O Cruzeiro e a montanha-russa antes da Copa

Douglas Zimmer*

Salve, China Azul!

Como o amigo leitor está fazendo para matar a saudade do nosso Cruzeiro? Eu adoro Copas do Mundo, mas, em contrapartida, a falta do maior de Minas em campo me causa um vazio existencial enorme. E em um ano tão importante quanto este, no qual estamos disputando grandes competições, brigando por títulos em várias frentes, é natural que estejamos ainda mais ansiosos pelo retorno da nossa programação normal. Como a Copa veio para dividir o ano cruzeirense - e de toda a elite do futebol nacional - ao meio, resta saber qual semestre será mais positivo para nós.


Nos seis primeiros meses, a Raposa fez o necessário para chegar inteira em todas as disputas. Na minha opinião, apesar dos resultados razoavelmente satisfatórios, ainda falta aquela pegada a mais. Em muitos jogos, a impressão que ficou após o apito final foi de que o Cruzeiro não havia rendido tudo o que poderia. Adversários retrancados, lesões, atletas se adaptando ao estilo de jogo, vacilos em duelos teoricamente tranquilos, entre outros, são alguns dos fatores que impediram um melhor aproveitamento celeste. Desde que esses problemas sirvam de lição para o restante da temporada, tudo bem, há tempo para recuperar os pontos que ficaram pelo caminho.

Libertadores: da lanterna ao 1º lugar
(Créditos: Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C.)

Uma das coisas que me chamou a atenção em vários momentos foi a oscilação anímica da equipe, inclusive variando bastante de uma competição para outra, às vezes de uma semana para outra. Nos primeiros jogos da Libertadores, por exemplo, o Cruzeiro parecia jogar com o freio de mão puxado, cedendo com facilidade à marcação e à pressão adversárias. O mesmo aconteceu nas primeiras rodadas do Brasileirão. Independentemente dos rivais, o time de Mano Menezes parecia estar com a cabeça longe, jogando por jogar, apenas esperando o tempo passar de qualquer jeito. E, ao que tudo indica, realmente as atenções da equipe estavam em outro lugar.

Da preocupação à classificação

Se os três primeiros jogos da fase de grupos da Libertadores foram modorrentos e preocupantes, os três últimos foram excelentes e encheram o torcedor de esperança. Com 100% de aproveitamento no returno, assumimos a liderança do grupo 5 e mostramos um futebol completamente diferente daquele que já havia sido visto na temporada. Essa arrancada aconteceu também no Brasileiro. Depois de começar em uma rotação muito abaixo do normal, o Cruzeiro embalou uma ótima sequência de jogos, o que acabou nos levando à parte de cima da tábua de classificação.

Brasileiro: recuperação e nova queda
(Créditos: Vinnicius Silva/Cruzeiro E.C.)

Já no fim da jornada que antecedeu a Copa, novamente uma sequência de jogos fracos, sem vitórias, que nos afastaram das primeiras posições. Foram três partidas em que, em momento algum, a Raposa fez por merecer a vitória. Outra vez, os problemas apareceram. Sinal amarelo para Mano Menezes e seus comandados. No segundo tempo da temporada, oscilações tão bruscas como as que vimos até aqui podem ser fatais para nossas pretensões. Creio que o segredo para continuarmos disputando todos os títulos possíveis neste ano seja o foco. Concentração em cada jogo, em cada minuto de cada partida, em cada movimento do adversário e no objetivo.

Não acho que novos nomes possam surgir e mudar o patamar da equipe de uma hora para outra. Sendo assim, o trabalho a ser feito é interno. Pequenos, porém importantes ajustes. Como sempre dizem, não dá para trocar a roda com o carro em movimento. Pois então, que aproveitemos esta parada para organizar a casa e seguir firme até o fim do ano.

Força, Cruzeiro!

*Gaúcho, apaixonado pelo Cruzeiro desde junho de 1986.
@pqnofx, dono da camisa 10 da seção Fala, Cruzeirense!

Nenhum comentário:

Postar um comentário