Derrota para ser lembrada pelo Cruzeiro

Vinícius Dias

O Cruzeiro já havia perdido Fred quando ameaçou com Robinho após boa jogada entre Rafinha e Rafael Sóbis. Mas foi o Racing quem abriu o placar no estádio El Cilindro. O time comandado por Mano Menezes chegou ao empate com Arrascaeta, teve a chance de virar. Mas os donos da casa foram para o vestiário em vantagem. Rafinha tinha o gol aberto para empatar, mas carimbou a trave. Diferentemente de La Academia: de novo, com o ótimo Lautaro Martínez. Quando Robinho descontou em bela cobrança de falta, a Raposa crescia, tentava o terceiro. Mas sofreu o quarto.


Derrota por 4 a 2 para a bem armada equipe de Coudet, em noite para ser lembrada. Primeiro, pelos erros que não podem ser repetidos na bola parada, aérea - lacuna apontada há dez dias, quando o time ainda havia sido vazado apenas uma vez - e nas conclusões. Mas também pela postura, mesmo com cinco titulares fora de campo na maior parte do tempo. À exceção do pós-4 a 2, aos 31' da etapa final, os mineiros jamais estiveram fora do jogo. Sete finalizações certas contra oito dos argentinos, mais passes trocados e maior eficiência nos desarmes, de acordo com o Footstats.

Rafinha perdeu chance clara na estreia
(Créditos: Bruno Haddad/Cruzeiro)

No duelo mais difícil do trimestre, o revés, mesmo com bom futebol com a bola no chão, indica observações mais seguras do que as do estadual em que o Cruzeiro até então sobra. Rafael Sóbis se movimentou, mas o time preparado para, em alguns momentos, ter a profundidade e o pivô de Fred como recursos claramente sentiu a saída prematura - e as chances perdidas com 1 a 1 no placar. Henrique e Ariel Cabral, dupla de passe refinado, estiveram em rotação abaixo da partida. Ao lado de Manoel, Murilo nem de longe repetiu as atuações seguras na companhia de Léo.

No jogo eletrizante, faltou ao Cruzeiro a eficiência do Racing.
Derrota para ser lembrada por apontar caminhos para Mano.

Final da Libertadores: os trunfos do Mineirão

Vinícius Dias

Palco de 21 edições da Libertadores, o Mineirão se tornou, ainda no ano passado, o primeiro estádio brasileiro a oficializar a candidatura para sediar a final em jogo único, que será adotada a partir de 2019. Conforme o Blog Toque Di Letra apurou, a administração aposta em pelo menos seis trunfos para vencer a queda de braço. Os dados apresentados à Conmebol vão da estrutura às alternativas para geração de receitas.


Primeiro estádio da América da Sul a receber partidas dos três principais torneios intercontinentais entre seleções - Copa do Mundo, Copa das Confederações e Olimpíadas, o Gigante da Pampulha ainda tem no histórico cinco decisões da Libertadores e três das últimas quatro da Copa do Brasil. Outro argumento é a localização privilegiada de Belo Horizonte, com voos diretos ou rápidos para toda a América Latina.

Em 2017: 42 jogos e 94 eventos
(Créditos: Agência i7/Mineirão)

No aspecto financeiro, após a revitalização, o estádio foi palco de duas das três maiores rendas do futebol latino-americano, sendo uma delas a maior da história da Libertadores: R$ 14,1 milhões, em 2013, na final entre Atlético e Olimpia. Em 2017, o Mineirão gerou receita bruta de R$ 23,7 milhões em 42 partidas, além de receber cerca de 607 mil pessoas em 94 eventos, incluindo a esplanada, vista como diferencial para o pré-jogo.

US$ 2 milhões e 25% da bilheteria

Atualmente, o regulamento da competição determina capacidade mínima de 40 mil torcedores para sediar a decisão. Mantida a exigência, pelo menos mais dez estádios brasileiros estariam aptos. Entre os países envolvidos, o Peru tem o de maior capacidade: o Monumental, em Lima, recebe 80 mil pessoas. No novo modelo, a partir de 2019, cada finalista receberá US$ 2 milhões líquidos - quase R$ 6,5 milhões -, além de 25% da bilheteria.

Futebol raiz: torcida do Villa 'limpa' estrada

Vinícius Dias

Os torcedores do Villa Nova que deixaram Nova Lima para acompanhar a partida contra o Patrocinense, nesse sábado, tiveram trabalho extra para chegar ao estádio Pedro Alves. Devido a um acidente envolvendo um caminhão carregado de soja, o trajeto rumo a Patrocínio, na BR-262, ficou interditado por uma hora e 20 minutos. Com o ônibus parado na pista, a solução foi colocar a mão na massa.

Torcedores atuam na limpeza do trajeto
(Créditos: Torcida Pavilhão Vermelho/Arquivo)

"O caminhão era de soja. A princípio, pensei que fosse de areia. A torcida não hesitou em ajudar a limpar. Os mais dispostos estavam ali, ninguém queria perder o jogo", destaca Renato Cifuentes ao Blog Toque Di Letra. Integrante da Torcida Pavilhão Vermelho, o novalimense estava ao lado dos filhos na estrada. "Essa foi apenas mais uma história para contar dessa centenária torcida apaixonada e louca", acrescenta.

Revés e queda para oitavo lugar

A estratégia deu certo, e os torcedores chegaram cerca de 30 minutos antes da partida. Dentro de campo, no entanto, o Villa Nova acabou não tendo o mesmo sucesso. O time comandado por Ito Roque perdeu 2 a 0 para o Patrocinense, com gols de Ademir e Nilo, e caiu para a oitava colocação do Campeonato Mineiro. O Leão do Bonfim volta a campo no próximo sábado, diante da Caldense, no estádio Castor Cifuentes.


Com rotina de títulos no aniversário, belorizontino Rogério Visacro
viveu grandes emoções com o clube, inclusive na Copa Libertadores

Vinícius Dias

Imagine você, aos 17 anos, enviando uma carta ao presidente do Cruzeiro para sugerir a contratação de Bebeto e, na resposta, sendo convidado a assumir o cargo. Aos 19, atravessando o Mineirão de joelhos para festejar o fim dos 15 anos de jejum de grandes títulos. E na década seguinte sendo atingido por um rojão na comemoração do tricampeonato da Copa do Brasil. O belorizontino Rogério Visacro, de 46 anos, já viveu tudo isso literalmente na pele em uma história de amor que ganhará novos capítulos a partir desta terça-feira, com a volta da Raposa à Libertadores.


Ítalo-brasileiro, o administrador de empresas convive com semelhanças entre a própria história e a do Cruzeiro. "Minha família de origem italiana foi uma das diversas desses imigrantes que, ainda como Palestra Itália, ajudaram a construir o clube. Meu avô passou essa paixão para toda a família", lembra ao Blog Toque Di Letra. "Sempre fui e sou um torcedor assíduo, daqueles de ir sozinho ao Mineirão assistir a Cruzeiro e Ituiutaba, hoje Boa Esporte, pelo Campeonato Mineiro", afirma, apontando a preferência pelo velho Gigante da Pampulha. "Achava o estádio mais prático".

Camisa do rojão e carta ao presidente
(Créditos: Arquivo Pessoal/Rogério Visacro)

Ali, por sinal, Rogério viveu grandes histórias ao lado do clube. "Meu jogo inesquecível é Cruzeiro 3x0 River Plate, na Supercopa de 1991. Havíamos perdido por 2 a 0 na ida e poucos acreditavam. Na época, eu era estudante de segundo grau. Os ingressos eram caros, cogitei ir de geral, mas acabei pegando todo o dinheiro que tinha e comprei arquibancada. Prometi que, se fossemos campeões, pularia o fosso e atravessaria o campo de joelhos", revela. "Não só cumpri como enchi o bolso de grama. Presenteei amigos e guardei as minhas junto com o ingresso", emenda.

Grito de campeão, rojão no peito

"Guardo tudo, o que deixa minha esposa maluca", brinca. Na coleção, a grama e o ingresso estão ao lado de objetos como a camisa violeta, que remete ao título da Copa do Brasil de 2000. "Após o jogo contra o São Paulo, com gol do Geovanni no último minuto e Cléber tirando uma bola milagrosa em cima da linha, fui comemorar na Savassi. Assim que cheguei, um torcedor acendeu um foguete, que acabou explodindo nas mãos dele. Outro acertou meu peito. Ainda atordoado, lembro de ter soltado: 'o cara ferrou minha camisa'. Quando vi, estava sangrando, mas não foi grave", destaca.

Ingressos, grama e camisas da coleção
(Créditos: Arquivo Pessoal/Rogério Visacro)

Para Rogério, contudo, a maior preciosidade é a carta enviada a Benito Masci em 1989. "Não havia tecnologia para aproximar a torcida da gestão. Aos 17 anos, escrevi uma carta ao presidente. Pedi maior presença no exterior, criação de esportes especializados, ações de marketing para aumentar a torcida e contratações de impacto, como Bebeto, revelação do Flamengo", detalha. "Não sabendo que estava respondendo a um adolescente, ele terminou, de forma sarcástica, mas respeitosa, sugerindo que eu assumisse a presidência e levasse à frente meus planos", acrescenta.

Auge e conquistas no aniversário

Em meio a histórias e conquistas, também há espaço para que o belorizontino aponte seus ídolos. "O maior foi o ponta-esquerda Joãozinho, que cheguei a ver jogar no Mineirão. Em seguida, Tostão e Ronaldo Fenômeno. Também sempre gostei do Dida", elenca. E para memórias nem tão agradáveis. "O momento mais difícil para os cruzeirenses foi a década de 1980, principalmente para crianças e adolescentes, que nas escolas praticamente só torciam pelo rival. O renascimento começou com o vice na Supercopa de 1988 e consolidou-se com o título em 1991".

Rogério Visacro mira tri da América
(Créditos: Arquivo Pessoal/Rogério Visacro)

Do sofrimento ao auge, os anos 1990 foram marcados por conquistas, entre elas a Libertadores de 1997. "Fui a todos os jogos. Em 03 de junho, meu aniversário, classificamos contra o Grêmio, com gol do Fabinho, no Rio Grande do Sul. A data dá sorte em jogos decisivos. Em 1993, já tínhamos ganhado a Copa do Brasil, com gol do Cleisson. Em 1990, foi o Mineiro", recorda. "Para este ano, minha expectativa é Mineirão lotado, jogos aguerridos e mais um título". No que dependesse de Rogério e da China Azul, a decisão aconteceria bem antes do previsto: no dia 03 de junho.

Thonny Anderson, do Cruzeiro, em alta no Sul

Vinícius Dias

Revelado nas categorias de base do Cruzeiro, Thonny Anderson iniciou com o pé direito a passagem pelo Grêmio. Emprestado ao tricolor gaúcho na negociação que trouxe o lateral-direito Edilson à Toca da Raposa II, o meia-atacante já balançou as redes duas vezes em três partidas no Campeonato Gaúcho. Nesse sábado, foi dele o gol que abriu o caminho para a vitória por 3 a 0 diante do Novo Hamburgo, em casa.

Paulista soma dois gols em três jogos
(Créditos: Lucas Uebel/Flickr/Grêmio FBPA)

Thonny Anderson, de 20 anos, foi cedido ao Grêmio até o fim da temporada. O atual campeão da América assegurou 30% dos direitos econômicos em definitivo e, ao término do contrato, tem opção de compra de mais 20% para mantê-lo. O formato foi confirmado ao Blog Toque Di Letra em janeiro pelo presidente do tricolor, Romildo Bolzan Júnior, sem revelar o valor fixado. O vínculo com o Cruzeiro foi renovado até dezembro de 2021.

Raposa detinha 70% dos direitos

Nos bastidores, a informação é de que a cláusula está ligada ao desempenho no Grêmio, que precisaria desembolsar de R$ 500 mil a R$ 1,5 milhão. Antes da transação, o meia-atacante tinha 70% dos direitos econômicos ligados à Raposa. O restante pertence ao staff encabeçado por Alaece Dias. No último ano, o paulista foi camisa 10 e capitão da equipe sub-20 no tricampeonato brasileiro e na conquista da Supercopa sobre o Atlético.

A lição de Larghi: há vida além do 'Galo Doido'

Alisson Millo*

Na última quarta-feira, o Atlético se classificou para a próxima fase da Copa do Brasil com goleada sobre o Botafogo/PB. No domingo, já havia vencido o América por 3 a 0, também jogando bom futebol. Há algumas semanas, isso seria motivo de espanto, ou melhor, duas zebras. Nos dois jogos, foram sete gols marcados e nenhum sofrido. Talvez o time não fosse tão ruim quanto se pensava, e a terra não estava tão arrasada assim.


O motivo dessa melhora repentina? Uma mentalidade diferente. Se Thiago Larghi será ou não efetivado, depende dele e do presidente Sérgio Sette Câmara. Fato é que, independentemente do nome, o próximo treinador do Galo tem que dar sequência a essa mudança sutil, mas muito efetiva. Porque é necessário pensar além do 'Galo Doido', que nos deu títulos, mas virou obstáculo para o sucesso nas últimas temporadas.

Ricardo Oliveira: artilheiro do novo Galo
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Bonito de se ver? Lindo. Quando estamos ganhando. Pressão, posse de bola, marcação alta, chutão para o desvio do atacante, duelos com um caminhão de gols. Mas é preciso ter os jogadores com as características para isso. O jogo do Atlético hoje é a velocidade, troca rápida de passes e drible. Enxergando o que o último treinador não conseguiu, Larghi armou a retranca e botou o time pra jogar no contra-ataque. Os resultados falam por si.

No Galo, vergonha é não vencer

Alguns vão criticar, outros já reclamam que o Atlético parece que é o pequeno contra qualquer adversário, que treinador retranqueiro não tem vaga em um clube do tamanho do Galo. Por um tempo, eu mesmo fui esse tipo de torcedor. Mas se defender ou tomar pressão não é vergonha. Sofrer e só empatar com o Atlético/AC é atestado de fracasso. Tropeçar em casa contra Patrocinense e Caldense também não significa grandeza.

Thiago Larghi: começo empolgante
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Chamar de nova era é se precipitar. Foram apenas dois bons resultados em quatro dias. Mas as vitórias indicaram um bom caminho e uma lição a ser seguida. O mais importante, neste momento, eram os resultados e eles apareceram nas situações de maior necessidade. Que a toada seja mantida, independentemente do que e quem venha por aí.

*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
Goleiro titular e atual capitão da seção Fala, Atleticano!

De olho no centenário: Instituto Palestra Itália

Vinícius Dias

A comemoração do centenário, em 2021, já é assunto nos bastidores do Cruzeiro. Conforme o Blog Toque Di Letra apurou, na contagem regressiva para a data especial, um grupo de conselheiros define os últimos detalhes do lançamento do Instituto Palestra Itália, em Belo Horizonte. As atividades serão presididas pelo advogado Sérgio Santos Rodrigues.

Em 2015, camisa exaltou origem italiana
(Créditos: ShopCruzeiro.com.br/Divulgação)

"Em sintonia com o trabalho de pesquisa e divulgação constante do legado histórico, acreditamos que uma entidade escorada pelo passado do Cruzeiro pode contribuir para a construção de seu futuro", diz trecho de comunicado que circula no clube celeste. Entre os pilares também estão o fomento de iniciativas sociais, culturais e, sobretudo, esportivas.

Evento na próxima quarta-feira

O planejamento estratégico do Instituto Palestra Itália será apresentado na próxima quarta-feira, dia 28 de fevereiro, na Casa Bernardi, no bairro Cidade Jardim. Os convites para o evento de caráter arrecadatório estão à venda por R$ 180 - com bebidas e buffet inclusos. O nome faz referência à alcunha que o clube ostentou até 1942, no contexto da II Guerra.

Ex-auxiliar de Van Gaal dará curso no Cruzeiro

Vinícius Dias

Considerado um dos principais preparadores físicos do mundo, o holandês Raymond Verheijen ministrará curso sobre periodização e football braining (cérebro futebolístico) entre os dias 11 e 13 de abril, em Belo Horizonte. As aulas acontecerão na sede do Cruzeiro, no Barro Preto. O investimento para os interessados será entre R$ 600 e R$ 1,5 mil.


Com passagem pela seleção da Holanda entre a Eurocopa de 2000 e a Copa do Mundo de 2014, Verheijen trabalhou ao lado de treinadores como Frank Rijkaard, Guus Hiddink e o multicampeão Louis van Gaal. O currículo ainda inclui trabalhos como consultor de clubes como Barcelona, Chelsea e Manchester City, além da seleção argentina.

Verheijen ao lado de Francisco Ferreira
(Créditos: Arquivo Pessoal/Francisco Ferreira)

Fundador da World Football Academy (WFA), o holandês virá ao Brasil pela quarta vez - o último curso aconteceu em dezembro, na Arena do Grêmio. A WFA é representada no país pelo Centro de Excelência em Performance de Futebol (Ceperf), coordenado por Francisco Ferreira, ex-preparador físico de Atlético, Cruzeiro e Al-Ain, dos Emirados Árabes.

Cursos WFA/Ceperf - mais informações:

Contatos: (31) 99104-9620 / 3444-4724
E-mail: ceperf@ceperf.com.br
Inscrições: ceperf.com.br

Cruzeiro já bateu público do Mineiro de 2017

Vinícius Dias

Recordista de público do futebol brasileiro nesta temporada, com 50.794 presentes diante do América, no clássico do dia 04, o Cruzeiro está definitivamente em lua de mel com seu torcedor. Os 31.705 que estiveram nas arquibancadas do Mineirão na vitória por 1 a 0 sobre o Villa Nova, no último domingo, garantiram ao clube celeste uma marca expressiva: em quatro partidas, a Raposa já superou o público total registrado como mandante ao longo do Campeonato Mineiro de 2017.


Conforme levantamento realizado pelo Blog Toque Di Letra a partir dos borderôs, o Cruzeiro reuniu 148.922 pessoas nos sete jogos em que teve mando de campo na última edição do estadual - incluindo os confrontos com América e Atlético pelas semifinais e decisão, respectivamente. Neste ano, 150.225 torcedores já compareceram às apresentações do time comandado por Mano Menezes: crescimento de 8,7% no público total e de 76,5% na média, que saltou de 21.275 para 37.556.

Cruzeiro já levou 150 mil ao Mineirão
(Créditos: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro)

Mesmo com uma política de preços mais acessível, o clube celeste também tem acumulado bons resultados no aspecto financeiro. A título de comparação, no Campeonato Mineiro de 2017, apenas os dois clássicos contra o Atlético tiveram rendas brutas superiores às das partidas contra Tupi, América e Villa Nova, que estão entre os dez maiores públicos pagantes do Brasil nesta temporada. Considerando apenas a primeira fase, a renda média aumentou quase 30%: de R$ 345.603,00 para R$ 449.161,00.

Cruzeiro no estadual: 2017 x 2018*:

Partidas como mandante: 7 x 4
Público total - presente: 148.922 x 150.225
Média de público - presente: 21.275 x 37.556
Renda total - 1ª fase: R$ 1.728.013,00 x R$ 1.796.644,00
Renda média - 1ª fase: R$ 345.603,00 x R$ 449.161,00

*Até o duelo com o Villa Nova, na 7ª rodada


Com 78% de aproveitamento, equipe comandada por Leston Júnior
espera reduzir 'abismo' dentro de campo em jogo único com o Galo

Vinícius Dias

Nem mesmo os 2,2 mil quilômetros de distância entre Belo Horizonte e João Pessoa farão com que o Atlético tenha um adversário desconhecido, nesta quarta-feira, no estádio Almeidão, pela segunda fase da Copa do Brasil. Afinal, por trás do ótimo início de temporada do Botafogo/PB, com oito vitórias - uma delas sobre o Bahia, na Fonte Nova - e quatro empates em 12 jogos e a liderança do grupo C da Copa do Nordeste, está o divinopolitano Leston Júnior. Mais do que isso: dos 11 atletas mais escalados pelo treinador, apenas quatro nunca atuaram no futebol mineiro.


"Os torcedores podem esperar uma equipe muito aguerrida e organizada", assegura o capitão Gladstone ao Blog Toque Di Letra. Líder do setor defensivo, um dos menos vazados da Copa do Nordeste, o ex-cruzeirense já viu o ataque balançar as redes 24 vezes, média superior à do próprio Atlético. "Apesar de estarmos ainda em formação, a equipe já demonstra um nível de organização bom. Por isso estamos sendo equilibrados", pontua, exaltando a decisão do Belo de recusar uma proposta para mandar o jogo em Brasília. "Foi muito bom. Nosso torcedor é um diferencial".

Marcos Aurélio e Gladstone: experiência
(Créditos: Nadya Araújo/Botafogo-PB/Divulgação)

No elenco 'mais mineiro do Nordeste', o zagueiro tem 11 companheiros com passagens por clubes do estado, entre eles três ex-atleticanos: o lateral-direito Felipe Cordeiro e os volantes Humberto e Rafael Jataí, que defendeu o América no ano passado. Ex-URT, Allan Dias é um dos destaques deste início de temporada: o volante, que terminou o Campeonato Mineiro de 2017 como centroavante, já balançou as redes em três oportunidades pelo Botafogo. Os artilheiros são o experiente Marcos Marcos Aurélio, ex-Santos e Internacional, com quatro gols, e Nando, ex-ABC/RN, com sete.

Comprometimento e estrutura

Mas, afinal, quais são os segredos dos 77,8% de aproveitamento? "Primeiro, é o comprometimento dos atletas. Em tão pouco tempo, houve uma grande assimilação da ideia de jogo: competitivo sem a bola, agressivo na medida ideal quando a temos para não correr riscos de contra-ataque. Esse tem sido o diferencial, porque estamos moldando a equipe com três competições em andamento, viagens", afirma Leston Júnior. "O clube é muito bem gerido, tem feito melhorias na estrutura: inaugurou academia, centro de recuperação, trocou gramado de um dos campos do CT", emenda.

Leston Júnior encabeça sonho paraibano
(Créditos: Nadya Araújo/Botafogo-PB/Divulgação)

A pré-temporada do Belo, ainda sem parte dos reforços, teve início em 27 de novembro. Tudo pelo calendário: em 07 de janeiro, a equipe foi a primeira entre as Séries A, B e C a estrear neste ano. Passados 45 dias, o clima já é de decisão. "Há um abismo entre os dois clubes. E não digo isso para eximir de responsabilidades. Mas o futebol permite que, em 90 minutos, a distância seja reduzida em campo. O Botafogo vai jogar dentro de suas características, respeitando muito o Atlético, mas também tentando propor o jogo para que essa possibilidade aumente", projeta o treinador.

O clássico e as lições para Atlético e América

Vinícius Dias

Lançamento de Tomás Andrade para Roger Guedes, que cruzou na área e viu Norberto completar para as próprias redes aos 40 minutos da etapa final. Bola recuperada por Cazares, tocada por Luan para o camisa 8, que encontrou Ricardo Oliveira de frente para o gol aos 45'. Duas ótimas jogadas com a participação do argentino em cinco minutos para selar o resultado de um clássico que, até então, tinha mais polêmica do que bola: 3 a 0 para o Atlético diante do América, com lições para ambos os times.


O duelo começou em ritmo lento no Horto vazio. O Galo apostava nos contra-ataques, mas o excesso de bolas longas e o meio-campo pouco participativo - cresceu depois de Thiago Larghi tirar Otero da ponta esquerda - minavam a estratégia. O Coelho dificultava a saída de bola, desarmava mais, mas não tinha velocidade para ameaçar. As melhores chances apareceram com Roger Guedes: servindo a Erik, de três dedos, aos 23', finalizando aos 33' após passe de Elias. E abrindo o placar, de cabeça, aos 45'.

Roger Guedes foi o destaque do jogo
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

No intervalo, Enderson Moreira apostou em Carlinhos e Marquinhos. A ideia era, justamente, dar velocidade ao setor ofensivo. Logo aos quatro minutos, o time alviverde chegou pela esquerda: cabeçada de Marquinhos, em lance quase igual ao de Roger Guedes, mas a arbitragem não assinalou o gol - revi apenas uma vez e validaria ambos. Na sequência, já desorganizado, o América passou a se expor mais e a dar espaço para o Atlético, que definiu a partida ao lançar mão de Tomas Andrade.

Galo vence após 14 dias, Coelho perde seu segundo clássico.
No Horto, o domingo terminou com lições para os dois lados.

Cruzeiro larga na frente - e ainda pode mais

Vinícius Dias

Passe de Rafinha da direita para o centro, Fred recebendo fora da área entre três marcadores e acionando Henrique, que, dentro da área, serviu ao próprio Rafinha. Aos 30 minutos da etapa inicial no Gigante da Pampulha. Quinto gol do artilheiro do Campeonato Mineiro, 12º do Cruzeiro, que foi vazado apenas uma vez, segue invicto e fez do Villa Nova sua sexta vítima. Melhor início de temporada entre os clubes da Série A, com um recado animador para as arquibancadas cheias: ainda há margem de evolução.


Porque é possível ver Fred como o atacante que, a exemplo da jogada do gol, tem aberto espaços, puxado a marcação e sido eficiente no pivô. Mas é entendível que o torcedor espere por mais gols. Como na zaga, que sofreu apenas um gol, mas ainda mostra lacunas na bola aérea, enquanto o retorno de Dedé fica cada vez mais próximo. E no meio-campo, com a volta de Thiago Neves: Mano Menezes ganha uma interrogação sobre quem deixará o time, mas também possibilidades de variação.

Rafinha: destaque da Raposa em 2018
(Créditos: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro)

Chegar a nove jogos em 41 dias - o Cruzeiro, que estreou em 17 de janeiro, enfrenta o Boa Esporte no próximo sábado e o Racing, no dia 27, pela Libertadores - é confrontar expectativa e realidade a todo tempo. É Rafael Sóbis perdendo espaço antes mesmo de David, maior investimento do ano e alternativa para o setor, estrear. Em um time que já tem Edílson voando: de acordo com o Footstats, o lateral-direito foi líder em passes certos diante do Uberlândia, segundo nesse sábado e contra o Tombense.

A maratona inicial diz pouco sobre a temporada das equipes.
Mas a Raposa larga na frente. E ainda pode apresentar mais.

O Cruzeiro não precisa provar nada a ninguém

Douglas Zimmer*

Salve, China Azul!

Neste ano, especialmente, tenho percebido certa movimentação da torcida do Cruzeiro em querer provar para os outros, mais especificamente para uma fatia da imprensa esportiva, seu valor e a grandeza do seu clube. Claro que esse movimento não foi iniciado do nada, mas tenho certeza de que o cruzeirense não precisa provar nada a ninguém.


Há no meio futebolístico uma máxima que garante que o tratamento dado aos clubes de fora do 'eixo' é diferente. As conquistas são menos festejadas e os problemas são mais acentuados. Consideremos que seja verdade. O que isso muda para nós? É para mostrar algo para eles que torcemos? É para convencer alguém de que nosso time é melhor que vamos ao estádio e deixamos lá nossa voz? É tudo pelo Cruzeiro. Por si só, com sua história, sua escola, sua tradição, o clube celeste tem cacife suficiente para encarar qualquer um de igual para igual, com ou sem apoio de terceiros e, pensando em superar a si mesmo, conquistar cada vez mais.

Time celeste iniciou temporada em alta
(Créditos: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro)

Também tenho a impressão de que um jogador precisa fazer aqui muito mais do que precisaria fazer em outros clubes para ter seu trabalho reconhecido, por exemplo, com uma convocação para a seleção. E o que isso nos interessa? É lógico que é motivo de orgulho e alegria ver um de nossos guerreiros sendo chamado para defender a seleção nacional, mas a ausência não é nenhum demérito. Fábio é, talvez, o maior exemplo disso. Durante a semana que passou, esse assunto voltou a ser comentado. Um dos goleiros mais constantes e seguros do futebol brasileiro nas últimas temporadas não é lembrado por quem convoca. Azar o deles.

Em busca da superação dia a dia

O Cruzeiro e o cruzeirense não precisam provar nada a ninguém. O objetivo precisa ser sempre a superação. Independentemente de os demais estarem acima ou abaixo, a razão de ser do torcedor e do clube é buscar sempre o melhor possível. Tenho certeza de que, se a Raposa olhar para sua história e tentar galgar feitos ainda maiores, fatalmente os conquistará. Não podemos contar com o afeto e a boa vontade dos outros para que, só a partir disso, valorizemos tudo aquilo que alcançamos até aqui. É por nós e por nosso amado clube que sofremos, vibramos, nos emocionamos e dedicamos boa parte do nosso tempo.

Fábio: um herói na seleção cruzeirense
(Créditos: Cristiane Mattos/Light Press/Cruzeiro)

Quem veste essa camisa e incorpora esse espírito não precisa de nenhuma motivação extra para se entregar de corpo e alma, seja lá qual for a sua parcela de contribuição. Só o torcedor celeste sabe o que é ostentar as cinco estrelas no peito e encher-se de vaidade, sim, por todos os momentos que passou junto ao clube. O cruzeirense reconhece cada um de seus ídolos e nunca precisou de convocações, números, estatísticas ou mesmo do aval da imprensa para definir quem merece ou não ser tratado como tal. Há situações que superam o plano da racionalidade.

O amigo leitor e torcedor pode poupar energias para o que realmente importa: o Cruzeiro. Sei que precisamos ganhar muito mais, jogar muito melhor, encher o estádio mais vezes e estar com as contas todinhas em dia para que, talvez, deem uma nota positiva. E quem liga? Usemos isso como combustível. Precisamos fazer tudo isso e ainda mais, não para que nos percebam, mas sim para que nós mesmos estejamos de acordo com a história e com a grandeza desse patrimônio do futebol brasileiro.

*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção Fala, Cruzeirense!

Atlético integrará futsal e futebol na base

Vinícius Dias

Tradicional fornecedor de talentos para o futebol, com um histórico que inclui ídolos como Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo Fenômeno e Zico, o futsal passará a fazer parte do processo de formação dos atletas da base do Atlético. Conforme o Blog Toque Di Letra apurou, o clube define nos bastidores os últimos detalhes do lançamento de um projeto pioneiro de integração entre as modalidades, que será encabeçado por Marcelo Vilhena.

Atlético comemora estadual sub-14
(Créditos: Pedro Souza/Flickr/Atlético-MG)

Ex-treinador das categorias de base de América, Atlético/PR e Cruzeiro, o belorizontino trabalhou simultaneamente com futebol e futsal entre 2006 e 2012, com passagens pelo Colégio Magnum e pelo próprio América. Doutor em Ciências do Esporte pela UFMG, Vilhena também é professor das licenças B e C do curso de treinadores da CBF e, há quase 15 anos, ministra disciplinas ligadas a futsal e futebol no ensino superior.

Trajetória vitoriosa nas quadras

Com longa tradição no futsal, o alvinegro conquistou seu primeiro título em 1968: o Campeonato Mineiro. Nos anos 1990, com craques como Falcão, Manoel Tobias e Lenísio, viveu seu auge com o bicampeonato da Liga Futsal e a conquista da Copa Intercontinental, na Rússia. A equipe profissional foi extinta em 2001. Oito anos depois, já na era Alexandre Kalil, o Atlético anunciou o encerramento das atividades de base.

Galo economiza quase R$ 2 milhões por mês

Vinícius Dias

Se dentro de campo o Atlético tem decepcionado neste início da temporada, culminando na demissão do treinador Oswaldo de Oliveira depois de apenas seis partidas, fora dele a diretoria tem motivos para comemorar. Conforme o Blog Toque Di Letra apurou, com a transferência do meia-atacante Valdívia para o São Paulo, a economia mensal proporcionada pela reformulação do elenco chegou a quase R$ 2 milhões.

Valdívia e Fred: dupla deixou o Atlético
(Créditos: Pedro Souza/Flickr/Atlético-MG)

Marcos Rocha, Erazo, Marlone, Robinho, Rafael Moura e Fred, somados a Valdívia, representavam cerca de R$ 3 milhões na folha. Já os custos com Samuel Xavier, Iago Maidana, Arouca - emprestado pelo Palmeiras, que paga parte dos salários -, Roger Guedes, Tomás Andrade, Erik e Ricardo Oliveira são inferiores a R$ 1,5 milhão mensal. Na janela de transferências, o alvinegro adotou teto salarial na faixa dos R$ 350 mil.

Cúpula destaca nova realidade

A reformulação foi pauta de entrevista coletiva do presidente Sérgio Sette Câmara, na última sexta-feira. "Nós conseguimos fazer contratações sem gastar um só centavo. Todos os jogadores que vieram, bem ou mal, vieram pelo salário. Alguns até pela metade", exaltou. "Essa é a realidade do Atlético. Não vamos fazer contratações malucas, pagar salários astronômicos, porque uma hora o clube não vai aguentar", completou.

Patrocinadores de Atlético e Cruzeiro em alta

Vinícius Dias

Mais do que a exposição pelo quinto ano consecutivo na Copa Libertadores e no penta da Copa do Brasil, a temporada passada deu às empresas que patrocinaram Atlético e Cruzeiro, respectivamente, motivos para comemorar. Em pesquisa realizada pelo Ibope Repucom, líder global em pesquisa de marketing esportivo, os torcedores da dupla mineira foram os que melhor reconheceram os patrocinadores de seus clubes.


"Perguntamos quais marcas são lembradas, primeiro de forma espontânea, sem mostrá-las, e depois mostrando uma cartela com diversas marcas, patrocinadoras ou não", detalha o diretor-executivo do instituto, José Colagrossi Neto, ao Blog Toque Di Letra. Atleticanos e cruzeirenses se destacaram em um cenário de consulta a torcedores de 48 clubes, de diferentes divisões do futebol brasileiro.

Torcedores dos mineiros se destacaram
(Créditos: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro)

Na avaliação de Colagrossi, o resultado pode ser um trunfo para os clubes em futuras negociações com patrocinadores. "Claro, porque mostra um superior nível de reconhecimento do patrocínio", justifica. Curiosamente, neste início de temporada, os dois já acertaram novos contratos. O Atlético passou a estampar no uniforme as marcas de Uber, Universidade Brasil e Orthopride, que também se tornou parceira do rival celeste.

Sucesso no vôlei fortalece Raposa

A pesquisa DNA Torcedor 2017 também apontou a relação entre as conquistas no vôlei masculino e o fortalecimento da marca Cruzeiro. "O sucesso no vôlei aumentou o engajamento e o interesse em relação ao clube", revela. Desde 2009, a parceria com o Sada já rendeu, entre outros títulos, três mundiais, quatro sul-americanos, cinco Superligas, três Copas do Brasil e nove estaduais - os últimos oito conquistados de forma consecutiva.