José Pékerman negociou
com clube celeste em 2010, após Adilson
Batista pedir demissão;
no entanto, Zezé Perrella optou por Cuca
Vinícius Dias
Comandado
por Mano Menezes desde julho de 2016, o Cruzeiro chegou à Copa do Mundo da
Rússia com o treinador mais longevo da elite. Há oito anos, porém, o cenário
era bem diferente. Com o pedido de demissão de Adilson Batista na 6ª rodada do
Brasileirão, a penúltima antes da pausa, a diretoria viu o fim de um ciclo de
dois anos e meio. Às vésperas do Mundial da África do Sul, um dos alvos era
José Pékerman. Quis o destino, no entanto, que a Raposa fechasse com Cuca, e o
argentino ficasse livre para assumir a seleção da Colômbia dois anos depois e
fazer história.
"O
que aconteceu foi o seguinte: Sorín era muito ligado ao Pékerman (há menos de
um ano, o argentino havia marcado presença no jogo de despedida do
lateral-esquerdo, no Mineirão). Inclusive, ele foi técnico da seleção da
Argentina na Copa do Mundo (de 2006, na Alemanha), e o Sorín era o capitão do
time. Surgiu o nome dele, e o Sorín foi o cara que intermediou algumas
conversas", relembra o então gerente de futebol do clube celeste, Valdir
Barbosa, ao Blog Toque Di Letra.
"Ele topava vir para Belo Horizonte, assumir o Cruzeiro", acrescenta
o dirigente.
José Pékerman ao lado de Tite (Créditos: Kin Saito/CBF) |
A
sinalização positiva do tricampeão mundial sub-20, contudo, não foi o
suficiente para convencer o presidente Zezé Perrella a fechar a contratação.
"Os valores eram mais ou menos dentro da realidade. Dava para trazer,
porque os treinadores do futebol brasileiro naquela ocasião ganhavam muito bem.
Mas, como estávamos em um momento de pouco tempo para fazer a transição, o Zezé
ficou meio preocupado com a questão de idioma, de adaptação, implantação da
metodologia dele, e achou melhor não fazer. Mas andou bem próximo (de
acertar)", revela.
Sem Pékerman, sem Riquelme
De
forma simultânea, o Cruzeiro estava no mercado em busca de um camisa 10. Também
contando com o ex-lateral-esquerdo Sorín como intermediário, o sonho da
diretoria era o ídolo argentino Riquelme, cujo contrato com o Boca Juniors
estava perto do fim. A uma semana da final da Copa, no entanto, a incerteza nas
negociações - apenas em agosto o meia definiu sua situação, renovando com o
clube xeneize por quatro temporadas - levou o Cruzeiro a optar por Montillo, da
Universidad de Chile, que seria um dos destaques do vice-campeonato brasileiro
naquele ano.
Montillo: 36 gols em 122 partidas (Créditos: Washington Alves/Vipcomm) |
Caminhos
que provavelmente não teriam se cruzado se, um mês antes, Pékerman tivesse
vindo para BH. "Argentino, ex-técnico da seleção. Não estava atrelado, mas
pesa", reconhece Valdir Barbosa ao comentar a não vinda de Riquelme. O
treinador seguiu desempregado até 2012, quando aceitou o convite da Federação
Colombiana. Do sim para a história. Em 2014, de volta à Copa após 16 anos,
levou a seleção à sua melhor campanha: quinto lugar. Nesta terça-feira, a
derrota por 2 a 1 para o Japão marcou o início da sexta participação cafetera.
A terceira de Don José.
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