Cruzeiro cede fatia e define retorno de Zé Eduardo

Vinícius Dias

Publicada em 21/09/2020, às 23h50


Autor de nove gols em dez partidas oficiais nesta temporada, Zé Eduardo está de volta ao Cruzeiro. O retorno do atacante, que estava emprestado ao América/RN até fevereiro de 2021, foi definido pela cúpula celeste na noite desta segunda-feira. Conforme o Blog Toque Di Letra apurou, a título de compensação, o clube potiguar ficará com 15% dos direitos econômicos do jovem, de 20 anos. Com isso, o Cruzeiro manterá 65%.


Zé Eduardo está de volta ao Cruzeiro

(Créditos: Canindé Pereira/América FC)

A exemplo do que ocorreu na ida para o América/RN, clube do coração de Zé Eduardo, o desejo do jogador foi decisivo para o retorno. Com contrato até janeiro de 2021, Zé Eduardo chegará à Toca II com vencimentos reajustados e a expectativa de, enfim, estrear profissionalmente pelo Cruzeiro. Neste ano, o atacante soma quatro gols pelo Villa Nova durante o Mineiro e outros cinco pela equipe de Natal, somando estadual e Copa do Brasil.


Aval de Adilson, recusa de Enderson


Após ter o retorno ao Cruzeiro dado como certo na era Adilson Batista, a situação de Zé Eduardo teve uma reviravolta após a chegada de Enderson Moreira. Novamente fora dos planos, o atacante viu a diretoria recusar propostas da Chapecoense e do Gil Vicente, de Portugal, antes de abrir mão de parte dos salários e acertar com o América/RN. Agora, com Ney Franco, enfim, realizará o sonho de vestir a camisa celeste.

A crise do novo velho Cruzeiro: entre mitos e heróis

Vinícius Dias
Publicada em 30/08/2020, às 8h50

Segunda derrota no Mineirão na Série B. No quarto jogo consecutivo sem vitória. Com um primeiro tempo desastroso diante do América, tendo Ariel Cabral e Henrique, dupla do rebaixamento, como titulares depois de o torcedor passar a semana ouvindo elogios ao volante Jadsom. Com Giovanni mal na esquerda, que já teve tudo, menos lateral. E, como se não bastasse, com entrevista pós-jogo de patrocinador cobrando a demissão do treinador. A crise que parece ser produto do futebol, na prática, é a crise de um Cruzeiro em que tem sobrado política e faltado bola.


É bem verdade que, passados cinco meses, o trabalho de Enderson Moreira é questionável. O time que antes vencia sem convencer agora sequer vence. Com um elenco, apesar de tecnicamente limitado, capaz de produzir mais. Mas também é verdade que o Cruzeiro não é S.A. nem tem dono e que pressão de patrocinador é cena digna de várzea. Em um futebol com mentalidade cada vez mais profissional e decidido nos mínimos erros, contratar e demitir sob pressão é dar ao futuro o selo do fracasso. Ainda que o discurso ecoe justamente o que o torcedor quer ouvir.

Patrocinador quer troca de treinador
(Créditos: Igor Sales/Cruzeiro E.C.)

A fragilidade da chancela irrestrita ao herói 'que paga as contas' é o esquecimento seletivo da perda de seis pontos - que deixariam o Cruzeiro a um ponto do G4 - por dívidas e do apoio ao treinador responsável pela montagem do time eliminado na primeira fase do estadual após 62 anos. É simbólico que a maior crise vivida pela atual gestão surja, justamente, pela voz de seu maior parceiro. Porque, agora, o presidente vive o dilema entre demitir o pressionado treinador e terceirizar o clube ou manter a convicção carregando o peso de ter contrariado todo mundo.

Sem mitos, o torcedor segue sonhando com um novo herói.
Mas, na hora H, acorda na crise de um novo velho Cruzeiro.