Volante esteve perto de clube português, mas acordo travou
após exame; na volta à Espanha não foi notada anormalidade

Vinícius Dias

Depois de chegar cercado de expectativa e disputar somente nove jogos, Lucas Silva deve ter uma segunda chance no Real Madrid. Emprestado ao Olympique de Marseille na temporada passada, o volante esteve perto do Sporting, de Portugal, no início de julho. Uma alteração de ritmo cardíaco detectada durante os exames médicos, no entanto, travou o negócio. A expectativa é de que o brasileiro volte a fazer treinos com o restante do elenco merengue nas próximas semanas.


Por precaução, desde que voltou da capital portuguesa, o ex-cruzeirense vem realizando exercícios em separado sob a supervisão de membros da equipe médica do clube de Madrid. Exames também foram repetidos e, a princípio, não foi constatada anormalidade. Com isso, há possibilidade de reintegração gradativa a partir de setembro.

Em 2014, Lucas Silva foi Bola de Prata
(Créditos: Site Oficial do Cruzeiro/Divulgação)

Segundo o Blog Toque Di Letra apurou, a projeção nos bastidores é de que o brasileiro ganhe espaço na segunda metade da temporada. As três vagas de extracomunitários do Real são atualmente ocupadas por Danilo, Casemiro e James Rodríguez. O meia colombiano, contudo, tem processo alinhavado para obtenção de passaporte europeu ainda neste ano, o que abriria vaga para Lucas Silva, inclusive com a possibilidade de inscrição na sequência da Liga dos Campeões.

Histórico no Cruzeiro

Personagem de uma das maiores vendas da história da Raposa, o volante fez 93 partidas e marcou quatro gols na equipe profissional entre 2012 e 2015. Nesse período, conquistou um título estadual, em 2014, e foi duas vezes campeão brasileiro.


Game reunirá América, Atlético e Cruzeiro pela primeira vez;
dirigente do Coelho comemora presença inédita: 'Muito legal'

Vinícius Dias

Os fãs mineiros do game Pro Evolution Soccer têm motivos para festejar. De forma inédita, a edição de 2017 vai reunir América, Atlético e Cruzeiro, permitindo ainda que os clássicos virtuais tenham o Mineirão como palco. CBF e Konami, empresa responsável pela produção do PES, formalizaram acordo nessa segunda-feira. Com narração de Milton Leite e versões para PS3, PS4, Xbox 360, Xbox One e PC, o título será oficialmente lançado no Brasil no dia 13 de setembro.

Duelo virtual entre Palmeiras e Atlético
(Créditos: PES 2017/Konami/Reprodução)

As primeiras imagens do Pro Evolution Soccer 2017 com o Campeonato Brasileiro foram divulgadas pela Konami na tarde dessa segunda-feira. O trailer apresentado nas redes sociais registra, por exemplo, um confronto de exibição entre Palmeiras e Atlético - representado no game pela quinta temporada consecutiva.

Cerimônia do título nacional no game
(Créditos: PES 2017/Konami/Reprodução)

Em outro trecho, o troféu do Campeonato Brasileiro é erguido de forma demonstrativa pelo capitão do Cruzeiro - uma das equipes presentes na série desde 2011. Nas imagens, também é possível notar que o uniforme utilizado pelos goleiros, tal como o modelo principal dos atletas, segue o padrão da coleção vigente.

A primeira vez do Coelho

No América, a inédita presença no PES é motivo de comemoração. "Para a instituição, é muito legal", destaca o superintendente geral Paulo Assis ao Blog Toque Di Letra. "Essas ações fazem parte de um planejamento de divulgação e valorização da marca", completa, vendo o fato como pontapé inicial para a retomada do projeto de internacionalização.


Parcial da venda de ingressos divulgada nessa sexta-feira pelo
clube estrelado apontou mais de 42 mil torcedores garantidos

Vinícius Dias

Depois de um intervalo de 35 dias, o Cruzeiro voltará a atuar no Mineirão neste domingo. A expectativa é de que o confronto com o Santa Cruz, a partir das 11h, marque também o recorde de público da equipe estrelada nesta temporada. Até aqui, a melhor marca foi registrada ante o Vitória: válida pela 13ª rodada do Campeonato Brasileiro, a partida reuniu 43.821 torcedores no Gigante da Pampulha.

Recorde de público diante do Vitória
(Créditos: Juliana Flister/Light Press)

De acordo com a parcial da venda de ingressos divulgada pela Raposa na tarde dessa sexta-feira, 42.512 cruzeirenses já asseguraram presença no Mineirão. Após 21 rodadas, o clube tem a quinta maior média do torneio nacional, com quase 21 mil torcedores por duelo. Um público pagante na faixa de 50 mil neste domingo, por exemplo, valerá a ascensão à terceira posição do ranking.

Maiores públicos celestes no ano:

03/07 - Cruzeiro 2x2 Vitória - 43.821 pagantes
24/04 - Cruzeiro 0x0 América -35.214 pagantes
11/07 - Cruzeiro 0x3 Atlético/PR - 32.042 pagantes
17/02 - Cruzeiro 3x4 Fluminense - 21.118 pagantes
28/02 - Cruzeiro 1x1 América - 19.622 pagantes


Treinador tem se dedicado a período de estudos em clubes do
continente; roteiro passa por Real Madrid, Lyon e Fenerbahçe

Vinícius Dias

Encerrada sua primeira experiência como treinador, à frente do Cruzeiro, Deivid tem se dedicado, por ora, a um período de intercâmbio no futebol europeu. A iniciativa tem como foco a troca de experiências com atletas e comissões técnicas de clubes do continente, especialmente em relação às metodologias de treinamento. A primeira parada foi no Real Madrid, onde Deivid foi recebido por Roberto Carlos, hoje diretor institucional do clube. No momento, está em Lyon, na França.


"Temos visto todos os treinos e jogos (da equipe) e temos trocado ideias diariamente com os membros da comissão técnica do profissional e alguns atletas, como o (lateral brasileiro) Rafael, que a cada treino faz questão de nos passar o que sentiu", comenta ao Blog Toque Di Letra. O treinador está na cidade do lado do preparador físico Daniel Félix, ex-Flamengo. Os dois têm como anfitriões Cláudio Caçapa, hoje auxiliar técnico do Lyon, e Cris, que comanda a equipe sub-19.

Daniel Félix e Deivid em visita ao Lyon
(Créditos: Arquivo Pessoal/Deivid de Souza)

Conforme a programação inicial, o intercâmbio se estenderá por mais três semanas. Os próximos destinos serão Portugal e Turquia. O roteiro inclui visitas às instalações do Fenerbahçe, clube turco que Deivid defendeu por cinco temporadas, e dos lusitanos Sporting Braga, Porto e Estoril, equipe comandada pelo brasileiro Fabiano Soares.

Aprendizado na Europa

A oportunidade de reviver o dia a dia do futebol europeu, agora fora dos campos, é especial para Deivid. "Está sendo fantástico. Estudar é sempre muito importante e complementar o que vivi aqui como jogador com toda essa teoria está sendo muito gratificante", avalia. "Tenho reforçado alguns conceitos que já tinha e agregado outros. Acredito que esse é o caminho para me tornar um profissional melhor", completa.

Ao lado de Roberto Carlos, em Madrid
(Créditos: Arquivo Pessoal/Deivid de Souza)

A relação do iguaçuano com o Cruzeiro teve seu capítulo inicial em 2003, quando o então atacante integrou o elenco da Tríplice Coroa. Vendido ao francês Bordeaux ainda na temporada 2003-2004, passou 12 anos longe do clube. O retorno, no posto de auxiliar, ocorreu no último ano, quando trabalhou com Luxemburgo e Mano Menezes. Promovido em dezembro, o treinador comandou a Raposa em 17 jogos oficiais, com dez vitórias, cinco empates e duas derrotas.


Herói do inédito ouro olímpico, arqueiro se destacou em duelo
diante do Cruzeiro; noite teve Tite e Rogério Micale na plateia

Vinícius Dias

Herói do inédito ouro olímpico, no último sábado, no Maracanã, o goleiro Weverton utilizou Belo Horizonte como atalho para vestir a amarelinha. O enredo da surpreendente primeira convocação aos 28 anos passou pelas presenças de Tite e Rogério Micale na partida entre Cruzeiro e Atlético/PR, em julho, no Mineirão. Em coletiva durante o intervalo, Tite chegou a ser questionado sobre uma possível presença do cruzeirense Fábio em listas futuras. Mas foi o arqueiro atleticano quem brilhou.


A apresentação de Weverton na vitória rubro-negra foi motivo de elogios em rápido diálogo entre os treinadores ainda em camarote do Gigante da Pampulha. "Ele fez uma partida muito boa (diante do Cruzeiro). Futebol é oportunidade", sintetiza o mineiro Carlos Alberto Silva, técnico da seleção entre 1987 e 1988, que acompanhou aquele duelo ao lado de Tite, Micale, do coordenador de seleções Edu Gaspar e dos comandantes das equipes nacionais sub-15 e sub-17.

Weverton teve ótima atuação no Mineirão
(Créditos: Gustavo Oliveira/Site Oficial/Atlético-PR)

A convocação da seleção olímpica havia saído duas semanas antes, tendo Fernando Prass e Uilson como opções para o gol. Entretanto, a cinco dias da estreia, em Brasília, diante da África do Sul, o palmeirense foi cortado devido a uma fratura no cotovelo. Mesmo inicialmente fora da pré-lista de 35 nomes, Weverton herdou a vaga e, em seis partidas como titular com Rogério Micale, sofreu apenas um gol.

Vaga na seleção principal

Da seleção olímpica à principal, menos de 48 horas se passaram. Na lista oficializada na segunda-feira, o camisa 12 do Atlético/PR faz companhia a Alisson, da Roma, e Marcelo Grohe, do Grêmio. Além do desempenho na caminhada do ouro e do perfil pessoal, Tite listou a regularidade no clube para explicar a convocação. "Ele já vinha fazendo grandes campeonatos", afirmou o treinador, que fará a estreia na próxima quinta-feira, diante da seleção equatoriana, em Quito.

Atlético: seleção em preto e branco

Alisson Millo*

Por acreditar e, sobretudo, por comemorar vários títulos, o Atlético subiu bastante de patamar nesses últimos anos. Antes com elencos medianos, que se traduziam em times com poucas perspectivas, o Galo agora tem a oportunidade de lutar por troféus nacionais e internacionais e contar com diversos craques e jogadores de seleções. Nesta semana, por exemplo, o volante Rafael Carioca foi chamado por Tite. Justiça com um dos melhores meio-campistas do Brasil.


Além do camisa 5, outros três jogadores do alvinegro foram convocados neste mês. O meia Otero, que ainda busca espaço no Atlético, é o camisa 10 e nome frequente na seleção da Venezuela, por exemplo. Lucas Pratto foi chamado pela primeira vez para atuar pela seleção argentina. Ainda em recuperação de lesão, o zagueiro Erazo figurava na lista do Equador, mas acabou cortado na sequência.

Pratto: goleador de sotaque argentino
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Lucas Pratto merece um parágrafo à parte. Tendo jogadores como Tevez, Higuaín, Palacio, Icardi e outros grandes nomes à disposição, receber uma chance na seleção argentina logo após uma lesão reafirma a qualidade do atacante atleticano. Raçudo, finalizador nato e com muita aplicação tática, Pratto tem tudo para se firmar com Bauza e receber novas chances. Bom para valorizar ainda mais o jogador que deve render um bom dinheiro ao Atlético na sequência.

Dois campeões olímpicos

No último sábado, Douglas Santos e Uilson conquistaram o ouro olímpico no Rio de Janeiro. Reconhecido pela eficiência ofensiva, o lateral-esquerdo foi titular ao longo de toda a edição das Olimpíadas, demonstrando ainda muita qualidade no aspecto defensivo - em seis partidas, a seleção sofreu somente um gol. Uilson não chegou a atuar, mas é cria da base do Galo e participar de um título inédito como esse não é para qualquer um. Então, deve ser valorizado.

Douglas Santos com o ouro olímpico
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Além da dupla olímpica, o elenco conta com atletas que foram a Copas do Mundo. Victor, Robinho e Fred fazem parte do seleto grupo de jogadores que estiveram em um Mundial pela seleção pentacampeã. O camisa 7, por sinal, conquistou a Copa América de 2007 - foi eleito craque do torneio, inclusive -, além de duas Copas das Confederações. Fred também estava em 2007 e ainda foi campeão da Copa das Confederações, em 2013, com direito a gol na decisão diante da Espanha.

Mais nomes selecionáveis

Com participações esporádicas, Marcos Rocha, o capitão Léo Silva, Fábio Santos e Carlos Eduardo também já tiveram a honra de atuar na seleção. Cazares, por sua vez, disputou a Copa América deste ano pelo Equador e deve ter novas chances após se recuperar de lesão e voltar a brilhar pelo Galo. E se a Argentina agora convoca Lucas Pratto, no passado foi Dátolo quem teve oportunidades.

Cazares: talento equatoriano em BH
(Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG)

Mesmo tendo no elenco 15 atletas com passagens por seleções principais ou olímpicas de seus países, o atleticano jamais deve invocar a 'Selegalo'. Esse termo remete a uma etapa malsucedida da história que, espero, não se repetirá. Que o Atlético siga brigando por títulos, atraia cada vez mais craques e seja cada vez maior.

*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
Goleiro titular e atual capitão da seção Fala, Atleticano!


Com mais três pódios conquistados na edição de 2016, judô se
afirma como modalidade de mais sucesso em história olímpica

Vinícius Dias

Mesmo não tendo atingido a meta traçada pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB), a delegação tupiniquim fez história ao conquistar sete ouros, seis pratas e seis bronzes no Rio de Janeiro. O melhor desempenho registrado em 96 anos de Olimpíadas foi também fundamental para que, somadas as quatro edições mais recentes, o país praticamente igualasse o número de medalhas alcançadas ao longo das oito primeiras décadas de participação nos chamados Jogos de Verão.


Do debut verde e amarelo em Olimpíadas, na edição de 1920, realizada na cidade belga de Antuérpia, aos Jogos da australiana Sydney, em 2000, o retrospecto aponta 66 medalhas conquistadas em 80 anos: 12 ouros, 19 pratas e 35 bronzes. De Atenas, em 2004, ao Rio de Janeiro, emplacando suas quatro melhores participações na competição em um intervalo de 12 anos, os representantes do Brasil alcançaram 62 medalhas: 18 ouros, 17 pratas e 27 bronzes.

Isaquias Queiroz: três medalhas no Rio
(Créditos: Roberto Castro/Brasil2016.gov.br)

A edição recém-encerrada teve 71 participações de brasileiros nas finais - em Londres, há quatro anos, foram 36 - e também marcou o recorde de modalidades no pódio: 19 medalhas obtidas em 12 esportes. No enredo, capítulos como os inéditos ouros no futebol, boxe e salto com vara, com direito a recorde olímpico; prata no tiro esportivo após 96 anos; e os três primeiros pódios da canoagem olímpica, coroando Isaquias Queiroz como maior medalhista do país em uma edição.

Esportes com mais pódios olímpicos:

Judô (22) - quatro ouros, três pratas e 15 bronzes
Vela (18) - sete ouros, três pratas e oito bronzes
Atletismo (16) - cinco ouros, três pratas e oito bronzes
Vôlei de praia (13) - três ouros, sete pratas e três bronzes
Natação (13) - um ouro, quatro pratas e oito bronzes


Da marcha atlética feminina ao decatlo, trajetórias de cinco
ouros dos Jogos de 2016 tiveram capítulos na cidade mineira

Vinícius Dias

Cenário escolhido por delegações de atletismo de sete países para a reta final de preparação olímpica, a cidade de Juiz de Fora pontuou também o primeiro capítulo em solo brasileiro de trajetórias que, na sequência, o Rio de Janeiro coroou. Conforme levantamento realizado pelo Blog Toque Di Letra, 11 provas de atletismo tiveram entre os medalhistas competidores que passaram pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). 16 atletas subiram ao pódio ao longo de dez dias.


Após a fase de aclimatação na cidade mineira, as equipes da China - dois ouros, duas pratas e dois bronzes - e do Canadá - um ouro, uma prata e quatro bronzes - conquistaram seis medalhas cada. Eslováquia e Estados Unidos conquistaram um ouro cada, enquanto o Catar teve uma prata. A lista tem personagens como a revelação canadense Andre de Grasse, que conquistou duas medalhas em provas individuais e outra no revezamento 4x100 metros masculino, e o estadunidense Ashton Eaton, bicampeão no decatlo em solo carioca.

Ashton Eaton: ouro no decatlo no Rio
(Créditos: Estela Loth/UFJF/Divulgação)

Entre os dias 22 de julho e 17 de agosto, quase 150 atletas utilizaram a estrutura da Faculdade de Educação Física e Desportos (Faefid). Ainda no contexto olímpico, as delegações estrangeiras foram parceiras da UFJF na organização do Congresso de Ciência do Esporte, que aconteceu no início do mês. O evento contou com palestras de oito atletas e dez integrantes das comissões técnicas.

Medalhistas - por ordem de disputa:

Wang Zhen (CHN) - marcha 20 km masculina - ouro
Cai Zellin (CHN) - marcha 20 km masculina - prata
Brianne Eaton (CAN) - heptatlo - bronze
Andre de Grasse (CAN) - 100 m masculino - bronze
Zhang Wenxiu (CHN) - martelo masculino - prata
Dong Bin (CHN) - salto triplo masculino - bronze
Derek Drouin (CAN) - salto em altura masculino - ouro
Mutaz Barshim (CAT) - salto em altura masculino - prata
Ashton Eaton (EUA) - decatlo - ouro
Damian Warner (CAN) - decatlo - bronze
Andre de Grasse (CAN) - 200 m masculino - prata
Matej Tóth (ESQ) - marcha 50 km masculina - ouro
Liu Hong (CHN) - marcha atlética feminina - ouro
Lu Xiuzhi (CHN) - marcha atlética feminina - bronze
Revezamento 4x100 m masculino do Canadá - bronze

Há vida: o legado do ouro olímpico

Vinícius Dias

Seis décadas após a estreia olímpica do futebol brasileiro, o hino nacional ditou o ritmo do Maracanã nesse sábado à noite, coroando o inédito ouro vindo da vitória sobre a Alemanha, nos pênaltis, por 5 a 4. Longe de ser revanche ou de indicar que as feridas escancaradas pelo fracasso na Copa de 2014 estão resolvidas, mas perto de sinalizar um caminho em campo. Como bem disse o comandante Rogério Micale em entrevista pós-jogo ao SporTV: "nosso futebol está vivo".


O sonho enfim transformado em conquista passa pelos pés de Neymar e pelas mãos de Weverton, mas é coletivo sobretudo. Com a marca de um técnico especialista em futebol de base. Quatro atacantes, com talento e movimentação, no time de melhor defesa da competição. Renato Augusto destruindo e propondo simultaneamente. Se, apesar da evolução duelo a duelo, a seleção não foi brilhante por 120 minutos, parece ter pelo menos reconquistado o voto de confiança do torcedor.

Weverton e Neymar: ícones da decisão
(Créditos: Ricardo Stuckert/CBF/Divulgação)

E, com ele, tentará fazer história. Ao longo do tempo, o grande exemplo nacional de transição é o da equipe de 1988: sete dos 18 convocados por Carlos Alberto Silva foram a pelo menos uma Copa na década seguinte - cinco estiveram no tetra em 1994. Gabriel Jesus, pinçado por Guardiola; Gabriel Barbosa e Luan, alvos de gigantes; além de Neymar e Marquinhos, de Barcelona e PSG, personificam um presente com cara de futuro a ser moldado por Tite para repetir o feito.

Nem revanche, nem resolução dos problemas de bastidores.
O grande legado das Olimpíadas é o sinal de vida em campo.


Finalista nos Jogos de Seul com uma seleção que tinha Taffarel
e Romário, ex-treinador vê time preparado para título inédito

Vinícius Dias

Em 1988, em Seul, Carlos Alberto Silva viu seus comandados liderarem a chave que tinha Austrália, Iugoslávia e Nigéria, eliminando a Argentina nas quartas de final e a Alemanha Ocidental na semifinal, com direito a gol de Romário e três pênaltis defendidos por Taffarel. Na decisão, entretanto, a poderosa União Soviética pôs fim ao sonho dourado do futebol brasileiro. 28 anos depois, a expectativa do ex-treinador mineiro é de que o Brasil, enfim, chegue ao topo do pódio neste sábado. A final contra a Alemanha começa às 17h30, no Maracanã.


"A seleção que hoje vai disputar a medalha de ouro é muito boa. A vitória depende do momento, da concentração. Respeitando a equipe adversária, eu sinto que o Brasil tem totais condições de conseguir", afirma ao Blog Toque Di Letra. Com 77 anos e uma história de mais de três décadas no futebol, Silva crê que, até aqui, o objetivo foi cumprido. "O início de toda competição é muito difícil", pontua ao ser questionado sobre os empates contra África do Sul e Iraque, em Brasília.

Neymar e Gabriel Jesus: dupla dourada
(Créditos: Lucas Figueiredo/MoWA Press)

O duelo desta tarde marca o reencontro entre Brasil e Alemanha 774 dias após o 7x1 na Copa de 2014, no Mineirão. Apesar da relevância do título olímpico, inédito para duas das seleções mais vezes campeãs mundiais, o ex-treinador rejeita o rótulo de revanche. "O Brasil não pode ir com esse intuito. Tem que pensar que vai disputar uma medalha. O que já passou não volta. É preciso ter uma melhoria no futebol brasileiro para enfrentar ocasiões como essa e saber distinguir", argumenta.

Prata e legado em Seul

A exemplo do enredo desta edição, Carlos Alberto teve dificuldades para fechar a lista olímpica em 1988. "Dois jogadores (Ricardo Gomes e Valdo) que pertenciam ao Benfica não foram liberados. Alguns tiveram pequenos problemas físicos", diz. O maior legado, além da prata, foi a oportunidade para sete atletas que, a seguir, disputariam Copas do Mundo. "A seleção deixou uma imagem muito boa, e cumprimos o nosso papel", considera o mineiro, acreditando que a trajetória possa se repetir, no futuro, com os comandados de Rogério Micale.

Carlos Alberto Silva em visita à CBF
(Créditos: CBF TV/Reprodução)

Embora naquele período fosse vedada a convocação de jogadores que já tivessem atuado em Copa do Mundo - regra que tiraria Neymar da atual disputa, por exemplo -, o time de Seul é tido como o melhor da história olímpica do Brasil. "Era uma seleção muito boa, os atletas me entenderam bem", concorda o ex-comandante. "No último jogo, infelizmente, tivemos falhas por parte da administração que dificultaram a conquista", avalia. A expectativa é de um sábado perfeito. E dourado.

Hora de prestigiar a base celeste

Douglas Zimmer*

Salve, China Azul!

Na última segunda-feira, o torcedor cruzeirense recebeu uma notícia que não faz parte de seu cotidiano: terá de ficar sem o capitão do time e ídolo do clube por, pelo menos, oito meses. Fábio rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito em disputa de bola no duelo contra o Coritiba e não jogará mais pelo Cruzeiro em 2016. O torcedor, automaticamente, se pergunta: e agora?


Após essa inesperada baixa do titularíssimo camisa 1, o torcedor celeste começa inevitavelmente a se questionar sobre quem irá substituí-lo nesse longo período. Será que a reposição está entre os goleiros formados nos gramados da Toca I e que estão, hoje, no elenco comandado pelo técnico Mano Menezes? Ou a diretoria precisa ir ao mercado urgentemente e filtrar as poucas opções que ainda sobram e, assim, contratar um novo goleiro? Vejamos os cenários.

Fábio: desfalque por oito meses
(Créditos: Pedro Vilela/Light Press)

Como substitutos imediatos, por ora, temos Rafael, que se recupera de lesão recente em dedo da mão direita; Elisson, que acaba de retornar de empréstimo ao Coritiba; e Lucas França, que foi titular na partida com o Corinthians, quando Fábio estava suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Em comum aos três, o fato de serem crias da base estrelada. Lucas, pelo menos nesse primeiro momento, aparece como candidato mais provável a segurar o rojão, embora seja, aos 20 anos, menos experiente do que os seus concorrentes.

Primeira opção de Mano

Na estreia, em pleno Pacaembu, o garoto não teve culpa no gol marcado pelo Corinthians logo no começo do jogo e conseguiu vencer a ansiedade com o passar do tempo. Quase cometeu uma falha terrível em um chute despretensioso, contudo conseguiu se recuperar a tempo de evitar o gol adversário. Não fosse a situação delicadíssima da equipe no Campeonato Brasileiro, eu cravaria com toda a certeza que o momento seria ideal para dar cancha ao garoto.

Lucas França estreou no Pacaembu
(Créditos: Marcello Zambrana/Light Press)

Quanto aos demais goleiros, penso que, mesmo sendo mais experientes, sofrem do mesmo problema que Lucas: a natural falta de ritmo de jogo. Quando se é reserva de um mito como é Fábio, é bem normal ficar muito tempo só treinando. E é nessa hora que o atleta deve estar pronto para assumir a bronca e colocar em prática tudo o que treinou.

Alternativas no mercado

Se a diretoria resolver ir ao mercado, coisa que creio que não ocorrerá, as alternativas são escassas. Entre as principais opções, hoje, estão Helton, recém-saído do Porto, de Portugal; Paulo Victor, do Flamengo; Renan, do Goiás; e Walter, do Corinthians. Qualquer um dos quatro, a meu ver, não traz a carga de confiança necessária para chegar e assumir a titularidade. Além disso, à exceção de Renan, que nunca foi um goleiro extraordinário, os demais não têm atuado com a frequência ideal e teriam que adquirir o ritmo em pouco tempo.

De volta, Elisson é opção para Mano
(Créditos: Coritiba F.C./Divulgação)

Na minha opinião, a menos que a diretoria veja um nome incontestável no mercado, é hora de Mano conversar com os garotos e, em primeiro lugar, passar tranquilidade para eles. Ao mesmo tempo, consertar a equipe, em especial o setor defensivo, para que quem venha a entrar no time tenha mais segurança. Como já afirmei, o principal problema não é só substituir um monstro como Fábio, mas também entrar no time na situação em que ele se encontra.

E você, caro leitor? Qual é a sua opinião?

*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção Fala, Cruzeirense!


Projeção é de que competição do eixo Sul-Minas-Rio registre
arrecadação superior a R$ 50 milhões em sua nova temporada

Vinícius Dias

Embora haja nos bastidores das federações, principalmente por parte de equipes do interior, o receio de que o sucesso da Primeira Liga se traduza em desvalorização dos estaduais do eixo Sul-Minas-Rio, interlocutores do grupo falam em busca por "dinheiro novo". A expressão marca o trabalho por aumento simultâneo das receitas referentes à Copa da Primeira Liga e aos estaduais. Por ora, ambos têm cenário em aberto em relação à venda dos direitos de transmissão, por exemplo.


No Rio de Janeiro, as negociações visando à renovação têm esbarrado em exigências feitas pelo Flamengo. Em Minas Gerais, ainda sem ofertas, há articulação por acréscimo de 100% nas bases do contrato que vigorou de 2012 a 2016. Nos dois casos, a exemplo da Primeira Liga, que segundo o Blog Toque Di Letra revelou aguarda o diálogo com a TV para bater o martelo sobre o formato e definir os grupos da Copa, a expectativa é por novidades após as Olimpíadas.

Neste ano, Fluminense foi o campeão
(Créditos: Mailson Santana/Fluminense F.C.)

Esboço feito no primeiro semestre pelo comitê de cotas de TV da Primeira Liga previu arrecadação de, pelo menos, R$ 50 milhões na próxima edição da competição - em perspectiva mais otimista, atingiria R$ 80 milhões -, tendo como principal fonte os direitos de transmissão. "Para dar certo, o que vai financiar o torneio, do ponto de vista da TV, terá que ser dinheiro novo. Não pode alterar essa estrutura financeira dos campeonatos que já estão consolidados", pontuou um dirigente.

Primeira edição esvaziada

Com clima de incerteza até a última hora, a entidade trabalhou com cifras mais modestas em sua estreia. Antes de os primeiros acordos comerciais serem fechados, os clubes adotaram sistema de contribuições mensais de R$ 20 mil para manutenção dos trabalhos, por exemplo. Os jogos ficaram restritos à TV fechada, rendendo R$ 5 milhões. O principal acordo relativo às placas de publicidade, com cervejaria que exibiu a marca a partir da 2ª rodada, foi fechado por R$ 280 mil.