Atleticano, já é hora de dar o braço a torcer!

Alisson Millo*

Atleticano raiz não larga o time nem em Copa do Mundo. Prova disso são as várias bandeiras do Galo nas arquibancadas da Rússia. Mas aqui não vamos repercutir a pontinha de inveja que este colunista sente daquelas pessoas. Vamos falar do nosso clube. Das contratações, dos reforços, das boas notícias. Dizem que é a corneta que nos move, mas é uma sensação bem agradável falar coisas positivas do time pelo qual a gente torce.


Comecemos então pela mais recente. Recuperado de lesão no ligamento do joelho, o atacante Clayton está de volta aos treinamentos com bola. Se você não ficou muito empolgado com a proximidade de retorno aos gramados do ex-jogador do Figueirense, fique feliz pelo profissional que está desde o fim de 2017 sem atuar. Ele não é um primor técnico, mas é uma peça a mais para o elenco - e aqui não queremos ver ninguém machucado.

Chará: reforço do Galo e de Gallo
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Mas talvez a notícia que mais tenha deixado o torcedor esperançoso seja a efetivação - até que enfim - de Thiago Larghi. Já não aguentava mais escrever treinador interino toda vez que ia falar do cara que ficou à frente do Atlético por mais de 30 partidas e melhorou consideravelmente o futebol apresentado pelo time, atual vice-líder do Brasileirão. Embora a permanência não surpreenda, o histórico recente de trocas relâmpago no comando do Galo me deixava com a pulga atrás da orelha a respeito da continuidade dele. Claro, Larghi tem muito a aprender, mas já deu sinais de capacidade para se tornar um treinador de ponta, então é apoio total a ele.

Intertemporada com caras novas

Oficialmente técnico, Thiago está comandando a intertemporada desde segunda-feira. À disposição, alguns reforços que foram apresentados ao longo da semana. O nome mais badalado é o colombiano Yimmi Chará. Meia de velocidade, o jogador estava na pré-lista da seleção para a Copa e deve ser aproveitado jogando pelos lados do campo. Outro nome que chega com essas características é o atacante Edinho, vindo do Fortaleza. Rogério Ceni, treinador do time cearense, definiu Edinho como "jogador que desequilibra jogo". Se o reforço fizer jus ao elogio em campo, é uma característica que será bem útil na sequência da temporada.

Larghi: com a bola toda no Atlético
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Para o meio-campo, foi contratado o uruguaio David Terans. Dono de um canhão na perna esquerda, ele era o artilheiro da liga local, muito por conta do bom aproveitamento em bolas paradas. Comparações com Otero são inevitáveis. No entanto, fica aqui a torcida para que ele não seja apenas um cobrador que leve perigo sempre, mas quase nunca marque. Para o comando de ataque, Denilson chegou do Vitória reconhecendo o peso da camisa 9 do Galo, enaltecendo Ricardo Oliveira, mas disposto a brigar pela posição. Denilson, idealmente, é o meio-termo entre o vovô garoto e a juventude - promissora, mas ainda crua - de Alerrandro.

Volante chega, atacante cogitado

Outro recém-confirmado é o volante José Welison, ex-Vitória. Ainda no ramo da especulação, mais um atacante: Leandrinho, do Napoli, da Itália, velho conhecido de Alexandre Gallo da época em que trabalhou nas seleções brasileiras de base. Já Welison é a sombra para Adilson. Não comparando a qualidade, mas é outro primeiro volante, posição carente no elenco, que vinha sendo alternada entre Yago e Galdezani.

Roger Guedes, por ora, segue em BH
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

A promessa do começo da temporada era um time bom e barato. Não me convenceu a princípio. Provavelmente, àquela altura, só convenceu à própria diretoria, mas vamos dar o braço a torcer. Só não torça muito para não forçar a amizade e porque, elogios à parte, também traria outro lateral-esquerdo nesta janela, uma vez que os reservas imediatos de Fábio Santos são um zagueiro e um volante, ambos improvisados.

*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
Goleiro titular e atual capitão da seção Fala, Atleticano!

Ex-Cruzeiro, Deivid encerra carreira como técnico

Da Redação

Cerca de dois anos e meio após a primeira experiência, no comando do Cruzeiro, Deivid anunciou o fim de sua carreira como treinador. O ex-atacante passará a atuar como representante de atletas. Seu último trabalho à beira dos gramados foi realizado no Criciúma: assumiu em dezembro de 2016 e foi demitido em maio de 2017, após a derrota na 3ª rodada da Série B para o América, com 42,8% de aproveitamento.

Deivid comandou a Raposa em 2016
(Créditos: Washington Alves/Light Press)

A decisão de Deivid, de 38 anos, foi anunciada nessa quinta-feira. "Por ter tido uma história muito positiva no Fenerbahçe, uma sede do escritório será na Turquia. Outro local será o Brasil, mas ainda não defini se será em Santos ou na cidade de São Paulo", projetou. Além da equipe de Istambul e do Cruzeiro, nos tempos de jogador, o carioca defendeu clubes como Corinthians, Santos, Flamengo, Sporting, de Portugal, e Bordeaux, da França.

Demitido do Cruzeiro com 70,4%

Deivid pendurou as chuteiras em abril de 2014, aos 34 anos. Meses depois, foi convidado por Vanderlei Luxemburgo para integrar a comissão técnica do Flamengo como auxiliar, cargo que também ocuparia na Toca da Raposa II, na temporada seguinte. Em 2016, efetivado como treinador, comandou o time celeste em 18 partidas, com 11 vitórias, cinco empates e duas derrotas. Após a demissão, fez intercâmbio no futebol europeu.

Ex-atleticano Bernard fica livre no mercado

Vinícius Dias

Um dos destaques do Atlético na conquista da Copa Libertadores, em 2013, Bernard ficará livre no mercado a partir de julho. O staff do meia-atacante, que tem vínculo com o Shakthar Donetsk somente até o próximo sábado, já notificou os ucranianos de que não haverá renovação. O contrato foi assinado em agosto de 2013, quando o clube desembolsou € 25 milhões - cerca de R$ 77 milhões na cotação de época - para contar com o camisa 10, na maior negociação da história do futebol mineiro.

Bernard reencontrou Atlético em 2015
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Embora equipes da China do Brasil - pelo menos três, com destaque para o Palmeiras - tenham demonstrado interesse nos últimos meses, a prioridade de Bernard é permanecer na Europa. Conforme o Blog Toque Di Letra apurou, também pesam contra o mercado brasileiro os valores da operação. Embora, com o contrato prestes a terminar, não haja necessidade de investimento para aquisição dos direitos econômicos, as pretensões salariais e de luvas do ex-atleticano são consideradas altas nos bastidores.

Dez gols e quatro assistências

Curiosamente, Bernard deixa o Shakhtar Donetsk após sua melhor temporada no Velho Continente. Mesmo sem entrar em campo desde o início de março, quando sofreu uma lesão no ombro esquerdo, o meia-atacante participou de 29 jogos, somando dez gols e quatro assistências - na Liga dos Campeões, balançou as redes três vezes em oito partidas disputadas. Entre as temporadas 2013/2014 e 2017/2018, o belorizontino conquistou oito títulos pelo clube, incluindo três campeonatos ucranianos.

Sócio-torcedor: Cruzeiro aprimora plataforma

Da Redação

Em meio à reformulação do departamento de tecnologia da informação, iniciada em fevereiro, o Cruzeiro concluiu neste mês a migração de sua infraestrutura de dados para um servidor em nuvem. Pioneira no futebol brasileiro, a iniciativa assegura maior agilidade nos serviços ofertados ao torcedor celeste e aperfeiçoa a execução de tarefas internas. O clube utilizará o banco de dados Oracle Cloud, adquirido junto à Oracle, uma das principais empresas do ramo de tecnologia do mundo.

Raposa adquiriu tecnologia da Oracle
(Créditos: Site Oficial do Cruzeiro/Divulgação)

Um dos destaques é o aprimoramento do sistema do programa de sócio-torcedor. Além do acesso ao site e ao aplicativo oficial, a tecnologia contempla a compra de ingressos para os jogos. "A melhora da plataforma do Sócio do Futebol era uma demanda antiga do nosso torcedor. Agora, podemos vender até 72 mil bilhetes por minuto, até mais do que a capacidade do Mineirão, sem que o sistema sofra com oscilações", destacou o diretor de business intelligence da Raposa, Breno Muniz, ao site oficial.

Maior crescimento do país em maio

Com a meta de se tornar um dos clubes mais digitais do mundo, o Cruzeiro teve o maior crescimento de base digital do futebol brasileiro em maio, de acordo com levantamento do Ibope Repucom. Acompanhada por mais de 5,9 milhões de internautas nas redes sociais, entre Facebook, Twitter, Instagram e Youtube, a Raposa saltou recentemente para a oitava colocação do ranking nacional, superando a Chapecoense. No mês passado, foram contabilizadas quase 109 mil inscrições - cerca de 75% no Facebook.

Larghi: Atlético acerta ao respeitar o processo

Vinícius Dias

Depois de mais de quatro meses e 32 partidas, somando 17 vitórias, sete empates e oito derrotas, com 60,4% de aproveitamento. Thiago Larghi foi, enfim, efetivado pelo presidente Sérgio Sette Câmara. Acerto do Atlético. Também pelos resultados recentes - eliminações prematuras na Copa do Brasil e na Copa Sul-Americana à parte, o Galo é vice-líder do Campeonato Brasileiro -, mas, principalmente, pelo desempenho que o time montado praticamente a custo zero tem entregado dentro de campo. Porque futebol é processo e assim deve ser compreendido.


O trabalho de Larghi começou com proposta reativa - permitia que o adversário ficasse com a bola, aproveitando os espaços para contra-atacar - e evoluiu para o jogo trabalhado - valorização da posse, construção com a bola no chão. Era a equipe da pior campanha na primeira fase do Campeonato Mineiro desde 2005. Passou a ser a que tem condições de competir até mesmo com quem está coletivamente um passo à frente. Tendo a segurança de Adilson, a intensidade de seu companheiro Gustavo Blanco e a dinâmica do artilheiro Roger Guedes como marcas.

Treinador soma 60,4% no Atlético
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Ainda assim, um time inacabado - Otero saiu, Roger Guedes tem futuro indefinido, chegam Chará e boas apostas. E deve ser esse o olhar da torcida e da diretoria. Porque Thiago Larghi perde o rótulo de interino - no país em que ser treinador é, na prática, conviver diariamente com a interinidade -, mas continua sendo o analista de desempenho em seu primeiro trabalho à beira do campo. Que ousou ao substituir Gabriel por Erik quando empatava com a Chapecoense tendo um a mais, errou ao não recompor o sistema defensivo após marcar o gol, acertará e errará outras vezes.

No futebol como processo, o Atlético acerta com a efetivação.
O voto de confiança a Larghi significa não recomeçar do zero.

Atlético traça estratégias por Roger Guedes

Vinícius Dias

Em meio à incerteza sobre Roger Guedes, o Atlético retoma os trabalhos nesta segunda-feira, na Cidade do Galo. Nos bastidores, a expectativa é de que a situação do meia-atacante, emprestado pelo Palmeiras até dezembro, seja definida ainda nesta semana. Artilheiro do Campeonato Brasileiro, com nove gols, o camisa 23 é alvo de clubes da Arábia Saudita e de Portugal, além do Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, considerado favorito neste momento. A cúpula atleticana, no entanto, traça estratégias para tentar mantê-lo e deve voltar a se reunir com o agente Paulo Pitombeira.

Camisa 23 já fez nove gols na Série A
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

A proposta ucraniana, assim como as demais, é inferior à projeção alviverde de € 10 milhões, cerca de R$ 44 milhões. Pesam a favor o desejo de Roger Guedes de atuar na Europa - apesar de os sauditas terem sinalizado ofertas salariais quase cinco vezes superiores ao patamar atual - e o bom trânsito entre os clubes. Há menos de 15 dias, o Shakhtar selou a compra do atacante Fernando, revelação do Palmeiras, em operação intermediada pelo emissário que agora reforça a investida pelo atleticano - o mesmo que, em 2016, já havia encabeçado uma tentativa do Zenit, da Rússia.

Reajuste e compra de percentual

Tentando impedir a saída, conforme o Blog Toque Di Letra apurou, o Galo tem duas cartadas. A primeira é propor um aumento considerável ao camisa 23, convencendo Palmeiras - detém 25% dos direitos econômicos - e Criciúma - 75% - de que, em alta, Roger Guedes se valorizará. Em caso de venda até dezembro, 10% ainda irão para o alvinegro, a título de vitrine. A segunda é adquirir parte dos direitos por valores proporcionais às ofertas estrangeiras, com os clubes mantendo percentuais para voltar a faturar em uma revenda. Para isso, o Atlético busca o apoio de investidores.

O Cruzeiro e a montanha-russa antes da Copa

Douglas Zimmer*

Salve, China Azul!

Como o amigo leitor está fazendo para matar a saudade do nosso Cruzeiro? Eu adoro Copas do Mundo, mas, em contrapartida, a falta do maior de Minas em campo me causa um vazio existencial enorme. E em um ano tão importante quanto este, no qual estamos disputando grandes competições, brigando por títulos em várias frentes, é natural que estejamos ainda mais ansiosos pelo retorno da nossa programação normal. Como a Copa veio para dividir o ano cruzeirense - e de toda a elite do futebol nacional - ao meio, resta saber qual semestre será mais positivo para nós.


Nos seis primeiros meses, a Raposa fez o necessário para chegar inteira em todas as disputas. Na minha opinião, apesar dos resultados razoavelmente satisfatórios, ainda falta aquela pegada a mais. Em muitos jogos, a impressão que ficou após o apito final foi de que o Cruzeiro não havia rendido tudo o que poderia. Adversários retrancados, lesões, atletas se adaptando ao estilo de jogo, vacilos em duelos teoricamente tranquilos, entre outros, são alguns dos fatores que impediram um melhor aproveitamento celeste. Desde que esses problemas sirvam de lição para o restante da temporada, tudo bem, há tempo para recuperar os pontos que ficaram pelo caminho.

Libertadores: da lanterna ao 1º lugar
(Créditos: Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C.)

Uma das coisas que me chamou a atenção em vários momentos foi a oscilação anímica da equipe, inclusive variando bastante de uma competição para outra, às vezes de uma semana para outra. Nos primeiros jogos da Libertadores, por exemplo, o Cruzeiro parecia jogar com o freio de mão puxado, cedendo com facilidade à marcação e à pressão adversárias. O mesmo aconteceu nas primeiras rodadas do Brasileirão. Independentemente dos rivais, o time de Mano Menezes parecia estar com a cabeça longe, jogando por jogar, apenas esperando o tempo passar de qualquer jeito. E, ao que tudo indica, realmente as atenções da equipe estavam em outro lugar.

Da preocupação à classificação

Se os três primeiros jogos da fase de grupos da Libertadores foram modorrentos e preocupantes, os três últimos foram excelentes e encheram o torcedor de esperança. Com 100% de aproveitamento no returno, assumimos a liderança do grupo 5 e mostramos um futebol completamente diferente daquele que já havia sido visto na temporada. Essa arrancada aconteceu também no Brasileiro. Depois de começar em uma rotação muito abaixo do normal, o Cruzeiro embalou uma ótima sequência de jogos, o que acabou nos levando à parte de cima da tábua de classificação.

Brasileiro: recuperação e nova queda
(Créditos: Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C.)

Já no fim da jornada que antecedeu a Copa, novamente uma sequência de jogos fracos, sem vitórias, que nos afastaram das primeiras posições. Foram três partidas em que, em momento algum, a Raposa fez por merecer a vitória. Outra vez, os problemas apareceram. Sinal amarelo para Mano Menezes e seus comandados. No segundo tempo da temporada, oscilações tão bruscas como as que vimos até aqui podem ser fatais para nossas pretensões. Creio que o segredo para continuarmos disputando todos os títulos possíveis neste ano seja o foco. Concentração em cada jogo, em cada minuto de cada partida, em cada movimento do adversário e no objetivo.

Não acho que novos nomes possam surgir e mudar o patamar da equipe de uma hora para outra. Sendo assim, o trabalho a ser feito é interno. Pequenos, porém importantes ajustes. Como sempre dizem, não dá para trocar a roda com o carro em movimento. Pois então, que aproveitemos esta parada para organizar a casa e seguir firme até o fim do ano.

Força, Cruzeiro!

*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção Fala, Cruzeirense!

Saída de Enderson rende R$ 320 mil ao América

Vinícius Dias

A inesperada saída do treinador Enderson Moreira renderá R$ 320 mil aos cofres do América. Conforme o Blog Toque Di Letra apurou, o valor corresponde à multa rescisória prevista no contrato com o clube alviverde, que se estendia até dezembro. Campeão brasileiro da Série B no ano passado, o belorizontino acionou a cláusula no último sábado, depois de comunicar à diretoria do Coelho o acerto com o Bahia.

Técnico deixa o clube após 23 meses
(Créditos: Mourão Panda/América)

Enderson Moreira, que estava no CT Lanna Drumond desde julho de 2016, era o treinador mais longevo da Série A. Com valores superiores aos desembolsados pelo América - R$ 160 mil mensais -, o acordo com o tricolor baiano inclui luvas de cerca de R$ 1 milhão ao longo do contrato. O ex-alviverde assinou com o atual 17º colocado da Série A até dezembro, com opção de renovação por mais uma temporada.

Cruzeiro volta a ficar otimista por Lucas Silva

Vinícius Dias

Com o Cruzeiro prestes a retomar os trabalhos na Toca da Raposa II, Lucas Silva segue com o futuro incerto. O volante, cujo empréstimo se encerra em oito dias, é pauta de negociações há mais de um mês entre a cúpula celeste e o Real Madrid, com quem tem vínculo até 2020. Embora a expectativa de uma resposta dos espanhóis na primeira quinzena de junho não tenha se confirmado, conforme o Blog Toque Di Letra apurou, o tom nos bastidores da Raposa voltou a ser de otimismo nos últimos dias.

Volante fez 55 jogos no empréstimo
(Créditos: Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C.)

Em maio, o interesse do Celta chegou a ser tratado como sinal de que o volante retornaria ao futebol europeu - prioridade do Real Madrid. Mais recentemente, no entanto, o clube de Vigo manteve contatos com os merengues sobre um possível empréstimo do também meio-campista Aleix Febas, um dos destaques do Zaragoza nesta temporada, deixando em aberto a investida por Lucas Silva. O Cruzeiro tenta a renovação pelo menos até o fim do ano e tem o atleta como principal aliado.

Salários divididos e frequência

No contrato atual, conforme revelado há mais de um mês, o Real Madrid paga 90% dos salários. Em uma nova cessão, inicialmente, a exigência é de que o interessado banque pelo menos 50%. Outro ponto a ser pautado é a frequência em campo. Em 2017, o clube chegou a propor uma cláusula, recusada pelo Cruzeiro, que aumentaria os custos caso Lucas Silva não atingisse um percentual de jogos. No período, o camisa 16 foi acionado em 55 das 109 partidas possíveis, sendo titular em 37.

Galo FA x América: guia do Minas Bowl 2018

Alexandre Oliveira*

Galo FA e América Locomotiva entrarão em campo para a grande final do Campeonato Mineiro de Futebol Americano, o Minas Bowl, neste sábado, às 16h, no Sesc Venda Nova.

Será a primeira vez que decisão reunirá duas equipes ligadas ao futebol, já que o América firmou sua parceria com o Locomotiva no fim do ano passado, enquanto o BH Eagles se juntou ao Atlético apenas no início de 2018, após romper os laços com o futebol americano do Cruzeiro.


Na expectativa pelo primeiro clássico das multidões com a bola oval, Locomotiva e BH Eagles já decidiram o estadual em 2016, no Mineirão. Naquela ocasião, o time atleticano era conhecido como Get Eagles e acabou perdendo o título para o Minas Locomotiva. Dois anos depois, as equipes se reencontram em uma final pra lá de emocionante. O Eagles, hoje Galo FA, quer a revanche. O Locomotiva tenta repetir o feito de 2016.

Álvaro, da seleção: destaque do Galo
(Créditos: Pedro Souza/Atlético-MG)

As equipes chegam invictas ao Minas Bowl 2018. Enquanto o Galo FA bateu o Contagem Inconfidentes na semifinal, o América Locomotiva derrotou o Nova Serrana Forgeds. Na primeira fase, a equipe atleticana teve duas vitórias, contra Piratas da Serra e Nova Serrana Forgeds. Já a alviverde passou o trator por cima do Paraiso Miners e do Uberaba Zebus.

Título decidido entre invictos

Do lado atleticano, o destaque é o quarterback Álvaro Fadini, da seleção brasileira. "Isso ajuda a consolidar a parceria entre Galo e o futebol americano. Acredito que a Massa do Galo vai receber a gente bem se a gente tiver bons resultados. Estar na final ajuda aproximar o futebol americano do Galo e da torcida do Galo", destacou à TV Galo. Somando a primeira fase e os playoffs, o time anotou 214 pontos - e sofreu apenas 13. O ataque fulminante conta ainda com Pedro Moreno. O running back, de apenas 17 anos, chegou a anotar quatro touchdowns diante do Nova Serrana Forgeds e pode dar trabalho à linha defensiva do América.

Locomotiva busca nova conquista
(Créditos: Mourão Panda/América)

O América Locomotiva também vem forte para a decisão, tendo anotado 161 pontos nos últimos três jogos, além de não ter cedido nenhum touchdown para os adversários. Aliás, nenhuma equipe conseguiu pontuar contra o time alviverde no Campeonato Mineiro. Após a vitória sobre o Nova Serrana Forgeds e a classificação para o Minas Bowl, o running back e presidente do América Locomotiva, Thiago Paranhos, reconheceu que o jogo contra o Galo FA será bem mais difícil. "O jogo (contra o Nova Serrana) serviu para nos prepararmos para a final, que promete exigir muito mais de nós em todos os aspectos", disse ao site oficial do Coelho.

Atleticanos: ingressos à venda

O torcedor atleticano que quiser prestigiar o time no Minas Bowl já pode adquirir os ingressos na Central de Atendimento Galo na Veia, em Lourdes. Os sócios GNV de todas as categorias pagarão R$ 10 (meia-entrada). Para não sócios, os bilhetes estão à venda por R$ 20. Os detalhes da venda para os americanos ainda não foram anunciados.

Ao amante de futebol americano em geral que quiser dar uma pausa na Copa do Mundo, o Minas Bowl 2018 é uma ótima pedida. Além de ser uma chance de ver as camisas de Galo e Coelho desfilarem nos gramados enquanto o futebol brasileiro curte suas férias.

*Jornalista. Fã de Futebol Americano. Siga: @alexolivertos.

Cruzeiro: um reforço entre os mais aproveitados

Vinícius Dias

Da promessa de contratações que "venham para fazer a diferença" durante a eleição de 2017 aos altos investimentos feitos no início desta temporada - cerca de R$ 22 milhões -, dentro das quatro linhas o Cruzeiro terminará o primeiro semestre praticamente com a mesma cara do ano passado. Dos oito reforços, de acordo com levantamento realizado pelo Blog Toque Di Letra, apenas o lateral-esquerdo Egídio aparece entre os 11 jogadores mais aproveitados por Mano Menezes desde janeiro.


Quem mais permaneceu em campo foi Fábio: o goleiro atuou em 30 dos compromissos celestes, entre Campeonato Mineiro, Copa do Brasil, Libertadores e Campeonato Brasileiro, somando 2.700 minutos. Na sequência, aparece o lateral-esquerdo Egídio, com 2.430 minutos, tendo disputado 27 jogos oficiais sem ser substituído. O volante e capitão Henrique, com 2.317 minutos nos mesmos 27 jogos, fecha o top 3. Ao todo, 32 jogadores já foram usados pela comissão técnica neste ano.

Egídio: a única cara nova no top 11
(Créditos: Bruno Haddad/Cruzeiro E.C.)

Entre os reforços, depois de Egídio, o mais acionado foi o lateral-direito Edilson: somou 1.193 minutos em 15 partidas, na 14ª colocação. O argentino Mancuelo ocupa o 18º lugar, com 904 minutos em 24 jogos. Lesionado, o atacante Fred aparece apenas na 21ª colocação, com 639 minutos. Situação semelhante à de David, o 27º, cuja contratação junto ao Vitória representou o maior investimento do Cruzeiro para a temporada: atuou apenas duas vezes, permanecendo em campo por 90 minutos.

Jogadores mais aproveitados no semestre:

1º) Fábio - 2.700 minutos / 30 partidas
2º) Egídio - 2.430 minutos / 27 partidas
3º) Henrique - 2.317 minutos / 27 partidas
4º) Léo - 2.250 minutos / 25 partidas
5º) Robinho - 2.163 minutos / 30 partidas
6º) Dedé - 1.980 minutos / 22 partidas
7º) Thiago Neves - 1.947 minutos / 26 partidas
8º) Lucas Romero - 1.875 minutos / 25 partidas
9º) Arrascaeta - 1.659 minutos / 25 partidas
10º) Rafinha - 1.603 minutos / 23 partidas
11º) Lucas Silva - 1.455 minutos / 19 partidas
14º) Edilson - 1.193 minutos / 15 partidas
18º) Mancuello - 904 minutos / 24 partidas
19º) Bruno Silva - 840 minutos / 18 partidas
20º) Marcelo Hermes - 715 minutos / 8 partidas
21º) Fred - 639 minutos / 9 partidas
27º) David - 90 minutos / 2 partidas
30º) Patrick Brey - 34 minutos / 1 partida


José Pékerman negociou com clube celeste em 2010, após Adilson
Batista pedir demissão; no entanto, Zezé Perrella optou por Cuca

Vinícius Dias

Comandado por Mano Menezes desde julho de 2016, o Cruzeiro chegou à Copa do Mundo da Rússia com o treinador mais longevo da elite. Há oito anos, porém, o cenário era bem diferente. Com o pedido de demissão de Adilson Batista na 6ª rodada do Brasileirão, a penúltima antes da pausa, a diretoria viu o fim de um ciclo de dois anos e meio. Às vésperas do Mundial da África do Sul, um dos alvos era José Pékerman. Quis o destino, no entanto, que a Raposa fechasse com Cuca, e o argentino ficasse livre para assumir a seleção da Colômbia dois anos depois e fazer história.


"O que aconteceu foi o seguinte: Sorín era muito ligado ao Pékerman (há menos de um ano, o argentino havia marcado presença no jogo de despedida do lateral-esquerdo, no Mineirão). Inclusive, ele foi técnico da seleção da Argentina na Copa do Mundo (de 2006, na Alemanha), e o Sorín era o capitão do time. Surgiu o nome dele, e o Sorín foi o cara que intermediou algumas conversas", relembra o então gerente de futebol do clube celeste, Valdir Barbosa, ao Blog Toque Di Letra. "Ele topava vir para Belo Horizonte, assumir o Cruzeiro", acrescenta o dirigente.

José Pékerman ao lado de Tite
(Créditos: Kin Saito/CBF)

A sinalização positiva do tricampeão mundial sub-20, contudo, não foi o suficiente para convencer o presidente Zezé Perrella a fechar a contratação. "Os valores eram mais ou menos dentro da realidade. Dava para trazer, porque os treinadores do futebol brasileiro naquela ocasião ganhavam muito bem. Mas, como estávamos em um momento de pouco tempo para fazer a transição, o Zezé ficou meio preocupado com a questão de idioma, de adaptação, implantação da metodologia dele, e achou melhor não fazer. Mas andou bem próximo (de acertar)", revela.

Sem Pékerman, sem Riquelme

De forma simultânea, o Cruzeiro estava no mercado em busca de um camisa 10. Também contando com o ex-lateral-esquerdo Sorín como intermediário, o sonho da diretoria era o ídolo argentino Riquelme, cujo contrato com o Boca Juniors estava perto do fim. A uma semana da final da Copa, no entanto, a incerteza nas negociações - apenas em agosto o meia definiu sua situação, renovando com o clube xeneize por quatro temporadas - levou o Cruzeiro a optar por Montillo, da Universidad de Chile, que seria um dos destaques do vice-campeonato brasileiro naquele ano.

Montillo: 36 gols em 122 partidas
(Créditos: Washington Alves/Vipcomm)

Caminhos que provavelmente não teriam se cruzado se, um mês antes, Pékerman tivesse vindo para BH. "Argentino, ex-técnico da seleção. Não estava atrelado, mas pesa", reconhece Valdir Barbosa ao comentar a não vinda de Riquelme. O treinador seguiu desempregado até 2012, quando aceitou o convite da Federação Colombiana. Do sim para a história. Em 2014, de volta à Copa após 16 anos, levou a seleção à sua melhor campanha: quinto lugar. Nesta terça-feira, a derrota por 2 a 1 para o Japão marcou o início da sexta participação cafetera. A terceira de Don José.

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Atlético tem 20ª maior dívida líquida do mundo

Vinícius Dias

Com débitos que somam R$ 538 milhões, o Atlético tem a 20ª maior dívida líquida do futebol mundial, de acordo com levantamento realizado pela Pluri Consultoria. O clube alvinegro é um dos cinco brasileiros presentes no top 25, ao lado de Botafogo (12º), Internacional (14º), Fluminense (19º) e Vasco (23º). Curiosamente, o líder do ranking é o Manchester United, da Inglaterra, com cerca de 2,02 bilhões em dívidas. O valor, no entanto, corresponde a apenas 80% das receitas dos Red Devils.

Galo tem dívida líquida de R$ 538 mi
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Entre os brasileiros, o Botafogo convive com a pior situação: a dívida líquida de R$ 719 milhões representa 3,5 vezes as receitas. No caso do Atlético, o índice é de 1,7 vez, próximo à média nacional no ranking, de 1,5. Entre os clubes europeus, a exemplo do Manchester United, os italianos Juventus e Milan, o inglês Liverpool, o francês PSG e o alemão Wolfsburg apresentam débitos menores do que as receitas. No Velho Continente, a média da equação dívida líquida/receitas é de apenas 1,2 vez.

Débitos com clubes estrangeiros

Parte das pendências do Atlético são referentes à aquisição de atletas do exterior. Conforme revelou o Blog Toque Di Letra, dados apresentados em abril ao Conselho apontaram sete dívidas vencidas - cinco já haviam resultado em ações na Fifa -, chegando a € 13,3 milhões, cerca de R$ 55,8 milhões na cotação de época, somados os impostos. Uma das ações foi retirada pelo Sporting, de Portugal, na ida do meia-atacante Marco Túlio. O acordo ainda abateu € 900 mil do débito pela compra de Elias.

(Créditos: Pluri Consultoria/Divulgação)

A falta do Galo: uma Copa no meio do caminho

Alisson Millo*

Copa do Mundo rolando, mas a perspectiva de falta de jogos do Galo é triste para o torcedor. A festa é ótima, os maiores craques do mundo - desfalcados do Patric, claro - reunidos em uma só competição para saber qual é a melhor seleção. Mas acredito que falo por todos quando digo que eu torço mais pelo Atlético do que pelo Brasil. E é essa torcida que me fez perder a cabeça na Arena Independência, na quarta-feira, diante do Ceará.


Em um jogo muito mais difícil do que o previsto e do que deveria ter sido, a virada já nos acréscimos escancarou a realidade do elenco. Um bom time que carece de reposição em alguns setores, que não tem reserva à altura para Adilson, mas que deve brigar na parte de cima da tabela entre trancos e barrancos, seguindo a máxima de que 'se não é sofrido, não é Galo'. Em circunstâncias normais, a pausa de um mês seria ótima para recuperar jogadores - o presidente também, por que não? - e ter, no meio do ano, principalmente com o treinador que deve comandar até o fim de 2018, o tempo de preparação que faltou na pré-temporada.

Luan: face maluquinha do vice-líder
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Mas uma coisa que ficou bem clara ao longo do tempo é que normal não é uma palavra no vocabulário do atleticano. As duas vitórias conquistadas nos últimos jogos embalaram o time, que, se não reassumiu a liderança, voltou a figurar entre os primeiros da tabela. O bom momento de atletas como Roger Guedes - nunca critiquei - fez o rendimento do time crescer bastante, mas não é possível precisar se o ritmo será mantido na retomada. Não dá para saber nem se Roger Guedes estará no Atlético no fim de julho.

Dias sem glória, dias de descanso

Outro argumento para lamentar a pausa é, paradoxalmente, o calendário mais leve do Galo. O planejamento fajuto que nos tirou de duas competições importantes poderia se provar um golpe de sorte com rivais na briga lá em cima tendo que poupar jogadores e podendo perder pontos por isso. O Flamengo, único à nossa frente, briga em três torneios, enquanto nós voltamos todas as forças para ultrapassá-lo e retornar à posição de onde não deveríamos - ou melhor, não gostaríamos - ter saído.

Chará: reforço no pós-Copa alvinegro
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

A realidade é dura, mas precisa ser encarada. Os pontos perdidos contra Flamengo e Chapecoense, no Horto, precisam ser recuperados fora, de preferência logo contra Palmeiras e Grêmio, dois postulantes ao título. A parada é torta, claro, mas o time paulista irá desfalcado, até então, dos três expulsos na quarta-feira. O momento por lá é conturbado, a torcida não tem muito carinho por Roger Machado - que, por aqui, também não deixou saudades - e Felipe Melo tem sido o apaziguador em cenários adversos. Some-se a isso o bom histórico recente do Atlético contra o alviverde, o resultado esperado é a vitória, mesmo no Allianz Parque.

Empolguei? Admito que talvez. Mas eu aprendi a nunca duvidar desse clube. Nem de vencer jogos impossíveis nem de passar sufoco em duelos contra times inexpressivos. Mas a hora é de acreditar no melhor dos cenários. E, dependendo da hora em que você estiver lendo, é hora de ver algum jogo da Copa também. É uma boa distração enquanto não tem jogo do time que a gente quer ver. Porque no meio do caminho tinha uma Copa.

*Jornalista. Corneteiro confesso e atleticano desde 1994.
Goleiro titular e atual capitão da seção Fala, Atleticano!


Diego Costa, que disputará sua segunda Copa do Mundo a partir
desta sexta, já chamava a atenção jogando por clube de Itajubá

Vinícius Dias

Em 17 de maio de 2013, Diego Costa foi manchete mundial ao comandar a vitória do Atlético de Madrid sobre o Real Madrid por 2 a 1 na final da Copa do Rei e, de quebra, desbancar o astro Cristiano Ronaldo na artilharia. Nenhuma surpresa para quem conhecera aquele camisa 19 ainda nas categorias de base, a mais de 8,2 mil quilômetros da capital espanhola. "Ele já era um centroavante abusado, muito competitivo, que dividia, voltava", lembra Paulo Salomão, presidente do Conselho Deliberativo da Sociedade Desportiva Yuracan Futebol Clube, ao Blog Toque Di Letra.


Hoje naturalizado espanhol, Diego Costa é o personagem mais recente da legião de campeões com passagem pela equipe de Itajubá, tesouro do Sul de Minas Gerais. O sergipano, à época vinculado ao Barcelona Esportivo Capela, de São Paulo, foi registrado na Liga Itajubense em 2004. "Ele veio junto com outros jogadores, até com um primo dele. Disputou um torneio juvenil com a gente, no Rio de Janeiro, até o matriculamos para estudar. Depois, ele voltou para São Paulo, foi para Portugal e para a Espanha", destaca Salomão, cuja família, desde os primórdios, é ligada ao Yuracan.

Diego Costa registrado pelo Yuracan
(Créditos: Yuracan Futebol Clube/Arquivo)

A história do clube alvinegro teve seu primeiro capítulo em 03 de maio de 1934. O nome, em tupi-guarani, foi uma homenagem ao Huracán, quatro vezes campeão argentino entre 1921 e 1928, que havia excursionado pelo Brasil durante a Copa do Mundo de 1930. "Na época, quem passava no vestibular do Instituto Eletrotécnico, atualmente Unifei, jogava em um time. E existia outro, que tinha vários apelidos. O ponta-esquerda Monge (Mozart Salles), que era vendedor de seguros, poeta e, inclusive, fez o hino do Yuracan, teve a ideia de colocar esse nome", detalha.

Recorde que nem o Rei superou

Se Diego Costa ainda povoa o imaginário contemporâneo, entre os mais antigos a referência é outra: Dondinho. "Eu tenho 67 anos. Nem nascido era. Mas vejo meu irmão, meu pai e antigos dirigentes contarem", diz Paulo Salomão. O atacante, que já aposentado teve o prazer de ver o primogênito Edson se tornar o Rei Pelé, alcançou com a camisa do Yuracan um feito que nem mesmo o filho igualou. "Em 1939, ele fez cinco gols de cabeça na vitória por 6 a 2 no clássico contra o Smart. Antes de ele falecer, no aniversário dele, enviei a foto do jogo", completa o dirigente.

Dondinho: pai do Rei ao lado de Elói
(Créditos: Yuracan Futebol Clube/Arquivo)

Médico, Salomão se dedicou nos últimos anos ao resgate da história do clube. Os relatos explicam, entre outras coisas, a chegada de Dondinho. "Aqui tem uma fábrica de armas que pertence ao Exército. Na época, o capitão Elói veio para ser o chefe da parte militar. Ele trazia o Dondinho, que havia servido em Três Corações com ele, para jogar", revela. Na sequência, o destino tratou de distanciá-los: enquanto o atacante vestiu as camisas de Atlético e Fluminense, Elói Menezes, já com a patente de general, se tornou presidente do hoje extinto Conselho Nacional de Desportos (CND).

Do Yuracan à seleção brasileira

Se o pai do Rei não chegou à seleção, 21 anos depois, outro atacante foi convocado durante a passagem pelo Ganchão: Chiquinho Castro. Às vésperas das Olimpíadas de Roma, em 1960, a seleção esteve em Itajubá e foi derrotada pelo Yuracan, reforçado por destaques de equipes locais. O belorizontino balançou as redes quatro vezes. "Chiquinho, também chamado de 'Pelé Branco', foi então para Roma", relembrou, durante a Rio 2016, a Unifei, onde Castro se formou em Engenharia, em 1964, após ter disputado seis jogos e marcado dois gols com a amarelinha.

Estádio Coronel Belo Lisboa, em Itajubá
(Créditos: Yuracan Futebol Clube/Arquivo)

Ausente de competições profissionais desde 2005, a esperança de volta aos grandes dias no estádio Coronel Belo Lisboa passa pela base. "Temos mais ou menos 200 alunos na escolinha. Começa no baby foot (a partir de quatro anos)", afirma Paulo Salomão. O otimismo é digno de quem, ali mesmo, viu outro vencedor dar seus primeiros passos: o lateral-direito Élder Granja, campeão da Libertadores e do Mundial pelo Internacional, em 2006. "Quem pagava o apartamento em que ele morava era eu". Como prega seu hino: Yuracan, o orgulho da Manchester sul mineira.