Aos 21 anos, prata da casa fez nesta semana sua 14ª partida no
ano; zagueiro de origem, Gabriel também é opção para lateral

Da Redação

Promovido ao time profissional no início da temporada, o zagueiro Gabriel, de 21 anos, vem conquistando espaço no elenco do Atlético semana a semana. Na última quarta-feira, na vitória sobre o Juventude, no Mineirão, o prata da casa chegou a 14 partidas com a camisa alvinegra neste ano. Os números também traduzem a confiança de Marcelo Oliveira: nove dessas atuações foram sob o comando do treinador, sendo sete como titular.

Zagueiro em ação diante do Juventude
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

"Fico feliz em estar tendo essas oportunidades e, ao mesmo tempo, chateado pela lesão do Erazo (a quem substituiu no último jogo). Mas, graças a Deus, não foi nada grave. Espero que ele esteja disponível o mais rápido possível para nos ajudar", afirma Gabriel. O placar final de 1 a 0 diante da equipe gaúcha marcou a quinta vitória com o zagueiro em campo. "Tivemos um resultado positivo que nos dá uma tranquilidade maior, mas sabemos da dificuldade que será o jogo de volta", comenta.

Opção para a lateral-direita

Polivalente, o jovem foi acionado em quatro das últimas cinco partidas do Atlético e, em duas delas, atuou na lateral-direita. Função que, para ele, não chega a ser novidade. "Já fiz alguns jogos assim e em algumas oportunidades no treino também. Não tenho problema em atuar na lateral. Estou pronto para ajudar sempre, em tudo que o treinador precisar. Estou à disposição para ajudar", destacou após a vitória sobre o Sport, por 1 a 0, quando entrou na vaga do titular Marcos Rocha.


Página do meia-atacante italiano registra, no momento, 868 mil
curtidas, enquanto arquirrival de sua equipe contabiliza 715 mil

Vinícius Dias

Personagem do tetracampeonato mundial da Itália, em 2006, e considerado o maior ídolo da história da Roma, o meia-atacante Francesco Totti tem se destacado também fora das quatro linhas. Na última semana, quando estava prestes a completar 40 anos, Totti lançou uma página oficial no Facebook. O sucesso foi imediato e o italiano alcançou números expressivos.

Totti: maior artilheiro do dérbi romano
(Créditos: Totti/Facebook/Reprodução)

Francesco Totti utilizou a rede social pela primeira vez no dia 19 de setembro para compartilhar um vídeo publicado por seu clube. Curiosamente, oito dias depois, o aniversariante já havia superado o número de curtidas da página da Lazio - a arquirrival da Roma mantém conta no Facebook desde 2009. Neste momento, Totti tem mais de 868 mil curtidas, enquanto a página do clube biancazzurri registra 715 mil.

Títulos e gols pela Roma

Em meio a sua 25ª temporada com a camisa giallorossi, o meia-atacante é o maior artilheiro da história do clube, contabilizando 305 gols em 760 duelos. Com 11 tentos, o italiano divide a liderança da lista de goleadores do clássico romano com o brasileiro Dino da Costa. Campeão italiano em 2000/2001, Totti ainda tem duas Copas da Itália e duas Supercopas pela Roma.

Final em jogo único: o erro da Conmebol

Vinícius Dias

Em uma terça-feira agitada, a Conmebol alinhavou uma série de mudanças em seu calendário a partir de 2017. Copa Libertadores de fevereiro a novembro, com mais clubes e vaga na Sul-Americana - disputada entre junho e dezembro - para dez dos eliminados antes das oitavas de final. Sinal de valorização do planejamento, com bons produtos no mercado durante toda a temporada e perspectiva de aumento das receitas. Mas há um porém: a proposta de final em jogo único, disputado em campo neutro.


O referencial é a Liga dos Campeões, cujas decisões há seis décadas são transformadas em espetáculos, reunindo milhares de turistas em torno do futebol e, ainda, tendo grandes índices de audiência nos quatro cantos do mundo. O real é um continente em que a última experiência semelhante - em 1987, o uruguaio Peñarol conquistou o título da Libertadores ao derrotar o colombiano América de Cali, no Chile, por 1 a 0 - teve presença de público inferior a 40% da capacidade do estádio.

Atlético Nacional: festa do título em casa
(Créditos: Club Atlético Nacional/Divulgação)

Semana a semana, assistimos a jogos de Espanha e Inglaterra, enquanto o Brasileirão sequer é transmitido no Chile. À exceção dos torneios argentino e colombiano, também não acompanhamos a rotina dos demais países latinos. Somem-se a isso altitudes, longas distâncias e infraestrutura deficitária - há trens ligando países europeus, enquanto faltam voos na América. Haveria, em La Paz, estádio cheio para Atlético x Cruzeiro? Como estaria o Mineirão para Atlético Nacional x del Valle, decisão deste ano?

Rediscutir o calendário e deixar a mesmice são dois ótimos sinais.
Mas, antes de definir aonde ir, é fundamental saber onde se está.

Mais que má fase: a fase do Cruzeiro

Douglas Zimmer*

Salve, China Azul!

A fase do Cruzeiro não é boa. O Cruzeiro atravessa uma fase difícil. A situação do Cruzeiro é delicada. A situação do Cruzeiro ficou ainda mais complicada. Quantas vezes, nesses últimos dias, você ouviu as frases acima em jornais, programas esportivos, roda de amigos ou trabalho? Inúmeras, certamente. É como se o problema do clube se resumisse a 'uma fase'.


Acontece que, quando a fase é boa, volante dá voleio na área e faz gol de escanteio. Quando a fase é ruim, volante se machuca sozinho e o que entra no lugar erra passe de dois, três metros.

Arrascaeta orienta meio-campo celeste
(Créditos: Yuri Edmundo/Light Press/Cruzeiro)

Se a fase é boa, o goleiro faz milagre, espalma a bola que, depois, bate nas duas traves e vai para a linha de fundo. Em compensação, quando a fase não anda boa, um chute cruzado, telegrafado, passa ao lado da mão do arqueiro.

As faces da fase em campo

Em tempos bons, o xodó da torcida, quase fora do campo, cabeceia de uma forma nunca antes vista, a bola rodopia no gramado e entra. Mesmo fora de casa. Durante a seca, o novo xodó da torcida, bem colocado e aproveitando um bom cruzamento, cabeceia sozinho, à queima roupa, para fora. Em casa, diante do torcedor incrédulo.

Mano Menezes demonstra insatisfação
(Créditos: Yuri Edmundo/Light Press/Cruzeiro)

Quando os astros se alinham e conspiram a favor, atacante questionado guarda três tentos na maior pedra no sapato em pleno Morumbi. Mas, quando o mar não está para peixe, a maior esperança da torcida perde um gol imperdível. Depois de ter perdido outro gol imperdível. Depois de ter deixado a desejar na partida anterior.

A derrota por linhas tortas

Haja o que houver, quando o vento sopra a favor, zagueiro vai para o ataque e vira pesadelo para a defesa adversária, além de ser soberano na marcação. Só que, se o pão anda caindo com a manteiga virada para baixo, um chute todo torto desvia na defesa e mata o goleiro.

Ábila lamenta derrota para o Botafogo
(Créditos: Yuri Edmundo/Light Press/Cruzeiro)

Porém, mais importante do que todas essas coincidências que as tais fases boa e ruim trazem, é que, quando a fase é boa, pode-se ter certeza de que o trabalho foi bem feito e de que a 'sorte' é fruto disso. Em contrapartida, quando todo o universo parece estar com as costas viradas, é hora de ter humildade e, em primeiro lugar, aceitar que foram cometidos erros para, na sequência, começar a tentar consertá-los.

É isso o que eu penso sobre a tal 'fase' do Cruzeiro. Se sairmos ilesos dessa, muita coisa precisa mudar para que não precisemos mais culpar a 'fase' pelas nossas fases e pelos nossos erros.

*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção Fala, Cruzeirense!


Time estrelado fará três jogos no Gigante da Pampulha entre os
dias 1º e 16; Cruzeiro quer se livrar do rótulo de pior mandante

Vinícius Dias

Faltando 11 rodadas para o término do Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro voltou a figurar entre os quatro últimos colocados devido à derrota para o Flamengo, nesse domingo, em Cariacica, por 2 a 1. Cada vez mais perto, outubro terá peso decisivo na definição dos rumos celestes na competição nacional: dos 33 pontos restantes, 18 serão disputados no mês. Para deixar a zona de rebaixamento, no entanto, a equipe comandada pelo técnico Mano Menezes terá de se reinventar.

Raposa perdeu em casa para o Botafogo
(Créditos: Yuri Edmundo/Light Press/Cruzeiro)

Até aqui, nas 13 partidas realizadas em casa, o Cruzeiro alcançou apenas 14 pontos: com 35,9% de aproveitamento, é o pior mandante da Série A. Além disso, em seus domínios, tem o quarto ataque menos efetivo - são 17 gols marcados, superando apenas América, Santa Cruz e Internacional - e a defesa mais vazada, ao lado do Sport - ambos sofreram 20 gols. Visando melhorar esses números e encaminhar a permanência na elite, o time celeste fará três jogos em Belo Horizonte entre 1º e 16 de outubro.

Duelos decisivos no Mineirão

A sequência de partidas do mês terá início diante do Grêmio, no próximo sábado, no Mineirão. Uma semana depois, a Raposa receberá a Ponte Preta, em confronto válido pela 29ª rodada. No dia 13, o adversário será o líder Palmeiras, em duelo que acontecerá no Estádio da Fonte Luminosa, em Araraquara. Passados três dias, o Cruzeiro voltará ao Gigante da Pampulha para enfrentar a Chapecoense. Os dois últimos adversários de outubro serão Vitória, no Barradão, e Atlético/PR, na Arena da Baixada.


América está invicto há quatro jogos e, mantendo rendimento,
chegaria a 43 pontos, marca que evitou queda em 60% dos anos

Vinícius Dias

Embora o América siga na lanterna do Campeonato Brasileiro, os torcedores alviverdes tiveram motivos para festejar nos últimos 14 dias. Entre a 24ª e a 27ª rodadas, com empates contra Ponte Preta e Figueirense, fora de casa, e triunfos consecutivos no Independência diante de Internacional e Botafogo, a equipe comandada por Enderson Moreira registrou sua melhor sequência nesta edição da competição.


Conquistando oito pontos de 12 possíveis, o Coelho registrou aproveitamento de 66,7% no período. Números que, repetidos nas 11 rodadas finais, fariam o clube alcançar 43 pontos, com boa chance de evitar a queda. Em dez edições disputadas no atual formato - pontos corridos, com 20 clubes e 38 rodadas -, somente cinco equipes, em quatro temporadas diferentes, foram rebaixadas tendo conquistado 43 pontos ou mais.

Equipe celebra vitória sobre o Botafogo
(Créditos: Carlos Cruz/América FC/Divulgação)

Outros números evidenciam a importância da sequência nos últimos quatro jogos: os cinco gols marcados, por exemplo, representam mais de 25% dos tentos assinalados em toda a competição. Pior mandante até a 25ª rodada, o América ultrapassou Cruzeiro e Santa Cruz no quesito depois de conquistar vitórias em casa. Visando ampliar a série invicta, a equipe alviverde voltará a campo diante do Coritiba, no Couto Pereira, no dia 03 de outubro.

Composição da zona de rebaixamento:

2006 - Santa Cruz (28 pontos) a Ponte Preta (39 pontos)
2007 - América/RN (17 pontos) a Corinthians (44 pontos)
2008 - Ipatinga (35 pontos) a Figueirense (44 pontos)
2009 - Sport (31 pontos) a Coritiba (45 pontos)
2010 - Grêmio Barueri (28 pontos) a Vitória (42 pontos)
2011 - Avaí (31 pontos) a Atlético/PR (41 pontos)
2012 - Figueirense (30 pontos) a Sport (41 pontos)
2013 - Náutico (20 pontos) a Portuguesa (44 pontos)*
2014 - Criciúma (32 pontos) a Vitória (38 pontos)
2015 - Joinville (31 pontos) a Avaí (42 pontos)

*Caíram duas equipes com mais de 43 pontos


Segundo levantamento, América, Atlético e Cruzeiro já escalaram
126 atletas na temporada, superando índice do último ano em 15%

Vinícius Dias

A cerca de três meses do fim das competições de 2016, América, Atlético e Cruzeiro já levaram a campo mais jogadores do que durante todo o ano passado. De acordo com levantamento realizado pelo Blog Toque Di Letra, os três clubes de Belo Horizonte, somados, já testaram 126 atletas nesta temporada - em 2015, foram 109. De lesões em série a apostas equivocadas no mercado, passando por convocações para seleções, diversos fatores explicam a alta rotatividade.


Dos 126 escalados em pelo menos uma partida entre janeiro e setembro, 35 já deixaram os elencos, o que corresponde a 27,8%. Esse índice supera o de aproveitamento de jogadores com passagem pelas respectivas categorias de base, por exemplo. Em meio ao constante entra e sai, dois atletas fizeram a estreia na temporada há apenas 26 dias: o volante Denílson, do Cruzeiro, e o atacante Nilson, do América, acionados pela primeira vez na 22ª rodada do Campeonato Brasileiro.

(Arte: Vinícius Dias/Blog Toque Di Letra)

Antes de analisar especificamente a situação da Raposa - equipe que, conforme os dados do levantamento, utilizou 43 jogadores neste ano -, o diretor de futebol Thiago Scuro fez uma observação sobre o cenário nacional. "O futebol brasileiro deveria restringir o número de jogadores inscritos em todas as competições, como acontece nas ligas europeias. Como aqui não existe limite, essa cultura dos clubes de contratar a temporada inteira permanece, o que facilita tanto (a rotatividade nos elencos)".

Coelho: 30% já deixaram elenco

Somados os períodos de Givanildo Oliveira, Sérgio Vieira e Enderson Moreira, atual treinador, o América já aproveitou 40 atletas, dois a mais do que em todo o ano passado. Desses, 12 já deixaram o CT Lanna Drummond. "Algumas contratações realmente não renderam aquilo que era esperado, e nós fomos atrás de melhorias no elenco. Foi a saída, mas não era planejado ter essa quantidade de jogadores contratados", reconhece Euler Almeida, um dos presidentes do clube.

Matheusinho: prata da casa em destaque
(Créditos: Carlos Cruz/América FC/Divulgação)

Embora em termos de elenco o Coelho cumpra a meta de ter 30% de pratas da casa entre os profissionais, a presença em campo segue aquém. Apenas sete atletas formados na base atuaram - 17,5% do total. "Precisamos ter cautela para lançar esses jogadores, principalmente em um campeonato difícil como a Série A", justifica o dirigente. "Temos os goleiros Jory e Glauco, (os volantes) Makton e Renato Bruno, que ainda não tiveram oportunidades, mas vêm sendo relacionados", completa.

Atlético: rotatividade crescente

O Atlético é o clube belorizontino que, na comparação com a temporada passada, registrou maior aumento no número de atletas acionados: de 32 para 43, o que sinaliza crescimento de 34,4%. "Isso se deve a uma série de fatores, entre eles o grande número de lesões que a gente teve neste ano. O Atlético precisou recorrer muito não só aos considerados suplentes como aos jogadores das categorias de base", comenta à reportagem o diretor de comunicação Domênico Bhering.

Urso e Robinho: caras novas de 2016
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Em nove meses, Diego Aguirre e Marcelo Oliveira testaram 15 pratas da casa nas escalações, representando 34,9% do total. O clube alvinegro foi o que menos negociou jogadores aproveitados anteriormente: dez saídas. Por outro lado, entre as peças que seguem no elenco, sete foram desfalques por convocações para seleções no ano. "Você tem de montar um elenco baseado na possibilidade de lesões, de convocações e ainda precisa ter força para superar o calendário brasileiro", diz Bhering.

Raposa: um a cada três da base

Registrando alta rotatividade, a exemplo de 2015, o Cruzeiro divide a liderança com o Atlético neste ano. Da estreia diante do Criciúma, em janeiro, ao duelo com o Botafogo, na quarta-feira, 43 atletas foram a campo - superando os 39 da temporada passada. Desses, 13 já deixaram o elenco. Somados os trabalhos de Deivid, Paulo Bento e Mano Menezes, o clube também teve alto percentual de utilização da base: 14 nomes com passagem pela Toca da Raposa I foram aproveitados: 32,5% do total.

Élber e Alisson: base forte no Cruzeiro
(Créditos: Site Oficial do Cruzeiro/Divulgação)

Diante dos números citados, o diretor de futebol Thiago Scuro pontuou o planejamento celeste. "O Cruzeiro deu continuidade a um projeto de renovação do elenco dentro de uma realidade financeira que enfrentamos em 2016. É preciso lembrar que as receitas de patrocínio, bilheteria e venda de atletas no futebol caíram muito nos últimos meses, o que dificultou a contratação de grandes estrelas e, por isso, tivemos também que apostar mais na promoção de jovens da base".


Corinthians e Flamengo são os dois mais populares; Cruzeiro se
destaca no Facebook, Atlético soma mais seguidores no Twitter

Vinícius Dias

Cruzeiro e Atlético estão entre os dez clubes brasileiros mais populares nas redes sociais. O América aparece na 35ª posição. Os dados são resultado de levantamento realizado nesta semana pelo Ibope Repucom. Tendo como base as estatísticas das contas oficiais em quatro plataformas - Facebook, Twitter, Instagram e Youtube -, o instituto elaborou um ranking digital reunindo os 20 participantes do Campeonato Brasileiro da Série A e os 15 clubes com maiores bases digitais das Séries B e C.


Comumente apontados em pesquisas como os clubes com maior número de torcedores no Brasil, Corinthians e Flamengo também aparecem na dianteira no cenário digital. "Tamanho de torcida, sem dúvida, é um dos fatores-chave para o tamanho das mídias sociais, mas não o único. Qualidade do conteúdo e engajamento também têm muita importância", argumenta ao Blog Toque Di Letra o diretor-executivo do Ibope Repucom, José Colagrossi Neto.

(Arte: Ibope Repucom/Divulgação)

Em médio prazo, mais do que acumular curtidas na página do Facebook ou seguidores no perfil do Twitter, um trabalho de qualidade nas plataformas digitais representa um ativo importante para os clubes do ponto de vista da busca por patrocínios, por exemplo. "Na medida em que os patrocinadores desejam ter engajamento com os torcedores, uma maior conexão torcedor-clube torna isso mais viável", pontua Colagrossi Neto.

Youtube tem menos adesões

Conforme o levantamento, os 35 clubes brasileiros mais populares nas redes sociais mantêm contas em Facebook, Twitter e Instagram. A plataforma com menos adesões é o Youtube, devido às ausências de Náutico e Joinville. O Atlético, embora utilize, não divulga o número de inscritos em seu canal. 

Desculpe, preciso falar de Pratto

Alisson Millo*

Ouvi o nome dele pela primeira vez há mais de dois anos, durante a Copa Libertadores, em razão dos dois gols contra o Atlético/PR. Essa frase poderia ilustrar um capítulo de livro de título. Mas o Vélez Sarsfield acabou eliminado nas oitavas de final. Ele seguiu lá, no entanto, se destacando. Logo em uma posição para a qual o Atlético precisava de reforços. Incrivelmente, depois de alguns meses, ele estava aqui. Jamais esquecerei: chegou como melhor jogador do Campeonato Argentino.


Quando os zagueiros saíam do chão, ele subia ainda mais alto. Quando resolviam encará-lo, os deixava de joelhos. Quando tentavam no corpo, ele resistia e seguia em frente. Como um urso, esbanjando raça e até superando Tardelli. Foi um caso de idolatria à primeira vista acompanhada da certeza de que ele havia nascido para aquilo. Eu passava dias discutindo com torcedores do rival, que diziam ter o melhor atacante. Rodada a rodada, gol a gol, conquistava mais argumentos.

Lucas Pratto: gols e vibração em 2015
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

A relação teve início quando ele tinha 26 anos, mas o manto alvinegro parecia ser desde sempre sua segunda pele. Marcou gols em quase todas as competições que disputou. Foi coadjuvante algumas vezes, afinal ninguém é perfeito. Mas foi raçudo e decisivo várias, com 22 gols em 54 jogos - pesquisei agora. Sofri nos raros jogos em que ele perdeu chances, sorri quando marcou três contra o São Paulo. Conheci um centroavante que era segundo atacante, marcador quando necessário.

História ainda em construção

Mas uma hora o ano acabou. Não foram fáceis os dias sem jogos e sem a vibração dele. A nova temporada começou, veio a sonhada chance na seleção argentina, mas os gols por aqui ficaram mais escassos. Neste semestre, em 12 partidas, fez apenas um. Agora, não há uma quarta-feira ou domingo em que eu não o questione. Infelizmente, tudo parece muito distante do que já foi, porém sigo acreditando. O título brasileiro, por exemplo, me faria levá-lo para sempre na memória.

Argentino tem um gol neste semestre
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Nesse domingo, outra vez, o vi decepcionar - como quase todo o time, é verdade. Mas a única certeza que tenho é a de que o conto de fadas não acabou. O capítulo atual é doloroso, mas as páginas finais continuam em branco. Cabe a Lucas Pratto, com o apoio de seus companheiros e do torcedor, escrevê-las. Peço desculpas pelo transtorno, mas a verdade é que só se cobra de quem pode mais. Muito mais.

*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
Goleiro titular e atual capitão da seção Fala, Atleticano!

O clássico do quase no Mineirão

Vinícius Dias

Após o apito final do clássico desse domingo, no Mineirão, o discurso de ambos os lados era de quase. Muito porque o Cruzeiro segue sem transformar a evolução - a passos lentos, diga-se - com Mano Menezes em tranquilidade e ainda flerta com a zona de rebaixamento. Mas também pelo fato de que, mesmo tendo as melhores peças, Marcelo Oliveira continua não fazendo do Atlético o conjunto mais afinado, o que se traduz em líder mais distante ao fim da rodada.


Nos primeiros 45 minutos de jogo, os espaços deixados por Carlos César e Lucas no lado direito das respectivas defesas eram a senha. Exatamente ali, após troca de passes entre Otero e Júnior Urso, a bola chegou para Fábio Santos, que encontrou Clayton livre para abrir o marcador. Se o Atlético aproveitou o caminho, o Cruzeiro buscava a dobradinha com Edimar e Rafael Sóbis, mas esbarrava em mais uma tarde apagada do camisa 7.

Empate no clássico foi ruim para ambos
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Em desvantagem, Mano Menezes abriu a etapa final com Alisson na vaga de Sóbis e, aos 15 minutos, trocou Cabral por Élber. Com mais velocidade, o time celeste cresceu diante de um adversário encolhido. O erro era a previsibilidade: bola para os laterais no campo ofensivo, cruzamento na área e corte da zaga alvinegra. Quando Arrascaeta mudou o roteiro, Élber recebeu e passou para Robinho empatar. Na reta final, vários contra-ataques desperdiçados de ambos os lados e empate mantido.

Um ponto para cada e sentimento de quase para as duas equipes.
O Atlético vê o líder abrir vantagem. O Cruzeiro vê o Z4 tão perto.


Pedroleopoldense jamais derrotou o rival celeste comandando
o Atlético; no geral, tabu em clássico já chega a 13 confrontos

Vinícius Dias

Além de o Atlético fechar a 26ª rodada mais distante do Palmeiras, atual líder do Campeonato Brasileiro, o empate com o Cruzeiro, neste domingo, significou a ampliação de marcas negativas para Marcelo Oliveira. 14 anos após disputar o clássico mineiro como treinador pela primeira vez, o pedroleopoldense segue sem bater a Raposa comandando o Galo. No geral, o placar de 1 a 1 marcou seu 13º dérbi consecutivo sem somar três pontos.


O último triunfo de Marcelo Oliveira aconteceu há mais de três anos, ainda nos tempos de Cruzeiro. Em 28 de julho de 2013, o time celeste superou o alvinegro por 4 a 1, no Mineirão, em duelo válido pela 9ª rodada do Campeonato Brasileiro. Enquanto comandante da Raposa, o treinador participou de 15 clássicos, com três triunfos, cinco empates e sete derrotas - 31,1% de aproveitamento. O retrospecto aponta 14 gols marcados e 19 sofridos.

Técnico tem três vitórias em 20 duelos
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

A trajetória de Marcelo Oliveira como treinador no principal clássico do estado teve seu primeiro capítulo com as cores alvinegras. Em 26 de maio de 2002, o então interino saiu do Mineirão derrotado por 1 a 0, em partida válida pelo Supercampeonato Mineiro. O confronto deste domingo foi o quinto à frente do Atlético. O retrospecto aponta quatro derrotas e um empate - 6,7% de aproveitamento -, com apenas três gols marcados e oito sofridos.

Retrospecto em clássicos pelo Atlético:

26/05/2002 - Cruzeiro 1x0 Atlético - Supercampeonato Mineiro
12/10/2003 - Atlético 0x1 Cruzeiro - Campeonato Brasileiro
19/10/2008 - Atlético 0x2 Cruzeiro - Campeonato Brasileiro
12/06/2016 - Atlético 2x3 Cruzeiro - Campeonato Brasileiro
18/09/2016 - Cruzeiro 1x1 Atlético - Campeonato Brasileiro

Retrospecto em clássicos pelo Cruzeiro:

03/02/2013 - Cruzeiro 2x1 Atlético - Campeonato Mineiro
12/05/2013 - Atlético 3x0 Cruzeiro - Final do Campeonato Mineiro
19/05/2013 - Cruzeiro 2x1 Atlético - Final do Campeonato Mineiro
28/07/2013 - Cruzeiro 4x1 Atlético - Campeonato Brasileiro
13/10/2013 - Atlético 1x0 Cruzeiro - Campeonato Brasileiro
16/02/2014 - Atlético 0x0 Cruzeiro - Campeonato Mineiro
06/04/2014 - Atlético 0x0 Cruzeiro - Final do Campeonato Mineiro
13/04/2014 - Cruzeiro 0x0 Atlético - Final do Campeonato Mineiro
11/05/2014 - Atlético 2x1 Cruzeiro - Campeonato Brasileiro
21/09/2014 - Cruzeiro 2x3 Atlético - Campeonato Brasileiro
12/11/2014 - Atlético 2x0 Cruzeiro - Final da Copa do Brasil
26/11/2014 - Cruzeiro 0x1 Atlético - Final da Copa do Brasil
08/03/2015 - Cruzeiro 1x1 Atlético - Campeonato Mineiro
12/04/2015 - Atlético 1x1 Cruzeiro - Campeonato Mineiro
19/04/2015 - Cruzeiro 1x2 Atlético - Campeonato Mineiro

Que a reação comece pelo clássico

Douglas Zimmer*

Salve, China Azul!

Das frustrações às euforias e vice-versa, o torcedor cruzeirense já está se acostumando à grande quantidade de dúvidas que o atual time tem colocado no ar. Depois de uma bela sequência no Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro foi novamente derrotado no Mineirão e deixou escapar a chance de se distanciar da zona de rebaixamento. Esse tipo de situação praticamente resume o que foi e vem sendo a Raposa em 2016.


Agora, na sequência do campeonato, uma série de jogos complicados aguarda a equipe celeste. Espera-se que os jogadores que conseguiram se destacar recentemente voltem a fazer a diferença. Se ainda existem algumas posições que não possuem opções que sejam consideradas unanimidades, em outras, parece que não existem mais dúvidas.

Ábila e Arrascaeta voltam no clássico
(Créditos: Alexandre Loureiro/Light Press)

Para o clássico contra o Atlético, neste domingo, por exemplo, Mano Menezes terá de volta os gringos Arrascaeta e Ramón Ábila, que cumpriram suspensão na derrota para o São Paulo. Os dois vêm se mostrando muito eficientes e, consequentemente, importantes. O uruguaio, por exemplo, é o sexto jogador mais decisivo do Campeonato Brasileiro, com seis gols e sete assistências. E o desempenho dele, que, apesar de alguns lampejos, era bastante questionado na temporada passada, já o credencia a ser titular absoluto, sem que haja questionamentos.

Falta de regularidade em campo

Talvez uma das coisas que mais fizeram e fazem falta ao Cruzeiro neste ano seja exatamente jogadores que consigam manter uma sequência de boas apresentações, com convicção e apoio da torcida. O time titular, do goleiro ao atacante, começou a ser definido depois da metade do ano, o que, cá entre nós, dificulta qualquer trabalho. E olha que, mesmo assim, ainda tem muita gente deixando a desejar.

Sóbis ainda não convenceu na Raposa
(Créditos: Marcello Zambrana/Light Press)

Na minha opinião, o melhor a ser feito agora é trabalhar aqueles pilares que, com certeza, darão retorno em um futuro bem próximo para que a base do grupo não sofra tantas modificações, já tentando reforçar os pontos fracos. Unanimidades como Arrascaeta, Ábila, Henrique e, mais recentemente, Edimar devem ser aproveitadas ao máximo nesse momento de instabilidade, até para que os pontos fracos não fiquem tão expostos.

Resumindo, acredito que contamos com vários jogadores que têm capacidade para liderar esse grupo a um patamar mais elevado em breve. A começar pelo clássico deste domingo.

*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção Fala, Cruzeirense!