Alexandre Oliveira
Há
algum tempo, as montanhas de Minas Gerais oferecem preciosidades.
Historicamente, o estado do minério de ferro contribuiu de forma decisiva para
o desenvolvimento do país. Apesar disso, no século XVIII, durante o processo de
modernização do Brasil, o ciclo do ouro transformou a região em cenário de
vários conflitos. Modernização rima com renovação, também no futebol.
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Afinal,
depois do fracasso na Copa do Mundo, o futebol brasileiro precisa passar por um
momento de renovação. E nada melhor do que seguir um exemplo de sucesso: o
futebol mineiro.
Dunga e Gilmar: caras novas na seleção (Créditos: Rafael Ribeiro/CBF/Divulgação) |
Desde
2012, quando o Atlético fez boa campanha no Brasileiro, os clubes mineiros
estão em ótima fase. Em 2013, o mesmo Atlético confirmou sua força no país e no
continente ao conquistar a Libertadores. Ainda no ano passado, o Cruzeiro
desbancou os principais rivais e venceu o Brasileirão, sem dificuldades. A
sequência do trabalho significou mais confiança e bom desempenho neste ano.
Esperança renovada
Certeza
de ótimos ventos, afinal, em sua primeira passagem pela seleção, Dunga mostrou
que estava atento ao futebol mineiro. Em 2006, o técnico convocou Fábio,
goleiro e capitão do Cruzeiro, logo em sua primeira lista, anunciada após a
demissão de Carlos Alberto Parreira. Na época, o meia-atacante Wágner, um dos
destaques do time azul estrelado, também fora convocado por Dunga.
Fábio: o símbolo do campeão Cruzeiro (Créditos: Gualter Naves/Light Press/Textual) |
No
ano seguinte, ainda como jogador do rival Atlético, o zagueiro Leandro Almeida
foi convocado pelo gaúcho - que, em 2008, o deixaria de fora da seleção
olímpica. Trajetória diferente da traçada por Ramires, do Cruzeiro. Depois de
participar da campanha que significou a medalha de bronze, em Pequim, o volante
ainda disputou a Copa do Mundo de 2014 e, a princípio, deve seguir no grupo
para 2018.
Ano novo, vida nova
Artilheiro
do Brasileiro, 42 gols na temporada. Depois de se destacar nos gramados
mineiros, Diego Tardelli também teve a sua primeira chance na seleção em 2009,
sob o comando do técnico Dunga. Um dos símbolos do título da Libertadores de
2013, e artilheiro da Recopa neste ano, o 'Dom Diego', como é apelidado pela
torcida, espera ter uma nova chance com a camisa canarinho. Embora estará com
33 anos na próxima Copa, Tardelli pode significar um toque de experiência
importante para uma seleção que passa por renovação.
Tardelli: goleador a serviço do Atlético (Créditos: Bruno Cantini/Flickr/Atlético-MG) |
Ao
lado dele, devem estar alguns jogadores do Cruzeiro, dono do melhor conjunto do
Brasil. Talvez seja tarde demais para Fábio e Dagoberto, por exemplo, mas
outros celestes surgem como 'apostas' para 2016 e 2018. Mayke e Lucas Silva são
ótimas opções para a seleção olímpica - que será comandada por Alexandre Gallo.
No time principal, Dedé e Éverton Ribeiro são os mais cotados, mas o artilheiro
do Brasileiro, Ricardo Goulart, corre por fora, e não seria surpresa.
A vez dos campeões!
Do
lado alvinegro, além de Victor e Jô, que disputaram o Mundial de 2014, devem
surgir outros bons nomes para Dunga. Marcos Rocha e Réver, por exemplo, podem
agregar experiência à equipe. Resta-nos torcer para que os mineiros mantenham o
(ótimo) nível para emplacar nomes na primeira convocação de Dunga, que
reestreia diante da Colômbia, em Miami, no dia 05 de setembro. E que o treinador,
como na história do desenho, busque seu ouro nas Minas.
Legal
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