Cruzeiro e staff de Éderson tentam diálogo

Vinícius Dias
Publicada em 31/01/2020, às 11h50

Em litígio na Justiça, Cruzeiro e Éderson, por meio de seu staff, tentam retomar o diálogo em busca de uma definição acerca do futuro do volante antes da primeira audiência trabalhista, conforme o Blog Toque Di Letra apurou. Com o encontro na Justiça remarcado para 19 de fevereiro, as partes estudam agendar reunião para a próxima semana. Nos bastidores, o clube cogita, até mesmo, a possibilidade de reintegração.

Éderson se destacou na reta final de 2019
(Créditos: Daniel Vorley/Light Press/Cruzeiro)

Fora da rotina de treinos na Toca da Raposa II desde 9 de janeiro, Éderson acionou o Cruzeiro na Justiça cobrando mais de R$ 2,6 milhões, entre salários, férias e FGTS. Detentor de 60% dos direitos econômicos do volante, que tem contrato válido até julho de 2023, o clube celeste posteriormente quitou parte das pendências. Alvo do Bahia, o prata da casa, de 20 anos, teve pedido de liminar para rescisão negado no início deste mês.

O Atlético e o peso da obrigação no estadual

Vinícius Dias
Publicada em 30/01/2020, às 11h20

Terça-feira, dia 28 de janeiro. Com sete recém-promovidos ao elenco profissional entre os titulares, o Cruzeiro entra em campo diante do Villa Nova, no Mineirão. Horas depois de o lateral-esquerdo Guilherme Arana, principal contratação do rival Atlético até o momento, desembarcar em Belo Horizonte. Reforço que custará cerca de R$ 23 milhões, o suficiente para pagar a folha cruzeirense por mais de um semestre, e que ajuda a explicar a noite dessa quarta-feira na Arena Independência.


Porque, no terceiro jogo oficial da temporada, o atleticano não vaiou o time que teve 70% de posse de bola, mas finalizou apenas cinco vezes - uma certa - e pouco ameaçou o organizado Coimbra, terminando em 0 a 0. Mas, sim, a expectativa de que, diante da disparidade de investimentos, o time sobre em campo. Isso porque o estadual que hoje é sonho para o interior, oportunidade para o América e pode virar prêmio extra na reconstrução do Cruzeiro, no caso do Atlético tem significado de obrigação.

Alvinegro tropeçou diante do Coimbra
(Créditos: Bruno Cantini/Agência Galo/Atlético)

Mesmo nas primeiras rodadas, quando a análise - inclusive a das arquibancadas, onde há paixão em excesso e razão em pitadas - deveria ponderar o peso do processo. Isso porque a chegada de um novo treinador, estreante no país em que efetivo e interino são quase sinônimos, significa um novo Atlético em construção. Com três semanas de trabalho e tendo feito partidas em nove dias, Dudamel tem um time inacabado não apenas em termos de nomes, mas principalmente de conceitos.

Vencer, vencer, vencer! Ideal no hino, obrigação no estadual.
Porque o Atlético inicia a temporada de 2020 com peso extra.

Atlético fecha parceria para mapear reforços

Vinícius Dias
Publicada em 27/01/2020, às 11h45

O Atlético acertou recentemente uma parceria com o portal Rede do Futebol. Com isso, o clube alvinegro agora conta com um banco de dados com mais de 400 mil jogadores do Brasil e do exterior cadastrados. Conforme o Blog Toque Di Letra apurou, os serviços serão utilizados, em especial, pelo departamento de futebol de base, encabeçado por Júnior Chávare. A empresa gaúcha é referência no segmento desde 2014.

Atlético já tem quatro reforços em 2020
(Créditos: Bruno Cantini/Agência Galo/Atlético)

Por meio da plataforma, é possível monitorar as movimentações nas janelas de transferências, gerar relatórios e avaliar estatísticas de desempenho dos atletas selecionados. O sistema ainda inclui informações detalhadas sobre contratos e registros dos atletas no Boletim Informativo Diário - BID. Entre os clientes do Rede do Futebol estão Grêmio, ex-clube de Chávare, o arquirrival Cruzeiro e o Athletico/PR, atual campeão da Copa do Brasil.

Acordo inclui mecanismo da Fifa

Além do banco de dados, o pacote contratado pelo Atlético conta com um software desenvolvido para potencializar as receitas advindas do mecanismo de solidariedade da Fifa. A ferramenta automatiza o processo de identificação de transferências de atletas revelados pelos clubes. Conforme as regras da Fifa, 5% do valor das negociações internacionais é destinado às agremiações pelos quais o jogador atuou entre 12 e 23 anos.

Galo começa bem! Mas se melhorar não estraga

Alisson Millo*
Publicada em 26/01/2020, às 11h30

Comemore, torcedor! O Galão voltou! Mais do que isso: voltou com vitória. O placar magro pode incomodar, mas no primeiro jogo da temporada a parte física pesa muito mais e, enquanto teve pernas, o Atlético jogou bem. O esquema com dois 'segundos volantes' deu mobilidade ao meio-campo, sem expor muito a defesa, principalmente no primeiro tempo.

O Uberlândia vem de uma preparação muito mais longa, por isso se impôs fisicamente na segunda metade da partida, mas a boa atuação dos três cabeças de área alvinegros e as limitações técnicas do adversário garantiram os primeiros três pontos desta temporada. Um dos poucos destaques positivos de 2019, Jair manteve o nível, Allan estreou bem e Zé Welison teve atuação discreta, o que vindo dele já é um avanço.

Além de Allan, outro que começou bem no Galo foi Hyoran. Aberto pelas pontas, ele criou e se movimentou bastante. Gabriel reestreou e atuou bem ao lado de Rever. Mas o destaque do jogo foi Michael. O goleiro, de 24 anos, fez sua estreia pelo profissional e, logo de cara, pegou um pênalti para garantir a vitória. Fora o lance decisivo, ele se mostrou tranquilo e pareceu não sentir a pressão de vestir a camisa.

Fábio Santos marcou gol da vitória alvinegra
(Créditos: Bruno Cantini/Agência Galo/Atlético)

Mas, claro, nem tudo são flores. Então, hora da corneta. Sim, logo na primeira partida do ano. As laterais foram nulas, de ambos os lados. Fábio Santos fez o gol, mas cometeu um pênalti e, de mais a mais, pouco acrescentou. A provável chegada de Guilherme Arana deve ser oficializada para ontem, porque a ala esquerda é bem carente. Na direita, Patric foi Patric. Com a ausência de Guga, que já nem é tão bem quisto assim, era uma boa chance de vermos o que Mailton tem a oferecer.

Outro ponto a ser analisado é a presença de Maicon em campo. Sem relembrar o apelido incoerente. Dudamel está conhecendo o grupo, então está perdoada a substituição, mas o atacante apresentou o futebol que lhe é característico, mal pegando na bola e quase pondo tudo a perder no fim. Quem também continua mal é Di Santo. O argentino que não marca gols honrou sua característica principal e foi figura decorativa.

Por falar no setor ofensivo, uma ausência foi bastante sentida na estreia - e talvez seja um desfalque definitivo. Com propostas do exterior, Cazares está com um pé fora do Galo e não entrou em campo contra o Uberlândia. Com a eminente saída do camisa 10, chance para Hyoran se firmar, Bruninho ganhar espaço e Borrero ser lapidado. Entretanto, fazendo exercício de futurologia, Otero deve sair em vantagem por estar mais adaptado.

O primeiro passo foi dado. Neste ano serão muitos. E nossa expectativa é de que todos eles sejam para frente, sem o sofrimento do ano passado, sem os altos e baixos que marcaram nosso 2019.

*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
@amillo01 no Twitter, capitão da seção Fala, Atleticano!

Jovem do Cruzeiro na mira do futebol europeu

Vinícius Dias
Atualizada em 24/01/2020, às 19h20

Emprestado ao Villa Nova para a disputa do Campeonato Mineiro, o atacante Zé Eduardo, que pertence ao Cruzeiro, é alvo do mercado europeu. Conforme o Blog Toque Di Letra apurou, um clube da elite de Portugal manteve contatos com familiares do potiguar, de 20 anos, em busca de informações sobre a situação contratual no clube celeste. 

Zé Eduardo é alvo de clube português
(Créditos: Gustavo Aleixo/Cruzeiro E.C.)

Inicialmente, a intenção dos portugueses é conseguir a liberação sem custos, uma vez que Zé Eduardo está fora dos planos de Adilson Batista. No acordo, o Cruzeiro, que detém 80% dos direitos econômicos, manteria um percentual. Familiares do atacante aguardam a formalização do interesse para iniciar as tratativas com a Raposa por meio do agente André Cury.

Atacante descarta ida à Justiça

Contratado após marcar sete gols pelo Visão Celeste/RN na Copa São Paulo de Futebol Júnior, Zé Eduardo foi um dos artilheiros do sub-20 celeste no ano passado, com oito gols. Mesmo com valores a receber referentes a férias, FGTS e salário de janeiro, o atacante, que tem vínculo até o início de 2023, inicialmente não cogita acionar o Cruzeiro na Justiça.

A vitória do Cruzeiro e da vergonha na cara

Vinícius Dias
Publicada em 23/01/2020, às 10h45

Cruzamento de Maurício, da esquerda, para o estreante Thiago cabecear para as redes e abrir o placar aos 18' da etapa inicial. Primeiro gol do Cruzeiro em uma temporada que também começou com o pé direito de Welinton. Arrancada em velocidade, aos 41' do segundo tempo, para completar para as redes o contra-ataque que começou com Maurício e ainda passou por Judivan. 2 a 0 sobre o Boa Esporte no Mineirão. Vitória com dez pratas da casa em campo. Vitória com a marca do novo Cruzeiro.


Porque, se o segredo do estadual é duvidar das potenciais qualidades e acreditar nos defeitos demonstrados diante de times mais frágeis, analisar a equipe de Adilson Batista requer ainda mais cuidados. Compreender o que existe de Cruzeiro em 22 de janeiro é compreender o que certamente não existirá daqui a um mês: Rodriguinho, camisa 10 da estreia, dificilmente seguirá; João Lucas, Éverton Felipe e outros chegarão; Vinícius Popó, uma das principais revelações recentes da base, será testado.

Raposa estreou com o pé direito
(Créditos: Bruno Haddad/Cruzeiro E.C.)

Gestão de expectativas em relação aos jovens que empolgaram nessa quarta-feira e amanhã tropeçarão em meio à transição a fórceps será essencial para o Cruzeiro e para o cruzeirense. Se mais à frente o tricampeonato que o clube não alcança desde 2002/2004 pode virar sonho, a única missão no estadual, inevitavelmente, é avançar a reconstrução dentro de campo. Chegar a abril com um rascunho de time para a Série B. Mas a estreia, mais do que potenciais qualidades, indicou um caminho.

2019 foi o ano do rebaixamento do elenco mais caro do país.
Mas 2020 começou com brilho nos olhos e vergonha na cara.

'Encontramos o Cruzeiro em cenário de guerra'

Vinícius Dias
Publicada em 20/01/2020, às 10h

Rebaixado para a Série B, com pelo menos R$ 800 milhões em dívidas e receita para a temporada prevista em R$ 80 milhões, o Cruzeiro vive a pior crise de sua quase centenária história. "O que nós encontramos foi um cenário de guerra", garante Saulo Fróes, presidente do Núcleo Gestor criado após a renúncia de Wagner Pires de Sá, em entrevista exclusiva ao Blog Toque Di Letra. Realidade aterrorizante até mesmo para empresários de sucesso. "Ele (Pedro Lourenço, ex-vice de futebol) viu muita coisa errada. Foi o caso do (ex-CEO, Vittorio) Medioli também. Assustou", revela.

Saulo Fróes abre o jogo sobre crise celeste
(Créditos: Bruno Haddad/Cruzeiro E.C.)

Em meio aos primeiros passos da reconstrução, a expectativa é de que o Cruzeiro volte a competir com os grandes clubes apenas daqui cinco anos. "Já fizemos muita coisa. Mas ainda existe muito risco de insolvência. Se o sócio-torcedor não der certo, não vejo muita alternativa", pontua Fróes. Com eleições à vista, a aposta em um futuro melhor também passa pela reforma estatutária. "A história das pessoas que entravam com interesses, a gente percebe isso pelo estatuto, feito justamente para as famílias perpetuarem e o cooperativismo existir, acho que já passou", frisa.

Confira, abaixo, os principais trechos da entrevista exclusiva.

Principais dificuldades enfrentadas

"Estamos para completar 30 dias que o Núcleo Gestor assumiu e, realmente, o que nós encontramos foi um cenário de guerra. Apesar de existirem muitas dificuldades, a maior delas realmente é a falta de recursos. Mas, por incrível que pareça, a falta de recursos às vezes fica em segundo plano, pois a desorganização, a falta de gestão notória, as irresponsabilidades que foram cometidas, a desorganização, comprometem demais o trabalho. Nós apagamos um incêndio não é todo dia, não. É de meia em meia hora. Então, nesses quase 30 dias está tendo muito trabalho árduo, em equipe, tentando reverter. Tem muita coisa a ser feita e, principalmente, com uma dívida de R$ 800 milhões e uma receita prevista de R$ 80 milhões, nós vamos ter que ser muito criativos, mas estamos sendo, reduzindo substancialmente os custos e vamos fazer um planejamento bem coerente com o que o Cruzeiro tem e poderá vir a ser no futuro. Temos que planejar, temos que ser muito realistas e, acima de tudo, que amar o Cruzeiro para ter uma dedicação dessas".

Voltar a competir com os grandes clubes

"É muito difícil prever quantos anos o Cruzeiro vai necessitar para voltar ao cenário dos grandes clubes brasileiros. No início, acreditávamos que em três anos poderia. Mas, de acordo com as coisas que foram acontecendo e os números que a gente foi tomando conhecimento, porque cada hora tem uma surpresa, dificilmente o Cruzeiro consegue chegar antes de cinco anos. Mas acho que com três anos já começa a ter uma competição um pouco mais equilibrada. Para chegar ao cenário, acredito em cinco anos, mas terá que ter gente séria, profissional e, acima de tudo, que quer o melhor para o Cruzeiro. A história das pessoas que entravam com interesses, a gente percebe isso pelo estatuto, feito justamente para as famílias perpetuarem e o cooperativismo existir, acho que essa era já passou. Como cruzeirenses, a gente vai monitorar sempre, independentemente de estar na diretoria ou não, dando apoio e monitorando. Com o estatuto moderno que vamos lançar, vamos deixar o clube bem preparado para que em pouco tempo, quem sabe, os futuros dirigentes nos surpreendam e antes de cinco anos voltem a colocar o Cruzeiro no lugar que ele merece".

Posicionamento na eleição presidencial

"Nas eleições, que devem ocorrer até abril, o Conselho Gestor praticamente não tem ninguém que vai se candidatar. Vai vir uma pessoa de fora (do Conselho). Ainda não temos nome. Vamos apoiar, sim, porque não queremos mais deixar o clube correr como era antigamente, dominado por interesses pessoas, cooperativismos e tudo de mal que essas pessoas fizeram. Estamos buscando, não é fácil, porque o presidente vai encontrar muitos desafios, vai ter que ter uma administração com austeridade. Mas nós vamos nos posicionar, sim. Temos certeza de que vamos encontrar gente, modéstia à parte, igual a esse grupo, que só quer o melhor para o Cruzeiro. Encontrando essa pessoa, nós já temos alguns nomes que estamos sondando, a gente vai anunciar e apoiar de forma expressiva para que possa ter condições de seguir a trilha de um clube vitorioso, profissional, com uma gestão moderna e participativa, na qual todos querem o melhor para o clube".

Saídas de Pedro Lourenço e Medioli

"As informações são distorcidas e desencontradas em relação à saída do Pedro. Ele é um grande cruzeirense, a pessoa que mais apoia, inclusive em termos financeiros, praticamente só ele. Sou até suspeito para elogiar. A saída se deu por alguns fatos desgastantes. Foi muita pressão, muita gente falando, cobrando, ele viu muita coisa errada no Cruzeiro. Foi o caso do Medioli também. Assustou. A gente chega lá, é um cenário em que há interesses, tudo mais, então o Pedro não aguentou. Nós, empresários, estamos acostumados a um mundo diferente. É competição, mas até certo ponto, de mercado. Lá não existe competição. No Cruzeiro só existia interesse. Pedro ficou apavorado com isso. Ele também não é uma pessoa muito de escritório, é mais de ação, haja vista o sucesso empresarial dele. Então, ele saiu, mas continua apoiando e disse que onde o Conselho Gestor estiver, inclusive com o nome a ser indicado (na eleição), ele vai apoiar, porque tem plena confiança. Nós temos ótimo relacionamento tanto com ele quanto com o Medioli. Não houve qualquer tipo de desentendimento. Ambos saíram porque realmente viram que a situação é quase impossível de se reverter. Hoje, talvez eles pensassem duas vezes, porque nós já fizemos muita coisa, já melhorou o cenário. Mas ainda está longe, ainda existe muito risco de insolvência. Se o sócio-torcedor não der certo, não vejo muita alternativa. Se a torcida não abraçar, se os nove milhões não mostrarem que são cruzeirenses mesmo, dificilmente vamos ter êxito. Mas a gente está acreditando e vamos fazer a nossa parte. Depois que a gente sair, acredito que todos vão reconhecer o que foi feito nesses poucos meses, em um cenário que era quase impossível reverter, até para mim. Mas, aos poucos, estou acreditando que vamos conseguir e vamos sair dessa, se Deus quiser".

Cruzeiro vive incerteza sobre futuro político

Vinícius Dias
Publicada em 18/01/2020, às 11h25

Com o Conselho Gestor prestes a completar 30 dias à frente do Cruzeiro sem que o presidente interino José Dalai Rocha convoque novas eleições, o clima no clube é de incerteza quanto ao futuro político. Conforme o Blog Toque Di Letra apurou, embora a sinalização inicial tenha sido para maio, nos bastidores já se trabalha com a possibilidade de que o pleito ocorra até abril. Diversas alas já têm se movimentado no Barro Preto.

Conselho Gestor não deve ter chapa própria
(Créditos: Bruno Haddad/Cruzeiro E.C.)

Entre as lideranças, o discurso é de busca de uma candidatura de consenso. A expectativa, inicialmente, era de que o nome viesse do Conselho Gestor, cenário hoje improvável. Nos bastidores, inclusive, membros do núcleo transitório já têm feito sondagens a possíveis presidenciáveis visando definir o apoio do grupo. A participação de Pedro Lourenço, apontado por várias aliás como principal nome de consenso, ainda é incerta.

Alas miram candidatura própria

Como antecipado há duas semanas, as articulações têm sido monitoradas por aliados de Wagner Pires de Sá, inclusive com o conselheiro João Moreira já se apresentando como candidato. Entusiasta do nome de Pedro Lourenço, o grupo Transparência também cogita candidatura própria caso o empresário não participe da eleição. Liderada por Giovanni Baroni, a ala descarta apoio a qualquer composição envolvendo aliados do ex-presidente.

Vice da Sula, volante é oferecido ao Cruzeiro

Vinícius Dias
Publicada em 15/01/2020, às 11h40

No mercado visando à remontagem do elenco para a Série B, o Cruzeiro tem recebido as primeiras ofertas de jogadores. Um dos nomes apresentados ao departamento de futebol nos últimos dias, conforme o Blog Toque Di Letra apurou, foi o de Matías Fritzler. Com passagens pelo futebol europeu, o volante argentino, de 33 anos, atualmente defende o Colón, vice-campeão da Copa Sul-Americana na temporada passada.

Argentino tem contrato até junho
(Créditos: Club Atlético Colón/Divulgação)

Alvo do Grêmio no início da era Renato Gaúcho, Fritzler tem vínculo até junho com vencimentos inferiores a R$ 150 mil e possibilidade de liberação em caso de oferta do Brasil. Após ser acionado por Ederson na Justiça e emprestar Jadson e Henrique, o Cruzeiro tem apenas o prata da casa Adriano confirmado para o setor. Ainda assim, os emissários receberam a sinalização de que, por ora, o clube não avançará novas negociações.

Com Léo em 1º, Cruzeiro bate recorde com Adidas

Vinícius Dias
Publicada em 14/01/2020, às 11h20

Primeiro grande nome do elenco a confirmar permanência para a Série B, Léo inspirou uma nova tendência entre torcedores do Cruzeiro: a personalização de camisas com o número 3. Conforme o Blog Toque Di Letra apurou junto a dirigentes e lojistas, o número assumiu a liderança de vendas após o anúncio feito pelo zagueiro na última sexta-feira. A intensa procura chegou a resultar em indisponibilidade em lojas da rede oficial.

Zagueiro anunciou permanência na 6ª
(Créditos: Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C.)

Após críticas ao contrato, o tom nos bastidores é de otimismo com o início da parceria com a Adidas. Ainda sem relatórios oficiais, que têm entrega prevista apenas depois de 30 dias de comercialização, o Cruzeiro projeta que o volume de vendas de camisas nos primeiros dias superou em quase 400% os recordes anteriores do período. O clube, inclusive, já vislumbra ultrapassar a meta inicial de venda de 200 mil peças nesta temporada.

Novo recorde: Mineiro distribuirá R$ 40 milhões

Vinícius Dias
Publicada em 13/01/2020, às 11h05

Os clubes do módulo I e a FMF receberão, somados, mais de R$ 40,1 milhões pelos direitos de transmissão do estadual neste ano. Após a incerteza em razão da cláusula que abria possibilidade de rescisão sem multa, o contrato atingirá cifras recordes em 2020. Conforme antecipado pelo Blog Toque Di Letra no fim de 2016, o acordo válido até 2021 foi fechado com valor inicial de R$ 36 milhões, prevendo reajuste a cada edição.

Primeira parcela será paga nesta semana
(Créditos: Federação Mineira de Futebol/Divulgação)

Donos das maiores fatias, o atual campeão Cruzeiro e o Atlético ficarão com mais de R$ 13,3 milhões cada - cota já antecipada pelo clube celeste -, enquanto o América embolsará cerca de R$ 3,1 milhões. Os clubes de BH receberão os valores em três parcelas, sendo a primeira delas antes da abertura do Mineiro, no dia 19. Cada um dos nove representantes do interior terá direito, em parcela única, a quase R$ 950 mil.

Publicidade impulsionará receitas

Entre TV aberta, fechada e pay-per-view, serão transmitidos três jogos por rodada - à exceção da 5ª, 8ª e 10ª, nas quais haverá clássicos da capital. De formato alterado, com o fim das quartas de final, o estadual ainda renderá cerca de R$ 1,8 milhão à organizadora pelos direitos de transmissão. No caso dos clubes, as receitas serão alavancadas pelas placas de publicidade nos estádios, que serão comercializadas individualmente.

Com Dudamel, Galo começa com o pé direito

Alisson Millo*
Publicada em 10/01/2020, às 11h25

Rafael Dudamel é o novo treinador do Atlético. O venezuelano chega credenciado por um trabalho expressivo na seleção de seu país. Não, ele não conquistou nenhum título à frente dos vinotintos, mas passou pelas categorias de base e solidificou o futuro, o que rendeu frutos que ele mesmo vinha colhendo. A Venezuela não é país mais tradicional no futebol sul-americano, que dirá no mundo, mas Dudamel é um dos principais - senão o principal - responsáveis pela guinada da seleção nos últimos anos.


Apesar disso, o treinador vivia em pé de guerra com a federação local. O motivo é o amadorismo com que o futebol é tratado no país, chegando a ter que jogar com uniforme improvisado depois de a fornecedora não entregar os oficiais. Dudamel aparenta ser um cara com garra, com fome de crescer na carreira e levar seus comandados ao topo consigo. E foi justamente isso que o afastou do bom trabalho atual e de um salário confortável - especialmente para os padrões econômicos da Venezuela.

Venezuelano foi recepcionado com festa
(Créditos: Bruno Cantini/Agência Galo/Atlético)

Mas o assunto aqui não é futebol venezuelano, muito menos economia internacional: é Atlético. Com essas características, como podemos projetar o trabalho no Galo? Primeiramente, um futebol defensivamente sólido. Na seleção, as referências são Soteldo, o criativo, e Rondón, o camisa 9 de área, artilheiro. O restante do time é composto por carregadores de piano, que se desdobram para marcar, fechar espaços e armar o contra-ataque, se apoiando na qualidade da dupla citada. Ou seja, o Galo Doido consagrado em 2013 dificilmente fará parte do repertório em 2020.

Por um time com o DNA do Galo

Outro fator muito claro no trabalho do treinador é a aposta nas novas gerações. Lembremos: na Venezuela, Dudamel moldou os jogadores que, na sequência, ele mesmo usaria na seleção principal. A ascensão de Marquinhos, Cleiton e Bruninho pode ser uma prévia do novo trabalho. Muito criticado por ter uma base que não revela ninguém, o Galo pode, finalmente, colher os frutos do investimento nos jovens talentos.

Dudamel deixou seleção em prol do Galo
(Créditos: Bruno Cantini/Agência Galo/Atlético)

Outro diferencial é que Dudamel parece ter sangue nas veias e não se contentar com amadorismo. À frente do Atlético, o treinador deve impulsionar a diretoria a seu padrão de exigência em vez de se acomodar com o cenário atual. E esse sangue nos olhos também serve para o time. À beira do campo, o venezuelano é bem enérgico - circula por aí, inclusive, um vídeo dele dando 'tapinhas' no rosto de um atleta para motivá-lo. Ao longo desta temporada, claramente faltou alguém para incendiar os jogadores e acabar com o marasmo irritante que vimos em várias partidas.

A expectativa não é de que o treinador chegue para ser uma espécie de Midas, até porque ele precisa de um grupo à disposição para poder trabalhar. Mas é um indicativo de mudanças. É a isso que precisamos nos agarrar, afinal é o que temos. A maior alegria do atleticano em 2019 foi o rebaixamento do rival, retrato do péssimo ano que tivemos. Temos muito a melhorar dentro e fora de campo nesta temporada. Uma injeção de ânimo está chegando, mas que não fique só em injeções esporádicas.

*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
@amillo01 no Twitter, capitão da seção Fala, Atleticano!

Cruzeiro economizará R$ 6 mi com empréstimos

Vinícius Dias*
Publicada em 08/01/2020, às 10h25

Os empréstimos do volante Henrique ao Fluminense e do meia Marquinhos Gabriel ao Athletico/PR garantirão ao Cruzeiro nesta temporada uma economia superior a R$ 6 milhões em comparação com os valores desembolsados no ano passado, conforme o Blog Toque Di Letra apurou. Nos acordos alinhavados, o clube celeste seguirá responsável por percentuais dos vencimentos dos jogadores, tendo como contrapartida a dilatação do prazo para pagamento de dívidas referentes a 2019.

Dupla tem contrato até o fim de 2021
(Créditos: Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C.)

Dono de um dos maiores salários do Cruzeiro, Henrique chegará ao Rio de Janeiro com vencimentos superiores ao teto do Fluminense, a exemplo de Marquinhos Gabriel no Athletico/PR, o que justifica as composições. No caso do capitão, a Raposa bancará pouco mais de 30%. No empréstimo do meia, o percentual será próximo de 45%. A dupla, que custava cerca de R$ 800 mil mensais, neste ano representará menos de R$ 300 mil na folha. Ambos têm contrato com o clube até dezembro de 2021.

*Com colaboração de Juliano Lorenz

'Volta de Judivan é casamento perfeito', diz agente

Vinícius Dias
Publicada em 07/01/2020, às 15h

Uma das caras novas na reapresentação do Cruzeiro nessa segunda-feira, Judivan pode ser o primeiro reintegrado entre os atletas que voltam de empréstimo. Ainda à espera de um contato formal com a nova gestão celeste, o atacante, de 24 anos, vê com bons olhos uma segunda chance no clube. Na última temporada, o prata da casa foi o artilheiro do Tombense na Série C, com quatro gols, e defendeu o Paraná na Série B.


"Judivan está muito feliz e honrado em vestir novamente a camisa do Cruzeiro. Ele tem muita gratidão ao clube que o lançou no futebol e, acima de tudo, quer ajudar muito o Cruzeiro neste momento delicado que está passando. Judivan tem vínculo com o clube desde os 14 anos e está 100% recuperado. Dessa forma, o casamento está perfeito", destaca Fabrício Zanello, agente do atacante, ao Blog Toque Di Letra.

Judivan pode ser reintegrado na Raposa
(Créditos: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro)

Nos bastidores, pesa a favor da possível permanência a avaliação de que Judivan ainda é um ativo importante do clube. Em 2015, antes de sofrer grave lesão no joelho, o paraibano estave prestes a acertar com o Chelsea - o então presidente do Cruzeiro, Gilvan de Pinho Tavares, já havia assinado autorização de venda por € 14 milhões. O clube detém 70% dos direitos econômicos do atacante, que tem contrato até o fim da temporada.

Aliados de Wagner miram sucessão no Cruzeiro

Vinícius Dias
Publicada em 06/01/2020, às 10h20

Se a pré-temporada do futebol do Cruzeiro começa apenas nesta segunda-feira, fora das quatro linhas as articulações visando à sucessão presidencial tiveram início ainda em 2019. Em meio à expectativa em relação a uma candidatura de consenso, provavelmente vinda do Conselho Gestor, a movimentação nos bastidores tem indicado, na avaliação de lideranças ouvidas pelo Blog Toque Di Letra, a possibilidade de enfrentamento com o grupo do ex-presidente Wagner Pires de Sá.

Aliados de ex-presidente miram eleições
(Créditos: Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C.)

Em pauta desde antes da renúncia do mandatário e de seus vices, a proposta de candidatura própria agrada a aliados. O discurso é de que a antiga oposição, embora numerosa, está fragmentada. Pesa contra, no entanto, a provável dificuldade para viabilizar um nome do chamado núcleo-duro em meio à pressão da torcida, especialmente na eleição de maio, que dará ao vencedor mandato até o fim do ano. Haverá outra em outubro, quando será definido o presidente para o triênio 2021/2023.

Rompimento com Perrella é entrave

Ainda assim, o grupo mantém relevante influência no Conselho, sobretudo entre os membros com mandato até dezembro - cerca de 210 dos quase 460 aptos a votar -, uma vez que a chapa eleita foi articulada pelo ex-presidente ao lado de Zezé Perrella. Pelo mesmo motivo, o provável apoio do ex-senador, que inicialmente comporia pela reeleição de Wagner Pires de Sá, a uma candidatura vinda do Conselho Gestor, em especial se encabeçada por Pedro Lourenço, é tido como mais um entrave para maio.

O Cruzeiro é nosso! E voltará ainda mais forte!

Douglas Zimmer*
Publicada em 02/01/2020, às 11h30

Salve, China Azul!

Todo ano que se inicia já traz consigo uma data especial para nós, cruzeirenses. Logo no primeiro dia útil de cada janeiro, celebramos a fundação daquele que viria se tornar um dos maiores clubes do Brasil e, por sorte ou por destino, o clube de nossos corações. Lembrando nossas raízes, nossa história e nossas conquistas, o aniversário do clube é sempre uma excelente oportunidade de refletirmos sobre nossa atual situação.


Não é novidade para ninguém que nosso amado maior de Minas se encontra hoje no momento mais delicado de sua gigante trajetória. Um ano completamente atípico, repleto de situações vergonhosas, escolhas terríveis, planejamento nulo e que manchou para sempre nossa imaculada história. Teremos que nos unir para tirar o Cruzeiro da lama moral e esportiva na qual ele se encontra afundado até o pescoço.

Amigo leitor, o Cruzeiro nunca foi tão nosso. É hora de tomarmos as rédeas da situação e carregarmos a Raposa de volta ao lugar que lhe pertence por direito. Usando da mais pura e sincera resiliência, precisamos enxergar a temporada que passou como um completo exemplo de como não gerir as coisas, de como não ignorar os problemas e de como não fazer de conta de que a barbárie que acontecia não nos dizia respeito.

Cruzeiro completa 99 anos neste dia 2
(Créditos: Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C.)

Este novo ano que acaba de começar não será o mais difícil de nossa trajetória. Será, sim, o começo de uma nova era da qual certamente sairemos mais fortes e mais unidos, tudo em prol de nosso amor comum. 2019, sim, será sempre lembrado pelo torcedor cruzeirense com os piores adjetivos que possamos encontrar, afinal acompanhamos durante meses, perplexos, uma das maiores e mais respeitadas instituições do esporte brasileiro ser implodida, arrasada, carcomida de dentro para fora.

Não estou querendo dizer que será um ano fácil e que o Cruzeiro vai voltar à elite do futebol brasileiro naturalmente, apenas com a força de sua camisa. Serão longos 12 meses de lutas e angústias. O momento perfeito para repensarmos nossas atitudes e nossa visão. Jamais podemos permitir que aqueles que deveriam zelar por nossa grandeza sejam justamente os responsáveis por nos destruir. Já temos adversários suficientes nos esperando do lado de fora. Nós não podemos ser mais um.

Desejo a você, cruzeirense, um feliz 2020, repleto de muita luta e, principalmente, de muitas vitórias. Ao nosso Cruzeiro, desejo um feliz aniversário, muita sabedoria para escolher bem as pessoas que estarão à frente desta nova era e muita paciência para saber escalar, um a um, os degraus desta que será uma árdua jornada.

Força, Cruzeiro!

*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção Fala, Cruzeirense!