio Galo/Arquivo)

Primeiro e mais tradicional programa, o Debate Galo é o destaque da grade, à qual a equipe sonha em incluir atrações diárias. "Ele chegou a ficar dois anos na BH News TV. Foi fantástico, era a maior audiência do canal", recorda. Hoje, a transmissão ao vivo acontece por meio do Youtube, às segundas-feiras, a partir das 21h. Paralelamente, tem ido ao ar a Live do Beto Guerra, que reforça uma marca da Web Rádio Galo com as participações por telefone: dar voz e vez ao torcedor. Afinal, são mais de 34 mil inscritos no Youtube, 42 mil seguidores no Twitter e 51 mil no Facebook.

Orçamento do América cresce 155% em 2018

Vinícius Dias

Se dentro de campo o América começará a disputar com o Atlético nesta quinta-feira uma vaga na final do Campeonato Mineiro, fora dele o clube já tem motivos para comemorar. Conforme o Blog Toque Di Letra apurou, o orçamento para esta temporada prevê receita operacional bruta superior a R$ 64,9 milhões. Na comparação com os cerca de R$ 25,4 milhões projetados para 2017, os números apontam crescimento de 155%.

Alviverde terá orçamento recorde
(Créditos: Mourão Panda/América)

O salto será ainda maior no futebol profissional: 196%. No exercício passado, a expectativa era de R$ 19,5 milhões. Neste ano, impulsionada pela volta à Série A, a arrecadação orçada é de mais de R$ 57,7 milhões. Os direitos de transmissão foram apontados como principal fonte, totalizando R$ 32,8 milhões - no estadual, o Coelho faturou cerca de R$ 2,9 milhões. A seguir, aparece o item marketing e patrocínio: R$ 8,7 milhões.

Futebol concentra investimentos

O aumento das receitas significará mais investimentos no futebol. O item despesas de pessoal, que inclui a folha salarial do elenco profissional e da comissão técnica, por exemplo, aumentou 175% no orçamento. Na temporada passada, a projeção do América era de R$ 13,5 milhões. Para 2018, supera os 37,1 milhões. O documento, elaborado pelo Conselho de Administração, deverá ser apresentado ao Deliberativo em abril.


Dono do segundo melhor ataque do Mineiro, Tupi sonha em voltar
à decisão após 85 anos; apoio da torcida em Juiz de Fora é trunfo

Da Redação

A vitória nos pênaltis por 4 a 2 sobre o Tombense, no último sábado, no estádio Mário Helênio, valeu ao Tupi a vaga nas semifinais do Campeonato Mineiro. Campeão do interior após seis temporadas, o Galo Carijó agora sonha em voltar a disputar a final depois de 85 edições. A batalha entre o time comandado por Ricardo Leão e o Cruzeiro de Mano Menezes terá início nesta quarta-feira, às 21h45, em Juiz de Fora.


"O Cruzeiro é uma das equipes mais fortes do Brasil, está com elenco e qualidade de jogo muito bons, temos visto isso, mas é o nosso adversário. São 11 atletas contra 11 dentro de campo. Vamos encarar o jogo com muita responsabilidade e com muita confiança. Explorar onde se pode explorar, marcar bem e, apesar de eles terem a vantagem, vamos tentar trazê-la para o nosso lado", afirma o treinador alvinegro.

Treinador tem 61,9% à frente do Tupi
(Créditos: Ricardo Leão/Divulgação)

Ex-comandante do sub-14 e auxiliar do sub-20 do Cruzeiro, Ricardo Leão assumiu o Tupi na 6ª rodada, com apenas três pontos, e somou quatro vitórias, dois empates e uma derrota. De quebra, o time tem o segundo melhor ataque do estadual, com 19 gols. "O diferencial foi falar a mesma língua dos atletas. Fiz as escolhas, mudei o sistema de jogo, alguns atletas e, principalmente, conseguimos mudar a atitude", destaca.

Presença do torcedor é diferencial

Em meio à polêmica sobre o local da partida de ida, o treinador exalta a decisão da diretoria de receber o Cruzeiro no estádio Mário Helênio. "Estamos felizes por jogar em casa. Foi muito bacana o apoio no jogo passado. Esperamos esse torcedor nos apoiando o tempo todo, entendendo a qualidade do adversário, a dificuldade de um jogo de semifinal", pontua. Líder da primeira fase, a Raposa joga por dois resultados iguais.

Primeira Liga se reúne com a TV nesta quarta

Vinícius Dias

A tentativa de viabilizar a realização da Copa da Primeira Liga em 2018 terá mais um capítulo nesta quarta-feira. O presidente Marcus Salum e o vice Leonardo Oliveira se reunirão, no Rio de Janeiro, com a detentora dos direitos de transmissão. Nos bastidores, a expectativa é de novidades sobre os próximos passos até o início de abril. Após os encontros em blocos no dia dos arbitrais das Séries A e B, em fevereiro, uma assembleia geral dos filiados à entidade deve ser convocada em breve.


"Estamos construindo um modelo para, pelo menos, dois ou três anos. A ideia é ter um formato bem definido, com datas aprovadas pela CBF, e um torneio bem administrado, demonstrando que os clubes são capazes de organizar uma competição", afirma Leonardo Oliveira, mandatário do Paraná, ao Blog Toque Di Letra. "Depois dessas reuniões que a gente tem realizado para fazer um mapeamento do que se espera, um planejamento em médio prazo, deve acontecer uma assembleia", confirma.

Primeira Liga deve ter quatro datas
(Créditos: Primeira Liga/Divulgação)

Conforme antecipado em fevereiro, a avaliação dos dirigentes é de que o formato considerado ideal - oito datas, com ida e volta das oitavas de final à decisão - será possível apenas a partir de 2019. Na edição de 2018, todas as fases teriam partida única: o esboço é de uma competição de mata-matas com quatro datas no período da Copa do Mundo. A intenção é formatar um contrato até 2020 com a TV, que já deu sinal verde sobre transmissão e custeio de despesas da disputa nesta temporada.

Conversas com a CBF por datas

Fora do calendário oficial desde a criação, em 2016, ainda como Sul-Minas-Rio, a Primeira Liga também tem dialogado com a CBF. "Já tivemos uma reunião. Fomos bem recebidos, estamos com o canal aberto para discussão", destaca o vice-presidente. "Ainda não chegamos ao fim. Levantamos algumas possibilidades, a CBF também apresentou algumas ideias que atenderiam ao que ela considera salutar para o futebol brasileiro por meio da Liga. O diálogo está sendo bem construtivo", acrescenta.

Galo, Cruzeiro, América: rivalidade chega ao FA

Alexandre Oliveira*

Os três grandes clubes da capital mineira travam uma rivalidade histórica no futebol. A partir de agora, América, Atlético e Cruzeiro também se enfrentarão em uma intensa batalha por jardas, na qual o objetivo não é mais fazer gols, e sim marcar touchdowns. Novidades que trazem novidade: pelo menos uma vez por mês, nos encontraremos neste espaço. 100% FA.


Atlético e Cruzeiro apresentaram nos últimos dias as suas novas equipes de futebol americano. No ano passado, o clube celeste firmou uma parceria com o BH Eagles - antigo Get Eagles - e conquistou o campeonato brasileiro da modalidade de forma invicta. Porém, a diretoria cruzeirense optou por não estender o vínculo com a equipe para 2018.

Equipe alvinegra estreou com vitória
(Créditos: Pedro Souza/Flickr/Atlético-MG)

Com isso, o BH Eagles se juntou em uma nova parceria, desta vez com o Atlético, surgindo assim o Galo Futebol Americano. Uma união que foi gerenciada pelo ex-diretor de Administração e Controle do clube, Bebeto de Freitas, que faleceu logo após a apresentação da equipe.

'Projeto ainda maior' no Atlético

Após essa reviravolta no FA mineiro, certamente as provocações entre Atlético e Cruzeiro seriam inevitáveis. Wesley Oliveira, presidente do Galo Futebol Americano, cutucou o rival na coletiva na Cidade do Galo. "Sair de um projeto grande e entrar em um maior ainda é fantástico. Não vemos problema nenhum. Vamos com o escudo do Atlético no peito, fazer o melhor de nós e tentar ganhar tudo, como no ano passado", prometeu.

Time celeste foi apresentado no sábado
(Créditos: Site Oficial do Cruzeiro/Divulgação)

O Cruzeiro não ficou para trás e apresentou no último sábado, antes da partida contra o Patrocinense, sua nova equipe de futebol americano. Assim nasceu o chamado Cruzeiro Imperadores, que, apesar de ser um time de Juiz de Fora, mandará suas partidas em Belo Horizonte.

Sonhando com o título mineiro e brasileiro da modalidade, a diretoria do Cruzeiro Imperadores já se mexe para anunciar reforços para a temporada. Uma das contratações confirmadas é a do estadunidendes Joe Daniels como treinador principal (headcoach). Experiente e com passagem pela NCAA - campeonato universitário de futebol americano dos EUA -, o técnico é um dos trunfos do Cruzeiro para alcançar seus objetivos neste ano.

América se une a equipe pioneira

No fim de 2017, o Coelho anunciou a parceria com o Minas Locomotiva, dando início ao América Locomotiva. Na oportunidade, o presidente do Coelho, Alencar da Silveira Júnior, não deixou de dar aquela provocada nos rivais da capital. "O América é a equipe de todos os mineiros. Nós vamos mostrar que, dentro de campo, somos os melhores e temos que vencer". Fundado por um grupo de amigos em 2005, o Locomotiva é o time mais antigo de FA em Minas Gerais e tenta voltar a ser o principal.

Coelho: parceria com o Locomotiva
(Créditos: Mourão Panda/América)

Novos times, novas parcerias, esquentando uma rivalidade antiga. Agora, o torcedor mineiro tem motivos de sobra para acompanhar o futebol americano. O esporte dá um passo fantástico em 2018. Emoção, disputa e touchdowns não vão faltar nos clássicos que vêm pela frente.

*Jornalista. Fã de Futebol Americano. Siga: @alexolivertos.