Larghi: Atlético acerta ao respeitar o processo

Vinícius Dias

Depois de mais de quatro meses e 32 partidas, somando 17 vitórias, sete empates e oito derrotas, com 60,4% de aproveitamento. Thiago Larghi foi, enfim, efetivado pelo presidente Sérgio Sette Câmara. Acerto do Atlético. Também pelos resultados recentes - eliminações prematuras na Copa do Brasil e na Copa Sul-Americana à parte, o Galo é vice-líder do Campeonato Brasileiro -, mas, principalmente, pelo desempenho que o time montado praticamente a custo zero tem entregado dentro de campo. Porque futebol é processo e assim deve ser compreendido.


O trabalho de Larghi começou com proposta reativa - permitia que o adversário ficasse com a bola, aproveitando os espaços para contra-atacar - e evoluiu para o jogo trabalhado - valorização da posse, construção com a bola no chão. Era a equipe da pior campanha na primeira fase do Campeonato Mineiro desde 2005. Passou a ser a que tem condições de competir até mesmo com quem está coletivamente um passo à frente. Tendo a segurança de Adilson, a intensidade de seu companheiro Gustavo Blanco e a dinâmica do artilheiro Roger Guedes como marcas.

Treinador soma 60,4% no Atlético
(Créditos: Bruno Cantini/Atlético-MG)

Ainda assim, um time inacabado - Otero saiu, Roger Guedes tem futuro indefinido, chegam Chará e boas apostas. E deve ser esse o olhar da torcida e da diretoria. Porque Thiago Larghi perde o rótulo de interino - no país em que ser treinador é, na prática, conviver diariamente com a interinidade -, mas continua sendo o analista de desempenho em seu primeiro trabalho à beira do campo. Que ousou ao substituir Gabriel por Erik quando empatava com a Chapecoense tendo um a mais, errou ao não recompor o sistema defensivo após marcar o gol, acertará e errará outras vezes.

No futebol como processo, o Atlético acerta com a efetivação.
O voto de confiança a Larghi significa não recomeçar do zero.

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