Quando faltaram as mãos...

Vinícius Dias

O pânico seria o tema da noite na Arena Independência. Acreditavam os alvinegros, a classificação viria sem sustos após empate no México. Em campo, Bernard e Tardelli se movimentavam sem êxito. E Ronaldinho ora parava no 'paredão' criado por Antônio Mohamed, ora criava as jogadas para um Jô pouco inspirado. O primeiro duro golpe viria aos 25 minutos, quando Riascos completou para as redes. A festa foi do Tijuana em Belo Horizonte.

Aos 40', a única receita atleticana a funcionar contra os xolos deixou a marca. Ronaldinho cobrou falta, e o capitão Réver, de direita, empatou. Intervalo de festa e, por que não, expectativa de etapa final com show alvinegro! Errado. A equipe mexicana jogava por uma bola... Um gol. Que esteve próximo com Piceno, parado por Victor. Com Arce, que ficou na trave. E a um minuto do fim, Riascos teve a grande chance. Pênalti. Ele contra Victor.

Abalados, os alvinegros relutavam em acreditar. O pânico verdadeiro era visível a olho nu. O avante colombiano tinha em seus pés a classificação dos mexicanos. Victor personificara a esperança. Quando Riascos tocou rumo ao centro da meta, o camisa 1 deslocava para a direita. Deixando, contudo, seu pé esquerdo. O pé da classificação. As lágrimas se avolumaram nas arquibancadas. Com justiça. Do pânico à alegria, de (quase) eliminado à semifinalista.

Quando faltaram palavras, o torcedor lacrimejou.
Quando faltaram as mãos, Victor recorreu ao pé! 

Sem lógica, com emoção!

Acompanhei a Libertadores pela primeira vez em 1979. Naquela ocasião, pelos microfones da Rádio Rivadávia, de Buenos Aires, ouvi o até então obscuro Olimpia derrotar na final o Boca Juniors, que havia vencido as duas edições anteriores do torneio. Aprendi muito cedo que a Libertadores, diferentemente do que pensam tantos brasileiros, não é sinônimo de catimba ou violência, mas de equilíbrio e imprevisibilidade. 

Que o digam os atleticanos. Os alvinegros de Minas Gerais viram seu time ser a sensação do torneio na fase de grupos e atropelar o São Paulo nas oitavas de final. A vitória contra um desconhecido time mexicano certamente parecia óbvia. Mas não foi nada disso. O Tijuana foi superior no conjunto dos 180 minutos. Abriu 2 a 0 com justiça em casa, mas a impressionante reação do Galo fez justiça ao 2 a 2.

Na volta muitos poderiam achar que a fatura estava liquidada. Mas em campo tudo foi diferente. O Atlético não era a equipe forte, vibrante e avassaladora que todos se acostumaram a ver. Os xolos administravam a partida, abriram o placar, e nem o gol de Réver mudou o quadro. Tudo indicava que os mexicanos eliminariam a melhor equipe do continente.

E quando, passados os 90 minutos, um pênalti controverso foi marcado para o Tijuana, tudo parecia fazer sentido. A melhor equipe nos 180 minutos venceria. Mas, como sempre acontece na Libertadores, a lógica não venceu. Os atleticanos choraram de alegria com a impensável defesa de Victor nos descontos, e com o fato de sua equipe seguir viva rumo ao sonho continental.

Em Rosário não foi diferente. Líder da liga local, vivendo um momento melhor, e jogando em casa, o Newell’s tinha tudo para despachar o Boca Juniors. Mas o mago Carlos Bianchi cozinhou a Lepra. Deixou a equipe local ter a posse de bola, enquanto apostava todas as fichas na aplicação tática de sua equipe.

E funcionou. Os xeneizes anulavam o excelente centroavante Scocco e não sofriam. No segundo tempo começaram a atacar. Perderam boas chances. E quando tudo parecia conspirar a favor da classificação do Boca, o lateral Clemente foi imbecilmente expulso. Restou ao Boca se aguentar esperando a disputa por pênaltis.

E foi o que aconteceu. Foram batidos 26 pênaltis até que o Newell’s alcançasse a semifinal da Libertadores. Mérito imenso da equipe comandada por Gerardo "Tata" Martino, que abandonou propostas tentadoras para treinar o clube em que é ídolo desde os tempos de jogador.

No Paraguai o Fluminense, ainda sem demonstrar o futebol que o levou ao título brasileiro, foi eliminado pelo Olimpia. O decano paraguaio enfrentará na semifinal o Santa Fé, que despachou o Garcilaso. Um confronto que garante na final uma equipe que não era apontada como favorito por ninguém no início da temporada. Mostrando que a Libertadores segue sendo fiel à sua história de imprevisibilidade.

Massa, bota a máscara!

Gaaalooo! Saudações, massa!

Mais um ingrediente na "receita" Horto. A torcida do Atlético vai para o jogo com máscaras do "Pânico" - sucesso de bilheteria, nos anos 1990. E pretende, novamente, surpreender. Com o arrepiante "Inferno Alvinegro" antes do duelo, a vibração do torcedor o jogo inteiro, o rolo compressor em campo, quem aguenta a pressão? Agora, o bordão "caiu no Horto, tá morto" tem um símbolo: pânico!

Abre alas para o rolo compressor. É assim que o Galo joga no Indepa. E terá que jogar assim mais uma vez para passar ante o Tijuana. Que, ao que parece, já se prepara para a eliminação. O técnico, Mohamed, deve voltar para Argentina nesta sexta, para definir o futuro. Seria o adeus à Copa Libertadores para os "xolos"? Cabe ao Atlético ir lá, fechar mais um caixão.

E é claro, se o alvinegro se concentrar no extra-campo, terá problemas. Para isso, basta jogar. A atmosfera mais uma vez conspira (e muito) a favor. Tudo para o time ir ao ataque, marcar os gols com naturalidade. Espera-se um adversário "fechado" na defesa, impondo dificuldade nos primeiros instantes. Porém, assim que o gol sair, os festejos atleticanos ecoarão pelo Horto. 

Mais um teste para o Galo, que caso se classificar, volta à Libertadores depois da Copa das Confederações. E ao retornar, o rolo compressor, o pânico dos rivais tem que dar as caras. Belo Horizonte, Minas Gerais e todos os atleticanos espalhados pelo mundo estão à espera do grito de campeão. Enquanto isso, hoje é noite de Pânico para os "xolos". Massa, bota a máscara! 

Por favor, sem chorumelas!

Salve, China Azul!

O que alguns de nós assistimos nesta quarta-feira foi um ultraje. Digo "alguns de nós", pois o horário absurdo impossibilitou muita gente de assistir o jogo entre Cruzeiro e Atlético Paranaense. Quem conseguiu se esquivar dos compromissos para dar uma conferida no jogo, deve ter ficado bastante frustrado com o começo apático do time. E a parte mais ultrajante, sem dúvidas, foi o palco do jogo, totalmente despreparado para receber qualquer partida de qualquer divisão de qualquer campeonato nacional deste planeta.

Ok. Concordo! Achei o campo ridículo, mas, mesmo assim, nada justifica a leseira com a qual o time do Cruzeiro entrou em campo. Os mineiros demoraram quase quarenta minutos para chutar a primeira bola em gol. Antes disso, caminhou em campo, aceitou a pressão e, com duas falhas bisonhas da defesa, permitiu que o Furacão abrisse dois gols de vantagem no placar. Foi preciso tudo isso para o Cruzeiro acordar. Era tarde? Nunca é tarde.

Não há desculpas para a falta de vontade. O campo era péssimo, mas era péssimo para os dois. Quando o Cruzeiro resolveu emparelhar na vontade, assumiu o controle do jogo, empatou e, por muito pouco, não saiu do Paraná com os três pontos. Que isso sirva de lição, amigos. O Cruzeiro não pode jogar por jogar. Precisa se impor. Precisa, pelo menos, jogar seu futebol e não se apequenar e achar que a desculpa pronta vai salvar a pele toda vez.

Se perdermos um jogo para o gramado, o discurso estará pronto. Se Dedé for convocado e for ausência, também. Se fizer muito sol ou muita chuva, idem. Não pode ser assim. Não dá para entrar em campo achando que o jogo está ganho, mas é pior ainda entrar achando que já está perdido. Não há razão nesse mundo para que um time de futebol, ainda mais da grandeza do Cruzeiro, aceite o destino apenas por um fator.

Então, Cruzeiro, não me venha com chorumelas. Se for para perder, que seja tentando. Perder na véspera e procurar desculpa para o fracasso, antes mesmo de tê-lo provado, não cabe.

Força, Cruzeiro!

À espera do campeão

Enfim a Libertadores chegou a seu momento mais agudo. É a hora em que todos esperam que "apareça o campeão". O bom futebol continua sendo importante, mas a expectativa geral é que, entre os concorrentes, uma ou duas equipes comecem a mostrar que têm aquele algo mais que separa os campeões das boas equipes. Mas ao menos até agora, o campeão não apareceu.

Tome-se como exemplo o Atlético. A equipe teve 60 minutos de verdadeiro terror, com sua defesa sendo envolvida pelo Tijuana, que abriu um merecido 2 a 0. Para os que sempre esperam que as equipes treinadas por Cuca percam fôlego na reta final, estava claro que o Galo morreria na praia. Mas na última meia hora os mineiros tiveram uma reação empolgante e arrancaram um excelente empate. O que deixou muitas dúvidas no ar: qual Atlético veremos na reta final do torneio? A equipe perdida da primeira parte do jogo ou conjunto vencedor dos últimos 30 minutos?

Não muito diferente é o caso do Boca Juniors, que após a inesperada classificação contra o forte Corinthians apresentou sua candidatura ao título. No primeiro tempo de ontem os xeneizes pressionaram o Newell’s, e tiveram ampla superioridade em campo. Mas no segundo a diferença entre as equipes diminuiu, e o placar terminou sem gols na Bombonera. Os comandados de Carlos Bianchi têm a seu favor o peso da camisa e a vantagem do empate com gols na partida da volta. Mas os leprosos decidem em casa contra uma equipe que não terá seu melhor defensor, Burdisso, expulso já nos descontos. Situação completamente indefinida no confronto entre argentinos.

Também aberto é o duelo entre Fluminense e Olimpia. Apesar do maior volume de jogo, o tricolor esbarrou na falta de criatividade para penetrar na fechada defesa paraguaia, e não conseguiu sair do zero. No jogo de volta pode se classificar com um empate com gols, mas a verdade é que a equipe de Abel Braga ainda não conseguiu repetir o futebol que lhe deu o título brasileiro. Por seu lado, o Decano tentará usar o mando de campo para vencer, apesar da inferioridade técnica. O confronto também está indefinido.

Quem realmente pode contar com a vaga nas semifinais é o Santa Fé. A equipe colombiana não teve problemas para vencer o Garcilaso, dentro do Peru, por 3 a 1. Se a vantagem conseguida fora de casa parece irreversível, não é tão claro o que a equipe pode aspirar na Libertadores. Está com um pé nas semifinais, tendo eliminado o Grêmio nas oitavas. Mas fora o confronto contra o tricolor gaúcho, o Santa Fé ainda não foi realmente testado no torneio. Teve o grupo mais fácil na primeira fase e o adversário mais acessível nas quartas. Apenas quando se defrontar com uma equipe realmente forte, o que deve acontecer na semifinal, se saberá do que os colombianos são capazes.

Chegou a hora do mito

Salve, China Azul!

Mesmo não tendo conseguido conquistar o título estadual deste ano, o Cruzeiro continua mostrando a que veio em 2013 e continua na busca por um lugar ao sol e, por que não, de conquistas. Aquela velha história de que o elenco nunca está completamente fechado, que pode pintar algum negócio de ocasião, mantém-se viva e é o que devemos ver nos próximos meses.

Ontem, diante do Resende, a contratação mais badalada e, quiçá, tumultuada, dos últimos dez anos fez sua estréia com a camisa cinco estrelas e não decepcionou. Diante de um público de pouco mais de 12.000 pagantes (o que é completamente compreensível dado o horário, o fato de haver transmissão na TV aberta e a "pequena" indisposição envolvendo o clube e a gerenciadora do Mineirão), Dedé mostrou que, apesar de todo o tempo sem jogar uma partida oficial, tem tudo para ser um dos líderes do grupo.

Seguro e bem posicionado, o zagueiro não perdeu nenhuma bola aérea, tendo uma apresentação completamente tranquila e ainda arriscando algumas subidas ao ataque. Independente de quem for seu companheiro de zaga, é notório que Dedé vai ser o referencial da defesa, dando, inclusive, mais liberdade e segurança para as investidas dos laterais. No jogo de ontem, por exemplo, Ceará e Egídio tiveram muito mais participação ofensiva que o normal. É mais uma alternativa que Marcelo Oliveira pode explorar bem, tendo em vista única e exclusivamente a entrada do camisa 26.

Rumo ao Brasileirão...

Basta lembrarmos que, de todo o elenco da Raposa, ainda não estrearam Martinuccio e Victorino, ambos no departamento médico. Lucca, que até pouco tempo também estava no estaleiro, fez sua primeira partida diante do Resende, entrando na segunda etapa e já guardando o dele. Foi do jovem o quarto gol do jogo. A direção já deixou claro que jogadores ainda devem sair e, provavelmente, chegar. Sobre as partidas, apenas suposições. Sobre as chegadas, muita especulação. Entretanto, o nome que mais tem força para reforçar é o do meio-campista Souza, hoje no Palmeiras.

Caso a negociação se confirme, acredito que ele venha para compor o grupo. Pelo que acompanhei de Souza no Náutico e no Palmeiras, o forte do jogador é a marcação, com uma saída de bola, até certo ponto, qualificada. Outro destaque nas atuações do volante são as bolas paradas. Bom cobrador de faltas.

O certo é que até semana que vem, quando eu voltar a escrever por aqui, já teremos estreado pelo Campeonato Brasileiro e que os bastidores devem nos trazer mais novidades. Boas, ou nem tanto.

Dois-mil-e-Galo começou!

Gaaalooo! Saudações, massa!

Mais uma taça para cá. 42 campeonatos mineiros foram gritados do lado alvinegro do estado. É mais um torneio estadual com falhas, mas tem o seu devido valor: é festa de um lado e tristeza do outro. Quase sempre Atlético e Cruzeiro fazem a final do Mineiro. E, quando ocorre, a torcida vencedora vibra, enquanto a outra se entristece com a derrota.

A massa atleticana lotou a sede, em Lourdes, e a Praça Sete no último domingo. Os dois 'palcos' da comemoração atleticana estavam fervendo. Torcedores festejaram a conquista do título frente ao rival. Festejo que permeará por alguns dias, incomodando, sim, o torcedor derrotado. Não serve como parâmetro em relação a nenhuma outra competição. Porém, desta vez, confirmou a superioridade do melhor time das Américas.

O nosso bom adversário lutou, fez dois 'belos' gols de penâlti, chegou a assustar a massa. Mas foi só. O grupo alvinegro no campo reagiu, voltou de outra forma na segunda etapa. Confirmou que quando ataca, o time rende mais. Rende gols e era disso que o time precisava para carimbar o título.

Portanto, confirma-se o esperado. O Atlético vence mais um Mineiro. Que teve o gostinho de bater o rival em casa, por 3 a 0. De ter garantido a taça e a raça. De ter dado experiência a Luan, que cavou o pênalti, foi esperto. De ter saído dos pés do craque e gênio, Ronaldinho Gaúcho. O destaque do campeonato. Do Galo. E quiçá, do ano... Agora, acreditando mais do que antes. Em mais conquistas, ainda em dois mil-e-galo!


Nos bastidores, zagueiro do Verdão interessa ao Cruzeiro,
que também segue em busca de lateral-esquerdo e volante

Vinícius Dias

Cotado como possível reforço cruzeirense durante a semana, o zagueiro Henrique, do Palmeiras, permanece com a situação 'indefinida' em 2013. Capitão do time alviverde, o defensor, de 26 anos, retornou ao clube em 2011, depois de três temporadas no futebol europeu. E, com vínculo até junho de 2017, mantêm-se alheio aos boatos. Seu grande desejo neste ano é retornar à Série A do Brasileiro. Atento às ofertas, o Verdão tenta manter o atleta.

"No momento, não tem nada (do Cruzeiro). Foi apenas uma especulação. Não houve nem sondagem. A não ser que esse contato tenha sido feito diretamente com o clube", assegurou Naor Malaquias, representante do camisa 3 palmeirense. "A gente tem conversado. Ele tem contrato até 2017, e não vê problema algum em permanecer no Palmeiras", concluiu o agente Fifa.

Embora o clube mineiro não confirme, o Blog Toque Di Letra apurou que Henrique é, sim, um dos nomes da lista de reforços para o Campeonato Brasileiro, e a situação pode avançar na próxima semana. No entanto, a cúpula estrelada tem concentrado os esforços na busca por um lateral-esquerdo e um volante, que pode vir do exterior. Por ora, os nomes são mantidos em sigilo.

Diretorias negam

As diretorias de Palmeiras e Cruzeiro adotaram discursos semelhantes. E também negam que exista negociação em curso para a transferência do beque. "Não tem nada", afirmou o diretor de comunicação do clube azul estrelado, Guilherme Mendes. "Acabamos de contratar o Dedé, que ainda nem estreou", completou.

Durante entrevista coletiva no alviverde, o diretor executivo José Carlos Brunoro exaltou a importância do atleta, e reiterou o desejo de mantê-lo no elenco. "O Henrique gosta do Palmeiras. E pretende ficar aqui. Ninguém é inegociável, mas pretendemos ficar com ele por mais tempo. Ele é uma referência", disse.

Por mais atléticos...

A péssima arbitragem de Carlos Amarilla na partida entre Corinthians x Boca Juniors deixou em muitos brasileiros a sensação de que há uma conspiração continental para afastar as equipes do nosso país da fase final do torneio. O principal motivo para que isso ocorra é o fato de termos uma liga em que os clubes têm muito mais dinheiro que os dos países vizinhos, aliado ao sucesso das equipes do país nos últimos torneios continentais: desde 2004 não há uma final de Libertadores sem brasileiros.

Tudo isso, aliado à visão brasileira de que clubes sul-americanos só ganham de seus rivais brasileiros quando apelam para artifícios extra-campo, gerou a certeza de que a vitória das equipes brasileiras sobre os rivais sul-americanos é algo muito natural, e que só fatores extra-campo poderiam impedir a supremacia "brazuca" na Libertadores.

Pois bem. Chegamos às quartas de final do maior torneio continental com apenas duas equipes com chances de chegar ao título. O que nos deixa com duas opções: ou os vizinhos se uniram para nos derrotar com artifícios absurdos, ou nosso futebol não é tão bom como pensávamos.

A favor do primeiro argumento só existem os erros de Amarilla no Pacaembu. O São Paulo foi eliminado por outra equipe brasileira, o Palmeiras nem conseguiu se manter na primeira divisão do Brasil, e o Grêmio jogou muitíssimo mal contra os colombianos do Santa Fé.

Talvez seja a hora de começarmos a repensar o futebol brasileiro. Um país em que os clubes têm receitas milionárias, mas frequentemente as usam para pagar fortunas a jogadores comuns. Possivelmente o melhor exemplo seja o Grêmio, com sua comissão técnica muito inflacionada e seu elenco repleto de nomes conhecidos, muito bem pagos, mas pouco efetivos.

O contraponto ao Grêmio poderia perfeitamente ser o Atlético. Com seu técnico tido como derrotado e jogadores que até pouco tempo não despertavam o interesse de ninguém, o Galo montou uma equipe que joga o melhor futebol fora do continente europeu. Pode perder a Libertadores, mas empolga seu torcedor e os amantes do futebol como nenhum outro esquadrão sul-americano.

O futebol brasileiro aprendeu a arrecadar dinheiro. Falta aprender como gastar. Uma opção é a do Grêmio: pagar caro por nomes comuns. A outra é a do Atlético: montar boas equipes que podem se transformar em grandes quando recebem reforços de peso e que fazem a diferença. Resta ao nosso país decidir o modelo vigente.

O meu é por um Brasil com menos grêmios, que é meu time do coração, e por mais atléticos.

Na mira do Vasco

Vinícius Dias

Em busca de reforços para o Campeonato Brasileiro, a diretoria do Vasco fez uma consulta à cúpula estrelada na última terça. Na negociação que trouxe o zagueiro Dedé para Belo Horizonte, foi definido o pagamento de quase R$ 13 milhões, além do empréstimo de três atletas, até dezembro, com parte dos salários pagos pela Raposa. Um deles, Alisson, já estreou. Wellington Paulista deve chegar em agosto. Um terceiro nome ainda será analisado.

Anselmo Ramon, Lucas Silva e Thiago Carvalho figuram entre as opções. Pouco aproveitado na temporada, o defensor é o preferido da cúpula do cruz-maltino, conforme apurou o Blog Toque Di Letra. O empresário do beque, porém, não confirma. "Comigo, eles ainda não falaram nada", diz Roberto Tibúrcio. E acrescenta: "nós recebemos uma sondagem de uma equipe portuguesa".

Estreia próxima...

Do outro lado da negociação está Dedé. E a próxima quarta-feira pode marcar a estreia do zagueiro. Com nome registrado no BID, o camisa 26 deve vestir a camisa azul frente ao Resende, no Mineirão, pela segunda fase da Copa do Brasil.

€12 milhões por Bernard?

Vinícius Dias

Convocado nesta segunda pelo técnico Luiz Felipe Scolari para a Copa das Confederações, o meia-atacante Bernard, do Atlético, volta a atrair olhares dos clubes europeus. Na semana passada, um representante do Borussia Dortmund esteve em Belo Horizonte. De acordo com o Bild.de, a equipe alemã apresentou uma oferta de € 12 milhões. O Blog Toque Di Letra apurou que há outros dois interessados. O londrino Tottenham e a Inter de Milão.

Mesmo disposto a negociá-lo após a disputa da Libertadores, Alexandre Kalil não pretende ouvir propostas inferiores a € 20 milhões. No semestre passado, chegou a Belo Horizonte uma oferta de € 15 milhões, do Zenit Saint Petesburg, da Rússia. De pronto, foi recusada pelo Atlético e pelo staff de Bernard.

Histórico positivo

Com um contrato vigente até 2017, o camisa 11 atleticano disputou 16 partidas e marcou cinco gols na atual temporada, três deles no torneio continental.

As lições de Ferguson

Salve, China Azul!

Para começo de história, eu não torço por nenhum time que não seja o Cruzeiro. Não tenho apreço especial pelo Manchester United ou por qualquer outra equipe de futebol profissional deste planeta. Gosto do bom futebol e, volta e meia, tiro um tempo para curtir uns jogos e "apoiar" o time que mais demonstrar vontade, capacidade e talento para vencer jogos, campeonatos e adversidades.

E se há alguma coisa que merece ser venerada no futebol internacional nas últimas décadas é o longínquo trabalho de Alex Ferguson à frente do time de Manchester. Foram mais de 26 anos comandando a mesma equipe. Para se ter uma ideia, aqui no Brasil o técnico que ficou mais tempo no cargo foi Lula, quando treinou o Santos de Pelé (barbada, hein?) por onze anos entre as décadas de 1950 e 1960.

Mas eu não pretendo entrar em detalhes quanto ao trabalho desenvolvido por lá. Quero apenas tomá-lo como exemplo. Quando, aqui no Brasil, um técnico de futebol consegue se manter confortavelmente no cargo mesmo sem ganhar títulos importantes nos dois primeiros anos de seu contrato? Praticamente nunca. Torcida, diretoria e imprensa (que teoricamente não deveria meter o bedelho nesse tipo de assunto, mas mete) são altamente imediatistas e não permitem que longos trabalhos se desenvolvam aqui. Quando muito, um treinador fica por quatro ou cinco anos e depois assume a Seleção Brasileira que sempre anda às voltas com o fracasso.

E eu levantei este assunto justamente porque depois da derrota acachapante sofrida pelo Cruzeiro no último fim de semana, vi muitas pessoas questionando e pondo em xeque todo o trabalho feito até aqui por Marcelo Oliveira, Dr. Gilvan e Alexandre Mattos. Até parece que pegaram um time campeão de tudo e o transformaram em um simples candidato ao título estadual. Muito pelo contrário. Na minha modesta opinião, diretoria e comissão técnica abraçaram um projeto e estão caminhando a passos firmes para recolocar o Cruzeiro no seu devido lugar.

Se vai demorar seis meses, um ano, uma década, ou vinte e seis anos, eu não sei. Eu só sei que já passou da hora do torcedor brasileiro (inclusive e especialmente o cruzeirense) parar de ir na pilha da imprensa e analisar o fator extra-resultado. Todo mundo quer ganhar. Mas para ganhar, é preciso fazer por onde. Temos em mãos um grupo excelente e com peças que, anos atrás, jamais pensaríamos em ter. Se mantivermos esta espinha dorsal e formos ajustando jogo após jogo, campeonato após campeonato, temporada após temporada, acredito e pago meu sócio em dia de forma vitalícia pra que o imediatismo abandone de vez a Toca da Raposa.

Basta lembrar que, apesar dos pesares, a melhor fase do Cruzeiro nos últimos dez anos foi justamente naquele período Adilson Batista que, mesmo não sendo unanimidade, implementou uma filosofia de trabalho, contou com o respaldo da diretoria, montou um time e o fez jogar futebol.

Força, Cruzeiro!

Caiu no Horto, tá morto!

Gaaalooo! Saudações, massa!

É o ditado que não sai de moda. E a cada partida, o Atlético faz valer o bordão da massa. Que canta insanamente, abate o time rival. O Cruzeiro foi apenas mais uma vítima do Galo do Horto. Que Galo! 3 a 0 de futebol que está sobrando e, de fato, é o melhor do Brasil. É muito orgulho que tenho do trabalho e da serenidade desta equipe. Que diante da torcida, não importa contra quem, e nem a competição, soma exibições de gala, digo, de Galo!

Minha saudade do antigo clássico no Mineirão é logo esquecida ao ver o Independência em preto e branco. É a cara. É a casa desse alvinegro. Obviamente, um clássico com duas torcidas, meio a meio, no Mineirão, é emblemático. Chega a dar saudade, certas vezes. Dois gritos. Cantos de lá, cantos de cá. Mas, tudo é deixado de lado ao depararmo-nos com a força do Horto. É impressionante.

A equipe dá "show". E a torcida, próxima ao campo, canta sem parar. O frisson faz tremer a Arena. Quando sai o gol, meu amigo, é uma energia que nossos adversários jamais conseguiram suportar. No último domingo, todos, honrando a camisa do Atlético, deram mais uma resposta digna a quem desconfiou do trabalho. Abatido, o Cruzeiro esteve próximo de sair goleado do caldeirão.

Ainda assim, a humildade dos atletas, comissão técnica e diretoria está presente. Nós torcedores, porém, cumprimos nosso papel: não deixar de celebrar esta equipe que encanta. Não só a nós, como a todo o Brasil. Domingo que vem, se Deus quiser (no embalo do cristão Cuca), mais um mineiro vem para o lado de cá. Onde cantamos mais alto, onde raposa alguma canta. E onde nenhum outro torcedor, a não ser do nosso Galo, cantará tão cedo.

Porque, caiu no Horto, tá morto!


De um lado, Ronaldinho Gaúcho, Bernard, Diego Tardelli e Jô.
E do outro, Éverton Ribeiro, Diego Souza, Dagoberto e Borges

Vinícius Dias

Com a previsão de equilíbrio e bom futebol, Cruzeiro e Atlético começam, nesta tarde, a disputar a decisão do Campeonato Mineiro. Em campo, os clubes põem as fichas em seus quartetos. Do lado azul estrelado, Diego Souza, Éverton Ribeiro, Dagoberto e Borges trazem esperança. No time atleticano, ela aparece em lances de Ronaldinho Gaúcho, Bernard, Diego Tardelli e Jô. Às 16h, no Independência, serão colocadas 'à prova' duas marcas de destaque: a invencibilidade celeste na temporada e a do rival como mandante.

VEJA MAIS: Chegou a hora da decisão...

No que depender da previsão dos torcedores mineiros, os embates serão disputados lance a lance, o título decidido nos detalhes. A final promete ser a mais equilibrada das últimas temporadas. Em enquete realizada pelo Blog Toque Di Letra, 55,2% dos internautas apontaram para conquista cruzeirense. Outros 44,8%, porém, disseram acreditar no bicampeonato atleticano.

Vantagem celeste

Na decisão, o Cruzeiro conta com a vantagem de jogar por dois placares iguais. Dono do ataque mais efetivo (31 gols marcados) e melhor defesa (nove sofridos) da primeira fase, o time celeste somou dez vitórias e um empate em 11 jogos, com 31 pontos. Vice-líder, o Atlético somou quatro pontos a menos.


Galo segue à espera de Leonardo Silva, e Raposa tem o
time completo. Partida inicia às 16h, no Independência

Vinícius Dias

O atleticano Cuca tem somente uma dúvida: Leonardo Silva ou Gilberto Silva. "Vamos esperar o Leonardo até o último momento", disse. Do lado celeste, Marcelo Oliveira tem sete retornos - e titulares confirmados. "O time que vinha jogando", falou. Sem mistério, Cruzeiro e Atlético vão a campo neste domingo, às 16h, no Independência, para o jogo de ida da final do estadual. Enquanto o Galo tenta 'reverter' a vantagem do rival, que joga por placares iguais, a Raposa tenta quebrar a invencibilidade no estádio do Horto.
De volta a Minas Gerais depois de uma década no exterior, o experiente Gilberto Silva pontua a importância de buscar o resultado, respeitando o adversário. "A gente respeita todos os profissionais que enfrenta. Faço isso há 15 anos, desde a época em que estava aqui. Saí, enfrentei (na Inglaterra) os melhores jogadores da Europa. Agora, estou novamente no Brasil, enfrentando os melhores atletas do momento no país", analisou o camisa 15.

R10 e Jô: ataque entrosado no Galo
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Contente com a boa atuação da última quarta-feira, que rendeu vitória, por 4 a 1, ante o São Paulo e a classificação para as quartas de final da Libertadores, o arqueiro Victor a toma como "padrão" para o restante da temporada. "Não só deve servir de inspiração, mas também de referência", disse. Para o camisa 1, o Cruzeiro é um adversário difícil na busca pelo bicampeonato. "É um jogo tão ou mais difícil do que foi o São Paulo. E temos que buscar aquilo que a gente fez de bom, e transferir para esse jogo", concluiu.

Raposa invicta...

Depois de 16 partidas disputadas, com 15 vitórias, um empate, a Raposa tem o melhor aproveitamento entre os clubes que disputam a divisão de elite do Brasileiro em 2013. Contudo, o treinador Marcelo Oliveira trata o embate ante o Atlético como especial. "Clássico é sempre uma prova de fogo, em qualquer circunstância, grau de dificuldade imenso. Temos que lutar muito pelo resultado", assinalou.

Dagol e Ceará: dupla volta ao time
(Créditos: Washington Alves/Vipcomm)

Prova de fogo que Diego Souza conhece bem. Em 2010 e 2011, o camisa 10 azul esteve do lado atleticano. Veterano em clássicos, e garantindo motivação, o meia confia no potencial celeste. "Nosso time tem grandes jogadores, que foram campeões em vários clubes, e tenho a certeza de que, como estamos preocupados com o poder ofensivo do Atlético, eles têm preocupação também", assegurou

Atlético/MG x Cruzeiro

ATLÉTICO: Victor; Marcos Rocha, Gilberto Silva (Leonardo Silva), Réver e Richarlyson; Pierre, Leandro Donizete, Diego Tardelli, Ronaldinho Gaúcho, Bernard; Jô.

CRUZEIRO: Fábio; Ceará, Bruno Rodrigo, Léo e Éverton; Nilton, Leandro Guerreiro, Éverton Ribeiro e Diego Souza; Dagoberto e Borges.

Minha alegria, sua tristeza...

Vinícius Dias

Belo Horizonte acorda no clima do clássico. Na praça central, o fanático alvinegro, trajado a caráter, comemora a goleada ante o São Paulo, que valeu a vaga nas quartas da Libertadores. Sentado, ele recebe o velho amigo cruzeirense. Com a velha touca estilizada com o escudo azul lhe recobrindo a cabeça e também satisfeito com a sua equipe, única invicta entre as 20 da Série A, ele parece confiante para a decisão. O papo é dominado por futebol.

"Na Libertadores, não tem para ninguém", fala o atleticano.
"Nós já conquistamos duas vezes", pondera o cruzeirense.

Nos dois próximos finais de semana, os arquirrivais se encaram. Neste, o palco será a Arena Independência, sob o calor alvinegro. No seguinte, o Mineirão, repleto de cruzeirenses. Junto com Ronaldinho Gaúcho, Diego Tardelli, Bernard, Diego Souza, Dagoberto e Éverton Ribeiro, a confiança está escalada dos dois lados.

"Vamos ver hoje quem manda", brada o torcedor celeste.
"Rural? Não vale nada, temos vários", retruca o alvinegro.

A mesma praça, o mesmo banco, novas posições. Entre 2008 e 2011, o cruzeirense assumiria o discurso do amigo atleticano, e vice-versa. Pelo menos da boca para fora. Afinal, era o time da Toca quem disputava a Libertadores e relegava o embate estadual a segundo plano. Hoje, com méritos, é o rival quem o faz.

Na teoria, pouco vale. Na prática, ninguém quer perder.
Ainda mais, quando a vitória significa a derrota do rival.

Um exemplo à inglesa

"Tive o tempo para construir um clube, não uma equipe". A frase de Alex Ferguson representa a 'era' de vitórias do treinador escocês à frente do Manchester United. As honrarias e elogios, merecidos, estão espalhados por todos os jornais. A frase do Sir. Ferguson, todavia, destoa da visão atual do futebol brasileiro sobre os técnicos. Serve de exemplo para um país em que manter o técnico no cargo por muito tempo é contradizer a cultura nacional.

De acordo com levantamento realizado pelo portal Esporte Interativo, os principais clubes brasileiros trocaram, no mínimo, 40 vezes de técnico ao longo dos 27 anos da era Ferguson. As multas por rescisão de contrato, salários impagáveis por pouco tempo de trabalho e acordos 'loucos' são normais ouvir nos corredores dos grandes clubes do país. Esse problema brasileiro se contrasta com o fato de nenhum clube ter a 'hegemonia' do Manchester United.

Será o problema dos técnicos? Não. Comparando títulos versus o número de técnicos, percebemos que o caso tem exceções. São Paulo, com 40 treinadores, é o time que menos trocou de técnicos entre os grandes e encaixa na regra. A maioria dos títulos veio em tempos de continuidade (nas eras Telê e Muricy). Mas o terceiro que menos trocou foi o Vasco, com 51, que foge à regra. As suas principais conquistas, todavia, não se concentraram nesta época.

No caso dos mineiros percebemos que a regra também não se aplica. Os grandes de Minas nunca mantiveram técnicos por longos anos. O Galo é sexto, com 59 trocas. A Raposa, quarta, com 62. A disputa regional, no entanto, depende mais das equipes do que do comando. Se até 2010, o Atlético trocava mais e brigava para se manter na elite, hoje, o Cruzeiro assume a nova realidade, aproximando-se do alto da tabela entre os que mais trocam.

Os números, frios, causam incerteza. Mas, Ferguson quebrou todos eles. Plantou uma certeza nos torcedores dos Red Devils: termina uma era. A era de um homem nomeado, pela rainha, como Sir, uma era dos títulos e glórias.

A era do United... De Ferguson.  

Vamos valorizar a base!

Ricardo Diniz

Nos últimos anos, a torcida atleticana tem se acostumado a "queimar" e "desvalorizar" os jogadores formados nas categorias de base da equipe. Jovens que surgiram com status de promessas, mas, rapidamente, foram crucificados pelos adeptos do time. Os goleiros Bruno, Diego Alves, mais recentemente Renan Ribeiro, os zagueiros Leandro Castán e Werley, e o lateral Marcos Rocha e o meia Renan Oliveira são exemplos. Tudo bem, nenhum desses nomes é (era) craque, mas também não eram tão fracos quanto a torcida os considerava.

E, talvez, o único que conseguiu dar a "volta por cima", e sair do clube deixando boa impressão nos torcedores seja o goleiro Diego. Em 2005, o goleiro viveu o momento de vilão, ao ser considerado o principal culpado pela derrota por 3 x 2 diante do Fortaleza, em pleno Mineirão. Mas, em 2006, após a venda do então titular Bruno, Diego assumiu a camisa 1, tornando-se sinônimo de segurança na meta alvinegra na campanha da Série B, e no primeiro semestre de 2007, antes de ser negociado com o futebol europeu.

Os demais jogadores, à exceção de Marcos Rocha, já deixaram o clube, mas dividindo opiniões entre os torcedores. O atual camisa 2 alvinegro mantém uma relação de amor e ódio com a massa do Galo. Desde 2009, quando subiu ao time principal teve momentos de altos e baixos. Tinha o rótulo de ser um lateral bem ofensivo, e que deixava muitos espaços na defesa.

Após o período de empréstimo ao América, ele voltou melhor, mas ainda sem convencer o torcedor. E o seu "DNA" continua sendo de um lateral ofensivo, e graças a isso foi eleito o melhor lateral-direito do Brasileirão 2012, e chegou à seleção brasileira. Mas o jogador ainda precisa a cada dia, conquistar a confiança dos atleticanos.

Então, nação atleticana, até quando continuaremos a "desprestigiar" as nossas revelações, e fazendo com que o clube perca retorno financeiro numa futura negociação desses jovens atletas, e depois vê-los brilhando com camisas de outros times?


Cerca de 60 fotografias, de 30 autores, compõem mostra
'Futebol e Imagens', a partir de 16 de maio, no Oi Futuro

Vinícius Dias

Sob a curadoria de Eugênio Sávio, fotógrafo e professor da PUC Minas, o Oi Futuro, em BH, sedia a Mostra de Fotojornalismo Esportivo a partir da próxima quinta-feira, dia 16. O evento, intitulado 'Futebol em Imagens', exibirá cerca de 60 fotos, algumas inéditas, capturadas por lentes de 30 profissionais do estado. "A exposição mostra o poder de comunicação da fotografia", sintetiza Sávio. "Esse conjunto de emoções que envolvem o esporte rende muita imagem. E foi a partir disso que a gente trabalhou", acrescenta o curador.

Futebol: paixão em imagens em BH
(Créditos: Bruno Magalhães/Divulgação)

Selecionadas sob o ponto de vista estético, as fotografias trazem à tona valores como as vibrações e expressões no esporte. "Com os recursos, a gente consegue fotografar coisas que são quase invisíveis", destaca. As imagens evidenciam, ainda, o reencontro entre o futebol e o torcedor da capital. "Essa volta do Independência, do Mineirão foi muito importante, muito celebrada pela mídia, pelas pessoas e registrada pelos fotógrafos", analisa o professor.

Espaço turístico

Sua ideia é aproveitar o fato de a capital das Alterosas ser uma das seis cidades-sede da Copa das Confederações, em junho. "O futebol está na cabeça de todo mundo por conta destes eventos que a gente (de Belo Horizonte) vai receber", comenta Eugênio. "Então, queria pensar como a fotografia poderia contribuir para preencher os espaços turísticos. Surgiu essa ideia", conta.

Futebol em Imagens

De 16 de maio a 30 de junho (de terça a domingo)
Av. Afonso Pena, 4001, Mangabeiras - 11h às 18h

De volta à estaca zero

Salve, China Azul!

O ano vai começar de verdade para o Cruzeiro. Não desmerecendo todo o ótimo trabalho que foi feito até aqui, mas é a partir de agora que nós vamos poder ver se o time montado por Marcelo Oliveira está, de fato, preparado para o restante da temporada. Sei que já estamos em maio, mas é chegada a hora em que o erro tem que ser mínimo, próximo de zero, se possível.

Como já era esperado, a Raposa chegou até a final do Campeonato Mineiro sem maiores dificuldades e continua na disputa da Copa do Brasil. Título é título e o Cruzeiro precisa e deve buscar o caneco do estadual, ainda mais em se tratando de uma final contra o rival, que vem voando em campo. Já pela Copa, o time vai precisar fazer valer o regulamento e a vantagem conquistada fora de casa para eliminar o Resende na próxima quarta-feira, quando voltam a se enfrentar no Mineirão.

Será uma sequência de jogos delicada, onde todo o trabalho, treino, entrosamento e grupo do Cruzeiro serão postos à prova. As primeiras decisões de muitas que ainda hão de vir 2013 adentro. Se passarmos de fase na Copa do Brasil, o Cruzeiro confirma a fama de sempre entrar como candidato ao título e, aí, boa parte das esperanças de uma conquista de expressão se voltam para lá. Além disso, no dia 26 deste mês já começa o Campeonato Brasileiro para a equipe celeste.

Resumindo a prosa, daqui para frente serão pouquíssimos momentos de tranquilidade absoluta na Toca da Raposa. Seja na final do estadual, na disputa pela Copa do Brasil ou pelo longo Campeonato Brasileiro, o time sempre estará envolvido diretamente na briga por títulos. Com o elenco que a diretoria montou para esta temporada, acredito que tenhamos peças de reposição e material humano suficiente para manter um nível bom de atuações, no que diz respeito à qualidade dos atletas.

É por essas e por outras que eu digo que, com o perdão do clichê, todo jogo de agora adiante precisa ser encarado como uma final. Estamos de volta ao marco zero e o time vai precisar jogar tudo o que sabe, jogo após jogo, para alcançar objetivos maiores e buscar mais canecos para a coleção. Até agora valeu o trabalho, valeu a confiança que a equipe devolveu ao torcedor, mas os maiores desafios ainda estão por vir. 

Sigo confiante. Não eufórico, mas acreditando na seriedade e no potencial do novo Cruzeiro que está surgindo.

Força, Cruzeiro!