Douglas Zimmer*
Salve,
China Azul!
Meus
amigos, estamos há um passo de levantar pela sexta vez a Copa do Brasil.
Encontramo-nos literalmente a 90 minutos de segurar a taça com as duas mãos e
podermos dizer: é nossa. É nossa não só porque, caso aconteça, seremos os
campeões de 2018, mas também porque somos, sem sombra de dúvidas, o clube que
mais se identifica com essa competição que sabe ser emocionante como poucas. A
Copa já está em casa, tendo em vista que somos os atuais campeões. Temos a
nobre e muito difícil tarefa de manter o caneco por mais um ano na Toca da
Raposa.
Como
o Cruzeiro e o cruzeirense amam essa competição! E não é só por agora estarmos
em vias de disputar mais uma decisão. O torcedor celeste vive e transpira a
Copa do Brasil sempre que as cores de nosso amado clube estão envolvidas na
disputa. Todo cruzeirense apaixonado tem pelo menos uma boa história para
contar sobre as memórias do torneio. Talvez alguns se lembrem, com sabor amargo
nas palavras, dos insucessos, das conquistas que bateram na trave e das
eliminações doloridas. Tudo isso faz parte da vida e não teria como ser
diferente na trajetória de um clube.
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Cruzeiro mira o hexa da Copa do Brasil (Créditos: Cristiane Mattos/Light Press/Cruzeiro) |
Tenho
certeza, no entanto, de que os olhos do torcedor brilharão para falar sobre as
nossas conquistas. Os mais vividos contarão sobre como Roberto Gaúcho foi
buscar uma bola quase perdida na linha de fundo para, depois, mandar um
cruzamento na cabeça de Cleison, que desempatou uma final encardida contra o
Grêmio, em 1993, arrancando o grito de campeão da torcida que lotava o Mineirão
e acompanhava o jogo nos quatro cantos do Brasil, acabando com 27 anos de jejum
de títulos nacionais. Um fato memorável depois da terrível década de 1980.
Do Parque Antártica ao Mineirão
Com o
primeiro título, o cruzeirense tomou gosto pela Copa e passou a desejá-la cada
vez mais. Com o passar dos anos, vieram novas conquistas. Em 1996, veio o
primeiro e único título comemorado fora de casa. Derrotamos o poderoso
Palmeiras na grande final, com direito a virada no Parque Antártica depois de
um empate no primeiro jogo. Em 2000, foi a vez de conquistarmos o nosso título
mais sofrido. Pelo menos em termos de final. É praticamente impossível que
algum dos amigos leitores ou dos demais milhões de felizardos em torcer pelo
Maior de Minas não se lembre do gol de falta de Giovanni já no apagar das
luzes, virando a partida contra o São Paulo, em Belo Horizonte, e garantindo o
tricampeonato.
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Raposa comemorou bi em São Paulo (Créditos: Site Oficial do Cruzeiro/Arquivo) |
Três
anos depois, um dos maiores times que o futebol brasileiro já produziu deixou a
vitória no primeiro jogo escapar aos 48' do segundo tempo, no Maracanã, mas não
tomou conhecimento do Flamengo no confronto de volta. Em uma das partidas mais
emblemáticas dos comandados de Vanderlei Luxemburgo, com três gols de cabeça
ainda no primeiro tempo, o Cruzeiro não tomou conhecimento do adversário e os
mais de 80 mil presentes no Gigante de Pampulha comemoraram nosso quarto
troféu.
Do fim do jejum à luta pelo hexa
Passaram-se
longos 14 anos. Nesse intervalo, tivemos grandes times. Vivemos o sonho em 2013
e 2014. Brigamos no topo em quase tudo o que disputamos. Mas a nossa tão íntima
amiga se mostrava distante e insistia em não voltar aos nossos braços. No ano
passado, contrariando quase todos os prognósticos, superamos excelentes equipes
durante a campanha e, na decisão, vencemos o drama das penalidades máximas
depois de dois empates com a bola rolando e conquistamos nosso penta diante do
Flamengo. Agora, outra vez estamos na grande final, com uma pequena, mas
importantíssima vantagem conquistada na semana passada.
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Na ida, Cruzeiro fez a festa em casa (Créditos: Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C.) |
Tudo
o que narrei até aqui, amigos, é história! Se, pela idade, tenho poucas
memórias das primeiras conquistas, as mais recentes estão absolutamente vivas
nas recordações e, em dias como hoje, vêm à tona a cada momento, me tiram o
sono e me fazem ansiar quase que desesperadamente pelo novo título.
Evidentemente, não será apenas mais um jogo. Um dia, se tudo der certo, a
quarta-feira também será parte dessa pesquisa e estará junto com as demais
vitórias. Por ora, guerreiros, é a história sendo escrita. É o futebol vivo, o
Cruzeiro em toda a sua essência, corpo e alma em campo em busca de mais uma
página heroica, imortal e inesquecível.
Força,
Cruzeiro!
Nossos
corações estarão todos em Itaquera, lutando com você.
*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção Fala, Cruzeirense!